segunda-feira, maio 18, 2009

O Casamento de Moisés ( Mussa)

Enquanto o velho e Mussa (as) conversavam, a menina que fora chamar Mussa (as), sugeriu ao pai que empregasse o hóspede para cuidar dos animais, argumentando que um bom empregado é aquele que é forte e honesto. Segundo os comentadores do Al-Qur’án, o pai, estranhando a forma como a filha definira a pessoa de Mussa (as) , perguntou-lhe:

“Como é que tu sabes que ele é forte e honesto?”

Ela respondeu: “Eu vi-o a tirar sozinho com aquele balde grande, a água do poço, e só um homem forte o podia conseguir. E quanto à sua honestidade, quando fui chamá-lo, assim que me viu, baixou logo o seu olhar, não me olhando de forma atrevida, e na vinda para cá pediu-me para que eu caminhasse atrás dele para evitar a tendência à atração sexual e o guiasse através de sinais.”

O pai, satisfeito com a observação feita pela filha, voltou-se para Mussa (as) e disse: “Se aceitares tomar conta dos meus cabritos durante oito anos, em troca dar-te-ei a mão de uma destas minhas filhas em casamento. E se permaneceres mais dois anos, será ótimo, pois terás pago o seu dote.” Mussa (as) sendo estranho naquela zona e necessitando de trabalho e abrigo, não se fez de rogado e aceitou a proposta. Relativamente ao tempo de permanência, disse que deixava tal questão ao critério do pai das meninas. Depois do consentimento de ambas as partes, realizou-se o casamento com a mais nova das duas moças e com a fixação do tempo como dote.

Este episódio indica-nos que não é vergonha para um pai crente, propor e escolher um homem justo e piedoso para tomar a sua filha em casamento. Omar (r) também propôs a sua filha Hafssah quando esta enviuvou. Ofereceu-a primeiro a Ussmán (r), mas já que este não se manifestou interessado, avançou a mesma proposta a Abu Bakr(r). Mas finalmente, Hafssah casou-se com o Profeta Muhammad (s).

Nos nossos tempos, por haver muita hipocrisia e talvez por se achar vergonhoso, os pais de uma menina nunca tomam a iniciativa, havendo homens religiosos e justos e assim, as meninas perdem a oportunidade de se casarem, acabando por viver solteiras por toda a vida devido à imprudência dos pais.

Segundo alguns comentadores, a esposa de Mussa (as) chamava-se Safura (Séfora na Bíblia), e o seu sogro chamava-se Jetro (Shoaib), sacerdote de Madian.

Assim, Mussa (as), ainda de acordo com comentadores, permaneceu em Madian dez anos, cumprindo o tempo fixado nas condições propostas para o seu casamento e dote, partindo depois com a sua mulher rumo ao Egipto. À sua partida, levou consigo todos os cabritos que haviam nascido naquele ano (de partida), oferecidos pelo sogro.

Apesar do perigo que o esperava e o receio de ser castigado, depositou confiança em ALLAH. Ele cria que ALLAH o protegeria, pois queria libertar a sua gente da opressão e escravatura a que estava sujeita. Segundo a Bíblia, durante o período em que esteve na casa do sogro, Mussa (as) teve um rapaz a quem deu o nome de “Gerson”, nome associado à sua condição de imigrante (segundo as suas palavras: Eu sou um imigrante num país estrangeiro). Era uma recordação para a família da sua estada fora da sua terra.

MUSSA (AS) RECEBE A PROFECIA

Num belo dia, encontrando-se já bastante longe de Madian, diante do Monte Sinai, no deserto e numa noite fria, Mussa (as) tentava em vão fazer lume usando o método primário de fricção de pedras. De repente, ao olhar para o vale, avistou algo como fogo a brilhar. Disse à mulher para que o esperasse ali enquanto ia buscar lume, e caso encontrasse alguém por lá, pedir-lhe-ia que lhe indicasse o caminho, pois estavam perdidos. Chegado ao local (Monte Tur) onde julgava ver e poder encontrar lume, Mussa (as) ficou admirado, pois era estranho que tal lume iluminasse apenas o local e as árvores e nada se queimava. Notou ainda que o lume não fazia fumo, era limpido e que à medida que se tentava aproximar dele, mais se distanciava. Mussa (as) assustou-se e receou pela sua vida, mas:

“Quando Mussa se aproximou (do fogo) foi chamado: Ó Mussa ! Eu sou o teu Senhor, descalça-te pois estás no vale sagrado de Tuwá. Eu já escolhi-te para seres o Meu mensageiro, portanto oiça com atenção o que te vai ser revelado.Ó Mussa! Eu sou ALLAH, o Senhor dos mundos. Não existe outra Divindade fora de Mim, portanto adora-Me e faça o Salát (oração) em recordação a Mim.” [Al-Qur’án 20:11-14]

E noutro versículo consta:

“Mas quando (Mussa) lá chegou, foi chamado: Bendito seja quem está no fogo e quem está em volta do fogo! E glória a ALLAH, o Senhor dos mundos! Ó Mussa! Na verdade, sou Eu ALLAH, o Poderoso, o Sábio.” [Al-Qur’án 27:8-9]

E consta na Bíblia, Êxodo 3:

“1. E apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Madian; e levou o rebanho atráz do deserto e veio ao monte de Deus, a Horebe;

2. E apareceu-lhe o anjo do Senhor e uma chama de fogo do meio de uma sarça; e olhou e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia;

3. E Moisés disse: Agora me virarei para lá e verei esta grande visão, porque a sarça não se queima;

4. E vendo o Senhor que se virava para lá a ver, bradou Deus a ele do meio da sarça, e disse: Moisés! Moisés! E ele disse: eis-me aqui;

5. E disse: Não te chegues para cá, tira os teus sapatos dos teus pés, porque o lugar em que tu estás é Terra Santa;

6. Disse mais: Eu sou o Deus do teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isáque e o Deus de Jacob. E Moisés encobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus.”

A obrigatoriedade de descalçar, ato ainda hoje praticado pelos muçulmanos quando entram no Massgid, por se tratar de um lugar sagrado e também para que os pés toquem o local sagrado, remota ao tempo de Mussa (as) a quem ALLAH ordenou-lhe para que descalçasse naquele vale sagrado, como sinal de respeito. E não só, o ato de descalçar também é gesto de humildade, pois ALLAH gosta dos humildes.

E assim, Mussa (as) acabava de ser escolhido como um dos grandes
mensageiros de ALLAH, tendo sido incumbido de transmitir a mesma mensagem transmitida pelos profetas anteriores, para libertar também os Banu Issra’il da escravatura e para guiar o Fir’aun.

Ainda no vale sagrado, Mussa (as) tinha na sua mão um cajado. ALLAH perguntou-lhe:
“Ó Mussa! O que é que tens na tua mão direita? (Mussa) respondeu: É o meu cajado, uso-o quando estou apascentando os cabritos e também para arrancar as folhas das árvores para dá-las aos cabritos e também utilizou-o noutras coisas.” [Al-Qur’án 20:17-18]

ALLAH bem sabia o que estava na mão de Mussa (as), pois Ele é o conhecedor de tudo. Mas queria que Mussa (as) tivesse a certeza daquilo que estava na sua mão, pois em breve aquilo transformar-se-ia em serpente e ao ver isso, ele talvez pensasse que afinal sem se aperceber tinha uma serpente na mão e não um cajado.

OS SINAIS DE ALLAH

ALLAH pretendia que Mussa (as) encarasse o teste dos mágicos (vide mais adiante). Ordenou-lhe que atirasse o cajado ao chão:

“Ele disse: Atira-o ao chão, ó Mussa. Quando ele o atirou, transformou-se numa serpente (cobra) que se movia.” [Al-Qur’án 20:19-20] .

Este era um treino para o milagre que iria acontecer, em que o seu cajado seria transformado numa cobra verdadeira, mudando de natureza, quando Mussa o atiraria perante os mágicos. ALLAH queria que Mussa não ficasse assustado nem alarmado com isso. Mas Mussa ficou assustado e virando as costas tentou fugir, atitude própria do ser humano nestas circunstâncias; mas ALLAH tranquilizou-o dizendo:

“Ó Mussa ! Pega nisso e não tenhas medo; Nós volvê-la-emos ao seu estado inicial e original.”
[Al-Qur’án 20:21].

Depois de ALLAH o tranquilizar, Mussa sem qualquer medo pegou na sua “serpente” que voltara ao seu estado original de cajado. Glórias para ALLAH, o Todo Poderoso, que fez um cajado com duas características!

E depois instruiu-lhe também sobre a magia que os mágicos iriam confrontar com ele:
“Atira ao chão o teu cajado! E quando o viu mover-se como se fosse uma cobra, virou as costas fugindo, e não voltou atrás.” [Al-Qur’án 28:31] .

Aqui é importante verificar a expressão de ALLAH: “Como se fosse uma cobra”. Desta vez, o cajado de facto não se transformou numa verdadeira cobra, mas Mussa (as) viu-o “como se fosse uma cobra”.
Esta era a instrução sobre a magia que os mágicos iriam fazer com que Mussa (as) visse as suas cordas a aparecerem como cobras. Assim, ALLAH instruiu Mussa (as) duma maneira prática, antes de ele confrontar-se com os mágicos, acerca daquilo que iria acontecer com ele, por meio de dois factos: o milagre da transformação do cajado em verdadeira cobra e também sobre a magia que lhe seria mostrada quando ele enfrentasse os mágicos de Fir’aun.

Depois, ALLAH ordenou à Mussa (as) que tocasse na sua axila com a sua mão e retirando-a de seguida, pois sairia brilhante sem manchas e sem qualquer tipo de doenças.

Estes foram os dois grandes sinais recebidos por Mussa (as) por parte de ALLAH para confirmar a sua profecia e reforçar o seu coração. E também para demonstrar que ALLAH é o Criador, e que com “Kun” (seja), Ele pode transformar o que quiser.

A seguir foi-lhe ordenado para que dirigisse ao Fir’aun, afim de este cumprir com o objetivo para o qual fora criado, mostrando-lhe o caminho reto, o caminho da salvação, pois ele e sua gente haviam-se tornado rebeldes, arrogantes, desobedientes e opressores, e também para que libertasse os Banu Issra’il da escravatura e opressão do Fir’aun.

ALLAH disse a Mussa (as) : “Tens essas duas provas da parte do teu Senhor para apresentares ao Fir’aun e à sua gente. E com isso ALLAH reforçará a tua palavra, vai pois ter com eles, para tirá-los da escuridão para a luz”.

Mussa (as) disse a ALLAH: “Ó meu Senhor! Eu receio ir ter com eles, pois sabendo que acidentalmente eu matei um egípcio, podem matar-me, e também receio que eles irão desmentir-me. Já que me honraste com a profecia, dilata o meu peito, enche-o com luz, faça com que eu cumpra esta missão. Desata o nó que tenho na minha língua para que as pessoas me percebam com facilidade. O meu irmão é mais eloquente do que eu, portanto agracia-o também com esta honra de profecia para juntos cumprirmos esta tarefa”.

Segundo alguns historiadores, quando Mussa (as) era ainda pequeno, certa vez Fir’aun colocou-o no seu colo e Mussa (as) puxou-lhe a barba. Segundo outros historiadores, Mussa (as) tirou-lhe a coroa da cabeça, colocando-a na sua. Fir’aun ficou muito irritado com aquele gesto do pequeno Mussa (as) e quis matá-lo, mas a sua esposa Ássia disse: Não! Não o mate, pois ele é pequeno e não tem noção daquilo que faz.

Mas porque estava furioso, o Faraó disse: Vamos pô-lo em teste. Mandou vir dois pratos, um com frutas e outro com carvão aceso, para ver qual deles Mussa (as) iria escolher. Mussa (as) quis estender a sua mão para o prato de frutas, mas um anjo desviou-a para o carvão aceso, levando-o à boca. Esta imprudência, própria de crianças, provocou-lhe um defeito na língua; ele gaguejava, sendo por isso que o Faraó dizia acerca de Mussa (as):

“Acaso não sou preferível relativamente a este desprezível (indivíduo) que mal se pode expressar?” [Al-Qur’án 43:52].

Infelizmente esta passagem foi mencionada por alguns comentadores mufasserines) nos seus comentários do Al-Qur’án e tornou-se muito conhecida no seio dos muçulmanos. Porém, a verdade é que ela faz parte das lendas Issrailiyát que não encontram base alguma no Islam. Talvez até podem ser imaginações inventadas por alguns muçulmanos e que depois passaram de boca em boca.

Na realidade, esta passagem não tem algum valor religioso ou mesmo científico para nós os muçulmanos, pois não consta no Al-Qur’án nem nos Hadices do profeta Muhammad , que são as únicas fontes credíveis para histórias de qualquer profeta.

Esta passagem é contra a própria lógica, pois como é que uma criança pode pegar carvão aceso e colocá-lo na sua boca sem que a sua mão seja afetada ou queimada? E como é que queimou a língua sem os lábios se queimarem?

ALLAH tranquilizou Mussa (as) e disse-lhe:
“Vá com esta missão perante o Fir’aun e mostra-lhe o caminho reto. Eles não poderão prejudicar-te em nada, pois o Nosso apoio está contigo, e os sinais que Nós te demos, ajudar-te-ão a ter êxito e finalmente serás vitorioso, e vamos aceitar o teu pedido de honrar o teu irmão com a profecia e incluí-lo na tarefa, e olhai, falai suavemente quando vos dirigirdes a Fir’aun, para que ele aceite o conselho e tenha temor a ALLAH e deixe a arrogância e a injustiça!”

BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações. Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Deus do universo.
Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Deus).

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