domingo, novembro 04, 2012

Para Onde Vamos?

Por: Sheik Aminuddin Muhammad

Uma avaliação em termos gerais, do rumo que a Humanidade está tomando, causa a muitos de nós uma grande preocupação, e cada um vai-se interrogando, quando é que esta situação reverterá, pois a velocidade com que nos deixamos resvalar para o abismo é de tal ordem, que se torna difícil vislumbrar quando é que tudo isto vai parar.

Nas sociedades em que todos os vestígios da moralidade e dignidade são inexoravelmente espremidos e eliminados das pessoas, quer parecer que a diferença entre o Ser Humano e o animal é quase inexistente.

Valores sociais como a fidelidade, unidade e fraternidade no seio familiar, onde o pai ocupa o seu lugar de garante do sustento, e a mãe por seu lado ocupa a nobre posição de administradora da casa empenhada na criação e educação dos filhos, foram desfeitos, sendo substituídos por um sistema que promove a perversidade e a devassidão.

Há quem advoga que, confinar o papel da mãe às quatro paredes da casa, equivale à supressão dos direitos da mulher, ou por outras palavras, equivale à opressão.

Por outro lado temos a concepção milenária de uma família constituída por um pai e uma mãe, que nos dias que correm está sendo posta em causa.

O conceito de família está sendo considerado como algo estranho, ultrapassado e anacrónico, de tal maneira que até os tribunais nalguns países supostamente desenvolvidos, defendem que os homossexuais podem unir-se pelo "casamento", constituindo "família", e ter os mesmos direitos inerentes ao acto, podendo portanto, adoptar uma criança. E nesses países, tudo isso é normal e dois homens ou duas mulheres que compartilhem o "leito conjugal" são reconhecidos como uma família.

Há quem defende que o casamento entre o homem e a mulher não é o único meio para se constituir uma família.

Há países em que, nos censos populacionais periodicamente realizados, casais do mesmo sexo serão recenseados como uma categoria separada.

Portanto, no conceito dos que advogam este tipo de relação, a questão de famílias quebradas deixa de se colocar, pois no seu entender isso foi nos tempos em que a única forma de constituir família era com pai e mãe.

Em nome da libertação da mulher está-se degradando o seu nobre estatuto, atentando contra a sua dignidade, retirando o brilho, a beleza especial e a graça que fez dela o objecto de honra e respeito, e não objecto de mercadoria comercial como está acontecendo, em que o seu charme é livremente exposto e exibido, corrompendo-se as mentes da sociedade, e destruindo-se a célula daquilo que é tradicionalmente a célula da sociedade: a família.

O Professor Berger, um eminente sociólogo ocidental, diz na pág. 19 do seu livro "The Conquest of Hapiness" (A Conquista da Felicidade):

"Hoje em dia, a ausência de um núcleo familiar eticamente responsável e dominante em todas as sociedades ocidentais constitui a causa do aumento da onda de delinquência, do crime, do uso abusivo de estupefacientes, da gravidez precoce e do abuso sexual de menores".

A única solução é deixar que a célula da sociedade - a família - desempenhe o seu papel natural, pois o papel feminino da maternidade e da educação da família é vital para a estabilidade mental das crianças e da estrutura sã da sociedade no seu todo, e nisso baseia-se a estabilidade da nação inteira.

Hoje a maioria da juventude está envolvida em vícios de consumo de drogas e de álcool, em jogos de azar, na mentira, no cometimento de crimes, e em todo o tipo de imoralidades. Como tirar os nossos jovens dessa situação?

Quando eles chegam tarde à casa, a altas horas da noite, bêbados, já infectados com o vírus da Sida, com filmes e revistas pornográficas nas mãos, os pais choram, de tão frustrados que se sentem, indagando-se sobre o que terá acontecido para que o filho / filha tivesse resvalado para numa situação tão aviltante. E a muitos desses pais falta-lhes coragem para abordarem o problema frontalmente, optando por procurar bruxos e curandeiros onde pensam poder encontrar soluções para os seus problemas, mas em vão.

Temos que fazer algo para estancar e inverter esta situação, pois de contrário, daqui por alguns anos não teremos continuadores que portem o estandarte da moral e da decência às gerações vindouras.

A esperança de vida em Moçambique é já de si bastante baixa - menos de 40 anos. E o sida vai dizimando cada vez mais moçambicanos, ameaçando aniquilar os seus habitantes.

É já tempo de acordarmos e começarmos a agir como gente responsável, pois cingirmos nos apenas aos debates, slogans e workshops não é suficiente. Bem diz o provérbio: "As ações falam mais alto que as palavras".

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