sexta-feira, fevereiro 26, 2010

CELEBRANDO O ANIVERSÁRIO DO PROFETA SAAS

Sobre Celebrar o aniversário do Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam)‏

Celebrando o aniversário do Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam)

Ash-Shaykh Al-‘Allāmah Sālih Ibn Fawzān Āl Fawzān

As ordens mencionadas no Qur’ān e na Sunnah para seguirmos as Leis de Allāh e de Seu Mensageiro e as proibições de introduzirmos inovações na religião são bem claras. Allāh diz (tradução dos significados):

“Dize: ‘Se amais Allāh, segui-me, Allāh vos amará e vos perdoará os delitos.’” [Sūrah Āl ‘Imrān, 3:31] *

“Segui o que é descido para vós, de vosso Senhor, e não sigais, em vez dEle, outros protetores. Quão pouco meditais.” [Sūrah Al-A‘rāf, 7:3]

“E, por certo, esta é a Minha senda reta: então, segui-a e não sigais os outros caminhos, pois vos separariam de Seu caminho.” [Sūrah AlAn‘ām, 6:153]

O Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) disse:

“A palavra mais veraz é o Livro de Allāh e a melhor orientação é a orientação de Muhammad; e os piores assuntos são aqueles inventados."

E ele (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) disse:

“Todo aquele que inovar algo neste nosso assunto (i.e., o Islām) que não faça parte dele, terá isso rejeitado.” [Al-Bukhāri e Muslim]

De acordo com uma versão relatada por Muslim:

“Todo aquele que fizer qualquer coisa que não esteja de acordo com este nosso assunto (i.e., o Islām) terá esta coisa rejeitada.”

Entre as repreensíveis inovações que as pessoas inventaram está a celebração do nascimento do Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) - mawlid an-nabi - no mês de Rabī‘ Al-Awwal. Elas celebram esta ocasião de diversas maneiras:

Uma parte delas simplesmente faz desta uma ocasião para se reunir e ler a história do mawlid, e então fazem apresentações de discursos e qasā’id (poesias) para esta ocasião.

Outras preparam comidas, doces, etc., e oferecem-nos às pessoas presentes.

Algumas fazem essas celebrações nas mesquitas, e outras as fazem em suas casas.

Algumas pessoas não se limitam às ações mencionadas acima; elas incluem nessas reuniões atos harām e condenáveis, tal como a mistura entre homens e mulheres, a dança e o canto, ou a prática de atos de shirk - tal como buscar o auxílio do Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam), invocando-o, pedindo seu apoio contra os inimigos e assim por diante.

Seja lá qual for a forma que (essa celebração) tome ou qual sejam as intenções daqueles que a fazem, não há qualquer dúvida de que ela é uma inovação (bid‘ah) inventada e harām, que foi introduzida pelos shī‘ah al-fātimiyyah (xiitas fatímidas), depois dos três melhores séculos do Islām, a fim de corromper a religião dos muçulmanos. Depois deles quem adotou e reintroduziu esta prática foi o rei Al-Mudhafar Abū Sa‘īd Kawkaburi, o rei de Irbil, no fim do século VI ou início do século VII hijri, como mencionado por historiadores como Ibn Khalkān, que Allāh tenha misericórdia deles, dentre outros.

Abū Shāmah, que Allāh tenha misericórdia dele, disse:

“A primeira pessoa a fazer isso em Mūsul foi Shaykh ‘Umar Ibn Muhammad AlMalā, uma das pessoas virtuosas renomadas. Então o governante de Irbil e outros seguiram seu exemplo.”

Ibn Kathīr, que Allāh tenha misericórdia dele, disse em sua biografia de Abū Sa‘īd Kawkaburi:

“Ele costumava observar o mawlid em Rabī‘ Al-Awwal e fazia uma grande celebração nesta ocasião... Alguns daqueles que estiveram presentes no banquete de Al-Mudhafar em algumas ocasiões do mawlid disseram que ele costumava oferecer no banquete cinco mil cabeças de carneiro assadas, dez mil frangos e cem mil pratos grandes, e trinta bandejas de doces... Ele deixava os sufis cantarem do dhuhr até o fajr, e ele próprio dançava com eles.”

Ibn Khalkān, que Allāh tenha misericórdia dele, disse:

“Quando é dia primeiro do mês de Safar eles decoram as cúpulas (partes superiores côncavas de alguns edifícios) com vários tipos de ornamentos extravagantes, e em cada cúpula senta um grupo de cantores e um grupo de titereiros e de músicos, e eles não deixam sequer uma dessas cúpulas sem colocar um grupo (de artistas) ali. As pessoas abandonam o trabalho durante esse período, e elas não fazem qualquer atividade exceto caminhar e assistir ao espetáculo. Quando faltam dois dias para o mawlid, eles trazem um grande número de camelos, vacas e carneiros, mais do que se pode descrever, e eles os acompanham com todos os tambores, cantos e instrumentos musicais que possuem, até que alcançam a praça... Na noite do mawlid, depois do maghrib, há performances de nashīd na cidadela.”

Portanto, esta é a origem da celebração do aniversário do Profeta. Mais recentemente, entretenimentos inúteis, extravagâncias e desperdício de dinheiro e tempo ficaram associados com uma inovação para cuja prática Allāh não enviou qualquer autoridade (i.e., cuja prática não foi prescrita e/ou permitida por Ele).

É dever de todos os muçulmanos reviver a Sunnah e pôr fim à bid‘ah (inovação); eles não devem realizar qualquer ato até que conheçam o veredicto de Allāh a seu respeito.

A celebração do aniversário do Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) é proibida e deve ser rejeitada por diversas razões:

1 - Ela não faz parte da Sunnah do Mensageiro (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) nem da dos khulafā’ (califas) que o sucederam. Por este motivo, ela constitui uma inovação proibida, pois o Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) disse:

“Eu vos insto a seguir minha Sunnah e a sunnah dos califas corretamente orientados (al-khulafā’ ar-rāshidūn) depois de mim; aderi a elas e apegai-vos a elas firmemente. Guardai-vos dos assuntos inventados, pois todo assunto inventado é uma inovação (bid‘ah) e toda inovação é um desvio.” [Ahmad e At-Tirmidhi]

A celebração do mawlid é uma inovação introduzida pelos xiitas fatímidas depois dos três melhores séculos do Islām a fim de corromper a religião dos muçulmanos. Se uma pessoa faz qualquer coisa a fim de se aproximar de Allāh, a qual não tenha sido feita ou prescrita pelo Mensageiro (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) e nem pelos califas que o sucederam, então esta ação implica que ele está
acusando o Mensageiro (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) de não ter explicado completamente a religião para as pessoas, e que ele (a pessoa que faz esta ação) descrê das (seguintes) palavras de Allāh (tradução dos significados):

“Hoje, eu inteirei vossa religião, para vós.” [Sūrah Al-Mā’idah, 5:3]

Isso porque ele está acrescentando algo e alegando que aquilo é parte da religião, algo que o Mensageiro (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) não trouxe.

2 - A celebração do aniversário do Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) é uma imitação dos cristãos, pois eles celebram o nascimento do Messias (‘alayhisalām). Imitá-los é completamente harām. O hadīth nos diz que é proibido imitar os kuffār, e nós fomos ordenados a nos diferenciarmos deles. O Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) disse:

“Todo aquele que imita um povo é um deles.” [Ahmad e Abū Dāwūd] E ele disse:

“Sede diferentes dos mushrikūn (idólatras).” [Muslim]

(Isso se aplica) especialmente às coisas que são símbolos ou rituais de sua religião.

3 - Além de ser uma bid‘ah e uma imitação dos cristãos - ambas práticas proibidas -, celebrar o aniversário do Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) é também algo que leva ao exagero e ao excesso de veneração por ele, o que pode até mesmo chegar à sua invocação (suplicar a ele) e a pedir-se sua ajuda, ao invés de invocar Allāh, como acontece atualmente entre muitos daqueles que praticam a bid‘ah do mawlid, quando estes invocam o Mensageiro (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) ao invés de invocar Allāh, e pedem sua ajuda, e cantam qasā’id (odes) de shirk louvando-o, como a qasīdatul-burdah, etc. O Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) proibiu o exagero em sua exaltação, quando disse:

“Não me glorificais como os cristãos glorificaram o filho de Maria, pois eu sou apenas Seu servo. Referi-vos a mim, portanto, como o servo de Allāh e Seu Mensageiro.” [Al-Bukhāri]

Ou seja, não exagerais em exaltar-me como os cristãos exageraram em exaltar o Messias e veneraram-no até que passaram a adorá-lo ao invés de adorar Allāh. Allāh proibiu-os de fazer isso quando disse (tradução dos significados):

“Ó seguidores do Livro (ou seja, os cristãos)! Não vos excedais em
vossa religião, e não digais acerca de Allah senão a verdade. O
Messias, Jesus, filho de Maria, não é senão o Mensageiro de Allah e
Seu Verbo, que ele lançou a Maria, e espírito vindo dEle.” [Sūrah An-
Nisā’, 4:171]

Nosso Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) proibiu-nos de nos excedermos com relação a ele, a fim de que não nos acontecesse o mesmo que aconteceu a eles. Por este motivo ele disse:

“Guardai-vos do exagero, pois aqueles que vieram antes de vós foram destruídos por causa do exagero.” [An-Nasā’i]

4 - A prática da bid‘ah do aniversário do Profeta abre a porta para outros tipos de inovações e para que, por sua causa, o indivíduo se desvie da Sunnah. Conseqüentemente, você perceberá que os inovadores (al-mubtadi‘ūn) são muito ativos quando se fala de bid‘ah e muito indolentes quando se trata da Sunnah; eles a odeiam e consideram aqueles que a seguem como inimigos, até que toda sua religião é constituída de aniversários (comemorações) e mawālid (pl. de mawlid) inovados.

Os inovadores se dividiram em vários grupos, cada qual comemorando o aniversário de seu imām, tal como o aniversário de Al-Badawi, Ibn ‘Arabi, AdDasūqi e Ash-Shādhili. Mal eles terminam a celebração do aniversário de um, já estão começando a de outro. Isso resulta no exagero com relação a essas pessoas falecidas e com relação a outras, e em invocá-las ao invés de invocar Allāh, crendo que elas podem trazer benefício e causar dano, até que essas pessoas desviam-se da religião de Allāh e voltam para a religião do povo da jāhiliyyah3, sobre quem Allāh diz (tradução dos significados):

“E eles adoram, além de Allah, o que não os prejudica nem os
beneficia, e dizem: ‘Estes são nossos intercessores perante

Allah.’” [Sūrah Yūnus, 10:18]

“E os que tomam protetores, além dEle, dizem: ‘Não os adoramos senão para que eles nos aproximem, bem perto de Allah.’” [Sūrah AzZumar, 39:3]

Os que acreditam que essa bid‘ah deve continuar produzem argumentos capciosos4 (shubuhāt), os quais são mais fracos do que a teia de uma aranha. Esses argumentos capciosos podem ser divididos e refutados da seguinte forma:

1 - Sua alegação de que isso (al-mawlid) é uma veneração do Profeta(sallAllāhu ‘alayhi wa sallam).

A resposta a este argumento é que a maneira (correta) de venerá-lo é prestar obediência a ele, fazer aquilo que ele ordenou e evitar aquilo que proibiu e amálo; ele não deve ser venerado através de inovações, mitos e pecados. A celebração de seu aniversário é algo condenável, pois é um pecado. As pessoas que mais veneraram o Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) foram os Sahābah, que Allāh esteja satisfeito com eles, como é verificado na descrição que ‘Urwah Ibn Mas‘ūd (que Allāh esteja satisfeito com ele) fez aos coraixitas:

“Ó povo, por Allāh que visitei os reis! Eu fui até César, até Cosroes e até Negus5, mas juro por Allāh que jamais vi um rei cujos companheiros o respeitassem,e amassem tanto quanto os companheiros de Muhammad veneram Muhammad. Por Allāh, toda vez que ele cuspia (sua saliva) jamais caía no chão, ela caía na mão de seus companheiros, e então eles esfregavam suas faces e peles com ela. Se ele os instruía a fazerem algo, eles logo faziam o que ele ordenara. Quando ele fazia wudū’, eles praticamente lutavam por sua água. Quando ele falava em sua presença, eles baixavam as vozes; e eles não o encaravam, de tanto respeito.” [Al-Bukhāri]

Ainda assim, a despeito deste grau de veneração, eles jamais tomaram o dia de seu nascimento como um ‘īd (comemoração). Se isso fosse prescrito no Islām eles não teriam negligenciado tal prática.

2 - Usar como evidência o fato de que muitas pessoas em diversos países fazem isso (essa comemoração).

A resposta a este argumento é que apenas é evidência aquilo que é comprovado do Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam), e o que é comprovado do Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) é que as inovações são proibidas em geral, e isto é uma inovação. O que as pessoas fazem, se vai contra a evidência (dalīl), não
prova nada, mesmo que muitas pessoas o façam. Allāh diz (tradução dos significados):

“E, se obedeces à maioria dos que estão na terra, desencaminhar-te-ão do caminho do Allah.” [Sūrah Al-An‘ām, 6:116]

Não obstante, em todas as épocas, e todo o louvor é para Allāh, houve aqueles que denunciaram essa bid‘ah e afirmaram claramente que ela é algo falso. Aqueles que persistiram em segui-la, após a verdade ter-lhes sido explicada, não têm provas em que se apoiar.

Dentre aqueles que denunciaram a celebração dessa ocasião estão: Shaykh AlIslām Ibn Taymiyah, em Iqtidā’ As-Sirāt Al-Mustaqīm; Al-Imām As-Shātibi, em Al-I‘tisām; Ibn Al-Hāj, em Al-Madkhal; Ash-Shaykh Tāj Ad-Dīn ‘Ali Ibn ‘Umar Al-Lakhami, o qual escreveu um livro inteiro denunciando-a (essa bid‘ah); AshShaykh Muhammad Bashīr As-Sahsawāni Al-Hindi, em seu livro Siyānah AlInsān; As-Sayyid Muhammad Rashīd Ridā, que escreveu um ensaio sobre esse tópico; Ash-Shaykh Muhammad Ibn Ibrāhīm Āl Ash-Shaykh, que escreveu um outro ensaio a esse respeito; Ash-Shaykh ‘Abdul-‘Azīz Ibn Bāz; e outros que ainda escrevem todos os anos nas páginas dos jornais e revistas, a fim de denunciar esta bid‘ah, numa época em que a bid‘ah é tão difundida.

3 - Alegar que celebrando o mawlid estão mantendo viva a memória do Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam).

A resposta é que a memória do Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) é mantida viva constantemente pelo muçulmano, como quando seu nome (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) é mencionado no adhān, no iqāmah e nos sermões, e todas as vezes que o muçulmano recita ash-shahādatayn depois de fazer o wudū’ e nas orações, e toda vez que ele exalta o Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) em suas orações e quando ele é mencionado, e toda vez que o muçulmano executa um ato wājib (obrigatório) ou mustahabb (apreciado, recomendável) que foi prescrito pelo Mensageiro (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam). De todas essas maneiras (o muçulmanos) recorda-se dele e uma recompensa equivalente à recompensa daquele que faz aquele ato volta para o Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam). Deste modo, o muçulmano constantemente mantém viva a memória do Mensageiro e tem uma ligação com ele noite e dia ao longo de sua vida, através daquilo que Allāh prescreveu, não apenas no dia do mawlid e através de coisas que são bid‘ah e vão contra a Sunnah, pois essas coisas afastam a pessoa do Mensageiro (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) e o Mensageiro repudiará o indivíduo por causa delas.

O Mensageiro (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) não necessita desta celebração inovada, pois Allāh já lhe conferiu veneração e respeito, como Ele diz (tradução dos significados):

“E não te elevamos a fama?” [Sūrah Ash-Sharh, 94:4]

Pois o nome de Allāh não é mencionado no adhān, iqāmah ou nos sermões, sem que o Mensageiro seja mencionado junto dEle, e isso constitui suficiente veneração, amor e renovação de sua memória, e é um encorajamento suficiente para que o sigamos.

Allāh não fez referência ao nascimento do Mensageiro (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) no Qur’ān, ao invés disso Ele se referiu à sua Missão, e disse (tradução dos significados):

“Com efeito, Allah fez mercê aos crentes, quando lhes enviou um Mensageiro, vindo deles” [Sūrah Āl ‘Imrān, 3:164]

“Ele é Quem enviou aos iletrados um Mensageiro vindo deles” [Sūrah Al-Jumu‘ah, 62:2]

4 - É possível que eles digam que a celebração do aniversário do Profeta foi introduzida por um rei sábio e justo, o qual intencionava aproximar-se de Allāh através disso.

Nossa reposta é que a bid‘ah não é aceitável, independente de quem a cometa. Uma boa intenção não justifica uma má ação, mesmo que uma pessoa morra sábia e virtuosa isso não quer dizer que ela fosse infalível.

5 - Eles dizem que a celebração do mawlid entra na definição de bid‘ah hasanah (inovação boa), pois ela se baseia em agradecer a Allāh por ter-nos enviado o Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam)!

Nossa resposta é que não há nenhum benefício na inovação. O Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) disse:

“Todo aquele que inovar algo neste assunto nosso (i.e., o Islām) que não faça parte dele, terá isso rejeitado.” [Al-Bukhāri]

E ele (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) disse:

“Toda inovação é um extravio.” [Ahmad e At-Tirmidhi]

A regra com relação às inovações é que todas elas constituem extravio, porém esse argumento capcioso sugere que nem toda bid‘ah é um extravio, e que na verdade existem inovações boas.

Ibn Rajab, que Allāh tenha misericórdia dele, disse:

“As palavras do Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) ‘toda inovação é um extravio’ são um comentário conciso porém inclusivo e de total abrangência; elas constituem um dos mais importantes princípios da religião. Elas se assemelham às suas palavras:

‘Todo aquele que inovar algo neste nosso assunto (i.e., o Islām) que não faça parte dele, terá isso rejeitado.’ [Al-Bukhāri]

Qualquer coisa inovada e atribuída ao Islām, a qual não tenha qualquer base na religião, seja lá quem quer que o faça, constitui um extravio e não tem nada a ver com o Islām, seja essa coisa relacionada aos assuntos da crença (‘aqīdah) ou às palavras e atos externos e internos.”

Essas pessoas não têm prova de que exista algo chamado “inovação boa”, exceto as palavras de ‘Umar (radiyAllāhu ‘anhu) concernentes às orações do tarāwīh, quando ele disse:

“Que boa inovação essa.”

Eles também dizem que houve coisas que foram inovadas e que não foram denunciadas pelos salaf6, tal como a compilação do Qur’ān em um volume e a escrita e compilação dos ahādīth.

A resposta a isso é que essas questões têm uma base no Islām, portanto não são invenções.

Umar disse “Que boa bid‘ah (inovação)” significando inovação no sentido lingüístico, não no sentido shar‘i (da jurisprudência islâmica). Tudo aquilo que tiver uma base no Islām, se for descrito como uma inovação, é uma inovação no sentido lingüístico, não no sentido shar‘i, pois a inovação no sentido shar‘i implica em algo que não tem base no Islām.

A compilação do Qur’ān em um livro tem base no Islām, pois o Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) ordenara que o Qur’ān fosse escrito, porém ele estava disperso, então os Sahābah o compilaram em um volume único a fim de protegê-lo e preservá-lo.

O Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) liderou seus companheiros na oração do tarāwīh por algum tempo e então parou de fazê-lo, a fim de que ela (a oração do tarāwīh) não se tornasse uma obrigação para eles. Os Sahābah, que Allāh esteja satisfeito com eles, continuaram a rezá-la individualmente durante a vida do Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) e após sua morte, até que ‘Umar Ibn AlKhattāb (radiyAllāhu ‘anhu) os reuniu atrás de um imām, da mesma maneira que eles costumavam rezar atrás do Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam). Portanto, isso não é uma inovação introduzida na religião.

A compilação das coleções de ahādīth também possui uma base no Islām. O Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) ordenou a alguns de seus companheiros que alguns ahādīth fossem escritos, quando eles lhe solicitaram isso. Em termos gerais, fazer isso na época em que ele estava vivo era proibido, por temor de que o Qur’ān fosse misturado com coisas que não faziam parte dele (dentre os ditos do Profeta - sallAllāhu ‘alayhi wa sallam). Quando o Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam ) morreu, esse temor não mais existia, pois o Qur’ān fora completado e organizado antes de sua morte. Os muçulmanos compilaram a Sunnah depois disso a fim de preservá-la e impedir que ela fosse perdida. Que Allāh os recompense com o bem, em nome do Islām e dos muçulmanos, pois eles protegeram o Livro de seu Senhor e a Sunnah de seu Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) da perda e da adulteração.

Nós também podemos dizer-lhes: Por que este ato de agradecimento - como o chamam - não foi feito pelas melhores gerações, os Sahābah, os Tābi‘ūn e os seguidores do Tābi‘ūn, os quais foram os que mais amaram o Profeta e eram os mais esforçados na prática do bem e na gratidãoe Será que aqueles que introduziram a inovação do mawlid são mais bem orientados do que elese Será que eles são mais gratos a Allāhe Definitivamente não!

6 - Eles podem dizer que a celebração do aniversário do Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) é indicativa de seu amor por ele; ela é uma maneira de demonstrar isso, e demonstrar amor pelo Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) é algo prescrito no Islām!

A resposta a isso é que, sem dúvida, amar o Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) é uma obrigação de todo muçulmano; ele deve amá-lo mais do que a si próprio, do que a seu filho, seu pai e a toda humanidade - que meu pai e minha mãe sejam sacrificados por ele! Todavia, isso não quer dizer que nós devemos introduzir inovações para este fim, pois isso não nos foi prescrito. Amá-lo significa que devemos obedecê-lo e segui-lo, pois esta é uma das maiores manifestações de amor, como é dito:

“Se teu amor é sincero, obedece-o, então; pois o amante obedece àquele que ama.”

Amar o Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) implica em manter sua Sunnah viva, em aderir a ela firmemente, e em evitar palavras e atos que vão contra ela. Sem dúvida tudo aquilo que vai contra a Sunnah é uma inovação condenável (bid‘ah) e um ato claro de desobediência. Isso inclui a celebração de seu aniversário e outros tipos de bid‘ah. O fato de se ter boas intenções não significa que seja permissível introduzir inovações na religião. O Islām é baseado em duas coisas: na pureza de intenção e em seguir o Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam).

Allāh diz (tradução dos significados):

“Sim! Quem entrega a face a Allah, enquanto benfeitor, terá seu prêmio junto de seu Senhor. E nada haverá que temer por eles, e eles não se entristecerão.” [Sūrah Al-Baqarah, 2:112]

Entregar (submeter) a face a Allāh significa ser sincero para com Allāh, e fazer o bem (ser um benfeitor) significa seguir o Mensageiro (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) e implementar sua Sunnah.

7 - Outro de seus argumentos capciosos é dizer que celebrando o mawlid e lendo a biografia do Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) nesta ocasião, eles estão encorajando as pessoas a seguirem o seu (dele) exemplo!

Nós dizemos a eles que ler a biografia do Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) e seguir seu exemplo são coisas requeridas do muçulmano em todos os momentos, durante o ano inteiro e ao longo de toda sua vida. Separar um dia específico para fazer isso, sem ter qualquer evidência para tanto, constitui uma inovação, e “...toda inovação é um extravio”. [Ahmad e At-Tirmidhi]

A bid‘ah não produz qualquer fruto exceto o mal e ela leva a pessoa a se distanciar do Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam); seja lá qual forma ela assuma, é uma inovação condenável. Os muçulmanos devem pôr um fim a ela e a outros tipos de bid‘ah, e ocupar-se em reviver e aderir à Sunnah. Eles não devem ser enganados por aqueles que promovem e defendem esta bid‘ah, pois esse tipo de pessoas está mais interessado em manter as inovações vivas do que em reviver a Sunnah; é possível que elas sequer tenham qualquer interesse na Sunnah. Não é permitido imitar ou seguir o exemplo de qualquer pessoa desse tipo, mesmo que a maioria seja assim.

Ao invés disso, nós devemos seguir o exemplo daqueles que seguem o caminho da Sunnah, dentre os virtuosos salaf e seus seguidores, mesmo que eles sejam poucos. A verdade não é avaliada segundo os homens que a professam, e sim os homens são avaliados de acordo com a verdade.

O Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) disse:

“Todo aquele dentre vós que viver (por um longo tempo) verá muitas diferenças. Eu vos insto a seguir minha Sunnah e a sunnah dos califas corretamente orientados que vêm depois de mim. Apegai-vos firmemente a isso. Guardai-vos dos assuntos inventados, pois toda inovação é um extravio”. [Ahmad e At-Tirmidhi]

Desta maneira, o Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) explicou-nos neste hadīth o que nós devemos fazer quando há diferenças de opinião, assim como explicou que tudo que vai contra a sua Sunnah, sejam palavras ou atos, é uma bid‘ah, e toda bid‘ah é um extravio.

Se percebemos que não há qualquer base para a celebração do aniversário do Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam), seja na Sunnah (do Mensageiro) ou na sunnah dos califas corretamente orientados, então esse é um dos assuntos inventados, uma das inovações que extraviam as pessoas. Este princípio é o que está implicado nesse hadīth e indicado na āyah (tradução dos significados):

“Ó vós que credes! Obedecei a Allah e obedecei ao Mensageiro e às autoridades, dentre vós. E, se disputais por algo, levai-o a Allah e ao Mensageiro, se sois crentes em Allah e no Derradeiro Dia. Isso é melhor e mais belo, em interpretação.” [Sūrah An-Nisā’, 4:59]

Levar algo a Allāh significa consultar Seu Livro a esse respeito, e levar ao Mensageiro (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam), depois de seu falecimento, significa consultar sua Sunnah. O Qur’ān e a Sunnah são o ponto de referência em casos de disputa. Onde no Qur’ān e na Sunnah está indicado que celebrar o aniversário do Profeta é prescrito no Islāme Todo aquele que faça isso (essa celebração) ou que pense que isso é algo bom deve arrepender-se para Allāh desse e de outros tipos de bid‘ah. Esta é a atitude do muçulmano que está buscando a verdade. Porém, todo aquele que for obstinado e arrogante após a prova ter sido estabelecida há de prestar contas a seu Senhor.

Notas do tradutor:

*Todos os versículos foram tirados da “Tradução do sentido do Nobre Alcorão para a Língua portuguesa” do Dr. Helmi Nasr, Professor de Estudos grabes e Islâmicos na Universidade de São Paulo, impressa e distribuída pelo Complexo do Rei Fahd para Impressão do Nobre Alcorão, AlMadīnah Al-Munawwarah, Reino da Arábia Saudita.

1 - Titereiro, titeriteiro: Pessoa que faz apresentações usando marionetes ou títeres.

2 - Literalmente, “não fez descer”.

3 - Jāhiliyyah: A palavra jāhiliyyah (época de ignorância) é um termo que se refere ao período que antecedeu o advento do Islām. Ela é derivada da palavra jahl (ignorância), pois aquilo que os povos dessas épocas pré-islâmicas seguiram (em suas crenças e práticas em geral) ou não era baseado em qualquer fonte de orientação, ou era de revelações anteriores que haviam sido corrompidas e alteradas. Desta maneira, Allāh Altíssimo atribuiu este nome a esse período, como desaprovação daquilo que seu povo possuía de crenças, ações e metodologia.

4 - Capcioso: Que engana; caviloso, enganoso, manhoso; que procura confundir, para levar ao erro; ardiloso, astucioso.

5 - César, Cosroes e Negus: Respectivamente, os soberanos do Império Romano, Persa e da Abissínia.

6 - Salaf: Literalmente, “aqueles que precederam, que vieram antes”. As-Salaf As-Sālih são as pessoas do passado; no sentido específico, as três primeiras gerações de muçulmanos piedosos, que viveram durante e após a revelação do Qur’ān, i.e., os Sahābah (companheiros) do Profeta (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam), os Tābi‘ūn (seguidores dos Sahābah) e os Atbā‘ At-Tābi‘īn (seguidores dos seguidores dos Sahābah - rahimahumullāh); no sentido geral a definição inclui todos aqueles que os seguiram em seu entendimento e prática do Islām.

Disse o Profeta Muhammad (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam): “Os melhores dentre vós são a minha geração, então aqueles que vêm depois deles e então aqueles que vêm depois deles. Então virá depois deles um povo que trairá e não será digno de confiança, testemunharão embora isto não lhes tenha sido pedido, farão votos mas não os cumprirão, e a obesidade aparecerá entre eles." [Sahīh Al-Bukhāri].

Imām Abū Hanīfah (rahimahullāh) disse: “Apegai-vos ao athar (narração) e à tarīqah (caminho) dos Salaf e acautelai-vos com as coisas inventadas, pois todas elas são inovações." [Relatado por As-Suyūti em Sawn Al-Mantaq Wal-Kalām, p. 32].

Aderindo ao caminho dos Salaf e às suas crenças, compreendendo e praticando o Dīn como eles o fizeram, adorando Allāh em Sua Unicidade, de acordo com a Sunnah Autêntica do Mensageiro (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam), como o fizeram os Sahābah, é garantido ao crente o sucesso nesta vida e na próxima. Quando foi perguntado por seus companheiros sobre aqueles que seriam salvos do Fogo, o Mensageiro (sallAllāhu ‘alayhi wa sallam) respondeu: “São aqueles que estão sobre aquilo que eu e meus companheiros estamos.” [Hadīth hasan, relatado por At-Tirmidhi de ‘Amr Ibn Al-‘Ās].

Shaykh Ibn Taymiyah (rahimahullāh) disse: “Não há crítica para aquele que proclama (seguir) o caminho (madhhab) dos Salaf, que se apega e remete a ele. Ao contrário, é obrigatório aceitar isso dele por consenso unânime (ittifāq), pois o caminho dos Salaf é nada menos do que a Verdade (Al-Haqq).” [Majmū‘ Al-Fatāwā, 4:149].

BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.

Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.

Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).


“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Asalamo Alaikom WA WB.

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Maria no Islã

Por M. Abdulsalam
(IslamReligion.com)

Maria, a Mãe de Jesus, detém uma posição muito especial no Islã, e Deus a proclama como a melhor mulher entre toda a humanidade, a quem Ele escolhe sobre todas as outras mulheres devido à sua religiosidade e devoção.

“E lembra-lhes, Muhammad, de quando os anjos disseram, ‘Ó Maria! Por certo Deus te escolheu e te purificou, e te escolheu sobre todas as outras mulheres dos mundos. Ó Maria! Sê devota a teu Senhor e prostra-te e curva-te com os que se curvam (em oração).’” (Alcorão 3:42-43).

Ela também foi um exemplo de Deus, como Ele disse:
“E (Deus propõe o exemplo para aqueles que crêem) de Maria, a filha de Heli, que guardou sua castidade; então sopramos nela Nosso Espírito (ou seja, Gabriel), e ela acreditou nas palavras de seu Senhor e Seus Livros e foi devotadamente obediente.” (Alcorão 66:12)

De fato ela foi uma mulher adequada a trazer um milagre como o de Jesus, que nasceu sem pai. Ela era conhecida por sua religiosidade e castidade, e se fosse diferente, ninguém teria acreditado em sua alegação de ter dado à luz enquanto mantinha seu estado de virgindade, uma crença e fato que o Islã considera verdadeiros. Sua natureza especial foi um dos muitos milagres provados em sua tenra infância. Deixe-nos contar o que Deus revelou em relação à bela estória de Maria.

A Infância de Maria

“Por certo Deus escolheu Adão, Noé e a família de Abraão e a família de Heli sobre todas as outras da criação. São descendentes, uns dos outros, e Deus é Oniouvinte, Onisciente. Lembra quando a esposa de Heli (Hannah; também Ana) disse: ‘Ó meu Senhor! Eu consagro a Ti o que há em meu ventre para ser dedicado aos Teus serviços (servir Teu Lugar de adoração); então aceita-o de mim. Verdadeiramente, Tu és O Ouniouvinte, O Onisciente.” (Alcorão 3:35)

Maria nasceu para Heli e sua esposa Hannah, que era de descendência davídica vindo, portanto, de uma família de profetas, de Abraão a Noé, a Adão, que a Paz e as Bênçãos de Deus estejam sobre todos eles. Como mencionado no versículo, ela nasceu para a família escolhida de Heli, que nasceu na família escolhida de Abraão, que também nasceu em uma família escolhida. Hannah era uma mulher estéril que desejava uma criança, e ela prometeu a Deus que, se Ele a concedesse um filho, ela o consagraria a Seu serviço no Templo. Deus respondeu à sua invocação, e ela concebeu uma criança. Quando ela deu à luz, ela se entristeceu, porque sua criança era uma menina e geralmente eram os meninos que prestavam serviço no Bait-ul-Maqdis.

“E quando deu à luz, ela disse, ‘Meu Senhor! Eu tive uma menina...e o menino não é igual à menina.”
Quando ela expressou sua tristeza, Deus a repreendeu dizendo:
“Deus sabe melhor o que ela deu à luz...” (Alcorão 3:36)

...porque Deus escolheu sua filha, Maria, para ser a mãe de um dos maiores milagres da criação: o nascimento virginal de Jesus, que Deus o exalte. Hannah chamou a sua filha de Maria (Mariam em árabe) e invocou a Deus que a protegesse e à sua criança de Satanás:

“E eu a chamei de Maria (Mariam), e a entrego e à sua descendência à Tua proteção, contra o maldito Satanás.” (Alcorão 3:36)

Deus de fato aceitou essa súplica, e Ele deu a Maria e seu filho que estava por vir, Jesus, um tratamento especial – que não foi dado a ninguém antes e nem a ninguém depois; nenhum dos dois foi afligido pelo toque de Satanás ao nascer. O Profeta Muhammad, que Deus o exalte, disse:

“Todos que nascem Satanás toca ao nascer, e a criança nasce chorando por causa de seu toque, exceto Maria e seu filho (Jesus).” (Ahmed)

Aqui, nós podemos ver imediatamente a similaridade entre essa narrativa e a teoria cristã da “Imaculada Conceição” de Maria e Jesus, embora aqui exista uma grande diferença entre as duas. O Islã não propaga a teoria do ‘pecado original’ e, portanto, não aceita essa interpretação de como eles eram livres do toque de Satanás, mas ao contrário essa foi uma graça dada por Deus à Maria e seu filho Jesus. Como outros profetas, Jesus foi protegido de cometer pecados graves. Quanto à Maria, mesmo se adotarmos a posição de que ela não era uma profetisa, ela todavia recebeu a proteção e orientação de Deus que Ele concede aos crentes piedosos.

“Então seu Senhor acolheu-a com bela acolhida, e fê-la crescer em pureza e beleza, e a confiou aos cuidados de Zacarias.” (Alcorão 3:37)
No nascimento de Maria, sua mãe Hannah a levou a Bait-ul-Maqdis e a ofereceu àqueles no templo para crescer sob sua tutela. Conhecendo a nobreza e religiosidade de sua família, eles discutiram sobre quem teria a honra de educá-la. Eles concordaram em tirar a sorte, e não foi ninguém menos que o profeta Zacarias o escolhido. Foi sob o seu cuidado e tutela que ela foi educada.

Milagres em sua Presença e Visitação dos Anjos

Enquanto Maria crescia, até mesmo o profeta Zacarias notou as suas características especiais, devido aos vários milagres que ocorreram na presença dela. Maria, durante o seu crescimento, recebeu um quarto recluso dentro do templo onde ela devia se devotar à adoração de Deus. Toda vez que Zacarias entrava na câmara para ver o que ela precisava, ele encontrava frutas abundantes, e fora da estação, na presença dela.

“Cada vez que Zacarias entrava na câmara, ele a encontrava provida com sustento. Ele disse, ‘Ó Maria! De onde te provém isso?’ Ela respondia, ‘De Deus.’ Certamente Deus concede sustento sem medida a quem Ele quer.” (Alcorão 3:37)
Ela foi visitada pelos anjos em mais de uma ocasião. Deus nos diz que os anjos a visitaram e a informaram de sua condição louvável entre a humanidade:

“Quando os anjos disseram, ‘Ó Maria! Deus te escolheu e te purificou (devido à tua adoração e devoção), e te escolheu (fazendo-te mãe do profeta Jesus) sobre todas as mulheres dos mundos. Ó Maria! Ore a teu Senhor devotadamente, e te prostra e te curva com aqueles que se curvam.’” (Alcorão 3:42-43)
Devido a essas visitações dos anjos e por ela ter sido escolhida sobre as outras mulheres, alguns consideram que Maria foi uma profetisa. Mesmo se ela não foi, o que é matéria de debate, o Islã a considera detentora da posição mais alta entre todas as mulheres da criação devido à sua piedade e devoção, e devido ao fato dela ter sido escolhida para o nascimento milagroso de Jesus.

Sua Anunciação

Deus nos informa de quando os anjos deram à Maria as boas novas de uma criança, a
posição de seu filho na terra, e alguns dos milagres que ele realizaria:
“Quando os anjos disseram,.‘Ó.Maria! Certamente Deus te dá as boas novas de um Verbo (Sua palavra, ‘Sê’) Dele, cujo nome é o Messias, Jesus, filho de Maria, honorável nesse mundo e no Outro, e entre os próximos a Deus. Ele falará aos homens ainda no berço, e na maturidade, e será dos virtuosos.’ Ela disse, ‘Meu Senhor, como poderei ter um filho se nenhum homem me tocou?’ Ele disse, ‘Assim é, Deus cria o que Ele quer. Quando Ele decreta algo, apenas diz-lhe ‘Sê’, e é. E Ele lhe ensinará o Livro e a Sabedoria, e o Torá e o Evangelho.” (Alcorão 3:45-48)
Isso se parece muito com as palavras mencionadas na Bíblia:
“Não tenhas medo, Maria, porque fostes favorecida por Deus. Muito em breve ficarás grávida e terás um menino, a quem chamarás Jesus.”
Atônita, ela respondeu:

“Mas como posso ter um filho, se sou virgem?” (Lucas 1:26-38)
Essa situação foi um grande teste para ela, porque sua grande piedade e devoção eram conhecidas por todos. Ela previu que as pessoas a acusariam de não ser casta.
Em outros versículos do Alcorão, Deus relata mais detalhes da anunciação por Gabriel de que ela daria à luz a um Profeta.

“E menciona no Livro, Maria, quando ela se isolou de seu povo em um lugar na direção do oriente. E colocou um véu entre ela e eles; então Nós enviamos Nosso Espírito (Gabriel), e ele apareceu como um homem em todos os aspectos. Ela disse, ‘Verdadeiramente eu me refugio no Misericordioso (Deus) contra ti, temes a Deus.’ Ele disse, ‘Eu sou apenas um mensageiro de teu Senhor, (para te anunciar) a dádiva de um filho virtuoso.’ (Alcorão 19:17-19)
Uma vez, quando Maria foi ao templo para os seus afazeres, o anjo Gabriel apareceu para ela na forma de um homem. Ela ficou assustada devido à proximidade do homem, e buscou refúgio em Deus. Gabriel então disse a ela que ele não era um homem comum, mas um anjo enviado por Deus para anunciar a ela que ela teria uma criança muito pura. Atônita, ela exclamou

“Ela disse, ‘Como poderei ter um filho, se nenhum homem me tocou e eu nunca fui mundana?!’” (Alcorão 19:19-20)

O anjo explicou que era um Decreto Divino que já tinha sido decretado, e que de fato era algo fácil para Deus o Todo-Poderoso. Deus disse que o nascimento de Jesus, que
Deus o exalte, seria um sinal de Sua Onipotência, e que, assim como Ele criou Adão sem pai ou mãe, Ele criou Jesus sem pai.

“Ele disse, ‘Assim será,’ teu Senhor disse: ‘Isso é fácil para Mim, e farei dele um sinal para os homens, e Misericórdia de Nossa parte, e essa é uma questão que já foi decretada.’” (Alcorão 19:21)

Deus soprou em Maria o espírito de Jesus através do anjo Gabriel, e Jesus foi concebido em seu ventre, como Deus disse em um outro capítulo:

“E Maria a filha de Heli, que guardou sua castidade, Nós sopramos nela através de Nosso Espírito (Gabriel).” (Alcorão 66:12)

Quando os sinais de gravidez se tornaram aparentes, Maria ficou ainda mais preocupada com o que as pessoas falariam sobre ela. As notícias sobre ela se espalharam, e como era inevitável, alguns começaram a acusá-la de não ser casta. Ao contrário da crença cristã de que Maria era casada com José, o Islã mantém que ela não era noiva ou casada, e foi isso que causou a ela tal angústia. Ela sabia que as pessoas chegariam à única conclusão lógica em relação à sua gravidez, de que tinha acontecido fora do casamento. Maria se isolou das pessoas e partiu para uma outra terra. Deus diz:

“E ela o concebeu, e se isolou com ele em um lugar remoto. As dores do parto a levaram ao tronco de uma palmeira.” (Alcorão 19:22-23)

O Nascimento de Jesus

No início de seu parto, ela estava em profunda dor, tanto mental quanto física.
Como poderia uma mulher de tal piedade e nobreza ter um filho fora do casamento? Nós devemos mencionar aqui que Maria teve uma gravidez normal que não foi diferente das outras mulheres, e teve o seu filho como as outras também. Na crença cristã, Maria não sofreu as dores do parto, porque o Cristianismo e o Judaísmo consideram a menstruação e o parto como uma maldição sobre as mulheres pelo pecado de Eva[1]. O Islã não suporta essa crença, nem a teoria de ‘Pecado Original’, mas ao contrário enfatiza fortemente que ninguém deve carregar o pecado de outros:

“Nenhuma alma peca exceto contra si mesma, e nenhuma alma pecadora arca com o pecado de outra.” (Alcorão 6:164)
Não apenas isso, mas nem o Alcorão nem o Profeta Muhammad, que Deus o exalte, sequer mencionam que foi Eva quem comeu da árvore e instigou Adão. Ao contrário, o Alcorão culpa ou apenas a Adão ou a ambos:

“E Satanás lhes sussurrou, e os desencaminhou com artifício. Então quando ambos provaram da árvore, o que estava oculto de suas vergonhas (partes íntimas) se tornou manifesto para eles" (Alcorão 7:20-22)
Maria, devido à sua angústia e dor desejou que nunca tivesse sido criada, e exclamou:

“Quem dera tivesse morrido antes disso, e tivesse sido esquecida.” (Alcorão 19:23)
Após o parto do bebê, e quando sua angústia não podia ser maior, o bebê recém-nascido, Jesus, que Deus o exalte, milagrosamente falou abaixo dela, lhe tranqüilizando e reassegurando de que Deus a protegeria:

“E abaixo dela uma voz chamou-a, ‘Não te entristeças, porque o teu Senhor fez correr abaixo de ti um regato. E move em tua direção o tronco da tamareira; ela fará cair sobre ti tâmaras maduras, frescas. Então come e bebe e fica feliz. E se vês alguém, dize, ‘De fato fiz votos de silêncio ao Misericordioso e hoje não falarei com pessoa alguma.’” (Alcorão 19:24-26)

Maria se tranqüilizou. Esse foi o primeiro milagre realizado nas mãos de Jesus. Ele falou tranqüilizando sua mãe em seu nascimento, e uma vez mais quando as pessoas a viram carregando seu bebê recém-nascido. Quando eles a viram eles a acusaram dizendo:

“Ó Maria, com efeito, fizeste uma coisa assombrosa!” (Alcorão 19:27)
Ela simplesmente apontou para Jesus e ele milagrosamente falou, como Deus tinha prometido a ela na anunciação.

“Ele falará aos homens ainda no berço, e na maturidade, e será dos virtuosos.’ (Alcorão 3:46)

Jesus disse às pessoas:

“Eu sou de fato um servo de Deus. Ele me concedeu o Livro e fez de mim um Profeta, e Ele me fez abençoado onde quer que eu esteja. Ele me recomendou as orações, a caridade, enquanto eu viver. Ele me fez carinhoso com a minha mãe, e Ele não me fez insolente, infeliz. E que a Paz esteja sobre mim no dia em que nasci, e no dia em que morrer, e no dia em que eu for ressuscitado.” (Alcorão 19:30-33)

A partir daqui começa o episódio de Jesus, seu esforço de uma vida para chamar as pessoas para adorar a Deus, escapando das conspirações e planos daqueles judeus que se empenhariam em matá-lo.

Maria no Islã

Nós já discutimos a grande posição que o Islã concede à Maria. O Islã dá a ela a posição de ser a mais perfeita das mulheres criadas. No Alcorão, nenhuma mulher recebe mais atenção do que Maria embora todos os profetas, com exceção de Adão, tivessem mães. Dos 114 capítulos do Alcorão, ela está entre as oito pessoas que têm um capítulo com o seu nome: o capítulo dezenove, “Mariam”, que é Maria em árabe. O terceiro capítulo no Alcorão tem o nome do pai dela, Imran (Heli). Os capítulos Mariam e Imran estão entre os capítulos mais bonitos no Alcorão. Além disso, Maria é a única mulher especificamente mencionada pelo nome no Alcorão. O Profeta

Muhammad disse:

“As melhores mulheres do mundo são quatro: Maria a filha de Heli, Aasiyah a esposa do Faraó, Khadija bint Khuwaylid (a esposa do Profeta Muhammad), e Fátima, a filha de Muhammad, o Mensageiro de Deus.” (Al-Tirmidhi)

Apesar de todos esses méritos que mencionamos, Maria e seu filho Jesus foram somente humanos, e não tinham características que fossem além do campo da humanidade. Ambos foram seres criados e ambos ‘nasceram’ nesse mundo. Embora eles estivessem sob o cuidado especial de Deus que os prevenia de cometer pecados graves (proteção total – como outros profetas – no caso de Jesus, e proteção parcial como outras pessoas virtuosas no caso de Maria, se adotarmos a posição de que ela não foi uma profetisa), eles ainda estavam sujeitos a cometer erros. Ao contrário do Cristianismo, que considera Maria como irrepreensível[2], ninguém recebeu essa qualidade de perfeição exceto Deus.

O Islã ordena a crença e implementação de monoteísmo estrito; de que ninguém tem quaisquer poderes sobrenaturais além de Deus, e que apenas Ele merece adoração e devoção. Embora milagres tenham ocorrido nas mãos dos profetas e pessoas virtuosas durante suas vidas, eles não tinham poder para se ajudar, quanto mais a outros, após sua morte. Todos os humanos são servos de Deus e precisam de Sua ajuda e misericórdia.

O mesmo é verdadeiro para Maria. Embora muitos milagres tenham ocorrido na presença dela, tudo cessou após sua morte. Quaisquer alegações que as pessoas fizeram de que viram aparições da Virgem, ou que pessoas foram salvas do perigo após invocá-la, como as mencionadas em literatura apócrifa como “Transitus Mariae”, são meras aparições feitas por Satanás para desencaminhar as pessoas da adoração e devoção ao Único Verdadeiro Deus. Devoções como a “Ave Maria” recitada sobre o rosário e outros atos de engrandecimento, como a devoção de igrejas e festas específicas para Maria, levam as pessoas a engrandecer e glorificar outros além de Deus. Devido a essas razões, o Islã proibiu estritamente inovações de qualquer tipo, assim como a construção de locais de adoração sobre túmulos, tudo para preservar a essência de todas as religiões enviadas por Deus, a mensagem pura para adorá-Lo somente e deixar a falsa adoração de todos os outros além Dele.

Maria foi uma serva de Deus, e ela foi a mais pura de todas as mulheres, especialmente escolhida para o nascimento milagroso de Jesus, um dos maiores de todos os profetas. Ela foi conhecida por sua piedade e castidade, e continuará a ser mantida nessa alta consideração através dos tempos que estão por vir. Sua estória tem sido relatada no Glorioso Alcorão desde o advento do Profeta Muhammad, e continuará assim, inalterada em sua forma pura, até o Dia do Juízo.

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[1] Veja Gênesis (3:16)
[2] Santo Agostinho: “De nat. et gratis”, 36.

Califa Ômar Ibn Al Khattab (RAA)‏ - Allah colocou a justiça na língua e no coração de Ômar

Allah colocou a justiça na língua e no coração de Ômar

Preparação: Dr. Ahmad Al Mazid
Dr. Ádel Ach Chadi

Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso

Louvado seja Allah, Senhor do Universo, e que a Sua paz e graça estejam com o derradeiro dos profetas e dos mensageiros, o nosso Profeta Mohammad, com seus familiares e com todos os seus companheiros.

Nessa segunda jornada estaremos em companhia do segundo homem do Islam, depois do Mensageiro de Allah (S) e de Abu Bakr Siddik. Esse homem que vinculou o seu nome à justiça e ao direito, ao poder e à coragem, ao ascetismo e à abstinência, à piedade e à auto-censura, ao temor a Allah e ao choro por receio, à sagacidade e inteligência, à visão e conhecimento, à consciência desperta e auto-domínio.

É o Faruk Ômar Ibn Khattab, o coraixita, do clã Adawi(Bani Ady). O Mensageiro de Allah (S) o apelidou de Abu Hafs.

Ibn Al Jauzi disse: “Fique sabendo que Ômar foi benevolente, quer seja na época pré-islâmica, quer seja durante o Islam” 1.

Ibn Kacir disse: “Ele era modesto, de vida simples, de comida simples, rigoroso nas questões de Allah, remendava sua roupa, carregava recipiente no ombro, apesar da sua posição, montava em burro sem sela, no camelo sobre esteira, ria pouco, não brincava com ninguém e tinha um anel em que estava gravado: a morte é suficiente admoestadora, ó Ômar.

A sua Conversão
Ômar se converteu no ano seis do início da missão. Tinha vinte e sete anos de idade. Participou das batalhas de Badr e Uhud com o Profeta (S). Participou de várias expedições e foi nomeado comandante de algumas delas. Foi um dos que permaneceram firmes ao lado ao Mensageiro de Allah (S) em Uhud. Será uns dos primieiros na religião que receberá as dádivas de Allah. Um dos dez auspiciados com o Paraíso, um dos califas probos, um dos sogros do Profeta (S), um dos maiores sábios dentre os companheiros e os ascetas.

A sua conversão foi considerada o início de uma nova etapa da proclamação da religião. A esse respeito Ibn Mass’ud (R) disse: “Adquirimos respeito a partir da conversão de Ômar.

A sua conversão aconteceu por causa da invocação do Profeta (S). Ibn Ômar relatou que o Rassulullah (S) disse: “Ó Allah fortalece o Islam daquele que mais gostas dentre esses dois homens: Abu Jahal ou Ômar Ibn Al Khattab”. Ômar foi o escolhido. (Ahmad e Tirmizi).

Sua Imigração
Foi corajoso no dia da sua imigração. Áli Ibn Abi Tálib (R) disse: “Não conheci outra pessoa que imigrou aos olhos das pessoas,todos os imigrantes viajaram às ocultas, menos Ômar Ibn Al Khattab, quando resolveu imigrar, pegou da espada, do arco e das flechas, foi até a Caaba, deu sete voltas ao seu redor, foi à estância de Abraão e cumpriu duas unidades de oração. Então, parou perante cada lider do grupo dos Coraxitas e disse: ‘Quem quiser ser pranteado pela mãe, deixar órfãos, deixar viúvas, que me encontre após esse vale’. Áli disse: ‘Ninguém o seguiu dos coraixitas, a não ser os enfraquecidos que ele ensinou e orientou, e seguiu viagem’”.

Ibn Al Jauzi disse: “Ômar tornou-se muito rigoroso na questão religiosa e o seu entusiasmo cresceu quando chegou a época da imigração. As pessoas saíram sorrateiramente. Ômar porém, saiu caminhando como um leão, dizendo: ‘Estou imigrando, quem quiser me encontrar que o faça no vale’” 2.


Seus Méritos e suas Virtudes
Um Homem do Paraíso
Abu Huraira (R) relatou que o Profeta (S) disse: “Enquanto dormia sonhei que estava no Paraíso. Vi uma mulher se abluindo ao lado de um palácio. Perguntei: ‘De quem é esse palácio?’ Disseram: “De Ômar”. Lembrei-me de seu ciúme e fugi do local.” Ômar chorou e disse: “Como posso ter ciúme de você, ó Mensageiro de Allah”? (Bukhári e Musslim).

O Conhecimento de Ômar Ibn Al Khattab
Ibn Ômar (R) relatou que o Mensageiro de Allah (S) disse: “Enquanto dormia, sonei que bebia leite até ver o líquido sair do meio das minhas unhas, então entreguei o frasco a Ômar”. Perguntaram: “Por que prioridade, ó Mensageiro de Allah”? Disse: “Pelo conhecimento”. (Bukhári e Musslim).

A Religiosidade e a Retidão de Ômar Ibn Al Khattab
Saad Ibn Abi Waccas relatou que o Profeta (S) disse: “Ó Ibn Al Khattab, por Aquele em Cujas mãos está a minha alma, se o Demônio o ver percorrendo um caminho, ele se desvia para outro.” (Bukhári e Musslim).

Abu Said Al Khudri relatou que ouviu o Profeta (S) dizer: “Enquanto dormia, vi pessoas que me foram apresentadas vestindo mantos, alguns só atingiam o peito, outros, menos que isso, Ômar me foi apresentado com um manto que tocava o chão”. Perguntaram: “Qual é a causa disso, ó Mensageiro de Allah”? Respondeu: “A sua religiosidade”.

A Sagacidade de Ômar
Abu Huraira (R) relatou que o Profeta (S) disse: “Havia entre os povos anteriores a vocês pessoas tradicionalistas, sem serem profetas. Se há entre meu povo alguém assim, é Ômar(os anjos confirmaram sua palavra)”. (Bukhári e Musslim)

A Sublimidade de sua Posição
Ucba, Ibn Ámer (R) relatou que ouviu o Mensageiro de Allah (S) dizer: “Se houvesse profeta depois de mim, seria Ômar Ibn Al Khattab”. (Ahmad e Tirmizi)

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“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Califa Abu Bakr Assidik (RAA) - Se eu adotasse um amigo, eu adotaria Abu Bakr como tal‏

Se eu adotasse um amigo, eu adotaria Abu Bakr como tal

Preparação: Dr. Ahmad Al Mazid
Dr. Ádel Ach Chadi


Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso

Louvado seja Allah e que a Sua paz e graça estejam com o Mensageiro de Allah (S), com seus familiares, com seus companheiros e com os seus seguidores.

Temos um encontro com um homem que o sol não nasceu nem se pôs, depois dos profetas e mensageiros, sobre alguém melhor do que ele.

Um homem cuja fé foi comparada à fé de toda a comunidade e a sua fé foi maior.
Um homem que gastou toda a sua fortuna pela causa de Allah. Quando foi perguntado: “O que você deixou para a sua família?” Respondeu, com total confiança em seu Senhor: “Deixei Allah e Seu Mensageiro.”
É o Abu Bakr Assidik
Seu nome: Abdullah Ibn Osman Ibn ‘Ámer, coraixita, cujos pais pertenciam ao clã Taim. Era generoso, corajoso, constante, de opinião correta nas importantes situações, tolerante, paciente, de forte determinação, jurisprudente, conhecedor das descendências e das histórias, confiante em Allah, ciente de Sua promessa, piedoso, distante das dúvidas, asceta quanto ao mundo, desejoso do que há com Allah, companheiro, íntegro (que Allah esteja satisfeito com ele e que o satisfaça).1


Ibn Al Jauzi, disse: “Fique sabendo que as características de Abu Bakr (R) são conhecidas pela piedade, temência, ascetismo, choro e modéstia. Quando foi nomeado Califa, passou a ir cedo para o mercado. Ele costumava ordenhar as ovelhas dos vizinhos antes do califado. Quando foi nomeado, uma empregada da vizinhança disse: “Agora não vai mais ordenhar as nossas ovelhas.” Ele disse: “Ao contrário, vou continuar ordenhando; não espero mudar depois de assumir a minha função.
Todos os companheiros (R) reconheceram os seus méritos.”1

Possuidor de Hombridade e Excelência
O Siddik (R) era portador de hombridade, de ponderação, mesmo na época pré-islâmica. Nunca ingeriu álcool para não perder a consciência e cometer algo condenável.

Ibn Al Jauzi disse: “Fique sabendo que Abu Bakr é conhecido por seus
méritos, tanto na época pré-islâmica como durante o Islam. Durante aquela época ele costumava intervir à favor dos que não tinham meio para pagar compensação sanguínea (matar alguém sem intenção) e dos endividados. Os coraixitas atendiam-lhe o pedido e a quem ele estava intervindo. Se outro o fizesse, eles o rejeitariam.”



O Primeiro dos Homens a se Tornar Muçulmano
Abu Said Al Khudri (R), na história do Abu Bakr assumir o califado relatou que ele disse: “Não fui o primeiro a me tornar muçulmano? Não fiz isso? Não fiz aquilo?” (Tradição narrada por Tirmizi).

A conversão de Abu Bakr foi mais valiosa para o Islam e os muçulmanos, do que a conversão de outras pessoas, por causa de sua elevada posição e o seu empenho em divulgar a Mensagem, pois foi a causa da conversão de um grande número de pessoas importantes como Abdel Rahman Ibn ‘Auf, Saad Ibn Abi Waccas, Osman Ibn Affan, Azzubair Ibn Al Auwam e Tal-ha Ibn Ubaidullah.
Quando adotou o Islam, era dono de uma fortuna de quarenta mil dirham (moeda de prata que tinha grande valor na época) que ele gastou pela causa de Allah.
Libertou uma série de escravos que estavam sendo torturados pela causa de Allah, a exemplo de Bilal Ibn Rabah (R). Ele acompanhou o Mensageiro de Allah (S) em Makka, na caverna, na imigração e em Madina. Acompanhou-o em todas as campanhas militares: Badr, Uhud, Khandak (Trincheira), na Conquista de Makka, em Hunain e Tabuk.

Versículos do Alcorão a Respeito de Abu Bakr Assidik:
Allah, exaltado seja, disse: “Contudo, livrar-se-á dele o mais temente a Allah, que aplica os seus bens, com o fito de purificá-los, e não faz favores a ninguém com o fito de ser recompensado, senão com o intuito de ver o Rosto do seu Senhor, o Altíssimo; e logo alcançará (completa) satisfação.” (92:17-21).



Ibn Al Jauzi disse: “Há consenso de que esses versículos foram revelados por causa de Abu Bakr. Neles está especificado que é o mais temente a Allah, e o mais temente é o mais honrado para Allah, pois Ele diz: “Sabei que o mais honrado, dentre vós, ante Allah, é o mais temente.” (49:13). Isso comprova que ele era o mais virtuoso homem da comunidade depois do Profeta (S).

Allah, exaltado seja, disse: “Quando estava na caverna com um companheiro, ele disse: Não te aflijas, porque Allah está conosco! Allah infundiu nele o Seu sossego, confortou-o com tropas celestiais que não poderíeis ver.” (9:40). Há um consenso entre os muçulmanos de que o companheiro, aqui, era Abu Bakr.

Allah, exaltado seja, disse: “Outrossim, aqueles que apresentarem a verdade e a confirmarem, esses são os tementes.” (39:33).
Al Bazar e Ibn Al ‘Assáker disseram que Áli (R), explicando este versículo, disse: “Quem apresentou a verdade foi Mohammad (S) e quem a confirmou foi Abu Bakr.”

Tradições a Respeito das Virtudes de Abu Bakr
Quanto às tradições a respeito de Abu Bakr Assidik (R), são muitas. Algumas das quais são:

Primeiro: Amar Ibn Al ‘As (R) relatou que perguntou ao Profeta (S): ‘Qual é a pessoa que mais gosta?’ Respondeu: ‘Aicha’. Perguntou: ‘E entre os homens?’ Respondeu: ‘O pai dela.’” (Bukhári e Musslim).


Segundo: Mohammad Ibn Al Hanafiya (R) relatou que perguntou ao pai – Áli Ibn Abi Tálib (R): “Qual é melhor pessoa após o Rassulullah (S)?” Respondeu: “Abu Bakr”. Perguntou novamente: “Quem vem depois?” Respondeu: “Ômar” Com receio que dissesse Osman na próxima, perguntou: “E você?” Disse: “Sou apenas um dos muçulmanos.” (Bukhári).

Terceira: Abu Said al Khudri (R) relatou que o Profeta (S) disse: “A pessoa em quem mais confio e não consigo retribuir pelo que fez ao Islam quanto ao seu companheirismo e bens é Abu Bakr. Se eu tivesse que escolher um amigo, escolheria Abu Bakr. Porém, ele é irmão e amigo no Islam. todas as portas da mesquita ficam fechadas, menos a porta de Abu Bakr(em honra a Abu Bakr)”. (Bukhári e Musslim).

Quarta: Abu Huraira (R) relatou que o Mensageiro de Deus (S) disse: “Nós recompensamos todos aqueles que nos ajudaram, menos Abu Bakr. Há coisas que somente Deus irá recompensá-lo por ela no Dia da Ressurreição. Não houve dinheiro que me fosse tão benéfico como o dinheiro de Abu Bakr. Se eu fosse adotar um amigo, eu escolheria Abu Bakr, porém tenho Allah por amigo”. (Tirmizi).

Quinta: Abu Huraira (R) relatou que o Profeta (S) disse: “Quem gastar um par pela causa de Deus será chamado pelas portas do Paraíso: ‘Ó servo de Deus, isso é muito melhor para você’. Quem for dos que praticam a oração será chamado pela porta da oração. Quem for dos que lutam pela causa de Deus, será chamado pela porta dos que lutam pela causa de Deus, quem for dos que praticam o jejum, será convocado pela porta Rayan. Quem for dos caritativos, será convocado pela porta dos caritativos. Abu Bakr perguntou: ‘Alguém será convocado por todas aquelas portas’? Disse-lhe sim, desejo que seja um deles”. (Bukhári e Musslim).

Sexta: Abu Bakr relatou que o Mensageiro de Deus (S) disse-lhe quando estavam na caverna: “Ó Abu Bakr, que pensa da situação de dois, cujo terceiro é Deus?” (Bukhári e Musslim).

Sétima: Ánas (R) relatou que o Profeta (S) disse: “o mais misericordioso dentro de minha comunidade é Abu Bakr”. (Ahmad e Tirmizi).

Oitava: Ánas (R) relatou: “O Profeta (S), Abu Bakr, Ômar e Osman subiram em Uhud. O monte tremeu com eles, o Profeta (S) bateu o pé com força no monte e disse: ‘Fique firme Uhud, pois está sobre você um Profeta, um Siddik e dois mártires’”. ( Bukhári).

Nona: Abu Dardá relatou: “Eu estava sentado com o Profeta (S) e chegou Abu Bakr e disse: ‘Tive um desentendimento com Ômar e me arrependi, pedi-lhe que me perdoasse, não aceitou, por isso, eu vim a você’. O Profeta (S) lhe disse: ‘Que Deus lhe perdoe, ó Abu Bakr, que Deus lhe perdoe, ó Abu Bakr, que Deus lhe perdoe, ó Abu Bakr’. Então, Ômar se arrependeu, foi à casa de Abu Bakr e não o encontrou. Em seguida foi ter com o Profeta (S) e o saudou. O rosto do Profeta (S) transformou-se tanto que Abu Bakr ficou com pena de Ômar este se ajoelhou em frente ao Profeta (S) e disse: ‘Eu fui mais injusto, eu fui mais injusto’. O Profeta (S) disse: ‘Deus me enviou a vocês e vocês me desmentiram, mas Abu Bakr disse que eu falei a verdade e me deu apoio com sua pessoa e seus bens. Vão querer deixá-lo em paz ou não’? Depois disso, nunca mais alguém importunou Abu Bakr”. (Bukhári).

Observação: No obra de Ibn Hijr Al Haitami, “Assawáik al Muhrika” há mais de cem tradições a respeito do mérito de Abu Bakr (R). O que se pode dizer depois disso?

Os Textos que Indicam a Legitimidade de seu Califado
Ibn Al Jauzi disse: “Abu Bakr foi o único que deu parecer na presença do Profeta (S), foi designado pelo profeta para dirigir as orações e foram revelados textos quanto à sua designação”7. Entre as tradições citamos:

Primeira: Jubair Ibn Mut’im relatou: “Uma mulher foi ter com o Profeta (S) e ele lhe pediu para voltar em outra ocasião. Ela perguntou: ‘se eu voltar e não o encontrar’? (como se dissesse que poderia estar morto). O Profeta (S) lhe disse: ‘Se não me encontrar, procure Abu Bakr”. (Bukhári e Musslim)

Segunda: Aicha relatou que o Profeta (S) durante a sua enfermidade lhe disse: “Chame o seu pai e o seu irmão para eu ditar um testamento, pois temo que alguém se apresente (para o califado) sem merecimento, ou que alguém alegue o seu direito, porém Deus e os crentes não o aceitarão, com exceção de Abu Bakr”. (Bukhári e Musslim).

Terceira: Abu Mussa Al Ach’ari (R) relatou: “O Profeta (S) ficou enfermo e a doença se agravou. Por isso, disse: ‘Digam a Abu Bakr que lidere a oração’. Aicha disse: ‘Ó Mensageiro de Deus (S) Abu Bakr é um homem sensível, se o substituir não vai conseguir liderar a oração’. O Profeta (S) insistiu: ‘Digam a Abu Bakr que lidere a oração’”. (Bukhári e Musslim).

Em outra narrativa Aicha disse a Hafsa: “Diga-lhe para designar Ômar”. Quando Hafsa pediu ao Profeta para designar Ômar, zangou-se e disse: “Vocês são,os companheiros de José? Digam a Abu Bakr que lidere a oração”.

Na narrativa de Ibn Zam’a o Profeta (S) deu a ordem de Abu Bakr liderar a oração. Este estava ausente, então Omar se adiantou e liderou a oração. O Profeta (S) disse: “Não, não e não. Deus e os muçulmanos não aceitam a não ser Abu Bakr”.
Áli Ibn Abi Tálib (R) relatou o que Ibn Assákir compilou: “O Profeta (S) ordenou a Abu Bakr liderar as orações e eu estava presente e não estava doente. Aceitamos o para o nosso mundo que satisfazia ao Profeta (S) para a nossa religião.

Declarações dos Companheiros, dos Familiares do Profeta (S)
e dos Sucessores Virtuosos a Respeito do Mérito de Abu Bakr

Ômar Ibn Al Khattab (R) disse: “Abu Bakr é o nosso mestre e o libertador do nosso mestre (quer dizer Bilal)”. (Bukhári).

E disse: “Quisera ser um pelo no peito de Abu Bakr”. (Mussadad).
Áli (R) disse: “O melhor dos homens depois do Mensageiro de Deus (S) são Abu Bakr e Ômar. O amor por mim e o ódio por Ômar e Abu Bakr não se juntam no coração do crente”. (Tabaráni).

Darkutni, baseado em Já’afar Assádik, baseado em seu pai, Mohammad Báker, que um homem foi ter com o seu pai, Zein Al Ábdin Áli Ibn Hussein (R) e lhe pediu: “Fala-me de Abu Bakr” e Ibn Hussein respondeu-lhe: “O Siddik?” O homem disse: “Você o denomina Siddik”? Disse Zein Al Ábdin: “Que a sua mãe o perca? O próprio Rassulullah (S), os Muhajirin e os Ansar assim o denominaram. Quem não o denominar Siddik, Deus não aceitará as suas palavras neste mundo ou no outro. Pode ir embora que eu amo tanto Abu Bakr como Omar (que Deus esteja satisfeito com ambos”.
19Ibn Al Jauzi, baseado em Zaid Ibn Áli, disse: “Fique sabendo que negar os dois cheiques – Abu Bakr e Ômar – é negar Áli, quer antes, quer depois”.

Suas Características
Ách-cha’bi disse: “Deus, Altíssimo, concedeu quatro características a Abu Bakr e a ninguém mais: denominou-o Siddik e não denominou a ninguém mais, foi companheiro do Rassulullah (S) na caverna, na Hijra e o Rassulullah (S) o designou para dirigir as orações com o testemunho dos muçulmanos”.

Hákim, baseado em Mussib disse: “Abu Bakr ocupava a função de ministro do Rassulullah (S). Ele o consultava em todos os assuntos. Foi o seu segundo no Islam, o seu segundo na caverna, o seu segundo em Badr, o seu segundo no túmulo e o Rassulullah (S) não dava preferência a ninguém acima dele” 9.

Os Grandes Acontecimentos Durante o seu Califado
Confirmação do exército de Ussama Ibn Zaid
Combateu os apóstatas e os que negaram o pagamento do zakat.
Combateu Mussailama, o mentiroso.
Compilação do Alcorão.
Início das conquistas do Iraque e da Síria.

Suas Primazias
O primeiro a se tornar muçulmano entre os homens.
O primeiro a compilar o Alcorão.
O primeiro a denominar o Alcorão de Mushaf (compilação).
O primeiro que foi denominado califa.
O primeiro a adotar a Casa da Moeda.
O primeiro a ser apelidado no Islam. Foi apelidado de “Atiq” (libertador de escravos).

Sua Coragem
‘Urua Ibn Zubair relatou que perguntou a Abdullah Ibn Amr Ibn Al ‘As, sobre a pior coisa que os politeístas fizeram com o Rassulullah (S). Respondeu: “Vi ‘Ukba Ibn Abi Muti’ ir até o Profeta (S) enquanto rezava, colocar um pano no pescoço dele e o apertar tanto que quase o sufocou. Abu Bakr chegou, empurrou-o e disse: “Querem matar um homem que diz – Deus é meu Senhor – mesmo tendo trazido as evidências de seu Senhor”? (Bukhári).

O combate aos apóstatas e aos que se negavam a pagamento do zakat é um dos mais importantes indícios de sua coragem. Ele disse: “Por Deus, se deixarem de contribuir com uma corda que contribuíam na época do Rassulullah (S), eu os combaterei por isso”.

Sua Abstenção e Ascetismo
Attabaráni, em seu musnad, baseado em Hassan Ibn Áli Ibn Abi Tálib (R) narrou: “Quando Abu Bakr adoeceu (no leito da morte) disse: ‘Se eu morrer, pegue a fêmea do camelo que nos fornecia leite, a vasilha que usávamos para tingimento, o manto que eu usava durante o meu governo e devolva para Ômar’. Quando morreu, Aicha enviou tudo para Ômar, que disse: ‘Que Deus tenha piedade de você, ó Abu Bakr, pois encarregou a quem irá sucedê-lo’”.

Sua Modéstia
Ibn Assákir, baseado em Abu Saleh Al Ghifari, relatou: “Ômar Ibn Al Khattab costumava cuidar de uma idosa cega nos arredores de Madina. Ia durante a noite levar-lhe água e mantimentos. Quando chegava, descobria que alguém havia se antecipado e feito o serviço. Ômar ficou de tocaia para descobrir quem fazia aquilo. Era Abu Bakr, quando era califa. Ômar disse: ‘Você sempre se antecipou a mim, ó Abu Bakr’”.

Sua Alta Disposição
Abu Huraira (R) relatou que o Rassulullah (S) perguntou: “Quem de vocês está jejuando hoje”? Abu Bakr respondeu: “Eu”.O Rassulullah (S) perguntou:"Quem de vocês acompanhou um féretro?" Abu Bakr disse: "Eu". O Rassulullah (S) perguntou: “Quem de vocês alimentou um necessitado hoje”? Abu Bakr disse: “Eu”. O Rassulullah (S) perguntou: “Quem visitou um doente hoje”? Abu Bakr respondeu: “Eu”. O Rassulullah (S) disse: “Todo indivíduo que fizer tudo isso, ingressará no Paraíso”. (Musslim).

A Sua Contribuição em Gastos Pela Causa de Deus
Ômar Ibn Al Khattab (R) relatou: “O Rassulullah (S) nos ordenou contribuirmos em caridade. Eu disse a mim mesmo: ‘Hoje vou ganhar de Abu Bakr’. Contribuí com a metade dos meus bens. O Rassulullah (S) me perguntou: ‘O que você deixou para a sua família’? Respondi: ‘A mesma quantia com que contribuí’. Aí veio Abu Bakr e contribuiu com tudo que tinha. O Rassulullah (S) lhe perguntou: ‘O que você deixou para a sua família’? Abu Bakr lhe respondeu: ‘Deixei Deus e seu Mensageiro’. Ômar disse: Não consigo ganhar de você, nunca, ó Abu Bakr’”. (Abu Daúd e Tirmizi).

O Companheiro na Caverna
Versículos foram revelados a respeito dele, houve consenso dos Muhajirin e Ansar quanto ao seu califado: “Quando estava na caverna com um companheiro”.
Quem foi convocado ao Islam e aceitou imediatamente, sem titubear, gastou tudo que tinha pela causa.
Quem foi companheiro do Profeta (S) na sua juventude?
Quem foi o primeiro a crer, dentre os seus companheiros?
Quem foi quem deu parecer na frente do Profeta (S)?
Quem foi o primeiro a orar com ele?
Quem foi último a liderá-lo na oração?
Quem foi o primeiro a ser enterrado ao lado dele, portanto, reconheça o direito do vizinho, “Quando estava na caverna com um companheiro”?
Por Deus, não gostamos dele por gostar, mas seguimos as palavras de Áli que nos são suficientes. Se o Rassulullah (S) o escolheu para a nossa religião, como não o aceitamos para o nosso mundo?

Que Deus esteja satisfeito com Abu Bakr (R). Ó Senhor seja testemunha de que o amamos, a todos os califas probos e a todos os companheiros de Seu Profeta(S). Que Deus abençoe e dê paz ao nosso Profeta Mohammad(S), aos seus familiares e a todos os seus companheiros.

“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Viagem para a eternidade... O encontro com Allah

A morte não é o absoluto fim. A morte é tão somente uma etapa da vida que foi estabelecida para todos os seres, todos os seres têm etapas diversas, exceto alguns seres como os anjos. A morte não é somente uma das etapas, mas é a mais perigosa etapa, porque as etapas que antecedem a morte são etapas de introdução para a vida terrena, a morte é a etapa de saída e finalização da vida terrena e introdução numa outra vida diferente em todos os aspectos... E, com efeito, criamos o ser humano da essência do barro, em seguida, fizemo-lo gota seminal, em lugar estável, seguro. Depois, criamos da gota seminal, uma aderência; e criamos, da aderência embrião; e criamos do embrião, ossos; e revestimos os ossos de carne; em seguida fizemo-lo surgir em criatura outra. –

Então, Bendito seja Allah, O Melhor dos criadores (23:12-14). Estas são simples partes de uma etapa. O desenvolvimento natural ocorreu com o ser humano transferindo-se da essência do barro para a gota seminal, em seguida para uma “aderência”, em seguida para um embrião, ossos, carne... até se compor em ser humano nascendo e entrando na etapa da vida mundana que também tem pequenas partes, nas quais o ser humano normalmente passa entre infância em suas diferentes fases, juventude com suas preocupações e aspirações, velhice e por fim, a morte. Em seguida, a vida ganha um novo desenvolvimento, uma nova etapa, a etapa após a morte... com a vida no túmulo, ressurreição, congregação, julgamento e inferno ou paraíso; infelicidade ou felicidade eternamente. À vida antes da morte damos o nome de vida mundana. E à vida após a morte damos o nome de derradeira vida.

Portanto, a morte é o limite entre duas vidas, e não o fim do ser humano.l Na etapa antes da morte temos a vida cheia de traição, ilusão e diversão. Porém, ela também tem honraria e nobreza. É cheia de hipocrisia e mentiras, porém tem também verdades e clareza. É cheia de falsidade, maldade, corrupção, perdição e infelicidade, mas também tem a verdade, a orientação, a virtude, o bem e a felicidade. Nesta vida existem os humanos “selvagens” assim como existem os humanos orientados. Nesta vida temos os profetas, os sábios praticantes, aqueles que o tempo e a vida para o bem da humanidade e para o conserto da vida do homem com a ordem de Deus e Sua revelação. Também temos os ditadores, os injustos, cuja preocupação é submeter os mais fracos a si e sugar os sangue dos humanos, extrair dele a humanidade, a liberdade e a honra. Nesta vida, temos as tentações como nuvens que barram a luz do sol da verdade das vistas dos atentados, têm os prazeres que aprisionam aqueles que perderam a fé e a convicção.

Mas temos também aqueles a quem Deus guiou e que anoiteceram adoradores a Deus que os criou e amanheceram desapegados da vida da tentação e dos prazeres. Viveram entre as pessoas com a conduta dos generosos, dos honrados e dos benfeitores. Na vida mundana temos um ser humano guardando ao outro. Na derradeira vida os anjos ao redor de todos os julgados. Na Vida mundana temos um ser julgando ao outro. Na derradeira vida o julgamento é de Deus, o Senhor do Universo. Na vida mundana, o ser humano é pesado conforme seu nome, sua descendência, seu posto, sua riqueza... Na vida após a morte estes pesos despencam (a bolsa de valores sofre uma reviravolta) e julga as pessoas somente um peso: Então quem houver feito um peso de átomo de bem o verá. E quem houver feito um peso de átomo de mal o verá (99:7-8). Por isso, é dever de todo ser humano revisar consigo mesmo a sua situação, fazer uma revisão geral em sua fé, em sua conduta, reativar a sua relação com o seu Criador, e perpetrar a sua mente, o seu coração e o seu corpo a serviço da grande e nobre finalidade (que devemos ter em nossas vidas) e da felicidade permanente e eterna, a serviço da vida que só possui a perfeição, a beleza, o amor, a felicidade, o deleite, o conforto, que Deus preparou (reservou) para aqueles que Ele ama e para os que triunfaram com sua misericórdia seguindo sua orientação na vida mundana. Esforçaremos-nos para esclarecer o que de mais importante o homem deve fazer para alcançar a misericórdia de Deus e o paraíso.

O crente consciente não espera os sinais da morte para revisar a sua fé e conduta, o crente consciente revisa e fiscaliza todos os momentos da sua vida em todas as fases da vida, pois a morte não tem hora, pode surpreender o ser humano a qualquer momento.

Fonte: http://www.islam.com.br

A crença natural

A fé e a crença em Deus como Criador e Mantenedor do universo, dos céus e da terra e tudo que entre eles existe é natural. A natureza do ser humano está inclinada a crer em Deus. Porém, o ser humano é influenciado e acaba por esquecer Àquele que o criou, a vida terrena o distrai e o envolve fazendo-o não refletir sobre a sua existência, para que foi criado?, de onde veio?, para onde vai?, o que deve fazer? Esquecemos a nossa natureza e a crença tornou-se algo secundário. Assim, ao esquecer a natureza da origem de toda a criação e da dependência de tudo e de todos a Deus, demos prioridade aos nossos instintos, nos alimentamos daquilo que Deus nos forneceu e esquecemos da origem desta provisão, nos satisfazemos com o que Deus nos deu e negamos que vem d´Ele esta dádiva. Talvez lembremos quando a perdemos, como no caso da doença quando toma o lugar da saúde, da dor quando toma o lugar do conforto, da desgraça ou do constrangimento quando toma o lugar da graça ou do divertimento. A inconscientização e a insensibilidade O homem se esquece da fé natural em Deus, se esquece que necessita adorá-Lo e seguir seus mandamentos. O homem acaba por se “inconscientizar” da existência de Deus e se torna insensível. E esta “inconscientização” ocorre por vários motivos... 1.

A repetição dos fatos. Ou seja, quando o ser humano passa por uma nova experiência, ele dá a máxima atenção, ele utiliza, abre e “liga” todos os seus sentidos para ver algo inédito. Quando ouvimos algo incomum, ou vamos para um nova cidade, para um país que não conhecemos, mudamos para um novo bairro, uma nova casa, quando visitamos as cataratas pela primeira vez, queremos conhecer os detalhes de tudo isso, prestamos atenção e refletimos sobre tudo o que vemos. Porém, quando nos acostumamos a ver tal coisa, ou tal lugar já nos é familiar, e o vemos todos os dias, os nossos sentidos passam sem grande percepção, ou passam sem dar nenhuma atenção ao lugar ou o fato, mesmo que seja algo maravilhoso e incomum.

Assim, o ser humano faz com Deus! Esquece que Ele é o Criador, o Mantenedor, o Sustentador, Quem dá a vida, Quem dá a morte! Passa pelo universo e não olha para nenhum dos sinais de Deus nesse universo. - Não olha para o sol e reflete sobre a sua criação, nem vê a luz quando se oculta e é submerso pela escuridão. - Não olha para as flores de diversas cores. - Não olha para os pássaros de diversas espécies. - Não olha para a água que desce dos céus, para o raio, o trovão e as nuvens. - Não olha para a criança que nasce nem para o homem que morre. O homem conhece todos estes acontecimentos, porém, quando está “inconsciente” e insensível, atribui tudo isso à natureza, ou à interferências que ele inventou... 2.

Fica insensível também porque está ocupado com sua alimentação e seus prazeres. Esta ocupado e preocupado em atingir o máximo de satisfação carnal, e tal satisfação, o distrai da reflexão nos sinais de Deus e da adoração a Ele, e o distrai da lembrança da morte e o que a sucede de prestação de contas e castigo. 3. Fica insensível porque não quer se submeter às leis de Deus, quer corromper na terra, quer seguir os seus egos, os seus vícios, quer prevalecer sobre os outros e os escravizar, usurpando os seus bens, monopolizando o mundo, matando e desonrando. Quer ser uma divindade no lugar de Deus. 4. Fica insensível por causa da ostentação que o domina. 5. Fica insensível por causa da ilusão que o atinge. Se ilude com a sua inteligência, com o seu corpo, com a sua riqueza ou com qualquer dádiva concedida por Deus a ele. Tudo isso ofusca a sua visão e sela o seu coração, e pensa que o que ele possui só é fruto de seu esforço e esquece que provém de Deus.

O homem não sente os sinais de Deus por algum desses motivos, ou por todos esses, ou por outros motivos. Consequentemente, esquece a Deus, ou idolatra divindades falsas em vez de adorar unicamente a Deus, ou imagina que alguém ou algo neste universo tem influência na criação junto com Deus. A fortificação da fé Há quem ainda é monoteísta, porém está insensível. Este está com sua natureza dormente. Há quem já é idólatra e está totalmente insensível. Este está com sua natureza morta. E para acordar ou ressuscitar a todos estes, Deus, com Sua misericórdia, enviou os profetas e mensageiros para os orientar e os retornar à verdade.

Enviou o profeta Muhammad (saas) como último mensageiro e revelou a ele o Alcorão e o fez a luz e orientação para todos os humanos. No Alcorão, crença pura e natural é muito citada, por ser a base e o significado da vida, é o assunto mais importante da vida por se relacionar diretamente com todo e qualquer ser humano, com a salvação e a condenação, com a felicidade e a infelicidade, por isso nos são esclarecidos de várias maneiras os pontos da fé, a realidade da fé, a necessidade de se adorar somente a Deus, o debate contra as crenças forjadas, etc.. Porém, o Alcorão Sagrado não designa somente a verdadeira crença.

O Alcorão, com a sua bela locução divina, além de utilizar os mais variados meios para o esclarecimento da fé, também nos revela os meios para a fortificação desta fé natural que existe no sentimento de cada ser humano, mas às vezes está dormente ou morta... Dentre os meios de fortificação da fé... Deus nos indica a Sua criação para nos lembrar do Seu poder e da Sua grandeza. Na perfeição de toda esta criação, na sua composição, no seu beneficio para o ser humano. Em todo o universo há inúmeros sinais que eliminam a insensibilidade que pode ter atingido os nossos corações e mentes. E devemos entender que, o Alcorão Sagrado não cita tais sinais para efeito de puro conhecimento que será armazenado na mente do ser humano.

Deus nos cita os Seus sinais para que a realidade interfira nos nossos corações, e voltemos os nossos corações a Deus. Se não for assim, qual o valor de se conhecer que Deus criou os céus e a terra e tudo o que entre eles existe, e em seguida, o meu coração não lembra de Deus e a minha língua não menciona o nome de Deus? Se este conhecimento não me fará se dirigir a Deus, qual será o valor e para que servirá? Veja os exemplos da descrição de Deus a Sua criação: Ele é Quem envia a água do céu, da qual bebeis, e mediante a qual brotam arbustos com que alimentais o gado. E com ela faz germinar a plantação, a oliveira, a tamareira, a videira, bem como toda a sorte de frutos. Nisto há um sinal para os que refletem. E submeteu, para vós, a noite e o dia; o sol, a lua e as estrelas estão submetidos às Suas ordens. Nisto há sinais para os sensatos. Bem como em tudo quanto vos multiplicou na terra, de variegadas cores. Certamente nisto há sinal para os que meditam.

E foi Ele Quem submeteu, para vós, o mar para que dele comêsseis carne fresca e retirásseis certos ornamentos com que vos enfeitais. Vedes nele os navios sulcando as águas, à procura de algo de Sua graça; quiçá sejais agradecidos. E fixou na terra sólidas montanhas, para que ela não estremeça convosco, bem como rios, e caminhos pelos quais vos guiais. Assim como os marcos, constituindo-se das estrelas, pelas quais (os homens) se guiam.

Poder-se-á comparar o Criador com quem nada pode criar? Não meditais? Porém, se pretenderdes contar as mercês de Deus, jamais podereis enumerá-las. Sabei que Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo. (Annahl 10-18). Alef, Lam, Mim, Ra. Estes são os versículos do Livro. O que te foi revelado por teu Senhor é a pura verdade; porém, a maioria dos humanos não crê nisso. Foi Deus Quem erigiu os céus sem colunas aparentes; logo assumiu o Trono e submeteu o sol e a lua (à Sua vontade); cada qual prosseguirá o seu curso, até um término prefixado. Ele rege os assuntos e elucida os versículos para que fiqueis persuadidos do comparecimento ante o vosso Senhor. Ele foi Quem dilatou a terra, na qual dispôs sólidas montanhas e rios, assim como estabeleceu dois gêneros de todos os frutos. É Ele Quem faz o dia suceder à noite.

Nisso há sinais para aqueles que refletem. E na terra há regiões fronteiriças (de diversas características); há plantações, videiras, sementeiras e tamareiras, semelhantes (em espécie) e diferentes (em variedade); são regadas pela mesma água e distinguimos umas das outras no comer. Nisto há sinais para os sensatos. (Arrád 1-4). Glorificai, pois, Deus, quando anoitece e quando amanhece! Seus são os louvores, nos céus e na terra, tanto na hora do poente como só meio-dia. Ele extrai o vivo do morto, e o morto do vivo; e vivifica a terra, depois de haver sido árida. E assim sereis ressuscitados! Entre os Seus sinais está o de haver-vos criado do pó; logo, sois, seres que se espalham (pelo globo). Entre os Seus sinais está o de haver-vos criado companheiras da vossa mesma espécie, para que com elas convivais; e colocou amor e piedade entre vós.

Por certo que nisto há sinais para os sensatos. E entre os Seus sinais está a criação dos céus e da terra, as variedades dos vossos idiomas e das vossas cores. Em verdade, nisto há sinais para os que discernem. E entre os Seus sinais está o do vosso dormir durante a noite e, durante o dia, e de procurardes a Sua graça. Certamente, nisto há sinais para os que escutam. E entre os Seus sinais está o de mostrar-vos o relâmpago, provocando temos e esperança, e o de fazer descer a água dos céus, com a qual vivifica a terra depois de haver sido árida. Sabei que nisto há sinais para os sensatos. E entre os Seus sinais está o fato de os céus e a terra se manterem sob o Seu Comando, e, quando vos chamar, uma só vez, eis que sareis da terra. (Arrum 17-25) Deus também nos lembra da vida e da morte. Todos os dias testemunhamos a morte, porém, muitas vezes não damos grande atenção. Tamanha é a insensibilidade, o homem foge e não quer pensar sobre o segredo da vida. Quem deu a vida para o ser humano e depois o fez inexistente. A Ciência só nos explica as aparências. Nos indica os aspectos da vida, o homem se alimenta, se desenvolve, se movimenta, se reproduz, e a morte é a falência de todas estas ações. Porém, quem nos diz qual o segredo desta vida e o segredo desta falência, o que faz um ser vegetal ou animal irracional ou animal racional (o homem), ter uma célula viva que o faz gozar de todos estes aspectos da vida, se alimentar, crescer, se movimentar, se reproduzir, construir a vida. O que faz esta célula morrer?

A ciência nos diz que a célula envelhece, enfraquece e morre. Isto ocorre, porém, o que fez isso acontecer? A causa do falecimento é a disfunção múltipla dos órgãos, insuficiência respiratória, insuficiência renal, infarto fulminante, insuficiência hepática, senilidade... . Isto ocorreu, porém, o que fez isso acontecer? Deus deu a vida e deu a morte. E se nos tivesse dado a vida e deixasse a morte para a nossa escolha jamais morreríamos. Este é o fato que foge da nossa mente e dos nossos sentidos quando a fé adormece e, consequentemente, vivemos sem pensar em Deus.

E vem o Alcorão para tirar esta película que cobre os nossos sentimentos e acorda o ser humano dizendo: Bendito seja Aquele em Cujas mãos está a Soberania, e que é Onipotente; Que criou a vida e a morte, para testar quem de vós melhor se comporta - porque é o Poderoso, o Indulgentíssimo . Que criou sete céus sobrepostos; tu não acharás imperfeição alguma na criação do Clemente! Volta, pois, a olhar ! Vês, acaso, alguma fenda? (Al mulk 1-3). Criamos o homem de essência de barro. Em seguida, fizemo-lo uma gota de esperma, que inserimos em um lugar seguro. Então, convertemos a gota de esperma em algo que se agarra, transformamos o coágulo em feto e convertemos o feto em ossos; depois, revestimos os ossos de carne; então, o desenvolvemos em outra criatura.

Bendito seja Deus, Criador por excelência. Então morrereis, indubitavelmente. Depois sereis ressuscitados, no Dia da Ressurreição. E por cima de vós criamos sete céus em estratos, e não descuramos da Nossa criação. E fazemos descer, proporcionalmente, água do céu e a armazenamos na terra; mas, se quiséssemos, poderíamos fazê-la desaparecer. E, mediante ela, criamos, para vós, jardins de tamareiras e videiras, dos quais obtendes abundantes frutos, de que vos alimentais. (Al muúminun 12-19). Dize-lhes:

Sabei que a morte, da qual fugis, sem dúvida vos surpreenderá; logo retornareis ao Conhecedor do cognoscível e do incognoscível, e Ele vos inteirará de tudo quanto tiverdes feito! (Al jumua 8). Toda a alma provará o sabor da morte e, no Dia da Ressurreição, sereis recompensado integralmente pelos vossos atos; quem for afastado do fogo infernal e introduzido no Paraíso, triunfará. Que é a vida terrena, senão um prazer ilusório? (Al Amran 185). Deus conscientiza o homem e o alerta de que tem uma missão a cumprir nesta vida, e de que esta vida é passageira e insignificante se comparada à vida eterna, na qual será interrogado e retribuído, pois carrega uma responsabilidade e um encargo que as outras criaturas não carregam, pois são irracionais ou inanimáveis. Por isso, Deus enviou os mensageiros e revelou os livros, para alertar o homem e para guia-lo a uma vida digna e feliz nesta vida e na outra, lembrando-o que Ele criou o ser humano e é Conhecedor das necessidades deste ser e da natureza deste ser... Como não haveria de conhecer quem criou, sendo Ele o Sutilíssimo, o Onisciente (76:14). Criou o homem e o compôs de corpo, mente e alma e estabeleceu que cada uma destas partes do ser humano têm suas necessidades... 1. Criou o corpo que necessita de alimentação para o seu desenvolvimento e sobrevivência, assim como necessita de vestimenta e moradia. 2.

Criou a mente humana, que necessita de ensino e conhecimento para desenvolver as necessidades que o corpo tem e para desenvolver a vida na terra, assim como Deus estabeleceu. 3. E criou a alma que necessita de guia e espiritualidade para encontrar a verdadeira felicidade nesta vida e na outra. E para suprir as necessidades do corpo, da mente e da alma, Deus criou um sistema e deu ao homem todas as condições para dele usufruir... 1. Garantiu o sustento deste corpo com a criação de um sistema que permite ao homem extrair da terra o seu sustento, e criou todo um sistema ao seu redor para que ele alcance as suas necessidades humanas: ar, água, terra, dia, noite...*Deus foi quem vos submeteu o mar para que, com o Seu beneplácito, nele navegassem as embarcações e para que procurásseis algo de Sua bondade a fim de que Lhe agradesseis. E vos submeteu tudo quanto existe nos céus e na terra, pois tudo dele emana...* (45:13). E assim Deus cita todo este sistema por Ele criado, os céus e suas águas, a terra e suas plantações, a noite, o dia, o mar, os animais, tudo para o uso do homem. Leia e ouça o próprio Criador falando à você sobre todas as suas dádivas... (16:10-18) (13:1-4) (30:17-25) (14:32-34). E leia ainda: * Ó humanos, adorai ao vosso Senhor, Que vos criou, bem como aos vossos antepassados, para que temam (à Ele). Ele vos fez da terra um leito, e do céu um teto, e envia do céu a água, com a qual faz brotar os frutos para o vosso sustento...* (2:21-22) 2. Garantiu o conhecimento desta mente, ensinando ao homem como desenvolver a vida e como dirigir sua vida, como usufruir do sistema que Deus criou.* Ele (Deus) ensinou a Adão todos os nomes (de todas as coisas)* (2:31) 3. E garantiu ao homem a guia que sua alma precisa, enviando os mensageiros e revelando a sua orientação ao homem, para que estes mensageiros guiassem este homem à Deus através da verdade revelada a eles...*Ó filhos de Adão, se apresentarão mensageiros, dentre vós, que vos ditarão Meus versículos. Aqueles que temerem a Deus e a Ele se encomendarem nada temerão e nem se atribularão. E aqueles que desmentirem os Nossos versículos e se negarem a segui-los serão condenados ao inferno, onde permanecerão eternamente* (7:35-36).* Em verdade, enviamos para cada povo um mensageiro (com a ordem): Adorai somente à Deus * (16:36). Porém, o homem acaba por esquecer e transgride. Se vê rico e independente quando extrai o seu sustento da terra, quando fabrica e constrói a vestimenta e a moradia que o abriga. Quando faz descobertas científicas que eram imagináveis à pouco tempo atrás, pensa ser dono de si próprio, alimentou seu corpo com o sustento que Deus lhe deu, alimentou sua mente com a inteligência que Deus lhe deu, porém esqueceu de alimentar sua alma e seguir a orientação que Deus também lhe deu. Por isso, sabe comer, beber e vestir, sabe desenvolver a ciência (e tudo isso é incentivado por Deus), porém... *Conhecem tão-somente o aparente da vida terrena, porém estão alheios quanto à outra vida* (30:7), não sabe o significado da sua existência e da existência do mundo, não sabe da morte, de onde vem, aonde vai, para que veio, como alcançar a felicidade durante a vida e após a morte, tudo isto só o sabe quem alimentou sua alma junto com seu corpo e mente... 1. O homem pensa que sozinho conseguiu suprir as necessidades do seu corpo, e com toda sua inteligência extraiu o seu sustento, e não lembrou do Criador de todo este sistema que o envolve. Assim, Deus o alerta no Alcorão e diz: * Por acaso reparam no que semeiam? Porventura, são vocês que fazem germinar ou somos nós (Deus) o germinador? Se quiséssemos, converteríamos isto em seco... Por acaso, reparam na água que bebem? São vocês, ou somente Nós quem a faz descer dos céus?... * (56:63..). 2. Depois fica alegre e hilário pelo conhecimento que alcançou, chegou à lua, conseguiu avanços na medicina, transplantes de órgãos, na informática, etc., pensa ele, que com seu poder alcançou tudo isso e ataca a religiosidade, considerando-a oposta a todos estes avanços, porém a verdadeira religiosidade incentiva todo avanço tecnológico benéfico ao homem e que não contraria aquilo que foi estabelecido por Deus. Quando este cientista se contenta com sua incredulidade e não agradece a Deus pelo avanço conquistado, Deus o alerta no Alcorão e lhe diz: *Deus vos extraiu dos ventres de vossa mães e nada sabiam, e lhes dotou de ouvidos, vistas e os corações, para que Lhe agradecêsseis * (16:78). Se o quisesse, Deus não o dotava de cérebro e órgãos para que ele chegue onde chegou, ou o dotava de tudo isto, mas os faria inutilizáveis, como vemos em algumas pessoas deficientes. 3. E finalmente pensa que pode se orientar sozinho e não precisa da orientação divina na sua vida. Alimentou o corpo e ficou satisfeito, alimentou a mente e ficou satisfeito, e sua alma está morta por falta de alimento. Por isso, Deus determina como morto aquele que não segue Sua orientação... * Pode, acaso, ser comparado aquele que estava morto e o reanimamos à vida, lhe dando uma luz para com ela andar entre as pessoas, àquele que vagueia nas trevas, das quais não quer sair? Assim, são enfeitadas as ações dos incrédulos (aos seus olhos) * (6:122). A mente humana é limitada, Deus criou o homem e o capacitou a trabalhar com este mundo material, fazendo o homem utilizar as forças existentes neste mundo para o seu próprio desenvolvimento. Porém, não está o homem capacitado a conhecer além do mundo material que gira em torno dele, só conhece as leis externas da natureza. E o mundo extra material ele só conhece através da fé e da orientação de Deus, por isso também necessita alimentar sua alma com esta orientação. Rogamos a Allah que nos oriente ao Seu caminho e que nos faça alcançar a felicidade nesta vida e na Vida Eterna. Sheikh Ahmad Mazloum

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quinta-feira, janeiro 21, 2010

ENTREVISTA COM UM AMERICANO REVERTIDO AO ISLAMISMO

Seu nome é Jermaine Jackson, EUA.

Quando e Como você começou sua jornada na direção do Islã?

Foi em 1989 quando eu, junto com minha irmã, fiz um tour por alguns países do Oriente Médio. Durante nossa estada em Bahrein nós fomos recebidos calorosamente. Lá eu encontrei algumas crianças e bati um papo com elas. Eu coloquei certas perguntas para eles e elas me fizeram suas perguntas inocentes. Durante o curso dessa interação, elas me perguntaram sobre minha religião. Eu disse a elas, “Eu sou cristão.” Eu perguntei a elas qual era sua religião. Uma onda de serenidade tomou conta delas. Elas responderam em uma única voz: Islã. Eu fiquei abalado interiormente por suas respostas entusiasmadas. Então elas começaram a me falar sobre o Islã e estava me dando muita informação, considerando suas idades. O tom de suas vozes revelava que elas tinham muito orgulho do Islã. Foi assim que eu comecei a caminhar na direção do Islã.

Uma curta interação com um grupo de crianças no final das contas me levou a ter longas conversas sobre o Islã com eruditos muçulmanos. Uma grande agitação tomou conta do meu pensamento. Eu fiz uma tentativa fracassada para me consolar de que nada tinha acontecido, mas eu não podia mais ocultar de mim mesmo que em meu coração eu tinha me convertido ao Islã.

Eu fiz essa revelação primeira para o amigo da minha família, Qunber Ali. O mesmo Qunber Ali conseguiu me levar a Riyadh, capital da Arábia Saudita. Até aquele momento, eu não sabia muito sobre o Islã. Dali, na companhia de uma família saudita, eu prossegui para Meca para realizar a “Umrah” [Um tipo de peregrinação menor realizada em Meca]. Lá eu tornei público pela primeira vez que eu tinha me tornado muçulmano.

Quais foram os seus sentimentos após proclamar que era muçulmano?

Ao abraçar o Islã, eu senti como se tivesse nascido de novo. Eu encontrei no Islã as respostas que eu não consegui encontrar no Cristianismo. Particularmente, só o Islã me forneceu resposta satisfatória para a questão relacionada ao nascimento de Cristo. Pela primeira vez eu estava convencido sobre a religião em si. Eu oro para que meus familiares possam apreciar esses fatos. A minha família é seguidora daquele culto do Cristianismo que é conhecido como Testemunha de Jeová. De acordo com seu credo, apenas 144.000 homens finalmente se qualificarão para entrar no paraíso. Como assim?

Essa sempre foi uma crença desconcertante para mim. Eu fiquei surpreso em saber que a Bíblia foi compilada por muitos homens, particularmente sobre um volume manuscrito pelo Rei James. Eu me pergunto como um homem compila um diretório e depois o atribui a Deus, mas não cumpre totalmente suas instruções. Durante minha estada na Arábia Saudita eu tive a oportunidade de comprar um cassete do outrora cantor pop britânico e atual pregador muçulmano, Yusuf Islam (ex-Cat Stevens). Eu também aprendi muito através dele.

O que aconteceu quando você voltou para os EUA após abraçar o Islã?

Quando eu retornei aos EUA, a mídia americana orquestrou uma propaganda infame contra o Islã e os muçulmanos. As fofocas sobre mim correram soltas e realmente perturbaram o meu sossego. Hollywood estava totalmente determinada a difamar os muçulmanos. Eles estavam sendo retratados como terroristas. Há muitas coisas sobre as quais há consenso entre o Cristianismo e o Islã, e o Alcorão apresenta Cristo como um Profeta virtuoso. Então, eu me pergunto, como a América cristã faz alegações infundadas contra os muçulmanos?

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“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Asalamo Alaikom WA WB,

Omar Hussein Hallak

A VERDADE É UNA PRIMEIRA E SEGUNDA PARTE

A VERDADE É UNA - PRIMEIRA PARTE

Descrição: A primeira parte de um argumento lógico provando que a verdade é absoluta e não relativa, através do exame da moral e da ética em várias épocas e lugares.

Com freqüência, ao discutir religião, se ouve a afirmação de que ninguém tem o direito de julgar a crença dos outros, ou que a religião de uma pessoa é um assunto privado e que ninguém pode dizer o que está certo ou errado. Ao longo da história as sociedades têm baseado suas leis e éticas em “verdades absolutas” que consideram “corretas”, e isso ou é resultado de um texto externo considerado supremo, ou da característica encontrada na natureza inerente dos humanos que faz com eles vejam certas coisas como boas e outras como más. Humanos, até certo limite, podem ver certas coisas como boas e más. Por exemplo, todos os humanos, se deixados em seu estado natural sem perversão da mente, verão fezes e urina como imundície. Da mesma forma, certas ações, como roubar, matar e mentir também são consideradas más, enquanto a verdade, sinceridade e honra são vistas como elevadas.

Isso é resultado de uma característica que foi criada em todos os humanos, mas como mencionado acima, esse sentido é limitado.
Se alguém diz que não tem o direito de julgar a crença ou ações dos outros está, de fato, se contradizendo. Se perguntarmos a muitas dessas pessoas se matar bebês ou cometer suicídio é correto e aceitável, elas naturalmente responderão que não é.

Mas quando olhamos para certas sociedades, como algumas religiões encontradas na América Central, o infanticídio era visto como um meio de se aproximar de seus deuses. Hoje, na religião hindu, é louvável que uma esposa se mate após a morte de seu marido. Se elas realmente acreditassem que a religião é algo para ser deixado por conta do indivíduo e que ninguém tem o direito de interferir ou julgar, então teriam que admitir que matar bebês é correto para aqueles que crêem que é louvável, e que as pessoas não têm direito de julgá-los.

Se levarmos essa questão para o nível individual, veremos que cada pessoa tem sua própria percepção de bem e mal, seja essa uma percepção baseada em religião, lei, cultura ou contemplação individual. Alguém pode acreditar que é perfeitamente aceitável cometer adultério enquanto outros podem pensar que é errado. Alguém pode acreditar que é permissível viciar-se em drogas uma vez que se trata do seu próprio corpo, e outros podem considerar isso um crime. Ninguém seria capaz de dizer que qualquer coisa é certa ou errada, e todas as pessoas fariam o que quisessem para acreditar e praticar o que considerassem como “corretos.”

Se implementássemos essa crença na sociedade teríamos uma comunidade baseada na anarquia, onde nenhuma lei poderia ser legislada nem executada, porque a lei é baseada no princípio de que certas coisas são boas e outras são más. Se dissermos que certas verdades com as quais todos os humanos concordam podem ser usadas para legislar, essa afirmação seria verdadeira até um certo limite, como afirmamos que todos os humanos têm uma característica de distinguir o certo e o errado em um sentido limitado.

Mas como visto essa característica muitas vezes se perverte através de fatores ambientais, psicológicos ou religiosos, de modo que certos atos que foram considerados maus em certa época posteriormente são vistos como legítimos e aceitáveis, e algumas coisas que não estão de acordo com a natureza humana são vistas como as chaves para a salvação. Isso pode ser claramente observado em sociedades democráticas que baseiam suas leis na maioria. Nós vemos que muitas coisas que foram consideradas absurdas ou imorais são agora socialmente aceitáveis, a ponto de se alguém mantiver uma opinião diferente em relação ao assunto, ser visto como um proscrito.

Por essa razão, os humanos não podem ser deixados por sua própria conta para legislar o que é certo e errado. Até sociedades da mesma religião que instituíram a separação de religião e estado, embora estejam de acordo nas coisas que mantiveram de sua religião, diferem muito em relação ao que é considerado correto e incorreto.

O que é considerado como idade legal para consentir o sexo na França é considerado estupro na América. Enquanto o aborto é legal em um país, é crime em outro, enquanto a homossexualidade é vista como um estilo de vida válido em uma sociedade, é vista como um grave pecado em outra.

Então, se nós dissermos que a verdade é absoluta e uma e não é relativa para cada indivíduo e sociedade, a próxima questão é qual é a moral na qual a verdade se manifesta e quem é que as decide? Quais são as leis que devem ser implementadas na sociedade? Elas devem ser decididas pelos advogados e juízes que alcançaram o nível de “iluminação legal”, políticos que geralmente tomam decisões em seu próprio benefício ou benefício de seus próprios países, ou filósofos que conheceram as verdades universais através de suas próprias contemplações? Como visto anteriormente, os humanos não podem decidir essas questões para que não aconteçam resultados catastróficos, como vemos hoje em muitas sociedades tomadas por numerosos males.

O Único que tem o direito de legislar o certo e o errado é Aquele que nos criou e sabe o que é melhor para nós, e que é Deus Todo-Poderoso. Foi Deus quem criou o mundo e é Deus quem estabelece as balanças da justiça. É Deus que é
perfeito e é Deus quem não tem qualquer tipo de falha.

A maior parte de nossa discussão lidou com as questões de crença relacionadas à moralidade e ações, mas mais importante são aquelas crenças que lidam com Deus, e serão discutidas no artigo seguinte.

Verdade é Una (Segunda Parte)

Descrição: A segunda parte de um argumento lógico provando que a verdade é absoluta e não Aqueles que acreditam que a verdade é relativa e que todas as crenças são corretas consideram que não é possível dizer que as crenças de uma pessoa estão erradas, porque a religião para elas é uma crença puramente individual.

A falsidade dessa afirmação é muito aparente e não precisamos investigar detalhadamente para prová-la. Se uma religião acredita que Jesus foi um falso profeta, a outra afirma que ele é Deus, e outra ainda que ele foi um humano especialmente escolhido para ser um profeta, podem todas serem verdadeiras? Jesus, que Deus o exalte, deve inevitavelmente ser uma das três coisas mencionadas acima, e todas as três afirmações não podem estar corretas. Portanto, assim como apenas uma dessas afirmações pode estar correta, o que for estabelecido como verdade determina que as outras devam ser consideradas como falsas.

Isso não significa, entretanto, que uma pessoa não tem o direito de acreditar no que quiser, já que esse é um direito que Deus concedeu a todos os humanos. Mas ao mesmo tempo, não significa que se deva adotar o outro extremo e dizer que todas estão corretas, e que ninguém tem o direito de formar um julgamento sobre elas. Além disso, dar a uma pessoa o direito de acreditar no que quiser não requer que ela tenha o direito de abertamente praticar ou divulgar essas crenças, porque as leis implementadas na sociedade sempre focam nos efeitos das ações a um nível maior da sociedade e se essas ações são vantajosas ou prejudiciais para a sociedade como um todo.

A partir do que discutimos, podemos inequivocamente chegar à conclusão de que todas as religiões encontradas hoje no mundo ou são falsas, ou existe uma entre elas que é a Verdade abrangente; porque embora várias religiões contenham semelhanças, elas também têm diferenças fundamentais.
Se dissermos que nenhuma religião no mundo hoje está correta, isso implicaria em acreditar que Deus é injusto porque nos deixou vagando na terra em pecado e transgressão sem nos mostrar o caminho certo para fazer as coisas, e isso é impossível para um Deus Justo. Conseqüentemente, a única conclusão lógica é que há Uma Religião Verdadeira, que contém orientação em todas as esferas da vida:
religiosa, moral, social e individual.

Como sabemos qual é essa religião verdadeira? Cabe a cada ser humano investigar essa questão. Os humanos foram criados para cumprir um grande propósito, não apenas comer, dormir, sair atrás de seu sustento diário e saciar seus desejos. Para cumprir esse propósito, deve-se tentar descobrir qual é esse propósito, e isso só pode ser feito através de investigação. Se acreditamos que existe um Deus, e que Deus não deve ter deixado os humanos vagando em desorientação, então devemos procurar pela religião e modo de vida que Deus revelou.

Além disso, essa religião não estaria oculta ou seria difícil para os humanos encontrarem e entenderem, porque isso destruiria o propósito da orientação. Em acréscimo, a religião deve conter a mesma mensagem através dos tempos, uma vez que mencionamos que tudo retorna para uma verdade absoluta. Essa religião também não pode conter falsidades ou contradições, porque falsidade ou contradição em uma questão de religião prova a falsidade da religião como um todo, já que duvidaríamos da integridade de seus textos.

Não existe outra religião que cumpra as condições mencionadas acima exceto a religião do Islamismo, a religião que está de acordo com a natureza humana, a religião que foi pregada por todos os profetas desde o surgimento do homem. Outras religiões encontradas hoje, como o Cristianismo e o Judaísmo, são reminiscências da religião trazida pelos profetas em seu tempo, que era o Islã. Entretanto, com o passar do tempo, elas foram alteradas e perdidas, e o que é encontrado hoje dessas religiões é uma mistura de verdade e falsidade.

A única religião que foi preservada e prega a mesma mensagem trazida por todos os profetas é a religião do Islã, a verdadeira religião, que regula todas as esferas das vidas humanas - religiosa, política, social e individual - e cabe a todos os humanos investigarem essa religião, apurarem sua verdade e segui-la.

Rogamos a ALLAH SW que não nos tome como arrogantes, apenas fazemos o que foi ordenado à Nação Islâmica: "Praticar o Licito e Combater o Ilícito". E que também tenha misericordia de nossas almas, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna amim!

Por M. Abdulsalam - http://www.islamreligion.com