sexta-feira, dezembro 06, 2013

A Proibição do Islão e a Demolição das Mesquitas em Angola

A OCI - Organização para a Cooperação Islâmica, investiga os factos contra os muçulmanos de Angola Os relatórios sobre a proibição do Islão em Angola transcenderam à imprensa há uns dias 02/12/2013 - Autor: Redacción - Fonte: Agencias/OnIslam

Prezados Irmãos,

Assalamu Alaikum Wa ráhmatullahi Wa barakatuh:

Com todos os olhos postos na situação dos muçulmanos de Angola, o Secretário Geral da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) expressou a sua consternação e comoção pelas declarações sobre a decisão do Governo de Angola de proibir o Islão e demolir as Mesquitas, manifestando preocupações similares pelos muçulmanos da Birmânia e Filipinas.

Deixámos clara a nossa visão de que não podemos aceitar essa decisão", disse Ekmeleddin Ihsano-glu, através do canal de televisão Al Jazeera, numa entrevista transmitida na quarta-feira, 27 de Novembro de 2013.

Depois da negativa dos dirigentes angolanos, estamos a trabalhar no envio de uma equipa de investigação para recolher dados e elaborar um relatório aceite internacionalmente”, acrescentou.

Também lançamos uma campanha diplomática para pedir às Nações Unidas, à União Africana, à Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) que tomem uma posição firme contra qualquer proposta de proibição".

Os relatórios sobre a proibição do Islão em Angola transcenderam à imprensa há poucos dias depois de as agências e jornais de África e Angola publicarem um relatório citando a Ministra Angolana da Cultura, Rosa Cruz e Silva, que disse que "o processo de legalização do Islão não foi aprovado pelo Ministério da Justiça e Direitos Humanos, as mesquitas estão fechadas até nova ordem".

Segundo consta, a Ministra disse que a decisão foi a mais recente de uma série de esforços para banir seitas religiosas "ilegais".

As declarações causaram enormes reacções de várias organizações muçulmanas, incluindo a Al-Azhar, a mais alta instituição de ensino no Mundo Muçulmano Sunita, que pediu para enviar uma equipe de investigação para Angola para estudar os factos e as circunstâncias que cercam esta decisão e condições da minoria muçulmana no país.

A União Internacional de Académicos Muçulmanos (IUMS), também pediu que Angola retire a sua decisão, pedindo a UA para condenar esta acção sem precedentes.

As declarações foram posteriormente negadas por funcionários angolanos, incluindo Manuel Fernando, Diretor do Instituto Nacional de Assuntos Religiosos.

No entanto, David Ja, Presidente do Conselho Muçulmano de Angola, confirmou em entrevista à AFP que num total de 60 mesquitas em Angola permanecem fechadas, atualmente, bem como oito mesquitas foram desmanteladas nos últimos dois anos.

O líder muçulmano acrescentou que as mulheres muçulmanas não estão autorizadas a usar véus em público.

Ja salientou que a ação contra as instituições islâmicas foi feita de acordo com o direito angolano, e não como resultado de perseguição religiosa de forma aleatória.

Todas as pessoas que praticam a fé islâmica correm o risco de serem condenadas por "desobediência qualificada", segundo o Código Penal de Angola, acrescentou. Birmânia e Filipinas também.

A milhares de quilómetros de Angola, na África, o chefe da OCI lamentou a perseguição dos muçulmanos Rohnigya, na Birmânia.

"Temos visto um ódio sem precedentes em relação ao Islão e aos muçulmanos no estado de Arakan," disse Ihsanoglu à Al Jazeera, referindo-se a uma recente visita da OCI à Birmânia.

"Até mesmo os funcionários do Governo estão relutantes ou mesmo com medo, do uso do termo Rohingya devido à enorme pressão política extremista exercida pelos budistas que preferem o termo Bengalis para se referir à minoria muçulmana. "

Mais de 200 pessoas foram mortas e milhares de muçulmanos foram deslocados de suas casas depois de ataques na Birmânia ocidental, no ano passado.

Mais de 42 pessoas foram mortas numa nova onda de violência contra muçulmanos no centro da Birmânia, em Abril.

Monges foram acusados de incitar o ódio contra os muçulmanos pregando o chamado "movimento 969", que representa uma forma anti-islâmica radical do nacionalismo que incentiva os budistas a boicotar lojas e serviços executados pelos muçulmanos.

O Boletim Humanitário das Nações Unidas, em Setembro, informou que 180.000 pessoas em acampamentos e segregados em comunidades do Estado Rakhine precisam de assistência básica para viver — quase todos são muçulmanos e a maioria, cerca de 103 mil, são crianças.

No entanto, as agências humanitárias encontram cada vez mais obstáculos para alcançar as pessoas em necessidade.

Desde que foi relatada uma onda de ataques em dezenas de lugares na Birmânia, a violência contra os Rohingya tem afetado outros muçulmanos no país em questão.

Em Setembro, uma multidão budista causou estragos num bairro muçulmano de Thandwe Kamein, uma cidade no estado de Rakhine. Entre os mortos estava uma avó de 94 anos de idade.

Os muçulmanos em Mindanao não estão muito melhores, uma vez que eles estão debaixo de olho devido aos seus ricos recursos naturais e econômicos, concluiu Ihsanoglu.

Não é Ato Isolado

Preocupado com a violação grosseira de direitos religiosos dos Muçulmanos em Angola, a revista Islâmica Portuguesa Al Furqán, vê esta etapa como parte de um esforço mais amplo para espalhar ódio contra o Islão: as notícias mais recentes sobre o governo de Angola a dar passos no sentido de proibir o Islão como uma religião é, no mínimo, preocupante.

Enquanto o mundo inteiro está sofrendo de intolerância religiosa e povos e nações de consciência estão se movendo em direção a mais inclusão e liberdade, Angola nada na direção oposta.

Infelizmente, tal movimento não é isolado; é parte de um esforço mundial para espalhar ódio e preconceito contra o Islão e os muçulmanos. No entanto, esse ato não conseguirá impedir que as pessoas escolham qual-quer religião que desejem abraçar. Em vez disso, só irá fazer o mundo um lugar tenso para se viver e só irá criar mais conflitos e violência, como se não tivéssemos o suficiente.

Liberdade religiosa é um direito que o Nosso Criador concedeu a todos: «não há compulsão na religião...». (Alcorão, 2:256).

Todos nós devemos enfrentar, pacifica, racional e pacientemente, tais atos se queremos ter um mundo onde vale a pena viver.

Sorte na Desdita

Por outro lado, embora a atitude hostil do governo de Angola lance uma sombra obscura, triste, sobre o futuro do Islão num país Africano, poderá, eventualmente, ver se luz no fim do túnel  quem sabe se isso não será o começo de espalhar a luz do Islão no país, porque as pessoas perguntarão POR QUÊ O ISLÃO? Daí que essas pessoas poderão começar a aprender sobre e, por conseguinte, conhecer melhor a realidade a respeito do Islão.

Os muçulmanos têm sido maltratados em Angola desde há muito, esta não é a primeira vez. Por isso o meu conselho aos Muçulmanos é ser firmes e pacientes. A ajuda de Deus está sempre perto!

Assalamu Alaikum Wa ráhmatullahi Wa barakatuh:
Obrigado, boas leituras.
M. Yiossuf Adamgy

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