sexta-feira, dezembro 10, 2010

O que é ACHURA quem foi o Imam Hussain

É muito normal as pessoas não muçulmanas perguntarem qual é a diferença entre xiitaa e sunitas. Tem até um pensamento errado de utilizarem o termo xiita para expressar radicalismo. Na verdade nas duas facções islâmicas existem irmãos que pecam pelo extremismo, assim, como acontece em outros grupos religiosos não muçulmanos (católicos, protestantes, judeus, budistas etc).
Eu como um brasileiro revertido ao islam em 15.02.2002, após dois anos de estudos teológicos islâmico, não vejo os irmãos xiitas como muçulmanos separados quando se trata da essência da religião, nosso Livro Sagrado o Alcorão e o cumprimento dos 05 pilares da religião. O que temos na verdade são apenas divergências doutrinárias, como católicos e protestantes, por exemplo. No mais, somos irmãos de fé, nos damos muito bem, rezamos em comum nas mesquitas e cultivamos uma grande amizade entre nós.

Particularmente, tenho aprendido muito sobre a história islâmica com alguns irmãos xiitas, posso citar entre eles o Sheikh Al-Khazraji, responsável pelo site http://www.arresala.org.br. Aliás, um site muito informativo e que deveria ser visto e apreciado por todos os muçulmanos.

Certa vez em conversa com um irmão sunita que desaprovava minha relação amistosa com os xiitas, eu lhe fiz a seguinte pergunta. Quantos muçulmanos existem hoje no mundo? Ele respondeu, cerca de 1 bilhão e quatrocentos milhões. Eu disse e os xiitas estão inclusos nesse número? Ele respondeu claro que sim, eles também são muçulmanos. E nossa conversa terminou ali e não falamos mais sobre o assunto.

Eu rogo a Allah SW que proteja todos os muçulmanos e não muçulmanos de todo o mundo, que nossos líderes de ambas as facções islâmicas sejam lembrados e que suas práticas que produziram coisas positivas para o Islam sejam lembradas e aplicadas. E que nossos irmãos xiitas tenham uma ACHURA abençoada e cheia de ações que agradem aos olhos de Allah SW e dos homens e mulheres de boa vontade e voltados para o bem comum. Faremos um breve relato sobre o martírio do Imam Al-Hussain utilizando um texto do site http://www.arresala.org.br/, escrito pelo Hajj Hassan Garib.

Quem foi Imam al-Hussein (A.S.)?

Ele foi o terceiro Imam da linhagem do profeta. Muitos versículos do Alcorão Sagrado referem-se ao Imam, além de vários colóquios nobres do profeta Mohammad (S.A.A.S). Seu pai foi Ali ibn Abi Taleb (A.S.) o primeiro a defender o Islam. Seu avô paterno foi Abu Taleb, o Sheikh dos nobres de Meca e o grande defensor do profeta (S.A.A.S). A sua mãe foi a senhora de todas as mulheres do mundo, Fátima Azzahra (A.S.), a filha do profeta de Deus. Seu avô materno foi o último profeta de Deus, Mohammad ibn Abdilláh (S.A.A.S). Essa é a descendência de Hussein (A.S.).Qual outro ser humano na face da Terra, além de seu irmão Hassan (A.S.), reuniu todas essas qualidades?

A isso tem-se mencionado nos seguintes versículos:
E os designamos líderes, para que guiassem os demais, segundo os nossos desígnios, e lhes inspiramos a prática do bem, a observância da oração, o pagamento do Zakat, e foram Nossos adoradores.” (surata Al-Anbiyá vers.73,cap.21)
“… porque Deus só deseja afastar de vós a abominação, membros da Casa, bem como purificar-vos integralmente.” (surata Al-Ahzab-vers.33,cap.33)

Ele é o quinto dos membros da Casa mencionado no versículo acima. E ele é uma das fontes recomendadas pelo profeta de Deus que disse o seguinte: “ Deixo com vocês duas fontes: o Alcorão Sagrado e os membros da minha família .” (Ahlul Bait). Expõe-se aí um pouco do muito de suas virtudes.

O que é ACHURA?

Achura, na História, é o décimo dia do mês de MOHARRAM - primeiro mês do calendário lunar árabe.

Antes do Islam, os árabes consideravam quatro meses sagrados durante o ano, aos quais eram proibidos a guerra e aconcelhado o respeito mútuo entre as pessoas. Esses meses sagrados eram: Rajab, Zul Queeda, Zul Hijja e Moharram. Moharram foi mantido sagrado até a vinda dos Omíadas. Eles eram filhos do Omaiia (filho adotivo de Abd Al-Chams) representados por Abu Sufian e Mu’awia que se converteram somente após a reabertura de Meca; governaram desde 41 Hijra/664 d.C. até 60 de Hijra/683 d.C.

No ano 60 da Hijra Mu’awia faleceu, deixando o poder na posse de seu filho Yazid. Yazid era tirano, arrogante, consumia bebidas alcoólicas, assassinava inocentes, enfim não merecia a responsabilidade de conduzir a nação Islâmica. Ao ocupar o cargo, Yazid escreveu ao governador da cidade de Medina, afim de notificar ao Imam Hussein (A.S.) a sua ordem de obedecê-lo, e se caso o Imam contestasse deveria ser executado, mesmo que ele estivesse pendurado no cortinado da Kaaba, apesar dela simbolizar a casa sagrada de Deus, sendo proibido a agressão e o derramamento de sangue naquele local. O Imam Hussein (A.S.) recusou acatar às ordens de Yazid dizendo: “ Um homem como eu nem se quer negocia com outro como ele ” e com essas palavras Imam Hussein (A.S.) revelou o início da luta.

O Imam Hussein, juntamente com sua família e seus companheiros, totalizando 72 pessoas, rumaram ao Iraque, mas o exército de Yazid não permitiu que eles chegassem até seus amigos em Kufa, pois lá eles obteriam apoio. Sendo assim, por não conseguirem chegar ao destino planejado, foram forçados a seguir para Karbalá. Um exército de 70 mil soldados estavam por esperá-los.

Ele teria que aceitar o governante Yazid, caso contrário a morte o esperava. A proposta de aceitação foi recusada e neste dia, 10 de Moharram, o exército de Yazid travou a batalha mais sangrenta registrada na história, na qual derramou-se o sangue mais sagrado, foi retirada a vida do ser humano mais nobre entre todas as criaturas, Iimam Hussein ibn Ali ibn Abi Taleb (A.S.), além de seus familiares, seus companheiros inclusive crianças. Esse mês, considerado sagrado, tornou-se um mês de muito luto e tristeza, portanto é relembrado em homenagem aos heróis.

Por que relembramos ACHURA?

Por que a família do profeta nos exorta à lembrar Achura em todos os locais e em todas as gerações? Por que associamos Achura com o Imam Hussein (A.S.)?

A família do profeta nos ensinou que relembrar Achura significa dizer não à tirania, à injustica, à repressão e a todos àqueles que oprimem os povos, inimigos de Deus e quem se desvia de suas leis.

E esse é o caminho a ser trilhado por todos os devotos. Quando reconhecermos a verdadeira fonte do islam e dirigirmo-nos a ela, uma grande força surgirá, esta que moverá gerações de qualquer época ou ideologia e de uma certa forma permanecerá nas mentes a descendência do profeta de Deus (S.A.A.S).

Ao recordarmos o derramamento de sangue, lembramos o verdadeiro significado do Islã, representado pela renúncia à própria vida, afim de que a mensagem de Deus permanecesse intacta. Trazemos à memoria todos os mártires, entre homens e mulheres, bebês, crianças e anciões. Sangue derramado por quem, nada mais, nada menos, faz parte de Casa profética.

Permanecendo em nossos corações essa mensagem, valorizamos o quanto é preciso lutar para que não sejamos pisoteados, nem que para isso o preço seja a morte.

Relembrarmos Achura não significa apenas luto, tristeza e choro, essa faz-se sempre quando não nos resignamos à opressão, quando não abaixamos a cabeça à tirania e não nos unimos à altivez. Erguemos as vozes a declamar, sob os pés de Karbalá, gritos (semelhantes ao de Imam Hussein) que estão famintos por liberdade e igualdade. Por esses motivos recordamos Achura todos os anos sendo visitado pelos Muçulmanos

A História de ACHURA

Vamos dividir a lembrança de Achura em dois tempos: Primeiro desde o nascimento do Santo Imam Hussein na era que antecede a revolução que houve em Karbalá.

Segundo desde sua saída de Meca rumo a Karbalá. Nasceu em Medina, no 4° ano da Hégira calendário Islâmico, filho de Ali ibn Abu Taleb genro do Profeta Mohammad, sua mãe Fátima Al-zahra. Ao nascer, sua mãe Fátima levou-o até o profeta Mohammad onde recebeu o nome de Imam Hussein, e orou em seu ouvido direito e esquerdo a chamada da oração (Azan).

Imam Hussein viveu pouco tempo de sua infância com o profeta Mohammad, sendo criado assim na casa de seu pai Ali e adquirido todas as bases e fundamentos da doutrina Islâmica. Lá ele sempre mostrou junto ao seu irmão Imam Hassan, lealdade como também junto a sua comunidade; e os dois eram dignos de serem perfeitos dirigentes, quando, de forma indireta, sutilmente mostravam e ensinavam aos mais velhos, lições simples e lógicas de serem aceitas conforme as leis Alcorânicas.

Imam Hussein, viveu à época do falecimento tanto de seu avô, como mãe e pai. Quando o governo Islâmico é direcionado ao Imam Hassan, seu irmão mais velho, este assume o comando. Imam Hussein, respeitosamente, obedece a qualquer ordem a ele direcionando, dando assim um exemplo de vontade divina tanto na parte religiosa, quanto na parte administrativa e moral, terrena. Acordos que houve na época de seu irmão, com os intrusos chefiados por Mu’awia, foram aceitos pelo Imam Hussein, que não interveio pelo fato de não ser o Imam da época. Imam Hassan vem a falecer envenenado, e quem assume o poder é Imam Hussein.

Aqui começa a segunda etapa de nossa história, claro, que é um resumo dos resumos.

Hussein, o amado neto do profeta, nessa etapa, foi brutalmente assassinado, pelas forcas armadas de Yazid na Planície de Karbalá. Yazid, filho de Mu’awia, que se apropriou do posto de Califa de forma injusta, bruta representava a tirania e opressão de um governante hipócrita e desgraçado, como foi. Yazid queria que Hussein reconhecesse seu governo e se submetesse as ordens desse novo Califa. Logo Imam Hussein mostrou sua posição de que não aceitava de maneira alguma esse governo hipócrita, não lhe dando atenção e ensinando e mostrando ao povo que ele, o Imam Hussein, era sim o Imam da época, designado por Deus e firmado pelo seu avó, o profeta Mohammad na presença de todas as tribos da época. Dizia o profeta que: “ Imam Hassan e Imam Hussein eram os guias verdadeiros, onde estivessem sentados ou em pé isto é, estando ou não no cargo seriam os Imames de fato.” E a não aceitação do reconhecimento de Yazid pôr
parte de Hussein foi a salvação do Islã até os dias de hoje, de maneira que prevaleceram assim as doutrinas celestiais, apesar do massacre realizado pelo exercito de Yazid, sobre o qual mais adiante iremos contar a histôria isto é, narrar sobre o dia do massacre : ACHURA

Hussein sente-se apoiado por vários partes do mundo Islâmico que o conheciam dando-lhe cartas de apoio, e então se retirou por pouco tempo, em Meca, no templo de Kaaba, para fazer suas meditações e estar salvando as pessoas da matança, pelo fato de Kaaba ser considerada a cidade segura.

Mas para Yazid terrível ser humano, não existe cidade segura, nem o lícito ilícito e vice-versa, mandou alguns mercenários a fim de matar o Imam Hussein, dentro da cidade sagrada e segura.

Imam Hussein prepara sua tropa para enfrentar o inimigo convida os muçulmanos para a defesa do Islã guerreando contra o tirano Yazid. No começo, havia muitas pessoas mas até chegarem na cidade de Karbalá, só restaram uma parte de sua família e discípulos do Imam Hussein, que ao montar sua posição junto ao seu exército, tentou ainda colocar para o inimigo que a guerra não precisaria caso eles voltassem a aceitar o que seu avô o profeta Mohammad, os ordenara e ensinara, mas infelizmente, parecia que se falava com pedras exceto alguns como HUR. Imam Hussein então reservou a décima noite de Moharram para sua família e seus descípulos para lhe dar os últimos conselhos, e dizer lhe que os inimigos queriam só à ele e que quem quisesse voltar para casa, estaria livre desde já, que não seria obrigado a estar junto dele nessa ardorosa batalha. Mas o exercito de Hussein respondeu-lhe que ficaria até o último segundo. E Hussein, naquela noite, pôs-se a recitar o Alcorão sagrado que era sua alegria e fome. No dia seguinte Hussein escuta do outro lado do campo de batalha, hei?? Hussein estás com medo escondendo-te atrás de sua família. Era uma forma de provocação, Hussein começa a preparar seu exército que contava junto com sua família, 72 membros. Zeinab Al-Haura fica ao lado de Hussein o tempo inteiro, como forma de apoio e coragem a seu querido irmão. Hussein começa a mandar seus membros ao campo de batalha, inclusive seu filho Ali Akbar, assistindo ao massacre bruto por parte do exército inimigo que contava com milhares e milhares de soldados, assassinando assim o exército de Imam Hussein, de forma injusta, Hussein e seu exército viam que aquilo era a salvação da doutrina Islâmica, e não voltaram atrás, sequer um passo. Infelizmente, materialmente, Hussein ia cada vez mais perdendo seus membros um atrás do outro e ele olhava para seu exército e o via menor. Mais a força da fé e coragem era mais forte de qualquer fator externo, dando assim continuidade a todos os passos da estratégia de guerra contra o inimigo. Chega a vez do seu irmão mais novo Abu Fadel Al-Abbas denominado Abbas, entrar em ação, mas antes de partir Sukaina, filha do Imam Hussein, pede que ele lhe traga um pouco de água, pois sua família não aguentava mais. Abbas saiu com duas missões: a primeira de guerrear o inimigo e ao mesmo tempo trazer água para a família, carregando a bandeira do seu exército, Abbas chega ao campo de batalha, começa, o confronto com o inimigo durante o confronto leva rapidamente uma espadada em seu braço, separando de seu corpo, mais ele não desistia e continuava a enfrentar o inimigo quando Abbas leva mais uma espadada, só que agora cortando, seu segundo braço, deixando cair por total o pote de água que trazia para a família, Hussein, fica muito preocupado com o fato, e Abbas recebeu de Harmalah uma flechada em seu olho, ensanguentando-o e deixando-o sem que pudesse enxergar claramente, Abbas não desiste quando derepente sem mais leva uma pancada em sua cabeça deixando o cair de vez e grita em voz alta para que chegasse a Hussein.

Irmão Hussein, Saudação a ti, oh!… querido.

Imam Hussein ao escutar sai fervosamente correndo em direção a Abbas, e ao chegar perto de seu irmão fica totalmente triste ao ver a drástica cena, seu corpo quase que totalmente destruído por flechadas e pancadas de ferro.

Abbas diz: sem saber quem ali estava. Oh pôr aqueles que você adora espere chegar meu irmão que quero vê-lo pela última vez, Hussein diz: sou eu querido e amado irmão -: É você, Hussein?

-: Sim, sou eu Abbas.

-: Hussein, quando sai da tenda para o campo de batalha prometi a Sukaina, minha sobrinha, que lhe traria água, mas não consegui e estou envergonhado.

E Abbas, agonizando, dá seu último adeus ao Imam Hussein.

O Imam Hussein olha para Abbas e diz: “ Agora quebraste minha coluna, oh Irmão ” Hussein volta para a tenda e Zeinab diz: “ Irmão Hussein, Abbas trouxe-nos água?

-: Não Zeinab, Abbas também foi morto cruelmente.

Hussein vê que a família realmente está cansada e com muita sede, pega seu filho de alguns meses a pedido da sua esposa e de fora da tenda, levanta-o e diz.

-: Oh! … seres se a culpa é dos grandes, que culpa têm os pequenos?… Ao dizer isso, o exército do inimigo se dividiu, uns dando-lhe a razão e outros não, Ao ver esse fato, o líder do exército do inimigo chamado de Omar ibn Saad, rapidamente chamou um especialista em flechas a longa distancia e ordenou que matasse a criança. Em alguns minutos se via uma flecha cortando o pescoço do querido filho de Hussein.

Hussein ao ver mais uma vez esta cruel cena, voltou a tenda triste e entregou o filho a sua esposa Rabab dizendo: aqui esta seu filho assassinado. Hussein então olhou ao seu redor e viu que o único homem de sua família era ele, o mesmo Zeinab percebeu, Hussein diz a Zeinab: Prepare meu cavalo …

Zeinab foi a busca do cavalo de Hussein, obedecendo a seu irmão e entrega-o. Caindo em si Zeinab diz: “ Mas como meu coração é tão duro assim, qual irmã que traz um cavalo da morte para seu irmão?”

Hussein prepara os detalhes para sua última batalha sabendo que iria morrer, mas não voltou atrás manteve a posição, como, lição a todos nós para todas épocas em que vivemos não importa se nosso inimigo tem uma imensa força o que importa é a nossa fé que temos em Deus, trazendo-nos assim um grande exemplo que hoje temos no sul do Líbano e em outros lugares, que é um fato real que devemos sempre ter em mente que ACHURA e o dia do massacre do Imam Hussein não só foi para aquele tempo e sim para todos os tempos e que todos os dias são dias de ACHURA e todos as terras são de Karbalá. ACHURA é o modo de como o ser humano pode preservar sua vida com dignidade e sem desprezo por quem quer que seja. Devemos muito a Hussein pelo fato de no dia Karbalá doar tudo que tinha em prol ao Islã e aos oprimidos da terra.

E Hussein estaria satisfeito hoje com seus seguidores caso cada um de nós preservássemos o Islã. Não é só chorando por Hussein que iremos vencer todas as batalhas a nos destinadas, como defesa de nossa doutrina.

Hussein monta em seu cavalo após despedir da sua família quando escuta uma voz pôr de trás: Papai, Papai, oh!Papai

Hussein olha e diz: filha não machuque meu coração mais do que esta machucado.

Papai desce do cavalo por favor.

Hussein escuta, desce , e diz : “ que queres filha?”.

Sukaina filha de Hussein diz:“Papai, sei que daqui a pouco não o terei mais e gostaria que me fizesse um pouco de carinho, como o senhor fazia para os órfãos da cidade, e hoje serei igual a um deles.”

E Hussein faz o seu último carinho passando a mão em sua pequena e querida filha. Após o carinho, monta em seu cavalo e parte, quando mais uma vez escuta uma voz por de trás.

Hussein partiu dizendo: “Oh !..seres sou Hussein, filho de Ali, adoro a só um Deus e Mohammad é meu profeta e mensageiro divino. Quem quiser se salvar que venha até mim.” Hussein fez isto para lhes dar a última chance antes de morrer, mas ninguém o dava atenção. Até que Hussein começou a enfrentar o inimigo, corajosamente e Zeinab, do outro lado, preservando o herdeiro que queria lutar contra inimigo do pai, o Imam Zein Al-Abedin. Chegou um soldado de nome Harmala e, lançou uma flecha que atingiu seu sagrado coração, em cheio fazendo Imam Hussein cair de seu cavalo perto de uma árvore. O cavalo que era um ser irracional, mexendo sem parar suas patas, dava sinal de estimular Imam Hussein mas; irmãos, parecia ter chegado a hora de nosso querido Imam Hussein que já não tinha mais forças para prosseguir a batalha. Seu corpo estava enxaguado de sangue e , muito flechado, Imam Hussein olha para cima quando vê o inimigo desgraçado Chemer ibn Zil Jauchan cortar seu abençoado pescoço por total separando sua pura cabeça de seu corpo. O cavalo de Imam Hussein volta a tenda como se fosse um informante e Zeinab pára, ao ver a cena do cavalo sem Imam Hussein pergunta-lhe: Onde deixaste meu irmão? Já percebendo que seu irmão não fazia mais parte desta vida terrena, e que partira.

Acabou Zeinab, tudo se foi volte sozinha sem seu irmão.

Mas Zeinab continuou a proteger seu sobrinho, Imam Zein Al-Abedin. Os que ficaram foram levados como prisioneiros até o palácio de Yazid em Cham na Síria. E Zeinab lá lhes deu uma bela lição de vida pôr todos os fatos ocorridos dizendo que : “ Se Deus assim quis, pois que seja.” Tendo em seu discurso, postura de Ahl Al-Bait. Adquirida de seu pai Ali ibn Abu Taleb.

Irmãos, enquanto houver inimigos de nossa doutrina não poderemos viver em paz, e a força vem de dentro de cada um de nós, precisamos estar com os olhos abertos para todos os fatos que ocorrem diariamente, desde o trabalho de cada um, sua família, sua comunidade, sua doutrina, Imam Hussein poderia muito bem aceitar o posto de Yazid e deixar as coisas passarem em vão, mas não quis, pôs-se a frente de seu exército e disse ou a doutrina de Deus ou a sua morte.

Que a paz esteja com o Profeta Muhammad, o Iman Ali Abu Talib, o Imam Hussein, com Ali ibn Al-Hussein, e com os filhos de Al-Hussein e com os companheiros de Al-Hussein e todos os seu seguidores até o Juizo Final Inshallah!

quarta-feira, dezembro 08, 2010

O Dia de Arafah - Um dos Rituais do Hajj (Perigrinação)

Em nome de Allah o Clemente e Misericordioso


Outro dia um irmão não muçulmano me perguntou o que era o dia de Arafah. Tenho certeza que também existem muitos irmãos muslim querendo saber essa resposta. Pois bem, o Dia de Arafah trata-se da 5ª parte relativa ao Haj (Peregrinação à Makkah 5º pilar da Religião Islâmica).

Os elementos principais da peregrinação:

• AL IHRAM

É a intenção de cumprir a peregrinação. A partir do momento em que o peregrino se propõe a iniciar os rituais da peregrinação, ele veste duas peças de tecido, de preferência branco, eliminando, dessa forma, as diferenças de cultura e de classes entre as pessoas, ficando todos iguais perante Deus.

• AL TAWAF

Consiste em dar sete voltas em torno da Kaaba, repetindo, com isso, o que foi feito pelo profeta Abraão (AS) e seu filho Ismael (AS). É também como se fosse uma réplica, aqui na terra, do que os anjos fazem constantemente no céu, circundando o Trono de Deus, orando e adorando-O.

• AL SAI

Consiste em percorrer a distância entre os montes de Al Safa e Al Marua, sete vezes, repetindo com isso o que foi feito pela esposa do profeta Abraão (AS), Agar, quando procurava água para o seu filho Ismael (AS) .

• JAMRAT

Que consiste em repetir o mesmo ato feito pelo profeta Abraão (AS), quando estava indo cumprir a ordem de Deus de sacrificar o seu filho Ismael (AS). (Atirar pedras no Shaitan).

• A PARADA EM ARAFAT

O dia de Arafah é 9º dia do mês de Dhul-Hijja. Arafah está localizado cerca de 9 quilômetros de Miná, onde se encontra um pequeno monte conhecido por (“Jabalar-Rahmah – A montanha da misericórdia”), onde o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) proferiu a sua última mensagem para a humanidade.

Abdurrahman Bin Yamur Ad-Dail (Radiyalahu an-hu – Que Deus esteja satisfeito com ele), disse que ouviu do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) dizer: “O Haj é Arafah, O Haj é Arafaf”. Relato de Baihaque. Ainda referindo-se ao Profeta (SAAS):” O melhor dia é o dia de Arafah”.

Segundo o Relato de Musslim, o melhor dia para Allah Subhana Wataala, é o dia de Arafah. É o dia em que Deus, o Misericordioso, livra uma grande parte das criaturas do inferno.

Nesse dia, os muçulmanos que se encontram no cumprimento do Haj, ouvem falar línguas que nunca tinham ouvido falar, porque o Isslam é uma religião universal. Vemos irmãos e irmãs da mesma fé, de todas as cores e nacionalidades, trajando o mesmo tipo de vestuário (os homens embrulhados em panos brancos) e todos movidos pela mesma causa que é de obter o perdão de Deus, nosso Criador e Sustentador. Faz-nos pensar o dia da Ressurreição, em que todos serão levantados das sepulturas e reunidos para a derradeira prestação de contas.

Nesse dia em Arafah, o Haji (peregrino) deverá estar o mais tempo possível de pé, com as mãos levantadas fazendo duás (preces), com muita humildade e sinceridade, pedindo a Deus que lhe perdoe e que o encaminhe para o caminho daqueles que ganharam a Sua satisfação. Deve também aproveitar o tempo fazendo o Zikre (recordando e louvando a Deus) e lendo o Alcorão. Os muçulmanos que não foram fazer a peregrinação, devem também incrementar as suas referidas ações religiosas e fazer orações facultativas.

Depois do pôr do sol, os Hajis (peregrinos) deixam Arafah e seguem para Muzdalifa, situada a cerca de 5 Kms a leste de Arafaf , a fim de passarem a noite. Deus, nosso Senhor e Guia, refere no Alcorão: “Quando regressardes de Arafah invoque Deus junto do Macharil Haram (em Muzdalifa). Recordai-vos Dele de forma como Ele vos orientou.” Cap. 2 Vers. 198.

Os Muçulmanos têm dois dias festivos. O Idul Fitre, depois de terminado o mês de Ramadan e o Idul Adhá, no dia 10 de Dhul Hiija, em comemoração do final do período de Haj, em que todos os que não participaram nos rituais do Haj, celebram o dia, fazendo a oração e o Curbani (sacrifício). Abu Huraira (Radyiallahu an-hu) narra que o Profeta (Sallalahu Aleihi Wassalam) disse: “Quem tem capacidade financeira para fazer o curbani (sacrifício), mesmo assim não o faz, esse que fique longe e não se aproxime do nosso idegáh (local da oração de Ide).

Nas noites anteriores aos dias de Ide, devem ser aproveitadas para fazermos o máximo de ibádates possíveis (adoração a Deus), pois Abu Umamah (Radiyallahu anhu) referiu que o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Quem permanecer de pé nas duas noites que antecedem aos dias de Ide, na esperança de obter recompensa, o seu coração não morrerá no dia em que todos os corações estarão mortos.

Deve ser recitado o Takbir, após cada oração farz, começando no dia 9 de Dhul-Hajja, na hora de Al Fajr, até ao dia 13 do mesmo mês, depois da oração de Assr.

ALLAHU AKBAR, ALLAHU AKBAR; LÁILAHA IL-LALLÁHU-WALLÁHU AKBAR. ALLÁHU AKBAR WALIL-LÁHIL-HAMD. (Deus é o Maior. Deus é o Maior. Não há outra divindade exceto Deus. Deus é o Maior, Deus é o Maior e todos os louvores pertencem só a Deus).

Se tiver saúde e oportunidade, jejue no dia de Arafah. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) referiu; “o jejum feito no dia de Arafat com o objetivo de obter recompensa de Deus, expia os pecados praticados no ano transato e posterior”. Relato de Muslim.

Dar prendas no dia de Ide, aumenta ainda mais as nossas amizades. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Ofereçam prendas uns aos outros, porque a prenda remove o rancor do peito”. – Relato de Tirmizi.

Aicha (R.T.A.) disse que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) aceitava prendas e em troca também dava prendas. - Relato de Al-Bukhari.

As prendas não devem ser dadas só nos dias de Ide, mas sim em várias ocasiões especiais. Há quanto tempo que não dá uma prenda à sua mulher/marido? Seu pai/filho? Seu amigo?

Nos dias de Ide, devemos dar prendas, em especial às nossas crianças, de modo que não fiquem constrangidas ao verem as outras crianças a receberem prendas na altura do natal. Assim compreenderão os motivos porque temos prendas nos nossos dias de festa. A orientação de dar prendas surgiu há mais de 1.400 anos. No entanto, deveremos ter em conta, a utilidade das prendas a oferecer.

Façam o favor de passar o dia de Ide na companhia da família e dos amigos. Visitem as sepulturas dos vossos falecidos, eles estão sempre à espera das vossas preces.

Um dia de Arafah com muitos benefícios espirituais e votos de um Eidul-Adhá muito feliz e que Deus nos abençoe.

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu

Fonte: Abdul.manga@gmail.com

terça-feira, dezembro 07, 2010

A Influência Psicológica da Recitação da Surata al Fátiha

Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso
Louvado seja Deus. Louvamo-Lo, Glorificado e Exaltado seja, como deve ser devidamente louvado pela Sua Magnificência e Autoridade. Ele criou o ser humano na melhor forma, concedendo-lhe as dádivas ocultas e manifestas. Se contarem as mercês de Deus não poderão enumerá-las. Certamente, o ser humano é incrédulo, tirano. Que Deus abençoe e dê paz ao Profeta Mohammad, a melhor das criaturas e o Mensageiro escolhido de Deus, aos seus familiares e aos seus companheiros. Amém.
Caros irmãos muçulmanos, queridos do Rassulullah (S):

Continuamos abordando o nosso tema a respeito dos benefícios da Surata al Fátiha, a mais importante Surata do Alcorão. O Mensageiro de Deus (S) nos informou a respeito da importância desta surata: “Não foi revelado na Tora, no Evangelho, nos Salmos nem no Discernimento algo semelhante a ela. Ela é composta de sete reiterados versículos e revelada no Alcorão que me foi revelado.” (Bukhári e Musslim)

Ela significa a orientação para o verdadeiro caminho.

Citamos na sexta-feira passada a seguinte tradição do Mensageiro de Deus (S): “Cada letra que você recitar dela as luzes lhe serão concedidas.” O significado desta tradição é que quando você diz: “Guia-nos à senda reta”, quer dizer que Deus irá orientá-lo ao caminho certo na sua vida, no seu trabalho, guiando-o a tomar uma atitude correta em todos os assuntos de sua vida. A orientação não se restringe às questões religiosas, mas a todos os tipos de orientação. Se você quiser praticar um trabalho, irá ver que toma a providência correta e que Deus irá ajudá-lo nisso. Se estiver sujeito a uma situação difícil ou problema irá verificar que Deus o conduzirá para a solução correta.

Quando você lê esta importante surata dezessete vezes, com conscientização, estará enviando uma mensagem positiva ao seu subconsciente a cada dia dezessete vezes. O seu benefício é que o louvor só pode ser feito a Deus, Exaltado seja, porque é o Senhor deste universo, Senhor de todos os seres humanos. Ele está acima de suas preocupações e problemas. É o Clemente, o Misericordioso de cuja misericórdia necessitamos.

Ao recitar o seguinte versículo: “O Clemente, o Misericordioso”, vai sentir uma força estranha, porque o Clemente, Glorificado e Exaltado seja, está consigo. Você sentirá a sua proximidade d’Ele. Que Ele estará consigo nos momentos mais difíceis. Isso irá lhe proporcionar forte sentimento de tranqüilidade psicológica, removendo as aflições, não importa o seu tipo ou volume.

Ao dizer: “Soberano no Dia do Juízo”, você transmite uma mensagem ao seu subconsciente que irá reagir com ela por vários dias. O benefício dessa mensagem é que devo me conscientizar que todos nós iremos comparecer, no Dia da ressurreição, o Dia do Juízo, ou o dia em que Deus irá pagar a cada um pelo que auferiu, sendo o Soberano desse dia. Ele irá julgar as pessoas. Por isso, não devo me preocupar, uma vez que Deus irá me recompensar e julgar a cada um pelos seus erros e não será injusto com ninguém.

Quando você diz: “Só a Ti adoramos e só de Ti imploramos ajuda”, está transmitindo ao seu subconsciente os benefícios de que a adoração só pode ser a Deus, que a ajuda só pode ser de Deus. Na repetição dessa mensagem positiva, você alimenta a sua mente com uma importante conscientização, de que Deus está consigo. Isso lhe concederá um sentimento de força. Você pede ajuda a Ele para suprir as suas necessidades e O consulta em todas as situações que está enfrentando, confia n’Ele na solução de seus problemas e aflições. Há um sentimento mais belo do que este?

Os cientistas dos programas de linguagem psicológica dizem que a mais importante coisa par se obter o sucesso é sentir-se efetivamente uma pessoa bem-sucedida, forte, e desenvolver esse sentimento em seu interior até se tornar uma parte de você

Irmão muçulmano: A recitação do Alcorão atinge esse objetivo. A ponderação nos versículos do Alcorão fortalece a sensação de sucesso neste mundo e no Outro, fortalece a sua sensibilidade de que Deus, o Altíssimo, está consigo a todo instante e não o larga nunca.

Para continuarmos com Deus

Caro irmão muçulmano, você já pensou em continuar ligado a Deus; continuar a conversar com o Fabuloso Criador, que, mesmo deixando todas as pessoas, continue com a sua relação com Ele Forte, intocável?

Uma pessoa me disse que devo fortalecer a minha relação com algumas pessoas importantes na sociedade para poder obter dinheiro ou fama. Disse-lhes: “Quem vai fortalecer minha relação com Deus, o Altíssimo?”

Por isso, sempre tive o cuidado de que a minha relação com Deus seja forte, primeiro, então voltar-me para as pessoas. Porém, infelizmente, há inversão de valores hoje em dia. Encontramos muitas pessoas se apressam em fortalecer suas relações com pessoa débeis como elas, não conseguem beneficiar ou prejudicar ninguém, esquecendo-se do Criador dos Céus e da Terra, Bendito e Exaltado seja.

Por isso, caros muçulmanos, a recitação da Surata Al Fátiha com ponderação e atenção é um tipo de relação com a posição desta surata. É um tipo de sentimento de força, porque Deus estará conosco, fala conosco e nos elogia. Imagine que Deus, Exaltado seja, toda vez que você recita a Surata al Fátiha, menciona você aos Seus anjos. Que você acha desse sentimento?

Finalmente, caros irmãos, não deixem de recitar a Surata al Fátiha todos os dias. Vocês não irão perder qualquer tempo, mas Deus, Exaltado seja, irá abençoar o seu tempo e irá os livrar de muitas doenças, perdas, problemas e aflições. O caminho da felicidade é certamente o Alcorão Sagrado.

Invoquem paz e bênção ao nosso amado Profeta, Mohammad, aos seus familiares, e a todos seus companheiros, até o Dia do Juízo Final e que o Senhor do Universo tenha misericórdia de nós.

Fonte: Sheikh.Khaled Taky El Din - khaleddin@hotmail.com

segunda-feira, novembro 29, 2010

Fé em ALLAH e a Força do Muçulmano‏

Em Nome de Deus O Misericordioso O Misericordiador


Louvor a ALLAH, O Senhor dos Mundos. A Ele agradecemos e a Ele nos voltamos arrependidos. Testemunhamos que não há Deus a não ser ALLAH, Único e sem associado.

Diz ALLAH na surat Az zumar:“ 39. Ó povo meu, agi a vosso gosto! Eu também farei (o mesmo)! Logo sabereis, 40.A quem açoitará um castigo que o aviltará, fazendo com que tenha um tormento permanente. ”

E testemunhamos que Mohammad, que a paz e benção de Deus esteja com ele, é Seu servo e mensageiro. Cumpriu sua missão e passou a diante a sua mensagem e deu as melhores recomendações para sua nação deixando-a no caminho reto. E que a paz esteja com seus familiares, com seus companheiros e com todos aqueles que seguem os seus passos até O Dia do Juízo Final.

Disse O Mensageiro de Deus (s): “Quem quiser ser o mais forte, então, que se encomende a ALLAH”.

A demais, ó muçulmanos e queridos do Profeta Mohammad (s)!
Quando a crença se estabelece com firmeza no coração do muçulmano surge com ela uma fonte inesgotável de perseverança. E surge também uma capacidade de suportar e enfrentar as dificuldades do dia a dia. Esta é a natureza da Fé; uma vez estabelecida no coração do muçulmano tornar-se-á em força que se reflete em todos os seus atos e suas decisões. Portanto, ao falar o muçulmano é confiante e ao executar um trabalho o muçulmano é muito eficiente; e sua eficiência se reflete em todas suas decisões e ações.

O versículo citado no inicio do sermão é uma afirmativo com um toque de desafio; “ Ó povo meu, agi a vosso gosto! Eu também farei (o mesmo)! Logo sabereis, a quem açoitará um castigo que o aviltará, fazendo com que tenha um tormento permanente.”

E esta afirmativa transforma o crente em um homem de princípios diferenciados capacitando-o a conviver com as pessoas e capacitando-o a suportar as adversidades de sua sociedade. O muçulmano se relaciona com as pessoas; aproxima dos que praticam o bem e se afasta dos que praticam qualquer ato que fere os princípios do Islam.

O Profeta Mohammad (SAAWS) disse: Não seja um indivíduo sem opinião dizendo eu estou com as pessoas caso pratiquem o bem ou o mal. Resguardem vossas almas dizendo: eu estou com as pessoas se praticarem o bem; caso contrario, afasto-me delas e de suas má ações.

Em contra partida, o indivíduo fraco é levado ou arrastado pelos costumes e tradições não islâmicas ficando disperso na vida de prazeres e de aparências que o cerca. A fraqueza desta pessoa esta refletida na sua conduta, na sua vida e suas ações, tudo isto porque abandonou ou desconhece os princípios do Islam.

Caros irmãos; o muçulmano forte tem confiança inabalável no seu Criador. E sua fé o transforma em um servo temente. E assim não descumpre e nem abandona os princípios do Islam.

Caso contrario o Islam jamais adentraria continentes diferentes como a África a Ásia e a América, cada um com sua cultura e costumes diferentes.

Os muçulmanos pioneiros que chegaram a estes continentes eram confiantes e tinham princípios sólidos, e por este motivo influenciaram a sociedade em que viviam e não foram influenciados pelo seu povo.

O Profeta Mohammad (SAAWS) disse num de seus relatos: Aquele que descumprir os mandamentos de ALLAH para agradar as pessoas terá como recompensa a ira de ALLAH e das pessoas que tentou agradar; e quem despertar a ira das pessoas para cumprir os mandamentos de ALLAH terá como recompensa a benção de ALLAH e até mesmo as pessoas que ele contrariou, pois as suas ações e seus dizeres serão ornamentos aos seus olhos.

Caros irmãos e queridos do Profeta Mohammad (s) é de extrema importância alimentar nossas almas com a fé e praticar as nossas obrigações religiosas. È provável encontrar quem se oponha mas mesmo assim não se abale e não se deixe levar pelos hábitos e costumes.

ALLAH O Altíssimo quer o bem e a salvação para a toda a humanidade sempre e em todas as questões. Porém a sua salvação depende de seguir O Sistema Islâmico de vida (MANHAJ AL ISLAM).

Ibin Abbas (RAA) narrou que um dia se encontrava atrás do Profeta (SAAS), quando este se virou e lhe disse: “Ó jovem, ensinar-te-eis algumas palavras: Recorda a Deus e Ele te guardará. Recorda a Deus, e O encontrarás sempre junto a ti. Se implorares por algo, implora a Deus. E se necessitares de ajuda, recorre a Deus.

E tem certeza de que ainda que se reúna todo o povo para beneficiar-te em algo, não o farão, a não ser aquilo que Deus houver disposto para ti. E se, se reunirem para prejudicar-te em algo, não o farão, a não ser naquilo que Deus houver determinado sobre ti. Assim, as penas (das canetas) ficam retiradas, e as folhas (dos livros do destino) secas”.

Diz ALLAH em Seu Nobre Livro: “Dize: ‘Tomarei eu por protetor que ALLAH, O Criador dos céus e da terra, enquanto ele é Quem alimenta e não é alimentado? ’ Dize: ‘Por certo, foi-me ordenado ser o primeiro dos que se islamizam! ’ E não sejas de modo algum dos idólatras.”

Que ALLAH tenha piedade e misericórdia de todos nos no dia do juízo final, no dia em que o dinheiro a ascendência e a descendência familiar não terão valor algum.

 ASSalamu Alaikum Ua Ramatul LLAHI Ua Baraketuhu

“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

segunda-feira, outubro 25, 2010

• O Casamento do Profeta (S) com Aicha (R) Para os Intelectuais, os Teólogos e os Equitativos‏

Em verdade, que Allah seja louvado. Nós O exaltamos, imploramos Sua ajuda e perdão. Nele buscamos refugio do mal em nossas almas e de nossos pecados. Aquele a quem Allah orienta não se desviará, e aquele a quem Allah permite que se desvie ninguém poderá orientá-lo.


Testemunho que não há outra divindade além de Allah, o Único, e que Ele não tem parceiros. E testemunho que Mohammad é Seu servo e mensageiro; divulgou a mensagem, orientou a nação e se esforçou pela causa de Deus até o último dia de sua vida. Que a paz e bênçãos de Allah estejam com Seu servo e mensageiro, com seus familiares e companheiros, e todos que seguirem seus passos até o Dia Derradeiro. Diz Allah em Seu Nobre Livro:

Ó vós que credes! Temei a Allah como se deve temê-lO e não morrais se não como muçulmanos.

Caros irmãos e irmãs: Em verdade, a palavra mais verdadeira está no Alcorão. A melhor orientação é a de Mohammad (s). A pior coisa é A Inovação, e toda inovação é desorientação. E toda desorientação leva ao Inferno.

Antes de me tornar muçulmano, pela graça de Allah SW, fui Diácono, Padre e Bispo da Igreja Católica Apóstólica Brasileira. Portanto sou um homem com formação teológica e filosófica cristã. E como tal ouvi muitas críticas ao islamismo e ao Profeta Muhammad SAAS. Seus casamentos e principalmente o casamento com Aisha RAA, tem sido um prato cheio para os infiés e para aqueles que insistem em denigrir a imagem desse homem de Deus, incontestavelmente.  Para uma maior compreensão desse episódio lançamos  mão de um artigo que fala com bastante detalhe sobre esse episódio. Gostaria que prestassem atenção e que passem a conhecer melhor a vida, as ações e a sabedoria desse grande profeta e mensageiro de Allah SW.

O Casamento do Profeta (S) com Aicha (R) Para os Intelectuais, os Teólogos e os Equitativos

Louvado seja Allah, e que Ele abençoe e dê paz ao Rassulullah, aos seus familiares, aos seus companheiros e aos seus seguidores.

O que faz o coração sangrar e aflige a alma é quando a verdade se torna mentira e a mentira verdade. Que a mais nobre e a mais pura das pessoas seja indicado com coisas feias. Algumas pessoas tentaram difamar, a melhor das criaturas, o Profeta Mohammad (Allah o abençoe e lhe dê paz) através do seu casamento com Aicha (R). Eles projetaram esse nobre casamento com a imagem de um idoso casando com uma pequena jovem por prazer apenas. Pintaram Aicha (R) como criança que o pai fez casar com o amigo para satisfazê-lo e por estima. Tornaram a diferença de idade um motivo de difamação do caráter do Profeta (S).

Faz parte da justiça não condenar uma pessoa, principalmente de liderança, por causa de um acontecimento em particular, sem se conhecer devidamente a pessoa, sua biografia, o conhecimento da verdade do acontecimento, satisfazendo-se apenas com as palavras dos rancorosos, que desejam desviar as luzes da verdade das pessoas.

Por isso, antes de falarmos do casamento, vamos pedir aos intelectuais e os eqüitativos entre as pessoas para examinarmos uma pequena parte das declarações dos orientalistas eqüitativos, não muçulmanos que estudaram a vida do Profeta (S) e deduziram importantes verdades.

Muitos eruditos e pensadores não-muçulmanos através da história classificaram o Profeta Mohammad (Deus o abençoe e lhe dê paz) designando-o com o grande homem, admirando a sua personalidade, elogiando suas posições e princípios.

Eis Heráclitos, o imperador romano, fazendo muitas perguntas a respeito do Profeta (Deus o abençoe e lhe dê paz) para Abu Sufian. Depois de ouvir as respostas e concluir a veracidade da missão de Mohammad, disse: “Se eu estivesse na sua presença, lavar-lhe-ia os pés.”

Quanto ao Negus, imperador da Abissínia, chorou até molhar a sua barba quando ouviu a respeito do que Mohammad pregava, dizendo: “Essas palavras e o que Jesus pregou provém da mesma fonte.”

O Pensador francês, Lamartine disse: “Mohammad é o Profeta, o filósofo, o orador, o legislador, o guerreiro, eliminador dos desejos. Se analisarmos todas as medidas de grandeza humana, gostaria de perguntar: Há alguém entre as pessoas maior do que o Profeta Mohammad?”

Bernard Shaw, o famoso erudito inglês, disse: “O mundo está extremamente necessitado de um homem do quilate de Mohammad. Esse profeta, se lhe fosse entregue o governo do mundo, resolveria todos os seus problemas por causa de sua crença na paz e na felicidade tão necessitados pela humanidade.”

Michael Hart disse em seu livro os mais influentes são cem e o mais influente entre eles é Mohammad. “A minha escolha a Mohammad para encabeçar a lista dos personagens mais influentes do mundo pode surpreender alguns leitores e ser questionada por outros, mas ele foi o único homem na História extremamente bem-sucedido em ambos os níveis: secular e religioso.”

O líder indiano, Mahatma Ghandi disse: “Após ler o segundo volume da vida de Mohammad encontrei-me com extrema necessidade de conhecer mais a sua grandiosa vida. Ele conquistou, sem rival, os corações de milhões de pessoas.

O Escritor Inglês, Thomas Carlyle disse: “Gosto de Mohammad pela sua natureza, livre de orgulho e artificialismo. Ele se dirige aos imperadores romanos e persas, orientando-os para as suas obrigações no que diz respeito a este mundo e do Outro.

O Erudito britânico, George Wells vê Mohammad como o maior homem que estabeleceu a nação da justiça e da tolerância.

Quanto a pesquisador inglês, Leitner, disse: “Tenho esperança que chegará o dia que os cristãos que respeitam Jesus respeitem também Mohammad. Sem dúvida, o cristão que reconhece a missão de Mohammad é o verdadeiro cristão.”

O Erudito russo, Tolostói, disse: “A lei de Mohammad irá dominar o mundo por ser coerente com a mente e a sabedoria.”

O orientalista Michion disse: “O Islam que ordena o jihad foi tolerante com os seguidores das outras religiões. Graças aos ensinamentos de Mohammad, Ômar Ibn al Khattab não prejudicou os cristãos quando conquistou Jerusalém.”

O Historiador francês, Gustave Le Bon, disse: “Se o valor dos homens deve ser medido pelos grandes atos que ele praticou, Mohammad foi uma das maiores figuras da história”

Quanto a Will Durant, autor da “História das Civilizações”, disse: “Se medirmos a grandeza dos homens pela influência causada nas pessoas, podemos dizer que Mohammad é o maior entre todos os grandes da História.”

O Alcorão Sagrado diz: “Porque és de nobilíssimo caráter” (68:4).

Estas são pequenas informações a respeito do Mensageiro de Deus (S) que fiz questão que fossem de não muçulmanos para não sermos acusados de admiradores do nosso Profeta (S). Quis colocá-las no início do nosso assunto para que todos saibam de quem estamos falando e não separarmos a realidade que alguns não entenderam a respeito da personalidade que os intelectuais e sábios do Oriente e do Ocidente conheceram e testemunharam a sua importância.

Vamos, agora, examinar esse casamento abençoado de forma verdadeira e eqüitativa.

Para que a questão seja esclarecida para quem pergunta a respeito do casamento do Profeta (S) com Aicha e conheça as intimidades que acompanharam o casamento e a prudência por trás dele, eis alguns pontos específicos:

A Vida Conjugal do Profeta (S)

Antes de seu Casamento com Aicha (R)

Primeiro: o Profeta (S) casou-se, na sua juventude, aos vinte e cinco anos de idade com a senhora Khadija (R). Ela já era viúva duas vezes e mais velha do que ele por quinze anos. Estava com quarenta anos de idade. Isso não aconteceu por motivo de pobreza ou por interesse de elevar a ascendência. Ele era um comerciante conhecido pela sua honestidade pelos habitantes de Makka. Cada um desejava que o seu dinheiro fosse utilizado por ele no comércio. Não havia entre os habitantes de Makka quem tivesse uma ascendência e posição mais importante do que a dele. Era hachimita de pai e avô. Seu avô, Abdel Mutalib era o chefe de Makka, sem rival. Sua mãe e tios maternos pertenciam a Banu Zahra (uma tribo conhecida de Makka). Todas as casas de Makka, talvez todos os árabes desejavam-no como genro.

Segundo: O Profeta (S) passou toda a sua juventude ao lado da senhora Khadija (R) e não casou com outra enquanto ela vivia, já com cinqüenta anos de idade, apesar da sociedade ao seu redor permitir ao homem casar por duas, três ou mais vezes. Não há nenhum registro, antes e depois de seu casamento ter olhado para alguma mulher ou ter-se desonrado, correndo atrás de escravas ou de mulheres formosas. Quão numerosas eram em Makka. Se tivesse acontecido isso, seus inimigos de Makka seriam os primeiros a divulgar isso, acusando-o. Esse período é considerado o de aumento dos desejos dos homens.

Terceiro: O Profeta (S) casou, depois do falecimento de Khadija, com uma mulher idosa, também viúva, mais velha que ele. Foi a senhora Saúda, filha de Zam’a (R) para consolá-la e sustentá-la após o falecimento de seu marido na Abissínia.

Os intelectuais e os eqüitativos examinaram os primeiros cinqüenta anos da vida do Profeta (S) e os encontraram iluminados, desprovidos de qualquer mancha. Verificaram que foram metódicas, exemplares, apropriadas à grandeza do profeta (S) no âmbito da vida conjugal. Apesar de haver total liberdade de se casar com as mais belas mulheres árabes, da aprovação da sua sociedade pela poligamia, ele não fez isso. Isso demonstrou a impossibilidade do despertar do desejo, repentinamente, com aquela idade, para se casar por isso. O seu casamento, depois disso, deve ter sido por uma questão de prudência, de outros significados e não para a satisfação dos desejos.

O Casamento foi Por Inspiração Divina

Sabe-se que o sonho dos profetas é uma inspiração, como foi o sonho de Abraão (A.S.) quando sonhou que estava degolando o filho. O Profeta (S) viu Aicha em sonho e o anjo o informou que seria a sua esposa. Observe a narrativa de Hicham, baseado em seu pai, baseado em Aicha, que ela narrou que o Mensageiro de Allah disse: “Eu a vi em sonho por três noites seguidas. O anjo a trouxe para mim envolvida por uma seda, dizendo-me: ‘Esta é a tua esposa.’ Descobri o rosto coberto e vi que era tu. Disse a mim mesmo: ‘Se isto provém de Deus, acontecerá.’”

Veja as palavras do Profeta (S): “Se isto provém de Deus, acontecerá.” O Profeta (S) via os opositores e os rancorosos entre outros que desconheciam as questões e estranharam o abençoado casamento somente nesta época apenas. Ele informou que, se era uma ordem de Deus, Ele a realizará, porque o Profeta (S) arredava pé da revelação de Deus. Ele obedecia ao seu Senhor, confiava n’Ele, consciente de que Deus é Prudentíssimo em todo que estabelece. – Glorificado de Exaltado seja, Apesar disso, era de sua lei.

A Confirmação do Direito da Mulher de Aceitar ou Rejeitar o Casamento

O Profeta (S) confirmou o direito da mulher de aceitar ou rejeitar o casamento. Aicha (R) relatou que uma jovem foi ter com ela e lhe disse: “O meu pai me obrigou casar com o meu primo sem o meu consentimento.” Disse-lhe Aicha: “Senta até o Profeta chegar.” Quando chegou, informou-o do ocorrido. O Profeta (S) mandou chamar o pai dela, dando o direito à jovem de aceitar ou rejeitar.” Ela disse: “Ó Mensageiro de Deus, aceito o que meu pai fez, porém, quis informar às mulheres que os pais não podem fazer isso.” (Hadice compilado por Nassá-i). O admirável é que a própria Aicha relatou o hadice para refutar as acusações do Profeta a respeito do casamento com ela.

Como Aconteceu o Abençoado Casamento?

Após o sonho que o Profeta (S) teve, durante três noites seguidas, e soube que era ordem de Deus, Exaltado seja, foi da determinação de Deus que uma mulher de nome Khaula, filha de Hakim, sugerisse ao Profeta (S) casar com Aicha, filha de Abu Bakr. Nessa sugestão há uma indicação da natureza do casamento. Ela lhe disse que se o fizesse, iria solidificar a relação entre ele e entre o mais querido amigo dele, ou seja, Abu Bakr, Assidik (R).

Na verdade, o casamento aproxima as pessoas. É um dos maiores meios de aproximação entre as famílias, porque a relação de parentesco e de casamento é uma das mais sagradas relações.

Agora, vamos apresentar a conversa de Khaula, filha de Hakim, informando sobre o pedido de casamento.

Disse: “Entrei na casa de Abu Bakr e encontrei Ummu Rauman, sua esposa, ou seja, a mãe de Aicha. Disse-lhe: ‘Deus fez ingressar o bem e a bênção na sua casa.’ Disse a mulher: ‘Que é isso?’ Disse: ‘O Profeta me enviou para pedir a mão de Aicha.’ Disse Ummu Rauman: ‘Gostaria que acontecesse. Aguarde Abu Bakr, que está chegando.’ Isto em respeito ao marido. Quando Abu Bakr chegou, disse-lhe: ‘Deus fez ingressar o bem e a bênção na sua casa. O Profeta (S) me enviou para pedir mão de Aicha para ele.’

Vejam o que o Siddik disse: “Será que serve para ele?’ Ele viu que a posição do Profeta é muito superior para que a pequena Aicha fosse esposa para ele. ‘Será que serve para ele? Ela é a filha de seu irmão.’(irmão no islam)

Khaula foi ter com o Profeta e lhe transmitiu o que Abu Bakr disse. O Profeta (S) lhe disse: ‘Volte e diga-lhe que somos irmãos pelo Islam e sua filha me serve.’ Então, voltei.”* O Profeta (S) sabia que Deus iria realizar e abençoar o casamento.

* Compilado por Ahmad, com base em Aicha.

Voltei e informei Abu Bakr das palavras do Profeta.” Então, aconteceu algo que eleva a posição de Abu Bakr. Disse: “Aguarde a minha volta.”

Ummu Rauman explicou o caso para Khaula: “Mut’im Ibn ‘Adi pediu Aicha para seu filho Jubair. Por Deus, Abu Bakr nunca prometeu algo e não cumpriu.

O Mut’im Ibn Adi comentou com Abu Bakr que desejava Aicha para o seu filho, Jubair. Abu Bakr não aceitou nem rejeitou. Seu silêncio, porém, parecia uma promessa. Ele não podia deixar de cumprir a sua promessa. Pode o Jubair Ibn Mut’im ser comparado ao Profeta (S)? Jamais. Porém, a lealdade e a promessa constituem a religião. A gente imagina que Abu Bakr ficaria muito triste se perdesse a oportunidade de casar Aicha com o Profeta (S). Pode ser que nunca pensaria que o Profeta fosse pedir a mão de Aicha. Certamente, cada pai, ao se apresentar a ele uma boa pessoa e anunciar a sua intenção, certamente ele dá as boas vindas e isto constitui numa espécie de promessa. Ele não podia aceitar o pedido do profeta até resolver a questão. Foi ter imediatamente com o Mut’im Ibn ‘Adi.

Abu Bakr entrou na casa de Mut’im que estava com a esposa, Ummu Jubair, politeísta, ainda. A idosa disse: “Ó Ibn Cuháfa, tememos que se o nosso filho se case com a tua filha vá obrigá-lo a adotar a tua religião.”

Abu Bakr não respondeu, mas olhou para o marido dela, o Mut’im e perguntou: “É verdade o que ela diz? Você teme que o seu filho se casar com a minha filha, ingresse no Islam comigo?” Mut’im respondeu: “É isso”, corroborando as palavras dela.

Abu Bakr saiu, aliviado, por ter Deus resolvido a questão, livrando-o do compromisso. Retornou à casa e disse a Khaula: “Pede para o Profeta vir.”

Parece que há um costume na vida árabe que o pretendente deve ir à casa da pretendida. Vê o preceito moral: “Não crê quem não é confiável e não tem religião quem não cumpre a promessa.” (Compilado por Ahmad, baseado em Anas Ibn Málik).

Acredito que o coração de Abu Bakr sentiu uma alegria indiscrutível, apesar disso, estava compromissado. Disse a Khaula: “Aguarde!” Deus, Exaltado seja, preparou o ambiente e fez a politeísta falar que temia que o seu filho adotasse o Islam se casasse com Aicha. Abu Bakr consultou o marido da politeísta e este confirmou as palavras da mulher. Então, estava tudo resolvido. Disse a Khaula para convocar o Profeta (S). Ele foi ter com o nobre Profeta e o convocou. Ele foi à casa de seu companheiro, Abu Bakr, e este lhe concedeu a mão de Aicha, estando, naquela época com seis ou sete anos de idade. Certamente, não houve casamento, mas houve um acordo. O seu dote foi de quinhentas moedas de prata. (Ver a Enciclopédia do Dr. Ratib Nabulsi).

Portanto, O Profeta fez o acordo do casamento com Aicha quando tinha seis anos de idade. O casamento foi consumado aos nove anos de idade. Por que o Profeta (S) aguardou esses três anos? Por que Aicha não tinha ainda alcançado a puberdade, ou seja, após a sua menstruação. Foi, então que se consumou o casamento depois que ela passou da época infantil para o período da puberdade.

Considerações a Respeito da Época e do Tempo Para os Intelectuais, os Teólogos e os Equitativos

A diferença temporal e a diversidade dos locais são as coisas de maior consideração na sentença sobre esse casamento. “Aquilo era aceito naquele tempo tanto entre os árabes como entre os europeus. As filhas do Profeta Davi casaram com essa idade. Da mesma forma, Dante amou Beatriz quando estava ainda com seis anos de idade. A Julieta, na narrativa de Shakespeare, era censurada pela mãe por estar já com treze anos e não ter se casado ainda, enquanto suas amigas haviam se casado com nove anos e antes daquilo, e já estavam com filhos nas escolas.”1

1. Enciclopédia da Mãe dos Crentes, Aicha, do Hafani, pág. 97.

Quem duvida que Aicha atingiu a puberdade aos nove anos de idade, comparando-a com as meninas com nove anos de hoje, é uma pessoa que desconhece o desenvolvimento do corpo humano no decorrer da história. Desconhece a diferença individual entre as pessoas no quanto ao atingirem a puberdade. Desconhece, também, a influência dos aspectos climáticos e ambientais na puberdade do ser humano. O homem passou por etapas históricas antigas cujo corpo quanto à constituição e a altura era o dobro de hoje. As pessoas continuam ficando mais baixas uma geração após a outra, até os dias de hoje. Vemos dois irmãos, dos mesmos pais com diferença de tempo de se atingir a puberdade que chega a um ou dois anos, além de que é normal entre os povos as meninas atingirem a puberdade antes dos meninos. Os aspectos climáticos e ambientais de frio e calor, a secura e fertilidade, a civilização e o nomadismo, os meios de comunicação e de transporte, além de aspectos de muita influência na velocidade e atraso da puberdade dos meninos e das meninas. A prova disso, na nossa época atual, onde a idade de puberdade diminuiu na maior parte da terra juntamente com o crescimento do sexo prematuro entre meninos e meninas, os muitos estímulos gerados pelas mudanças sociais, industriais, culturais e de comunicação que aconteceu ao mundo no século vinte.

O Testemunho da Ciência

O Dr. Mohammad Ali Barr disse: “A idade de puberdade diminuiu nos Estados Unidos e na Europa na proporção de três meses em cada geração. Diminuiu, também, na base de dois anos e meio desde o início do século vinte.”2

Não vamos longe. O relatório conjunto da Organização Mundial da Saúde e a UNICEF a respeito da legitimidade da maternidade na idade de adolescência, diz: “Com a diminuição da idade da menstruação e o atraso crescente da idade de casamento, essa etapa ficou mais longa, e começaram as tendências tradicionais a mudar, ao mesmo tempo, a autoridade familiar começou a enfraquecer e a transformação cultural e a emigração mais corrente. Os jovens de hoje ficam mais sujeitos ao turismo e dos meios de comunicação. Tudo isso são meios que causam grandes mudanças na conduta social e sexual.”3

2. Política e os meios de controle de natalidade no passado e no presente, pág. 140, 141. Dr. Mohammad Ali Barr,

3. A Legitimidade da maternidade na idade de adolescência, pág. 5. Relatório conjunto da Organização Mundial da Saúde e a UNICEF.

Imagino que, se isso continuar a acontecer, o período de menstruação na maior parte dos povos da terra retorna aos nove anos de idade ou menos ainda.

A Idade Temporal e a Idade Mental

O crescimento físico difere, em alguns tempos, do crescimento mental e psicológico. Encontramos, em algumas jovens de pouca idade, prudência, mente e a boa disposição, a assimilação, a compreensão não encontrado nas que têm mais idade. Essas são as diferenças individuais que ninguém consegue negar. A história e a biografia afirmam que Aicha quanto as suas características mentais e psicológicas eram muitas como a agudeza de inteligência, a força de retenção, a rapidez intuitiva e a coragem de dizer a verdade, etc. Ela era sábia na ciência da tradição e da jurisprudência. Decorava poesia e declamava. Conhecia medicina, também. Ela pode ser classificada como um milagre entre seus contemporâneos, sendo colocada no nível das mais importantes mulheres mental e prudentemente.

Talvez alguém diga: “Acreditamos que Aicha atingiu a idade de casamento. Porém, por que se apressou em casá-la de um homem bem mais velho que ela?”

Digo: “Onde está a pressa quando as avós, desde pouco tempo, e continua em alguns países, casavam imediatamente ao atingirem a puberdade. Isso não era vergonhoso ou podia causar algum dano à jovem. Ao contrário, os estudos médicos afirmam que a jovem, ao atingir a puberdade, está completamente preparada para casar do ponto de vista fisiológico, ao contrário do jovem. “Isso acontece porque a divisão celular generativa no homem não começa a não ser na puberdade e necessita para ser completado de três ou mais semanas, enquanto a divisão das células generativas nas mulheres começa enquanto estão no útero da mãe e só se completa após o casamento, na presença do espermatozóide que fecunda o óvulo. O último óvulo a sair, ou seja, antes da menopausa, é após cinquenta anos depois do início da divisão celular”.4

4. A maternidade e sua posição no Islam à luz do Alcorão e da Sunna. Maha al Abrach, v. 1, pág. 180.

O significado disso é que a mulher nasce com a disposição de engravidar e dar à luz. Essa preparação, porém, só acontece na realidade na puberdade.

A Diferença de Idade é uma Questão Natural Naquela Sociedade

Quanto à diferença de idade entre o Profeta (S), a sociedade árabe daquele tempo não rejeitava que o marido fosse muito mais velho do que a esposa. Ou que a esposa seja muito mais velha do que o marido, como é o caso das sociedades atuais. Isso era uma coisa natural indicado pelo fato de o Profeta ter casado com várias mulheres bem mais velhas do que ele, como Khadija, Saúda, Zainab, filha de Khuzaima. Alguns companheiros casaram com moças bem mais jovens, como Ômar Ibn al Khattab (R) quando casou com Ummu Kulçum, filha de Ali Ibn Abi Tálib (R). Ele era o Emir dos Crentes e ela era muito jovem ainda, que havia atingido a puberdade.

A Confissão dos Inimigos à Espreita

Não há dúvida que se o casamento do Profeta (S) com Aicha pudesse macular o conceito dele, de Abu Bakr, ou da senhora Aicha (R) os politeístas de Coraix e os seus inimigos judeus, entre outros - e quão numerosos eram naquele tempo em Makka e Madina - seriam os primeiros a condenar aquilo, considerando-o defeito e vergonha a serem divulgados. Teriam comentado o caso em suas reuniões para utilizá-lo para afastar as pessoas do Profeta (S) e de sua mensagem. Porém, isso não aconteceu. É uma das maiores provas de que a diferença de idade não tinha a menor influência no casamento na sociedade árabe daquele tempo.

Os Benefícios e as Utilidades Daquele Abençoado Casamento

Primeiro: O seu conhecimento (R)

A comunidade se beneficiou pela distinção da senhora Aicha (R) de potencialidades científicas e mentais não proporcionadas naturalmente a outras.

Alguns teólogos afirmaram: “Um quarto do conhecimento legislativo foi aprendido dela.” Que um quarto dos preceitos legais que aprendemos do Profeta (S) foi conhecido pelas tradições narradas por Aicha. A esposa do Profeta, a mãe dos crentes, desempenhou um papel muito importante na divulgação, porque se especializou nas mulheres. É sabido que as mulheres faziam perguntas ao Profeta (S) a respeito de questões pertinentes a elas. A mais preferida para interpretar os preceitos legais pertinentes à mulher é a esposa do Profeta (S), pois desempenha um importante papel na missão. Isso indica a valorização da mulher pelo Islam.

Os teólogos disseram, também, “Não se conhece ninguém que conhecesse mais os significados do Alcorão e os preceitos do lícito e do ilícito do que Aicha. Os teólogos não conheceram ninguém que conhecesse mais as obrigações (ou a ciência da herança), de medicina, de poesia e da linhagem do que Aicha.” Apesar de sua pouca idade, tinha uma inteligência rara, capacidade de retenção das coisas e de lealdade ao Profeta (S).

Por isso, os teólogos, os intelectuais e os equitativos tiveram a convicção de que as esposas do Profeta (S) foram escolhidas por Deus, Exaltado seja, pelo papel que iriam desempenhar na divulgação no futuro.

Eis que a senhora Aicha narrou duas mil, duzentos e dez tradições sobre o Profeta. Ela decorou todo o Alcorão durante a vida do Profeta (S).

Então, há uma excessiva prudência divina de que Deus, Glorificado e Exaltado seja, preparou para o Seu nobre Profeta essa esposa intelectual, de inteligência e mente privilegiada, muito observadora, de excelente índole.

Dizem: “Se Aicha não tivesse aquela idade quando esteve em companhia do Profeta (S), a idade em que o ser humano está com maior disposição, mais preparado de adquirir conhecimento, não teria alcançado aquilo.”

O conhecimento é algo fundamental na vida do crente. Tudo que o Profeta (S) dizia tinha de ser transmitido. A melhor mulher para transmitir as suas falas é a sua esposa. Portanto, devemos ficar tranqüilos de que Deus, Glorificado e Exaltado seja, a escolheu com o conhecimento do Profeta (S).

O Imam Azuhri disse: “Se o conhecimento de Aicha fosse comparado ao conhecimento de todas as mães dos crentes, e ao das outras mulheres, o conhecimento de Aicha superaria a todas elas.”

Na verdade, a coisa que admira as mentes, ou a coisa que chama a atenção é que a mulher tenha um alto grau de compreensão, conhecimento e jurisprudência. A mulher para as pessoas é mulher. Mas a mulher que possui uma mente aguda e profunda percepção, uma compreensão precisa, uma forte retenção, é uma mulher rara e preparada para ser a esposa do Profeta (S).

Ata Ibn Abi Rabah disse: “Aicha era a pessoa que mais conhecia a jurisprudência, mais sábia e de melhor opinião nas coisas gerais.”

Aicha era a pessoa mais sábia, que mais conhecia a jurisprudência, de melhor opinião. Abu Mussa al Ach’ari disse: “Quando tínhamos dúvida a respeito de algo perguntávamos Aicha a respeito e ela tinha conhecimento do assunto.”

Massruk disse: “Vi os cheiques, os maiores companheiros do Profeta (S) fazerem perguntas a ela a respeito das heranças.”

‘Urwa disse: “Nunca vi ninguém com mais conhecimento sobre jurisprudência, medicina e poeta do que Aicha.”

Abu Azznnad disse: “Cada coisa que ela ouvia declamava uma poesia sobre o assunto.” Aicha superou os satélites artificiais no registro dos movimentos e ditos do Profeta, na compreensão e na percepção.



Segundo: A apresentação do Profeta (S) ele mesmo para as pessoas em geral quanto ao tratamento da mulher de pouca idade. Por isso, ele tolerava dela o que não tolerava das outras, por causa de sua pouca idade. Nisso há um exemplo para quem casa com uma mulher de pouca idade que necessita de mimo e de paciência mais do que outra. Da mesma forma, o lado virgem, uma vez que todas as outras mulheres do Profeta eram viúvas ou divorciadas, era necessário que o Profeta tinha de casar com uma virgem para dar exemplo aos homens da forma de tratamento e convivência com ela.

Dentro dos exemplos disso que aconteceram que dão o mais magnífico exemplo na boa convivência com a esposa jovem, não importa as circunstâncias e as dificuldades.

Aicha (R) relatou: “Acompanhei o Profeta (S) em uma de suas viagens. Eu era magra, e não tinha corpo avantajado. Ele disse para as pessoas: ‘Podem avançar’. As pessoas se adiantaram e ele me disse: ‘Venha apostar corrida comigo.’ Apostei e o venci. Ele nada disse até eu engordar um pouco e esqueci daquilo. Saí com ele novamente em outra viagem. Ele disse para as pessoas: ‘Podem avançar’. As pessoas se adiantaram e ele me disse: ‘Venha apostar corrida comigo.’ Apostei e ele me venceu. Ele começou a rir e disse: ‘Esta é por aquela.’” (Majma’ Az Zawáid).

Terceiro: Apresentar o exemplo de outra forma: o amor do marido à esposa quando está casado com mais de uma mulher. Deus agraciou o Profeta (S) com o amor dela. Apesar disso, esse amor não o incentivou a ser injusto com as outras mulheres, mas era justo entre todas elas, até durante a sua enfermidade que lhe causou a morte. Ele mudava de uma casa para outra até que lhe permitiram ser tratado na casa de Aicha.

Quarto: Mostrar e evidenciar a posição de Abu Bakr (R) perante Deus, Altíssimo e perante o Profeta (S), com Deus orientando o Profeta a casar com a filha de Abu Bakr. Essa é uma honra inigualável.

Essas são algumas sabedorias tiradas do casamento do Profeta (S) com Aicha. Se o caso foi esse citado, não há necessidade de buscar os defeitos e a sabedoria por trás dele, porque ele foi um casamento normal, não causou nenhuma agitação nos inimigos do Profeta (S) naquela época, nem chamou a atenção daqueles que procuravam na conduta do profeta algo para acusá-lo. Eles tentavam inventar coisas a seu respeito, como acusa-lo de mago, de louco e coisa similar. Se nada disseram a respeito do casamento, isso indica que a questão era natural e não estava fora do costume da sociedade daquele tempo. Como aparece alguém hoje e utiliza isso para difamar a conduta do Profeta (S)?

Foi dada a Opção de Escolha à Senhora Aicha (R) e Ela Escolheu Ficar

A questão da consulta é muito famosa na casa do profeta e que foi confirmada pelo Alcorão e pela Sunna. Aconteceu que as mulheres do profeta (S) pediram a ele para lhe conceder mais dinheiro. Ele ficou zangado com eles, porque ele era responsável por toda a comunidade, tendo o pobre, o fraco, o necessitado, sendo como pai para todos. Ele dava preferência ao suprimento das casas deles do que à sua casa. Ele recebia muitos bens e colocava sob os interesses e as necessidades dos muçulmanos.

Então, o Alcorão foi revelado, ordenando ao Profeta a dar opção de escolha à mulheres de permanecerem com ele e suportarem as dificuldades da liderança da comunidade e se separarem depois de receberem os seus direitos por completo. Veja comigo o desenrolar dos acontecimentos:

Jáber Ibn Abdullah relatou que Abu Bakr pediu licença ao Profeta (S) para entrar. Havia pessoas sentadas à sua porta, as quais não foram autorizadas a entrada. O Profeta (S) permitiu a entrada de Abu Bakr. Então, chegou Ômar a quem foi autorizada a entrada. Ele encontrou o Profeta (S) sentado com as esposas ao seu redor, calado, pensativo. Ele pensou em dizer algo que fizesse o Profeta (S) rir. Disse: ‘Ó Mensageiro de Deus, a filha de Khárija - querendo dizer a esposa – pediu-me para aumentar-lhe o sustento. Em vez disso, dei-lhe um tapa no pescoço.” O Profeta (S) riu e disse: “Ei-las ao meu redor, como você vê, pedindo mais dinheiro.” Abu Bakr levantou-se e censurou Aicha; Omar censurou Hafsa, sua filha, Disseram-lhes: “Vocês estão pedindo ao Profeta o que ele não tem.” Elas responderam: “Por Deus, nunca pedimos ao Profeta algo que ele não tenha.” O Profeta afastou-se delas durante um mês ou vinte e nove dias. Então foi revelado o seguinte versículo: “Ó Profeta, dize a tuas esposas: Se ambicionardes a vida terrena e as suas ostentações, vinde! Prover-vos-ei e dar-vos-ei a liberdade, da melhor forma possível. Outrossim, se preferirdes a Deus, ao Seu Mensageiro e à morada eterna, certamente Deus destinará, para as benfeitoras, dentre vós, uma magnífica recompensa” (33:28-29).

Ele começou com Aicha, dizendo: “Ó Aicha, vou propor-lhe algo e não desejo que se apresse em dar a resposta antes de pedir a opinião de seus pais.” Perguntou: “Que é, ó Mensageiro de Deus.” Ele recitou o versículo. Ela lhe disse: “Será que preciso pedir a opinião de meu pai por sua causa? Eu escolho a Deus, o Seu Mensageiro e a Outra Vida. Peço que não informe às outras esposas o que me disse.” Disse-lhe: “Cada uma que me perguntar irei informá-la, porque Deus não me enviou para impor nem para constranger às pessoas, mas como mestre facilitador.” (Narrado por Musslim).

Não são poucos os benefícios que podemos tirar dessa tradição. Entre eles, temos:

• A não aceitação do Profeta (S) a qualquer desejo contrário aos interesses dos muçulmanos.

• Não aceitou ter uma vida de luxo, nem para ele nem para a sua família, esquecendo das dores dos privados.

• Zangaram-se e ficaram tristes todos os muçulmanos por causa da zanga do Profeta e desejaram diverti-lo.

• O afastamento do Profeta das esposas durante um mês e o método de educação condizente com a gravidade do erro, o fortalecimento da resistência perante os dias futuros. Possui, também, uma resposta às alegações de que o Profeta (S) casou para satisfazer seus desejos, porque quem faz isso, colocará o desejo em primeiro lugar.

• O Profeta (S) começou com Aicha, indicando o seu mérito. Se começasse com outra, podiam dizer que ela imitou a anterior.

• O Profeta lhe pediu para não se apressar e consultar os pais, mostrando a necessidade de se aguardar para tomar importantes atitudes, dando oportunidade para se pensar e consultar.

• Na declaração dela há evidência de seu equilíbrio mental, a ciência de suas particularidades e que não deveria envolver nelas nem os pais.

• Nas palavras do Profeta: “Deus não me enviou para impor”, demonstrando a ética profética que deve ser baseada na sinceridade, evidência e benevolência pelas pessoas, e não aceitar quem contraria isso.

Finalmente, vamos dar uma olhada nos sentimentos que surgiram desse abençoado casamento através do amor, da honra, do zelo da senhora virtuosa.

O amor excessivo, a honra e o ciúme são testemunhas e provas verdadeiras da excelência desse casamento abençoado.

Foi confirmado que Aicha (R), a abençoada, a pura, a consciente, a sábia amava o Profeta (S) excessivamente. Ela se vangloriava perante as outras mulheres do Profeta pela posição que ela ocupava perante ele, por não ter-se casado com outra virgem além dela. Ela tinha muito ciúme do Profeta (S), que são provas verdadeiras da excelência daquele abençoado casamento, porque a mulher não sente aquilo pelo marido a não ser quando ocupa posição sublime, devido à sua conduta, característica e grandiosidade. É suficiente que ela nunca sentiu pena em qualquer tempo de ter-se casado com ele, ou sentiu qualquer arrependimento. A pura respondia a qualquer um que estranhava aquele casamento, dizendo: “Que vocês têm, sendo o Mensageiro de Deus o meu amor! Que vocês têm, se o Mensageiro de Deus é de excelente caráter?! Como não vêem a minha alegria, felicidade, honra, glória, tranqüilidade de meu coração por ter-me casado com ele?! Por que se preocupam com o que não conhecem e dizem o que não sabem?”

Sabe-se do ciúme dela o que ela mesma narrou: “O Mensageiro de Deus (S) saiu de minha casa, à noite, e senti ciúme dele. Fiquei agitada e mudei o meu comportamento. Quando ele voltou e viu o que estava fazendo, perguntou: ‘O que você tem, Aicha? Ficou com ciúmes?’ Respondi: ‘Por que não iria sentir ciúme de uma pessoa como você?’ (Tradição compilada por Musslim). Aquilo significava: “Como não sentir ciúme uma pessoa que ama tanto como eu e possui rivais de uma pessoa com suas características proféticas e o seu valor perante Deus, o Altíssimo?”

Para os teólogos, intelectuais e eqüitativos transmito essa narrativa que testemunha a grandiosidade daquele casamento, que evidencia alguns sentimentos de amor excessivo da senhora veraz, pura, casta para com o Profeta (S).

Ibn Umair relatou que disse à mãe: “Conta-nos a coisa mais admirável que viu do Profeta (S)” Ela permaneceu um pouco em silêncio e então disse: “Uma noite ele disse: ‘Ó Aicha, deixe-me esta noite ficar adorando ao meu Senhor.’ Ela respondeu: ‘Por Deus, amo estar perto de você e gosto do que o alegra.’ Ele levantou-se, abluiu-se e começou a orar. Ele ficou chorando até molhar o rosto. Então continuou chorando até molhar a barba. Continuou a chorar até molhar o chão. Bilal chegou para fazer o azan para a oração da alvorada. Quando o viu chorando, perguntou: ‘Ó Mensageiro de Deus, porque chora se Deus perdoou todos os seus pecados passados e futuros?1 Respondeu: ‘Não devo ser um servo agradecido. Esta noite foi-me revelado um versículo. Ai daquele que a ler e não pensar nela: “Na criação dos céus e da terra e na alternância do dia e da noite há sinais para os sensatos, que mencionam Deus, estando em pé, sentados ou deitados, e meditam na criação dos céus e da terra, dizendo: Ó Senhor nosso, não criaste isto em vão. Glorificado sejas! Salva-nos do tormento infernal!” (Alcorão Sagrado, 3:190-191).

Quando examinarmos essa narrativa, verificamos o amor, o altruísmo, a consideração da esposa virtuosa, e verificamos a lealdade, o carinho, o amor, o pedir autorização à companheira, o excelente caráter para se isolar com Deus. Vemos, também, a determinação de se agradecer a Deus de forma inigualável no mundo humano.

O que foi dito sobre a metodologia e a virtude, as bênçãos e as utilidades desse casamento abençoado e o que refletiu de excessivos sentimentos de amor, lealdade e misericórdia, o pouco que vale muito perante as pessoas de sentenças equilibradas, de opinião orientadora dentre os teólogos, intelectuais e eqüitativos.

Os outros, porém, de opositores, rancorosos, de tendenciosos, de ignorantes a seu respeito o poeta disse:

O olho nega a luz do sol por debilidade,

E a boca nega o sabor da água por languidez.

O defeito não está no sol ou na água. A biografia, a moral e a ética do Profeta (S) permanecerão como luz para as criaturas. O sol continuará a espalhar a sua luz sobre o mundo. Com a anuência de Deus a sua lei e os seus ensinamentos permanecerão como vida para os espíritos e orientadores para o mundo da alegria no Paraíso, e a água permanecerá um segredo e fundamento da vida.

Que Deus abençoe e dê paz ao Profeta Mohammad, aos seus familiares e aos seus companheiros.

“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Asalamo Alaikom WA WB,

Colaboração Irmão: Omar Hussein Hallak.

quarta-feira, outubro 13, 2010

Biografia do Profeta Muhammad (s) Parte 7‏

A Conquista Pacifica de Macca.


Ramadan Ano 8.

Quando Deus pretende que qualquer coisa seja realizada, prepara o seu terreno afastando todos os impedimentos. O profeta sabia que não era possível subjugar os árabes enquanto não subjugasse os coraixitas que tinham a honra de serem os guardiões da Kaaba. E não era possível subjugar os países árabes enquanto não subjugasse Macca o centro de toda Arabia, por isso o profeta sempre teve o desejo de conquistá-la. Mas como havia um acordo entre ele e os coraixitas assinado em Hudaibiya, com duração de 10 anos, ele sempre foi fiel aos acordos e por conseguinte, não podia transgredir. Mas por outro lado os coraixitas pensaram que , depois da campanha de Muta, a força dos muçulmanos foi destruída, e a dignidade e o temor que no passado eles imprimiram-nos outros, já desaparecera. Eles julgaram que agora podiam atacar os muçulmanos porque estes seriam incapazes de se defender, ou de contra-atacar. E neste contexto que eles violaram o tratado de Hudaibiya.

Naquele tratado de paz existia uma clausula que dizia: Qualquer das tribos podia aliar-se com quem quisesse (com crentes ou descrentes), e essas automaticamente seriam abrangidas pelo pacto. Então Banu Khuza e Banu Bakr, que eram duas tribos rivais decidiram por suas inimizades de parte e aliaram-se, uma para cada lado, e assim serem abrangidos pelo tratado. Assim Banu khuza aliou-se aos muçulmanos, e Banu Bakr aos coraixitas, pondo fim a suas hostilidades. Todavia depois de algum tempo, um dos homens de Banu Bakr, levantou-se perante um homem de Banu Khuza e começou a cantar musica ofensiva ao profeta como ato de provocação. O homem de Banu Khuza quando ouviu, bateu-lhe, e isso ressuscitou a inimizade do passado que existia entre esses dois povos. Então os Banu Bakr prepararam-se para lutar contra os Banu Khuza. Os coraixitas que pensavam que o poder dos muçulmanos estava esmigalhado, ao invés de impedir-los de lutarem, os reforçaram com armamento e homens. Dentre os coraixitas, ikrimah Bin Abi Jahal, Safwan Bin Umaya, Suhail Bin Amr participaram ativamente no ataque contra os Banu Khuza. Eles eram considerado lideres dos coraixitas. Atacaram de surpresa a tribo de banu Khuza, a noite, quando todos estavam dormindo e massacraram muitos muçulmanos e ainda entraram nas casas de outros pilhando tudo. Muitos dos homens pertencentes a Khuza, refugiaram-se no Haram.

Os Banu Bakr ao vê-los no Haram, hesitaram em prosseguir a matança porque tinham noção da santidade do Haram, mas depois o seu líder Naufal disse:”Esta é uma oportunidade única”. Assim continuaram a matança dos Banu Khuza mesmo dentro dos limites do Haram. Estes, devido a isso, enviaram uma delegação, Amr Bin Salim e mais 40 homens, para ir ter com o Profeta (s) em Madina e informaram ao profeta sobre o ocorrido. Quando chegaram, o Profeta (S) estava orando na mesquita, e ouviu as seguintes palavras de fora da mesquita em forma de poesia:

“O Deus eu vim a Muhammad para recordar

o tratado que liga a nós com a antiga família dele.

O mensageiro de Deus Ajuda-nos,

e chama aos servos de deus para este objetivo (todos virão para ajudar)”.

O Profeta (s) ao ouvir a queixa deles ficou bastante triste e prometeu-lhes a ajuda, uma obrigação na base do tratado. Depois da delegação de Khuza já ter regressado a Macca, o Profeta Mandou um enviado seu com três condições para os coraixitas aceitarem uma delas:

1- Pagarem indenização por todos aqueles que foram mortos injustamente

2- Ou desistirem de ajudar Banu Bakr

3- Ou emitirem uma proclamação dizendo que o tratado foi dissolvido.

Os coraixitas só aceitaram a ultima, mas como isso implicava-os diretamente a culpa de violação. Eles arrependeram-se ao saberem da conseqüência possível que isso traria e enviaram Abu Sufiyan a Madina para renovar o tratado de Hudaibiya.

Abu Sufiyan em Madina e a Falha da sua Missão

Abu Sufiyan chegou em Madina, e foi a casa de Um Habiba, sua filha e esposa do Profeta (s), e quis sentar sobre o tapete onde o Profeta costumava sentar-se. A filha enrolou rapidamente o tapete e tirou-o dali, para o pai não se sentar nele. O pai, sentindo-se ofendido por essa atitude, perguntou a filha:” O minha filha, tu achas o teu pai indigno desse tapete, ou será que o tapete é indigno de teu pai?” A filha respondeu: “O tapete pertence ao profeta Muhammad (s), e tu, sendo um adorador de ídolos ès imundo, não mereces sentar nele”. O pai disse: “ O filha de certo que algum infortúnio aconteceu trazendo desordem na tua mente, desde o dia em que nos deixastes”. Por ter sido recebido daquela forma, apercebeu-se logo que ai não havia esperança nenhuma. Saiu e foi ter com o Profeta (s) na mesquita, expondo-lhe o objetivo que o levara ate lá. Mas daí também não teve resposta satisfatória. Então saiu e foi ter com Abu Bakr (r) para este interceder perante o Profeta (s), mas Abu Bakr recusou-se a fazê-lo. Então foi ter com Omar (r) que rejeitou com dura repreensão, dizendo: “ Tu esperas que eu intervenha perante o Mensageiro de Deus (s) a teu favor? Por Deus, mesmo que nada me reste exceto a areia do deserto eu lutarei contra vós”. Daí Abu Sufiyan foi ter com Ali e Fatima (filha do profeta) (r), mas ai também não teve êxito porque ninguém tinha coragem de falar nisso ao Profeta(s).

Quando Abu Sufiyan viu que todas as portas estavam fechadas a sua frente foi ter com Ali (r) pedindo uma opinião. Ali escarneceu dele, e ele caiu na teia, quando lhe disse: “Tú próprio ès o chefe de Banu Kinana (homens de Macca), vai para a mesquita e proclama sob a tua autoridade que estas a renovar (prorrogar) o tratado”. O que ele fez. Depois saiu dali, montou seu cavalo e foi-se embora para Macca. Quando chegou contou o ocorrido. Os coraixitas fartaram-se de tanto rir dele, e disseram-lhe: “ Ali zombou de ti! Ai de ti, tu só serves para ser escarnecido, alguma vez vistes tratados renovados dessa forma?” Abu Sufiyan ficou envergonhado por essa sua atitude.

O Profeta (s) prepara-se para a conquista de Macca

Depois do regresso de Abu Sufiyan, o profeta ordenou aos muçulmanos para se prepararem para a guerra e informou a seus aliados para se juntarem a ele dizendo-lhes: “ Aquele que acredita em Deus e no ultimo dia, que esteja presente no mês de Ramadan em Madina”. E assim apareceu uma grande multidão.

O Profeta informou a seus ministro Abu Bakr e alguns mais o rumo da sua campanha. Abu Bakr perguntou ao Profeta (s): “ Ó Profeta, afinal não há tratado de paz entre ti e Coraix? “Sim” respondeu o Profeta (s), “Mas eles traíram e violaram o acordo”.

O Profeta, como habitualmente, manteve em segredo máximo os planos e o rumo da tropa. Ele fez isso para surpreender os descrentes de Macca, e para não haver derramamento de sangue no recinto de Macca, subjugá-los sem atingir ou violar a santidade de Macca. Mas houve um dos crentes, pioneiro no Islam que tinha participado da batalha de Badr, chamado Hatib Ibn Abi Baltáa, que sabia dos planos do Profeta (s). Então ele escreveu uma carta para os coraixitas de Macca, informando-os da intenção do profeta (s), e enviou a carta com uma escrava sua chamada Sarah. O Profeta (s) foi informado sobre isso por Allah, então enviou Ali, Zubair e Mikdad para irem ao encontro dessa escrava e trazerem a carta. O Profeta (s) indicou-lhes o local onde apanhariam essa mulher: “Raudhat Khakh”. Estes três homens, enviados pelo Profeta (s), chegaram ao local indicado e apanharam a escrava. Revistaram a sua bagagem mas sem sucesso então disseram-lhe: Tira e entrega-nos a carta! A escrava respondeu :”Eu não tenho carta nenhuma”. Eles ameaçaram-na: “Entrega-nos a carta ou então revistar-te-emos o corpo todo”. Ela vendo que não tinha outra alternativa perante a exigência deles, tirou a carta do meio dos cabelos e a entregou. Seus companheiros teriam abandonado a busca se não fosse a confiança de Ali (r) em que o Profeta (s) de Deus não pode ser mal informado. A escrava e a carta foram levadas perante o Profeta (s). Quando abriram a carta viram que era de Hatib, o Profeta (s) o chamou e perguntou-lhe: “ O que é isto, ó Hatib?” Ele confessando ter enviado a carta, respondeu: “Como eu tenho familiares em Macca, quis fazer um favor aos coraixitas informando-lhes do ataque dos muçulmanos, para que em troca, eles sintam que me devem esse favor e assim não prejudicarem a minha família, pois eles não tem quem os proteja. Não fiz isso por traição a minha religião islâmica, nem por gostar da descrença depois de já estar no Islam”. O Profeta (s) disse que ele falou a verdade e perdoou-o. Omar (r) que estava presente impacientou-se e disse: “ O Profeta, permita-me que eu corte o pescoço deste hipócrita”. O Profeta (s) respondeu: “ O Omar, ele participou da batalha de Badr. E quem sabe, talvez Deus olha-se favoravelmente para todos aqueles que participaram naquela batalha dizendo-lhes: Fazei o que desejares, porque já fostes perdoados”, uma vez que Deus reconheceu o grande mérito deles, e foi nessa altura que Deus revelou o seguinte versículo:

Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso.

Ó fiéis, não tomeis por confidentes os Meus e os vossos inimigos, demonstrando-lhes afeto, posto que renegam tudo quanto vos chegou da verdade, e expulsam (de Makka) tanto o Mensageiro, como vós mesmos, porque credes em Deus, vosso Senhor! Quando sairdes para combater pela Minha causa, procurando a Minha complacência (não os tomeis por confidentes), confiando-lhes as vossas intimidades, porque Eu, melhor do que ninguém, sei tudo quanto ocultais, e tudo quanto manifestais. Em verdade, quem de vós assim proceder, desviar-se-á da verdadeira senda.

Se lograssem tirar o melhor de vós, mostrar-se-iam vossos inimigos, estenderiam as mãos e as línguas contra vós, desejando fazer-vos rejeitar a fé.

De nada vos valerão os vossos parentes ou os vossos filhos, no Dia da Ressurreição. Ele vos separará; sabei que Deus bem vê tudo quanto fazeis.

Tivestes um excelente exemplo em Abraão e naqueles que o seguiram, quando disseram ao seu povo: Em verdade, não somos responsáveis por vossos atos e por tudo quando adorais, em lugar de Deus, Renegamos-vos e iniciar-se-á inimizade e um ódio duradouros entre nós e vós, a menos que creiais unicamente em Deus! Todavia, as palavras de Abraão para o pai: - Implorai o perdão para ti, embora nada venha a obter de Deus em teu favor – foram uma exceção. (Dizei, ó crentes): Ó Senhor nosso, a Ti nos encomendamos e a Ti nos voltamos contritos, porque para Ti será o retorno; (cap 60)

Entrada do profeta em Macca

O Profeta (s) não se esqueceu da sua saída de Macca, anos atrás, perseguido.

Quando ele estava a entrar, com toda aquela majestade e grande multidão de combatentes a acompanhá-lo, lembrou-se disso e prestou gratidão a Deus repetidamente e até deitou lágrimas. Mesmo com Abu Sufiyan já convertido ao Islam ele não deixou tomar medida de precaução na sua entrada em Macca, sabendo que a vitória é uma dádiva de Deus, mas Deus só a concede para quem se prepara para isso na plenitude. O Profeta (s) chegou a Dhu- Tuwa,de onde se vê Macca e daí ele quis entrar vitoriosamente sem derramamento de sangue. Aí ele prestou gratidão a Deus, o poderoso, por esta vitória. Ele prostrou-se profundamente e depois dividiu a sua tropa em quatro divisões e deu-lhes ordens restritas para não lutarem e não derramarem sangue, a não ser que sejam forçados a isso.

A 1º Divisão, chefiada por Zubair Bin Awwan, responsável pelo flanco esquerdo, foi ordenada a entrar em Macca pelo norte.

A 2º Divisão, chefiada por Khalid Bin Walid, responsável pelo flanco direito, foi ordenada a entrar em Macca pelo flanco sul da cidade, do lado de Kadi.

A 3º Divisão, chefiada por Saad Bin Ubadah, composta pelos Ansar (naturais de Madina), foi ordenada a entrar em Macca pelo flanco oeste.

A 4º Divisão, chefiada por Abu Obaidah In Al-jarrah, composta pelo Mujajerin, em que estava o profeta Mohamad (s), também entrariam pela parte norte,perto do Jabal (monte) Hind.

Quando quatro divisões estavam prestes a marchar, o Profeta (s) ouviu Saád Bin Ubadan a dizer: “Não! Saad errou hoje é dia em que Deus engrandecerá Caaba,” e depois afastou Saad Bin Ubadah do posto de chefe e colocou em seu lugar seu filho, Kais. O Profeta (s) tomou esta medida porque, depois de ouvir isso, se deixasse continuar Saad Bin Ubadah no seu posto, decerto que esse comandante violaria o ordem do Profeta (s) de não derramar sangue no recinto de Macca.

Todas as divisões entraram em Macca pelos seus respectivos flancos, sem qualquer problema, exceto Khalid Bin Walid, que entrava pela parte sul da cidade, habitada por homens mais hostis dentre os coraixitas. Muitos dentre eles foram os que tinham atacados a tribo Khuzáa e violado o tratado de Hudaibiya. Mesmo depois do apelo de Abu Sufiyan, seu chefe, eles queriam impedir a entrada e prepararam-se para a batalha, liderados por Safwan, Suhail e Ikrimah Bin Abu Jahal. Quando a tropa de Khalid entrou na zona deles, os arqueiros, sem hesitação, atacaram, lançando setas contra eles a partir das rochas de Jabal Al-Khandama. Três homens dos muçulmanos foram mortos, nomeadamente Kurz Bin Achar e Salma Bin Almailá. Por essa razão, Khalid teve forçosamente que defender e atacando-os matou logo treze dos inimigos. Durante os encontros alguns fugiram para Caaba e outros para a direção do mar; em seguida Khalid continuou a sua marcha. O Profeta (s), nessa altura, já tinha chegado ao topo de Al-Hojun. Daí ele vira as espadas a brilhar e então perguntou: “O que é isto? Eu não vos tinha proibido toda a guerra?” Ele enviou logo um Ansar para ir chamar Khalid Bin Walid. Quando este chegou, o Profeta (s) perguntou-lhe o que se passara, e Khalid respondeu: “O inimigo agrediu-nos. Eu tentei evitar o máximo mas, em defesa, tivemos que responder e Deus concedeu-nos a vitória”. Então o Profeta (s) disse: “Aconteceu o que Deus queria”. O Profeta (s) já estava a preparar a sua entrada na cidade e assim a profecia da Bíblia vinha a ser cumprida:

“2 – Disse, pois o Senhor veio de Sinai e lhes subiu de seir, resplandeceu desde o monte Paran (ou Faran, antigo nome de Macca) e veio com dez milhares de Santos à sua direita, havia para eles o fogo da Lei”. Deuteronômio,33,2. O Profeta (s) não teve oposição nenhuma em sua entrada. Entrou montado no Al-Káswa (a sua camela), vestido de escarlate. Todavia, caminhava lentamente, pois os seus movimentos eram impedidos pela imensa multidão que se apinhava ao seu redor, consigo na mesma camela estava também montado Ussama Bin Zaid.

Ele entrou em Macca na manhã de uma sexta-feira, dia vinte do mês de Ramadan e mandou colocar a sua tenda em “Al-Hojun”. Estavam lá Umm Salma e Maimuna (suas esposas) que perguntaram ao Profeta se não queria descansar na sua casa antiga. “Não!” Respondeu o Profeta (s). “Eles não deixaram nenhuma casa para mim em Macca.” Ele descansou na sua tenda. O Profeta (s) recordou-se dos dias passados, quando começou a sua missão e quando era perseguido, sem qualquer apoio aparente. Deus prometeu-lhe dizendo:

“Na verdade, aquele que tornou obrigatório para ti o Alcorão (a sua recitação, transmissão e prática) far-te-á voltar para o primeiro lugar (Macca), terra natal, terra de origem. Cap. 28, versículo 85

Aqui, neste versículo, trata-se de mais um milagre do Alcorão.

Deus diz de antemão: “Esses que te obrigaram a abandonar a tua terra natal e cuja separação te aflige, tenha calma, porque aquele que tornou o Alcorão obrigatório para ti (a sua recitação, transmissão e prática) far-te-à chegar à tua terra natal. Nessa altura tu estarás livre, vitorioso e com autoridade”. Este versículo foi revelado quando o Profeta (s) estava a emigrar forçosamente para Madina.

Portanto, a promessa de Deus foi cumprida neste mundo mas ainda estavam para seguir o cumprimento de muitas outras promessas, noutro mundo, assim como Deus disse logo no início ao Profeta (s).

“Com efeito, a outra vida é muito melhor para ti do que a vida mundana (presente) e em breve o teu Senhor há-de-dar-te muitas graças e favores na outra vida, de maneira que fiques satisfeito”. Cap. 93, versículo 4-5

Aqui o Profeta (s) agradeceu prostrando-se, com os olhos cheios de lágrimas. Sabia que Deus é que era a verdade absoluta e o resto é uma pura ilusão.

A seguir o Profeta (s) levantou-se, montou a sua camela e entrou no Haram, cumpriu o Tawaf (circundou) e tocou à pedra negra com o seu cajado (bengala), reconhecendo-a como relíquia sagrada. Depois de acabar o Tawaf, chamou Osman Bin Tal-a, o guardião da Caaba, para abrir a porta da Caaba. Mas este recusou-se; então, Ali arrancou-lhe as chaves das mãos. Aí, o Profeta (s), por ordem de Deus, mandou devolvê-las ao vetusto funcionário e assim conquistou-o, com a sua bondade, tanto que não só as portas lhe foram abertas mas ele mesmo reconheceu o Islam e depois foi mantido no seu cargo.

O Profeta (s) parou junto à porta, com as pessoas aglomeradas no local e fez o seguinte discurso:

“Não há outra divindade senão Deus, Ele não tem parceiro nenhum.

Cumpriu a Sua promessa, ajudou ao Seu servo e sozinho derrotou os confederados. Todo o orgulho, todos os costumes antigos da época da ignorância, de vingança, derramamento de sangue, reclamações (reivindicações nas contas de guerra feudal) estão abaixo dos meus pés (estão abolidas), nenhuma coisa fica, exceto a custódia da Caaba e o abastecimento de água aos peregrinos.

Ó vós, gentes de Coraix! Realmente Deus aboliu de vós todo o tipo de orgulho da época da ignorância e todo o orgulho à base da raça, linguagem ou descendência, porque todos os homens são descendência, porque todos os homens são descendentes de Adão e Adão foi criado a partir da terra”

E depois recitou:

“Ó humanos, em verdade nós criamos de um macho e de uma fêmea e vos dividimos em povos e tribos para que vos reconhecêsseis uns aos outros; na verdade o mais nobre de vós perante Deus é o mais piedoso (temente), na verdade Deus sabe e está informado”. Cap. 49, versículo 13

O grande favor que o Islam fez para humanidade, foi estabelecer a igualdade entre todos os humanos, seja qual for a raça. Este grande documento foi dirigido há mil e quatrocentos anos atrás, mas nem hoje nem no futuro alguém conseguirá apresentar melhor.

Os inimigos cegos são injustos. Eles que vejam este discurso de Mohamad (s) e leiam-no várias vezes. Será que Mohamad (s) está pedindo para os homens se rebaixarem perante Ele? Para lhe pagar imposto, taxa ou ameaçá-los com alguma punição no caso de desobediência? Declarou alguma lei marcial nas terras conquistadas? O objetivo da guerra de Mohamad (s) não era glória nacional nem para a expansão territorial, mas apenas para elevação do nome de Deus, eliminar a tirania que impedia o acesso de alguns ao caminho reto de Deus e acabar com injustiça; por isso, não era lógico ele eliminar uma tirania e implantar outra. Pode-se comparar algum rei, presidente ou conquistador com Mohamad (s) ? Pelo contrário, nos momentos mais importantes e decisivos, em que Deus lhe deu poder sobre os seus inimigos,Mohamad(s) perdoava-os e assim dava um lição de bondade a toda humanidade.O discurso não acaba aí.Como estava presente também os líderes coraixitas a escutar o discurso, os piores inimigos, que quiseram eliminar Mohamad (s) e o islamismo e tudo fizeram para conseguirem o seu objetivo, o Profeta (s) olhou para eles e perguntou :

“Ò grupo de coraixitas ! O que é que vocês acham que vou fazer convosco?” Eles responderam: “O bem, porque tu és um irmão nobre e filho de um irmão nobre”.

Então, o Profeta disse ; “Não há censura nenhuma contra vós. Levantai-vos, pois, e ide ; estais livres”.

Perdão com Poder

Perdoar é uma bela virtude quando a pessoa é poderosa. De fato, o espírito de Mohamad (s) era muito elevado, acima de todos os ódios e vinganças. Entre os coraixitas estavam os que conspiravam contra ele para o matar, os que abusaram, apedrejaram, perseguiram e aos seus companheiros, expulsaram de Macca, lutaram contra ele em Badr e Uhud, cercaram Madina na batalha da trincheira, instigaram outros árabes contra ele e que, mesmo agora, se tivessem o poder, mutilavam-no como fizeram ao seu tio Hamza em Uhud: mas agora estavam todos abaixo dos seus pés, e por outro lado os crentes `espera da ordem para os aniquilar totalmente. Mas Mohamad(s) foi de fato Mohamad (s). Não há par para ele no mundo. O coração ele estava totalmente livre de todo o tipo de injustiça, maldade, tirania e orgulho. Ele não prendeu ninguém, não impôs nenhuma penalidade, não utilizou força nenhuma mas apenas disse : “Ide, estais livres”. Até as casas dos Muhajerin que tinham sido confiscadas em Macca pelos descrentes e que agora poderiam ser retomadas, o Profeta(s) disse (aos Muhajerin) para as deixarem e perdoarem-nos. De fato, na há exemplo igual,nem personalidade que possa igualar a Mohamad(s). Estas qualidades só podem ser dum mensageiro de Deus. Reparem a outra face da imagem. No Novo Testamento, Lucas, cap.19, vers.27, Jesus diz : “E quando àqueles meus inimigos, que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui e matai-os diante de mim”. E no Antigo Testamento, I, Samuel 15,3 : “ Vai, pois, agora e feri a Amalac e destrói, totalmente, tudo o que tiver e não lhe perdoes, porém, matarás desde o homem até a mulher, desde os meninos até aos de mama, desde os bois até as ovelhas e desde os camelos até aos jumentos”. E no Josué 6, vers.20-24, consta :” E tudo quanto na cidade havia destruíram totalmente, ao fio da espada, desde o homem até a mulher, desde o menino até o velho e até ao boi e o gado miúdo e ao jumento...Porém, a cidade e tudo quanto havia nela, queimaram a fogo; tão-somente a prata e o ouro e os vasos de metal e de ferro deram para o tesouro da casa do Senhor”.

E muitos outros versículos iguais no Antigo Testamento. Agora a questão é : Qual é a religião de amor e tolerância? Judaísmo, cristianismo ou islamismo?

“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Assalamo Alaikom WA WB,

Por: Omar Hussein Hallak