segunda-feira, agosto 16, 2010

As várias formas de o Shaitan tentar o ser Humano

Shaitan não se apresenta a pessoa e diz: “Deixa de comportar-se corretamente e comete todos os pecados para que se conte entre os miseráveis desta vida e na outra”. Porque se assim se comportasse, ninguém o seguiria. Ao invés, utiliza distintos métodos para enganar aos servos de Allah, tais como:


1 - Embelezar o que é Pérfido

Este é um dos métodos que Shaitan usou e usa para desviar a humanidade. Fazendo que o falso tome a aparência da verdade e, fazendo que a verdade, apareça como falso. Sempre tentará fazer que os homens prefiram o falso e sintam aversão pela verdade, até que a pessoa finalmente se sinta inclinada para os pecados e se afaste da verdade. O próprio Shaitan disse ao Senhor:

“Disse: Senhor meu! Por haver-me desviado, os seduzirei e desencaminharei a todos. Exceto a quem de Seus servos houver protegido”. (15:39/40)

Explicando isto, Ibn Al Qaim escreveu: “Sua estratégia é subjugar de tal maneira a mente até enganar completamente a pessoa. Ninguém se encontra a salvo de sua estratégia, exceto quem Allah quiser. Desta maneira embeleza exteriormente o que prejudica até fazer parecer benéfico para ele. Assim mesmo o faz fugir de atos para ele benéficos até que pense que são prejudiciais para ele. Não há deus senão Allah!

Quantos homens foram tentados desta maneira! Quantos corações se mantiveram afastados do Islam, a Fé e a bondade por causa destas estratégias! Quantas bondades e verdades foram apresentadas de forma horrenda! Quanta falsidade foi mostrada bonita, desejosa aos olhos sem que ninguém se atente! E quantas falsidades se estendem inclusive entre os mais experientes. Ele é quem envolve a mente até que se entregue a desejos e desvios. Os faz seguir todos e cada um dos caminhos desviados, levando-os à destruição. Atraindo-os finalmente à adoração de ídolos, à ruptura das relações familiares, o infanticídio, o incesto e tantos outros. Os promete a vitória, o Paraíso. Os instiga ao menosprezo dos atributos de Allah, de

Sua transcendência, Sua palavra revelada nos seus Livros, com o pretexto de não cair no antropomorfismo com Allah. Os instiga no abandono de ordenar o bem e proibir o mal, com o pretexto de ser tolerante com os demais, comportando-se com eles de boas maneiras, aplicando o Versículo “Oh, crentes! Vele por suas próprias almas”. (5:105) incitando a virar as costas à tudo que trouxe o Mensageiro de Allah com a desculpa de seguir cegamente aos juristas honrados (Taqlid) e que é suficiente seguir o dizer de qualquer um que sabe um pouco mais. Instiga à hipocrisia com a religião de Allah, com o pretexto de ser flexível e misturar-se amigavelmente às pessoas”.

Esta foi à estratégia que Iblis, o maldito, utilizou contra Adão quando o incitou, embelezando o ato ante seus olhos, de comer da arvore que Allah o havia proibido. Shaitan insistiu a Adão que essa era a arvore da eternidade, e quem comesse dela viveria para sempre no Paraíso ou se tornaria um anjo. Finalmente Adão comeu dela e, conseqüentemente, foi expulso do Paraíso.

Da mesma forma podemos ver hoje em dia os aliados de Shaitan, seguindo a mesma estratégia para desviar as pessoas. Por exemplo, políticos propagam suas ideologias, argumentando que estas acabarão com a confusão, a perturbação, a fome e outros males que sofrem os seres humanos. Incitam as mulheres a que abandonem seus lugares, praticamente desnudas, em nome da liberdade. Instigam as pessoas a assistir filmes e novelas que insultam a honra e a dignidade, e envolvem as pessoas com coisas proibidas, tudo em nome da arte. Como esses anúncios venenosos que instigam as pessoas a guardar seu dinheiro nos bancos e a beneficiar-se dos interesses da usura do dinheiro, tudo em nome do progresso e da ganância. É disto que chamam as pessoas que se apegam aos valores da religião: “atrasados”, “de gerações passadas” ou “antiquados”. Chamam aos predicadores muçulmanos loucos extremistas ou agentes dos países orientais.

Tudo isto forma parte da estratégia de Shaitan desde o tempo de Adão, mostrando o falso de uma maneira bonita e correta, e mostrando a verdade como algo repugnante com o objetivo de que as pessoas o odeiem.

“Por Allah! Enviamos mensageiros as nações que te precederam, mas Satanás também os fez ver suas más ações como boas”. (16:63)

Eles representam uma ameaça séria para a humanidade. Porque se a pessoa considera o falso como verdadeiro e correto, terminará esforçando-se por todos seus meios para difundir e apoiar tal “verdade” ainda que, termine levando-o à sua própria destruição.

“Digas: Quereis que vos informe de quem são os maiores perdedores por suas obras? Aqueles cujo empenho se frustrou na vida mundana enquanto creram haver realizado o bem”. (18:103/104)

Essas pessoas se esforçaram arduamente para apartar as pessoas do caminho de Allah, lutando fervorosamente contra os servos de Allah. Porque realmente crêem que estão seguindo a verdade e a guia!

“E eles, em verdade, se afastam do caminho, mas pensam que estão bem encaminhados”. (43:37)

Este é o principal motivo que influenciou sobre os incrédulos, fazendo-os preferir esta vida, e afastando-se da outra. Disse Allah: “E os designamos companheiros, que ornamentaram seu presente e seu passado”. (41:25)

Esses companheiros são demônios. Que embelezam a seus olhos todos os assuntos desta vida mundana, fazendo-a tentadora. Levando-os posteriormente a negar a outra vida, e sentir-se seguro destes conceitos, a negar a Ressurreição, o Juízo Final, o Paraíso e o Inferno.

Chamar com nomes agradáveis as coisas proibidas.

Parte da estratégia de Shaitan é dar novos nomes a pecados e más ações antigas, nomes agradáveis que incitem a pessoa a tomar parte delas. Desta maneira, engana ao ser humano mostrando uma realidade falsa. Como por exemplo, sabemos que Shaitan chamou a arvore proibida, “a arvore da imortalidade” para assim atrair a Adão para comer dela:

“Mas Satanás o sugeriu o mal; disse: Ó, Adão! Te mostro a arvore da imortalidade e o poder que não cessa?”. (20:120)

Ibn Al Qaim escreveu: “De Shaitan, seus seguidores herdaram o traço de usar nomes agradáveis e atrativos para objetos proibidos. Por exemplo, chamam ao vinho” a mãe da alegria...” e a usura lhe chamam “transação comercial” e chamam ao imposto “o direito do governo””.

Hoje em dia chamam a usura “interesses bancários” assim como chamam ao baile, a música e a construção de estatuas “arte”.

2- Tomando uma posição extrema

Ibn Al Qain descreveu perfeitamente este ponto quando disse:

“Sempre que Allah ordena algo, o demônio insiste para que as pessoas toma uma de duas posições contraditórias a respeito: Negligencia ou exagero. Não importa a Shaitân qual dos dois erros tome posição a pessoa. Busca no coração da pessoa e se encontra na apatia e negligencia, trata de conseguir vantagem mostrando a ele infundadas dificuldades para que se abstenha. O ataca com a moleza, a apatia e a indiferença. Abre a ele a porta das interpretações (tauil), conseguindo inclusive que o servo deixe inclusive de praticar e fazer todo o tipo de obras virtuosas que lhe foram ordenadas.

Pois ao contrario Shaitân encontra no coração do servo precavido, serio, com muita disponibilidade e responsabilidade, e se desespera em enganar lhe como a estratégia do caso anterior, instiga a pessoa a esforçasse demasiadamente, fazendo as coisas difíceis a si mesmo. O convence de que o que ela esta fazendo não é o suficiente. De que suas ambições devem ser maiores. Que deve trabalhar mais que todos. Que não deve dormir quando eles dormem. Que não deve quebrar seu jejum quando eles quebram. Que não deve descansar quando eles descansam. Que se um deles lava sua mão e rosto três vezes, ele deve lavá-los sete vezes. Que se outros fazem a ablução (Wuduh) para a oração, ele deve tomar banho (Gusl). E o instiga a outro atos similares de exagero e extremismo. Levando-o ao extremo e muito além dos limites. Fazendo que se desvie do caminho reto do mesmo modo que fez com a primeira pessoa.

A intenção de Shaitân para ambos é mantê-los longe do caminho reto. O primeiro fazendo que não se aproxime e o segundo fazendo que passe dos limites. Muitos são os que se desviam por causa destas duas estratégias. Não há quem possa escapar delas exceto através do conhecimento, a fé e a força de combater interiormente o Shaitân, permanecendo no caminho reto. Que Allah nos ajude.

3 - Shaitân impede o servo de atuar frutificando a comodidade e a preguiça.

Existem diferentes caminhos e meios utilizados por Shaitân para desviar as pessoas. Bujari transmitiu de Abu Hurairah que o Mensageiro de Deus disse: “Enquanto dorme, Shaitân amarra três laços em sua nuca. Bate em cada um deles dizendo: ‘A noite é extensa, continua dormindo’. Quando a pessoa desperta, se recorda de Allah, se desfaz um dos laços. Se realiza a ablução, o segundo laço se desata. Realiza-se uma oração todos os nós terminam de desfazer-se. Depois disto a pessoa se sentirá com energia e feliz pela manhã. E se não faz estas coisas se levantará apático e preguiçoso”.

Bukhari e Muslim transmitiram o seguinte Hadisse: “Quando algum de vocês se levanta de seu sono que realize a ablução. Enxugando seu nariz três vezes. Porque Shaitân pernoita na parte mais profunda do nariz”.

Bukhari relatou que foi perguntado ao Profeta sobre o caso de um homem que dormia até de manhã (depois de ter terminado o horário da oração do fajr). E foi respondido: “Shaitân urinou nas orelhas deste homem”.

Temos expressado que a preguiça e a apatia são duas ferramentas poderosas de Shaitân contra o ser humano. Através do sussurro inspira o amor a preguiça e a atrasar todas as atividades benéficas, insinuando que ainda há tempo para fazer essas obras no futuro.

Ibn Al Yauzi disse: “Quantos judeus e cristãos viram com bons olhos e amaram em seu coração o Islam. Mas Iblís interferiu dizendo: ‘Não se apresse. Pense mais sobre o assunto’. E eles atrasam sua conversão até que finalmente morrem na incredulidade. Da mesma maneira estabelecem ao pecador atrasar seu arrependimento. Colocando ante seus olhos tudo que deseja e instigando-o a arrepender-se depois.”

Como disse o poeta: “Não se apresse a cometer pecados quando sente desejo e medita antes sobre o arrependimento”.

Quantos decididos a fazer algo eles atrasaram! Como o sábio determinado a dar seus ensinamentos, quando shaitân lhe sussurra: “Descansa mais algum tempo” ou como o servo de Allah que desperta a noite para orar, e Shaitân lhe diz: “Ainda tem tempo para continuar dormindo”. Iblís não há de parar seu trabalho de fazer as pessoas amarem a preguiça e a atrasar suas intenções de realizar boas ações, porque deseja que as pessoas confiem só em esperanças e sonhos”.

“É necessário que a pessoa tome os assuntos com decisão e atue com determinação. A determinação mostra o momento exato para levar a cabo as coisas, eliminando a preguiça. A firmeza lhe livrará de viver simplesmente sonhando. Quem teme a Deus não se sente segura contra o castigo. A pessoa com determinação é consciente de que o tempo transcorrido, nunca há de voltar. A causa de todas as omissões e apatias é a confiança desnecessária e infundada. A pessoa com firme decisão mantém continuamente a luta contra seu ego e se entrega em boas obras. Só quem assume que a morte se encontra próximo é competente e consciente de seus deveres”.

Alguns sábios das primeiras gerações estavam acostumados a dizer: “Tenha cuidado com a preguiça. Porque é o melhor dos soldados de Shaitân. O exemplo da diferença entre uma pessoa ativa e com determinação e uma que repousa nas suas esperanças e prorroga suas obras para o dia seguinte, são como dois viajantes que atravessam uma cidade durante sua viajem. O determinado compra seus mantimentos cedo e se prepara para reiniciar a viajem imediatamente. O preguiçoso, em contrapartida, diz: ‘Esperarei, quem sabe permaneça aqui um mês’ e continua atrasando a compra de seus mantimentos e os preparativos para sua partida até o último momento. Mas no final só encontrará arrependimento e pesar.”

Este é o exemplo das pessoas neste mundo. Algumas delas se preparam durante a vida, e quando o anjo da morte vem buscá-las, não se afligem. Outros, em contrapartida, se enganam pensando que farão as coisas depois, mas quando a hora de viajar mais além chega, se arrependem e se desesperam. È parte da natureza do ser humano amar a preguiça e os sonhos. Shaitan se beneficia do que encontra na natureza humana. Por isso, temos que despertar e entender que nos encontramos no meio de uma batalha, e que o inimigo não descansa. E ainda que pareça que descansa, na realidade só é parte da estratégia.

4 - Falsas promessas e esperanças.

Shaitân promete falsas utopias e ilusões infundadas para assim desviar as pessoas e distraí-las. Disse Allah:

“Os faz promessas e lhes dá falsas esperanças, mas Satanás não lhes promete senão algo ilusório”.(4:120)

Na sua batalha contra os crentes, promete ajuda, honra e vitória aos incrédulos. Mas logo os abandona deixando-os sozinhos.

“E Satanás os fez ver o bem no que faziam, e disse: hoje ninguém os vencerá, eu estou próximo de vocês; mas quando os dois grupos se avistaram, se voltou sobre seus passos e disse: Eu não sou responsável sobre vocês”. (8:48)

Promete aos incrédulos ricos mais riquezas e posições na outra vida. Os diz:

“Tampouco creio que jamais chegue a hora (do Dia do Juízo). E se chega a ser ressuscitado é certo que terá um vinhedo melhor que este”. (18:36), mas Allah há de destruir suas posses nesta vida, demonstrando-lhes que se encontravam enganados.

O ser humano se preocupa e absorve em seus sonhos e ilusões, sonhos que não existem no mundo real. Sem realizar quanto lhe é benéfico, abandonando-se a seus sonhos e esperanças.

5. Shaitân aparece como um conselheiro leal.

Shaitân estimula o homem a desobedecer a Deus alegando que dá conselho sincero e que somente deseja o melhor. Assim foi como jurou a Adão que somente estava dando a ele um conselho honesto:

“E os juro: Eu os aconselho para vosso bem”. (7:21)

Wahb Ibn Munabbih relatou uma historia da Gente do Livro (133) que apresentamos para demonstrar a vontade e esforço de Shaitân para desencaminhar a humanidade, colocando em evidência seu “conselho sincero”.

Ouve uma vez um monge piedoso da gente de Israel. Era a pessoa mais piedosa de sua época. Havia três irmãos que tinham uma irmã jovem e virgem, e tinham somente essa irmã. Ao serem chamados para comparecerem na guerra, não sabiam com quem deixar essa irmã, em quem confiar para cuidar dela. Concordaram então deixá-la a cargo desta pessoa piedosa, porque confiavam nele. Então foram até ele para perguntar se podiam, deveras, deixá-la com ele. Ela estaria numa construção vizinha a sua e a seu cuidado, até que eles voltassem da guerra. A principio ele se negou a este pedido e buscou refugio em Deus deles e da sua irmã. Mas insistiram até que finalmente aceitou. Disse-lhes: ‘Deixa-a na construção vizinha em meu lugar de culto’. Assim foi que a deixaram nesse lugar e saíram.

A jovem permaneceu no lugar de culto desta pessoa piedosa por algum tempo. Ele deixava comida para ela diante da porta, trancava com chave sua porta e voltava a seu lugar de culto. Então lhe avisava que podia sair da casa e pegar a comida. Foi então quando Shaitân se aproximou dele de maneira imperceptível, animando-o a que a tratasse mais amavelmente. Disse-lhe que não era bom deixar a mulher sair da sua casa durante o dia porque algum homem poderia vê-la. Que seria melhor que ele mesmo levasse a comida até a sua porta, porque seria uma obra piedosa a seu favor. Assim foi que começou a levar a comida até a sua porta, mas sem falar-lhe.

Então Iblís veio novamente e o encorajou a fazer boas obras e conseguir mais bênçãos. Disse-lhe: ‘Se levasse à comida até dentro de sua casa conseguiria maior recompensa’. Continuou encorajando-o durante algum tempo até que o servo começou a levar a comida até dentro da casa. E continuou assim durante algum tempo.

Então Iblís (Shaitân) veio novamente e o encorajou a que fizesse o bem. Disse-lhe: ‘Se falar com ela, aliviarás seu medo, angustia e solidão’. Assim foi que começou a falar com ela da sua habitação até seu lugar de culto.

Contudo Iblís veio de novo. Disse-lhe: ‘Se vai até a porta da tua casa e ela até a porta de sua casa enquanto conversam, será, sem duvida, mais reconfortante para ela’. Continuou encorajando-o até que concordou a ir e sentar-se diante de sua porta para falar com ela. A menina saía de sua construção e se sentava diante de sua porta e conversavam durante algum tempo.

Então Iblís veio novamente e o encorajou a que se esforçasse ainda mais em conseguir recompensas por tratá-la bem. Disse-lhe: ‘Se sair de seu lugar de culto e sentar-se perto de sua porta seria mais confortável para ela’. E continuou exortando-o até que o fez por um tempo. Então Iblís veio de novo. Desta vez lhe disse: ‘Se entra na sua casa e fala com ela, e não faça com que mostre seu rosto em público será inclusive melhor para você’. Continuou exortando-o até que entrou na sua casa, passando o dia inteiro falando com ela. Mas quando a noite chegava, voltava a seu lugar de culto.

Então Iblís veio mais uma vez e começou a sussurrar-lhe sobre sua beleza e tentando-o, até que o monge tocou sua perna e a beijou. Mas Iblís continuou sussurrando-lhe até que finalmente mantiveram relações sexuais. Assim foi que ela ficou grávida e deu a luz a um menino. Então Iblís disse ao monge: ‘Não entende o que os irmãos da jovem farão com você quando verem que deu a luz a um filho teu? Não sabe se colocarão a luz tua ação. Deve pegar a criança, matá-lo e enterrá-lo, para ocultar o assunto, já que ela não contará nada por temor a que seus irmãos saibam o que fez’.

Mas Iblís voltou e lhe disse: ‘por acaso pensa que ela ocultará de seus irmãos o que fizeste com ela, já que mataste a seu filho? Deve matá-la e enterrá-la com seu filho’. E continuou incitando-o até que a matou e a enterrou junto a seu filho. Colocou sobre a tumba uma pedra enorme e o nivelou. Então voltou a seu lugar de culto e se dedicou a oração. Permaneceu assim algum tempo até que os irmãos regressaram da guerra. Quando foram até o monge e perguntaram por sua irmã, este começou a lamentar sua perda e chorar pedindo por ela misericórdia. Disse-lhes: ‘Ela era a melhor das mulheres e aquela é a sua tumba’. Os irmãos foram até a tumba e choraram por sua irmã pedindo a Deus que tivesse misericórdia dela. Estiveram diante da tumba durante uns dias e logo voltaram a suas famílias. Quando anoiteceu e dormiram, Shaitân apareceu em seus sonhos com a aparência de um viajante. Começou com seu irmão mais velho, perguntando-o sobre sua irmã. Este lhe disse o que o monge o havia contado e como havia mostrado sua tumba. Então Shaitân desmentiu ao monge dizendo: ‘Não disse a verdade sobre vossa irmã. Mas ela ficou grávida dele e teve um filho. Mas logo matou a ambos e os enterrou por temor de vós. Os enterrou em um buraco que fez no lado direito da porta da casa que ela habitava’ e fez o mesmo no sonho dos outros irmãos.

Quando os irmãos despertaram, ficaram surpresos do que viram. Quando se encontraram disseram: ‘Tive um sonho assombroso à noite’ e contaram mutuamente o que haviam visto.

O irmão mais velho disse: ‘Esse sonho não é importante, ignora-o’. Mas o mais jovem disse: ‘Não o deixarei passar, irei a esse lugar investigar’. Deste modo foram até o lugar descrito diante da porta e ao escavar encontraram a sua irmã e seu filho enterrados como lhes havia dito. Ao perguntarem para o monge, este confessou reconhecendo o que Iblís lhes haviam dito. Assim foi que saiu do seu lugar de culto para ser punido com a morte.

Quando o amarraram a tora para executá-lo Shaitân apareceu diante dele e lhe disse: ‘Agora sabes que fui eu que o tentou com a jovem para que ficasse grávida e logo a matasse junto com seu filho. Se me obedecer hoje e negar (descrer) a Deus, quem te criou e deu forma, eu te resgatarei desta dificuldade’. O monge descreu de Deus, negando sua existência. Mas quando o monge abandonou a Fé, Shaitân o abandonou e foi executado”. (134)

Os Sábios mencionam esta história ao fazer seu comentário sobre o seguinte Versículo:

“São como Satanás quando diz ao homem: Não Creia! E quando já não crê, diz: Eu não me responsabilizo por ti”. (59:16) citando que este versículo se refere a este monge e a outras pessoas as quais cabe o exemplo e Deus sabe melhor.

6. O desvio gradual.

Da historia anterior podemos concluir um dos métodos que Shaitân utiliza para desviar as pessoas. O desvio é gradual, passo a passo. Iblís não se cansa de sussurrar para os homens. Cada vez que uma pessoa comete um pecado, o induz a que caia em um maior, sem deter-se, até conseguir a destruição da pessoa. Esta é a metodologia que Deus destinou para a criação. Se eles se desviam do caminho de Deus, Ele permite a Shaitân tomar controle sobre eles.

“Pois quando se desviaram, Deus desviou seus corações”. (61:5)

7. Shaitân faz a pessoa esquecer aquilo que é benéfico.

Shaitân adotou este método com Adão. Insistiu sussurrando-lhe até que finalmente esqueceu o que seu Senhor lhe havia ordenado.

“Certamente que Adão recebeu um compromisso de Nós (de não dar ouvidos aos sussurros de Satanás), mas logo se esqueceu (e comeu da arvore proibida); e não vimos nele uma enérgica decisão”. (20:115)

O companheiro de Mussa (Moisés) lhe disse:

“...e ninguém senão Satanás me fez esquecer...” (18:63)

Deus proibiu a Seu Mensageiro assim como a seus companheiros que se sentassem em qualquer reunião na qual fizessem zombarias sobre os sinais de Deus e sua religião, mas Shaitân faz esquecer o que Seu Senhor ordena, pois que algumas pessoas terminam sentando-se com essa gente que zomba da religião.

“Quando ver que zombam de Nossos sinais, não permaneça reunido junto a quem o faz até que mudem de conversa. Mas se Satanás os faz esquecer (e permanece com eles), quando recordar não permaneça reunido com os iníquos”. (6:68)

Quando o Profeta Youssef (José) estava na prisão comentou a seu companheiro, a quem Youssef sabia que sairia da prisão e que mencionaria seu caso ao governador. Mas Shaitân fez com que esquecesse e, conseqüentemente, Youssef permaneceu na prisão durante vários anos ainda.

“E disse a quem pensava que estaria a salvo: Recorda-me diante de teu senhor! Mas Satanás o fez esquecer que recordasse diante de seu senhor, e permaneceu no cárcere alguns anos”. (12:42)

Se Shaitân tem o controle completo sobre a pessoa, o faz esquecer de Deus completamente.

“Se apoderou deles Satanás e os fez esquecer da recordação de Deus. Eles são os partidários de Satanás. Por acaso não são os partidários de Satanás os perdedores?”. (58:19)

Este Versículo se refere aos hipócritas, como evidencia o Versículo anterior. A maneira de recordar de Deus é a menção de Seu nome, porque isto espanta e afugenta a Shaitân.

“E recorda de teu Senhor quando esquecer...” (18:24)

8. Faz com que os crentes tenham temor dos aliados de Shaitân.

Outra de suas estratégias é causar nos crentes temor dos aliados de Shaitân. Assim, os crentes, não lutam contra eles, nem os ordenam o bem, nem os proíbe o mal. Disse Deus sobre isto:

“Assim, é Satanás, atemoriza com seus seguidores. Mas não o tema, senão temei a Mim, se são crentes”. (3:175) em outras palavras, Shaitân os assusta com seus aliados. Disse Qatâda. “Quer dizer, sua importância aumenta no coração. Por esta razão Deus disse “Mas, se são crentes, não o tema, temei a Mim”. Porque sempre que a Fé aumenta, o medo dos aliados de Shaitân diminui em seu coração; e sempre que a Fé diminui, o medo dos aliados de Shaitân aumenta”.

9. Seduz ao ego através daquilo que este ama e deseja.

Dissertando sobre o tema, Ibn Al Qaim escreveu:

“Shaitân flui na pessoa como o faz seu sangue, até que se encontra com a alma e se mistura com ela. Pergunta a ela sobre o que ama e deseja. Quando consegue este conhecimento, o utiliza contra a pessoa transmitindo esse conhecimento também a seus aliados e seguidores humanos. Quando estes desejam seu mal, o assediam com aquilo que ama e deseja. Porque o que entra através da porta nunca será rejeitado. Porque se alguém tentasse seduzi-lo por outros meios, encontraria a porta fechada, impossibilitando a si mesmo o alcance de seu objetivo”. (135)

Esta foi a maneira que Shaitân pode aproximar-se de Adão e Eva (Haua) no Paraíso. Tal como disse Deus:

“Mas Satanás os sussurrou dizendo-lhes: Vosso Senhor os proibiu de aproximar-se desta arvore para que não se convertam em anjos ou em seres imortais”. (7:20)

Disse Ibn Al Qaim: “O inimigo de Deus, Iblís examinou aos pais da humanidade (Adão e Eva) e encontrou neles a inclinação a permanecer eternamente no Paraíso. Soube imediatamente que esta seria a única porta para entrar neles. Assim foi que jurou por Deus que era um conselho sincero para eles. E lhes disse:” Vosso Senhor os proibiu de aproximar-se desta arvore para que não se convertam em anjos ou em seres imortais “(7:20)”.

10. Causar dúvidas no coração.

Entre as artimanhas que utiliza Shaitân para desviar o ser humano se encontra a de semear duvidas no coração, agitando sua Fé, confundindo-a com duvidas e suspeitas. O Profeta (SAWS) nos advertiu sobre algumas dessas duvidas. Bujari e Muslim transmitiram de Abu Huraira que o Mensageiro de Deus disse: “Shaitân virá e lhe perguntará: ‘Quem criou isto? Quem criou este outro?’ Até chegar a: ‘Quem criou a seu Senhor?’ Quando despertar tal pensamento deve buscar refugio em Deus e terminar com tais pensamentos”. (136)

Nem sequer os companheiros do Profeta (SAWS) se encontravam a salvo de tais pensamentos. Alguns deles foram ao Profeta (SAWS) para queixar-se de idéias que tinham em suas mentes. Muslim transmitiu de Abu Huraira que alguns companheiros foram onde estava o Mensageiro de Deus e lhe disseram: “Encontramos em nossas mentes coisas que ninguém se atreve a falar”. Disse: “Realmente acham isso?” E quando responderam que sim, ele lhes disse: “Isso é uma manifestação da Fé verdadeira”. (137)

Quer dizer que esta manifestação da Fé foi o que lhes fez recusar e detestar tais pensamentos e sussurros de Shaitân, e considerá-los um assunto grave. O Profeta (SAWS) ao ser perguntado sobre o sussurro de Shaitân contestou: “É pela pureza da Fé”. (138)

Os companheiros do profeta (SAWS) eram alvos de sussurros de Shaitân, tal como se transmite no livro de Abu Daud de Ibn Abbas que um homem veio ao Profeta (SAWS) e disse: “Ó Mensageiro de Deus! Encontramos em nossas mentes coisas que queríamos que fossem cinzas antes que nos atrevêssemos a falar deles”. O Profeta (SAWS) disse: “Allahu Akbar! (Deus é Maior) Allahu Akbar!, Allahu Akbar! Alhamdulillah (todos os louvores pertencem a Deus) quem reduziu as artimanhas (de Shaitân) e o sussurro”. (139)

Deus nos informou sobre os sussurros com Seu dizer: “E não mandamos antes de ti enviado nem Profeta algum sem que, se desejavam algo, contaminasse Satanás seu desejo. Mas Deus desmantela o que lança Satanás, logo confirma Seus Versículos, porque Deus é Onisciente, Sábio. Para colocar o que lança Satanás como prova para aqueles em cujos corações há um mal, e os duros de coração. Os iníquos estão em profundo cisma. E conhecerão aqueles que receberem a ciência, que a verdade emana de seu Senhor, e creiam nele, e surpreenda-se seus corações. E certamente, Deus guia os que crêem, pela Guia Reta”. (22:52/54).

O Versículo anterior cita os pensamentos dentro da própria alma. Isto significa que Shaitân tentou sussurrar ao Profeta (SAWS) alguns pensamentos. Mas Deus protegeu o Profeta (SAWS) dos sussurros de Shaitân, alertando-o com a verdade. Aqueles que opinam que o significado do Versículo é que Shaitân sussurrou alguma coisa no Alcorão, estão desviados e longe da posição correta. Porque o Mensageiro de Deus está protegido por Deus de cometer algum erro com respeito a divulgação da mensagem.

Shaqiq, um conhecido sábio, clarificando os tipos de duvidas que Shaitân cria na alma de uma pessoa disse: “Não chega nenhuma manhã sem que Shaitân me tente por quatro lados: Pela frente, por trás, pela minha esquerda e pela minha direita. Me diz: ‘Não temas!, porque Deus é Perdoador!, Misericordioso!’ Pois o recitei em contestação: “Eu na verdade, sou Remissório com quem se arrepende, crê, e faz o bem, logo, se encaminha ao bem”. (20:82). Por trás me assusta com o pensamento de que meus descendentes possam cair num estado de pobreza. Pois que recito em contestação: “E não há criatura na terra sem que seja Deus Quem o sustenta...” (11:6). Pela direita me tenta com mulheres, assim pois que recito: “...e o bom final (nesta vida e na outra) é para os temerosos”. (7:128) e pela esquerda me cerca com a forma de desejos. Pois que recito: “E entre eles e o que desejavam se interpôs uma barreira...”. (34:54)”

Disse Deus no Alcorão:

“Ó, crentes! O vinho, os jogos de azar, os altares (sobre os quais eram degolados os animais como oferendas para os ídolos) e consultar a sorte valendo-se de flechas são uma obra imunda de Satanás. Abstende-vos deles e assim terás êxito”. (5:90/91) “o vinho” é todo embriagante. “Maissir” são os jogos de azar. “Os altares” são os ídolos, quer dizer tudo que se adora no lugar de Deus, como as pedras, as arvores, as estatuas, as tumbas e assim sucessivamente. “As flechas” são maneiras de consultar o futuro ou o destino, o que o leva a tomar determinadas ações. Os árabes pagãos utilizavam lanças, flechas ou pedras, mas qualquer coisa que seja usado com este propósito tem o mesmo veredicto. Escreviam em um destes elementos: “Meu Senhor me ordena abandonar este assunto” e em outro: “Meu Senhor me ordena fazê-lo”. Pois antes de tomar uma decisão (relacionada com o casamento, viagens etc) se dirigiam até o adivinho e este lhe dava para escolher na sorte uma das flechas de um receptáculo e depois de ler a mensagem que continha atuavam na conseqüência.

Shaitân convida as pessoas a cair nestes quatro atos, porque todos representam desvios em si mesmo, provocando em quem os comete, efeitos nocivos e resultados perniciosos. Por exemplo, o álcool produz a perda da consciência, desta maneira a pessoa comete em estado de ebriedade atos proibidos e abandona a obediência a Deus e pode causar prejuízos a outras pessoas. Ibn Kazir, em seu comentário do Alcorão, citou as palavras de Othman Ibn Affan: “Afastem-se do álcool porque é a mãe de todos os males. Ouve nos tempos que o precederam um homem que se afastou das pessoas para adorar a Deus. Uma mulher o desejava, então enviou a sua servente para solicitar-lhe a presença para ser testemunha em um assunto. Quando este chegou na sua casa, cada vez que entrava em um quarto, a porta se fechava atrás dele. Até que chegou em um quarto onde se encontrava a mulher com uma criança e uma jarra de vinho. Ela lhe disse: ‘Juro por Deus que não te solicitei para que fosse testemunha de algo, senão para que mantivesse relações sexuais comigo, ou matarás esta criança ou tomará deste álcool. Então (supondo que era o menos prejudicial) pegou um copo e bebeu, mas logo pediu mais para beber. E não deixou de beber até que finalmente fornicou com ela e matou a criança. O álcool e a Fé nunca poderão permanecer juntos numa mesma pessoa, pois que um deles abandonará a pessoa rapidamente”. (140)

Ibn Jarir, Ibn Al Mundhir, Abu Al Shaij, Ibn Mardauaih e Al Nahas narraram de Sad Abi Waqqas que: “Um dos Ansar preparou uma ceia para alguns dos Sahabas. Os serviu nela algo de álcool para beber antes de que este fora proibido por Deus. Quando se embebedaram, começaram a discutir e acabaram lutando. Sad Ibn Abu Waqqas terminou machucado, seu nariz foi golpeado com a mandíbula de um camelo. As cicatrizes desta ferida permaneceram em seu rosto pelo resto de sua vida”. (141)

Também se narra que um dos companheiros se adiantou para dirigir a oração estando embriagado, antes de ser revelada a proibição do álcool, e disse: “Incrédulos! Eu adoro o que vós adorais” no lugar de recitar: “Eu não adoro o que vós adorais!” (109:1/2). Então Deus revelou: “Ó crentes! Não façam a oração quando estiverem ébrios até que não saibam o que dizem” (4:43). (142)

O jogo é também uma enfermidade perigosa, tanto como o álcool. Quem se envolve, é muito difícil livrar-se dele. É uma maneira de desperdiçar tempo e dinheiro. Cria sentimentos de ódio e inveja, e empurra as pessoas a cometer atos proibidos.

Shaitân impele a construção de estatuas e tumbas para que sejam, com o passar dos tempos, objeto de adoração. O culto a estatuas e ídolos estão presente tanto nos tempos passados como em nossos dias. Os demônios acompanham a tais estatuas, e às vezes, falam a quem os adoram para acrescentar neles convencimento. Estes politeístas adoram a estas representações ao pedir-lhes por suas necessidades. As suplicam em momentos de dificuldade, se dirigem a eles durante as guerras e outros momentos difíceis oferecendo-lhes sacrifícios. Também cantam e dançam ao redor deles, comemorando festividades. São muitas as pessoas que se desviaram desta maneira, tal como disse orando o Profeta Ibrahim (Abraão) a seu Senhor:

“...guarde-me, e a meus filhos, de que adoremos ídolos. Senhor! Em verdade, eles extraviaram a muitos homens...” (14:35/36)

O culto as tumbas existem hoje entre alguns muçulmanos. Eles oram aos ali enterrados, circundam suas tumbas e lhes oferecem sacrifícios. Uma inovação aparecida nestes dias (que faz Shaitân rir dos seres humanos) que se chama “a tumba do soldado desconhecido”. Dizem que representa a todos os soldados que morreram cumprindo seu dever. Mas na realidade o adoram oferecendo-lhe presentes, flores e honras. Cada vez que um líder visita um país, deve visitar esta tumba e fazer uma oferenda. Todos estes tipos de culto são promovidos por Shaitân.

Predizendo o futuro

Os segredos que preparam o futuro pertencem ao oculto (gaib) e, portanto, são algo que somente Deus conhece. É por esta razão que o Profeta (SAWS) ensinou aos muçulmanos orar Salat Al Istikara (oração para pedir o bem) e a pedir a Deus que os guie para escolher o mais correto e benéfico, qualquer que seja o plano que projete para o futuro. Pedimos a Deus que nos guie para a melhor das opções!

Tentar conhecer o futuro através do acaso como as flechas, a borra de café e outros, jamais levará à verdade. Consultar estes meios é um sinal de falta de inteligência. Similar a isso é o que toma o vôo de um pássaro como azar quando está a ponto de embarcar para uma viagem. Dizem que quando deixa a sua casa, se vê um passaro voar a sua direita, quer dizer boa sorte, mas se este voa para a esquerda, é considerado como azar. Todos estes métodos falsos são somente desvio e engano.

15. Magia

Outras das artimanhas que utiliza Shaitân para desencaminhar os seres humanos é a magia. Os demônios ensinam este conhecimento que na realidade não tem nenhum benefício, senão que, ao contrario, é só prejudicial.

Disse Deus:

“E creram (os judeus) o que inventaram os demônios sobre o reinado de Salomão (dizendo que havia chegado ao mesmo por meio de bruxaria). Sabei que Salomão não caiu na incredulidade (a bruxaria) e que eram os demônios que ensinavam os homens a bruxaria e a magia que transmitiram os anjos Harut e Marut em Babel. Mas estes não ensinavam nada a ninguém sem antes advertir que era uma tentação, e quem o aprendesse cairia na incredulidade. Aprendiam deles como separar o homem da sua esposa, mas na verdade não podiam enganar a ninguém que Deus não permitisse. Aprendiam o que lhe prejudicava e não lhes beneficiava, e sabiam que quem acessava a magia e a bruxaria não teria êxito na outra vida. Que mal fizeram em vender suas almas!” (2:102)

É a magia real?

Existem diferentes opiniões entre os sábios sobre este tema. Alguns dizem que é somente uma alucinação e que não é real baseados nas palavras de Deus (relatando o enfrentamento entre Moisés e os magos do Faraó):

“Diz: Pois tira vós! E hei que suas cordas pareciam correr, em virtude de sua magia”. (20:66)

Enquanto que outros afirmam que é real, tal como demonstra o Versículo da Sura Al Baqara (2:102). Mas podemos concluir em respeito que a magia é de dois tipos: (a) Um tipo de ilusionismo que é basicamente onde “a mão é mais rápida que o olho”, e (b) a verdadeira magia, através da qual se pode fazer um dano real, como, por exemplo, separar aos esposos.

O feitiço dos judeus ao Profeta (SAWS).

Aisha narrou que o Profeta (SAWS) foi enfeitiçado por um homem da tribu Bani Zuraiq, chamado Labid Ibn Al Asam, até a ponto de imaginar que fazia algo que não fazia. Assim permaneceu até o dia em que rogou e rogou a Deus em súplica e disse: “Notou que Deus me respondeu sobre aquilo que lhe solicitei? Dois homens vieram a mim e um deles se sentou na minha cabeça e outro nas minhas pernas, então um deles disse ao outro: ‘Qual é a doença do homem?’ E o outro respondeu: ‘Foi enfeitiçado’. Então o primeiro perguntou:’E quem o enfeitiçou?’ E o segundo respondeu: ‘Labid Ibn Al Asam’. O primeiro voltou a perguntar: ‘E onde se encontra o feitiço?’ E o segundo disse: ‘Em um pente, com cabelos na espátula que é da raiz de uma palmeira macho’. O primeiro de novo perguntou: ‘E onde se encontra?’ E o segundo disse: ‘No poço Dharuan’”. Então o Mensageiro de Deus (SAWS) saiu e voltou. E disse a Aisha: “Suas águas eram como a maceração da henna (de um marrom intenso) e suas palmeiras eram como cabeças de demônios”. E Aisha lhe disse: “E tirou (o feitiço)?” E o Mensageiro (SAWS) respondeu: “Não, mas Deus me curou. Temi que ao fazê-lo (tirar do poço as coisas com as que se havia realizado o feitiço) poderia provocar algum mal as pessoas. Assim ele ordenou que o poço fosse tampado”. (144) O feitiço não afetou a profecia nem a mensagem, já que os efeitos da magia e do feitiço não podem penetrar alem do corpo, e não afetaram nem seu coração nem sua mente. Quer dizer que teria o mesmo efeito que qualquer outra enfermidade que sofresse o Profeta (SAWS). Mas tanto o Alcorão como a Lei Islâmica foram protegidas por Deus de qualquer distorção ou interferência. Tal como disse Deus: “Certamente Nós revelamos o Alcorão e somos Nós seus Preservadores”. (15:9)

16. As debilidades de o próprio ser humano.

Os seres humanos têm numerosas debilidades. De fato, são enfermidades. Shaitân penetra profundamente nas debilidades (agravando-as no coração) que afligem o ser humano para prejudicá-lo. Estas debilidades incluem, entre muitas outras: A debilidade, o desespero, o desalento, a desesperança, a irreflexão, o egocentrismo, a vaidade, o orgulho, o desdém, a raiva, o mau temperamento, as duvidas, a confusão, o medo, a pressa, o ser miserável, a cobiça, a ignorância, o amor a esta vida e a riqueza, a opressão, a arrogância, o pedantismo e tantas outras.

O Islam convida para a purificação do espírito e da alma livrando-a destas enfermidades. Isto requer esforço e paciência. Paciência ante as dificuldades no caminho de Deus.

Seguir as paixões, “os baixos instintos”, e tudo o que o ego solicita é um caminho fácil. O exemplo de quem caminha pela Senda de Deus é como quem sobre até o cume da montanha. Enquanto que quem transita no caminho das paixões e dos desejos, é como quem ao contrário, desce deslizando a montanha. É por esta razão que tantas pessoas respondem ao chamado de Shaitân, e que encontram seu caminho fácil, enquanto que o caminho reto de Deus necessita e requer esforço, mostrando-se difícil.

Mencionaremos ainda alguns dizeres dos Salaf (muçulmanos retos das primeiras gerações) sobre como Shaitân se aproveita das debilidades do ser humano.

Disse Al Mutamar Ibn Sulaiman narrando as palavras de seu pai: “Me foi mencionado que Shaitân sussurra aparecendo no coração da pessoa quando este se angustia ou alegra-se intensamente. Mas se este menciona a Deus, Shaitân foge”. (145) Wahb Ibn Munabbih relatou que um monge perguntou a Shaitân: “Que característica do ser humano lhe é mais útil para utilizá-la contra ele?” Shaitân respondeu: “Sua ira. Se um servo é irado, posso manipulá-lo da mesma maneira que uma criança manipula sua bola”. Ibn Al Jauzi transmitiu de Ibn Omar que o Profeta Nuh (Noé) perguntou a Shaitân com qual característica costumava destruir a pessoa e este lhe respondeu: “A inveja e a cobiça”. Estas são as características que utilizou Shaitân aos irmãos de Youssef (José) quando plantou em seus corações ciúmes de seu irmão. Disse Youssef (José) no Alcorão:

“...certamente que meu Senhor fez que se cumprisse, e me agraciou fazendo-me sair do cárcere, e também ao aproximarem-se de mim no deserto depois que satanás havia semeado a discórdia entre meus irmãos e eu...” (12:100) (146)

17. O amor excessivo pelas mulheres e pelos prazeres mundanos

O Profeta advertiu que não existe pior sedução para o homem que a mulher. Por esta razão foi que o Islam pede à mulher que cubra o seu corpo exceto seu rosto e suas mãos, e pediu aos homens que recatem seu olhar. O Mensageiro de Deus proibiu a homens e mulheres que não sejam parentes entre si (gair mahram) permanecer a sós, acrescentando que sempre que se encontra um homem e uma mulher a sós Shaitân se encontra com eles. Tirmidhi transmitiu em seu livro Sunnan com uma cadeia legítima de narradores que o Profeta (SAWS) disse: “...quando uma mulher sai para a rua, Shaitân faz com que pareça mais bela do que é diante do olhar dos homens”. (147)

Nestes dias somos testemunhas de como a maioria das mulheres saem de suas casas exatamente da maneira que o Profeta (SAWS) nos havia descrito: “Estarão vestidas mas nuas ao mesmo tempo”. Distintas organizações tem o objetivo, no oriente e ocidente, de promover lascívia e obscenidades abertamente na sociedade. Publicam novelas imorais e histórias e filmes que atraem e chamam as pessoas à obscenidade.

Em quanto ao amor exagerado pela vida mundana, é a razão de todas as injustiças. As matanças, as expropriações e abusos das riquezas alheias, as expropriações, a ruptura dos laços familiares, tudo isto é a causa da ambição e amor por este mundo e disputa por adquirir mais prazeres, ainda que sejam limitados, efêmeros e fúteis.

18. A música

O canto e a musica são duas ferramentas de Shaitân, que ele utiliza para corromper o coração do ser humano e destruir a sua alma. Disse Ibn Qaim a respeito: “Das maquinações do inimigo de Deus e os golpes que utiliza contra aqueles que carecem de conhecimento, inteligência e religião, com o que captura os corações de ignorantes e tontos, se encontra a música, enquanto assobiam e cantam usando instrumentos proibidos que afastam os corações do Alcorão e os fazem dependentes de pecados e lascívias. A musica é o “Alcorão” (recitação) de Shaitân que afasta as pessoas do Alcorão do Misericordioso. E é o canto dos homossexuais e dos adúlteros. Shaitân engana as almas injustas com ela (a musica). E inspira pensamentos falsos que consideram corretos, pois aceitam sua orientação e abandonam o Alcorão.” (148)

Um dos fenômenos mais estranhos é que algumas pessoas utilizam o canto e a musica como ferramenta de culto ou como uma maneira de aproximar-se de Deus. Mas na realidade, abandonam a recitação do Misericordioso pela recitação de Shaitân.

Ibn Al Qaim numerou vários nomes utilizados pelos Sábios para referir-se a musica: “Entretenimento improdutivo (Lahu), palavras sem beneficio (Lagu), futilidade (Batil), discurso falso, convite ao adultério, a recitação de Shaitân, a fonte da hipocrisia no coração, som bobo, ruído dos injustos, som de Shaitân e cânticos ou flautas de Shaitân, entre outros”. (149)

Os sinos são instrumentos de Shaitân.

O Mensageiro de Deus nos informou que os sinos (Jarás) são os instrumentos ou flautas de Shaitân. Muslim transmitiu de Abu Huraira que o Profeta (SAWS) disse: “Os Anjos não acompanham a grupos onde haja cães, sinos ou instrumentos de corda”. (150)

19. O desdém dos muçulmanos em praticar aquilo que lhes foi ordenado

Se o muçulmano se apega firmemente nos ensinamentos do Islam, Shaitân não encontrará maneira de desviá-lo. Porém, se ao contrario, o muçulmano, é negligente ou preguiçoso em seus atos, Shaitân tem a oportunidade de desencaminhá-lo com algumas de suas estratégias. Disse Deus:

“Ó crentes! Entrai todos na religião do Islam (submetendo-se a Deus) e não sigam os passos de Satanás; certamente ele é para vós um inimigo declarado”. (2:208) Quer dizer que a pessoa deve seguir o Islam em cada aspecto da sua vida, porque isto o livrará de Shaitân. Um exemplo pratico deste conceito é alinhar as filas da oração, porque Shaitân não pode colocar-se entre elas se estas se encontram alinhadas e agrupadas. O Mensageiro de Deus disse: “Alinhem vossas filas, (colocando ombro a ombro) e agrupem-se fechando os buracos, porque os demônios se movem entre os buracos como as descendências dos hadhaf”. E foi-lhe perguntado: ”Quem são os descendentes dos hadhaf?” Respondeu: “São os gafanhotos na terra do Yemem”. (151)

Outro Hadiss diz: “Alinhem as filas e agrupem-se, porque por aquele um Cujas mãos se encontram minha alma, posso ver Shaitân atravessar os buracos nas filas como se fosse um rebanho de cordeiros cor de terra”. (152) .
O Louvor é para Allah. Nós O exaltamos, imploramos Sua ajuda e rogamos pelo Seu perdão. Aquele a quem Allah orienta não se desviará, e aquele a quem Allah permite que se desvie ninguém poderá orientá-lo. Testemunho que não há outra divindade além de Allah, o Único, e que Ele não tem parceiros. E testemunho que Mohammad é Seu servo e mensageiro, que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele, com seus familiares e companheiros, e todos que seguirem seus passos até o Dia Derradeiro. Diz Allah em Seu Nobre Livro: Ó vós que credes! Temei a Allah como se deve temê-lO e não morrais se não como muçulmanos. A verdadeira palavra está no Alcorão. A melhor orientação é a do Profeta Mohammad (s). A pior coisa é A Inovação, e toda inovação é desorientação. E toda desorientação leva ao Inferno.

Pedimos para que Allah SW derrame barakas (bênçãos) sem medidas à equipe do site http://www.islam.com.br/, que vem no seu dia a dia contribuindo para a formação dos leitores mulçumanos ou não para as coisas que nos levam às Verdades Universais a respeito do Reino de Allah, Seus Anjos, Profetas e Mensageiros. Esse site, hoje, é a referência nacional para quem quer se instruir ou mesmo iniciar nos caminhos de Allah SW. Que nesse mes de Ramadã muitas inspirações possam cobrir esses valorosos irmãos.
Fonte: www.islam.com.br

terça-feira, agosto 10, 2010

Ramadã Karim


Vejam o que  diz o Alcorão Sagrado a respeito do Ramadã.


183: (Surata Al Bakara) Ó vós que credes! É-vos prescrito o jejum, como foi prescrito o jejum, como foi prescrito aos que foram antes de vós, para serdes piedosos,

184: (Surata Al Bakara) Durante dias contados. E quem de vós estiver enfermo ou em viagem, que jejue o mesmo numero de outros dias. E impende aos que podem faze – lo, mas com muia dificuldade, um resgate: alimentar um necessitado. E quem mais o faz, voluntariamente, visando ao bem, ser-lhe-á. E jejuar dês vos é melhor. Se soubésseis!

185: (Surata Al Bakara) Ramadan é o mês em que foi revelado o Alcorão, como orientação para a humanidade e como evidencias da orientação e do critério de julgar. Entao, quem de vos presenciar esses mês, que nele jejue, e quem estiver enfermo ou em viajem, que jejue o mesmo numero que de outros dias. Allah vos deseja a dificuldade. E fê-lo para que inteireis o numero prescrito, e para que magnifiqueis a Allah, porque vos guiou, e para serdes agradecidos.

186 :(Surata Al Bakara) E quando Meus servos te perguntarem , por Mim,por certo,estou próximo , atendo a suplica do suplicante , quando Me suplica. Que eles Me atendam, então, e creiam em Mim, na esperança de serem assisados.

187:(Surata Al Bakara) É – vos licita, na noite do jejum, a união carnal com vossas mulheres. Elas são para vos vestimentas, e vos sois para elas vestimentas. Allah sabia que vos traíeis a vos mesmo a esse respeito , e Ele voltou-Se para vos e indultou-vos. Entao agora vos juntais a elas e buscai o que Allah vos prescreveu. E comei e bebei, até que se torne evidente, para vos, o fio branco do fio negro da aurora. Em seguida, completai o jejum até o anoitecer. E não vos junteis a elas, enquanto estiverdes em retiro nas mesquitas. Esses são os limites de Allah: então não vos aproximais deles. Assim Allah torna evidentes Seus sinais, para os homens, a fim de serem piedosos.“Quando chega o mês de ramadhan abrem – se

Hadith Sharif

O Dever que tem o crente que guarda o Jejum de ponderar suas palavras e seus atos.

1240. Abu Huraira (R) relatou que o profeta (S) disse: “Quando qualquer um de vos estiver jejuando, devera abster-se de entabular conversa fiada, e evitar troca de palavras agressivas e bulhentas. Se alguma pessoa abusar desse ou iniciar com ele uma discussão, ele devera dizer que esta guardando o jejum.

1241. Abu Huraira (R) relatou que o Profeta (S) disse: “Se uma pessoa não se abstém de mentir e de praticar atividades indecentes, Deus não deseja que se abstenha de ciner e de beber.”

1243. Laquit Ibn Sabira (R) relatou: “Uma ocasião me apresentei perante o Profeta (S) e lhe pedi que me informasse sobre as abluções. Disse-me ‘Faze tuas abluções devidamente, e de modo completo, e limpe entre teus dedos ,esfregando – as com os dedos opostos, e lava bem os orifícios nasais,porem ,se esta jejuando , toma cuidado sobre este particular ( para que a água não entre pelos orifícios nasais).

O mérito de se convidar um crente que guarda o jejum a ceiar, e o mérito de um anfitrião que guarda o jejum. As suplicas que ambos podem oferecer.

1265. Zaid Ibn Khalud al Juhani (R) relatou que o profeta (S) disse: “Qualquer um que oferece uma refeição , para quebra do jejum , a outra pessoa , obtém o mesmo mérito que aquele que estava guardando jejum,sem diminuir , de modo algum.a recompensa da pessoa jejuadora.”

1266. Ummi Umara al Ansaria(R)relatou que o profeta a visitou e,quando ela pôs para ele alguma comida na mesa , ele pediu que ela também comesse, ao que ela disse: “Estou guardando jejum hoje!” Sobre isso o Profeta (S) declarou : “Os anjos suplicam a misericórdia de Deus sobre a pessoa que esta jejuando , e oferece comida a alguém , ate que este termine de comer.” (Tirmizi)

Regras do Jejum

“O jejum e o Alcorão intercederão pelo crente no dia do juízo. Dirá o jejum: Senhor meu, eu o privei dos prazeres e do alimento durante o dia, por isso, permita-me interceder por ele. E dirá o Alcorão: Eu o privei do sono durante a noite. Por isso, permita-me interceder por ele. E então, intercederão” (relatado por Ahmed).

“Quem jejuar o mês do ramadhan e conhecer os seus limites e se preservar do que deve se preservar lhes serão expiados os erros que antecederam”(relatado por Ahmad e Al Baihaqui).

“A uma pessoa que jejuar o mês de ramadhan , com fé e esperança de alcançar o beneplácito de Deus , ser-lhes –ão perdoadas as faltas” (narrado por Al Bukhari e Musslim).

“Quando chega ao mês de ramadhan abrem – se as portas do paraíso e se fechamas portas do inferno e os demônios permanecem acorrentados” (relatado por Al Bukhari e Musslim).

“Quem quebrar o jejum de um dia do mês de ramadhan,sem razão nem doença que o permita fazê-lo , jamais poderá repor este dia mesmo que jejue a vida inteira” (relatado por Al Bukhari).

A quem é obrigatório o jejum de ramadhan

É obrigatório o jejum de ramadhan a todo muçulmano, mental e fisicamente capaz e responsável (que atingiu a idade da puberdade),exceto quem é ordenado a quebrar o jejum –como a mulher no ciclo menstrual ou no período pós –parto - ou quem lhe é permitido quebrar o jejum – como o doente e o viajante.

Mesmo não lhes sendo obrigatório o jejum, é aconselhável acostumar às crianças a jejuar a partir dos setes anos se forem capazes.

O que anula o jejum

1. Todo alimento e bebida ingeridos pela boca ou outras vias do corpo. Está incluso tudo o que é ingerido por via oral, como remédio e fumo. Assim, quem se alimentar ou beber, devera repor o dia de jejum perdido, e é seu dever e se arrepender e rogar o perdão de Deus.

2. A relação sexual. Quem manter relação sexual durante um dia de jejum devera repor o dia de jejum quebrado e também lhe é obrigatória uma expiação: libertar um escravo, na ausência ou incapacidade deste, jejuar dois meses seguidos, na incapacidade deste, alimentar sessenta necessitados se não puder jejuar.

3. A ejaculação sem a concretização do ato sexual (ou através da masturbação, alem de ilícito, quebra o jejum.

4. O vomito proposital.

Atos que não anulam o jejum

1. O vomito involuntário e ejaculação involuntário (durante o sono).

2. Quem comer ou beber por esquecimento deve completar o jejum e seu jejum é valido. Disse o profeta Muhammad (saas): “Quem esquecer enquanto de jejum, e comer ou beber, que complete o seu jejum, pois Deus o alimentou”.

3. É permitida colher sangue para exames ou para doação.

4. Escovar os dentes, gargarejar (na ablução), com o cuidado de não engolir água. Da mesma forma, tratamento dentário tem a mesma regra, sempre sendo proibido engolir qualquer resíduo.

5. Colírios e remédio introduzidos nos ouvido caso se assegure de que não engolirá nada pela garganta.
-remédio sublingual (para problemas cardíacos, por exemplo).-Injeçoes (exceto que alimentam como soro e vitamina).-O que é absorvido pela pele, como gorduras e pomadas.-anestesia (caso não acompanhe líquido que alimentam). Quem se alimentar depois da alvorada, pensando que ainda é noite , ou se alimentar antes do por sol,pensando que já é noite ,deve continuar o seu jejum depois de se esclarecer que errou (por respeito ao dia de jejum) e deve repor este dia após o Ramadan.

Fonte: http://www.islam.com.br/

Inicio do mês de Ramadã

Anunciamos que de acordo com a jurisprudência islâmica, confirmada no parecer emitido pelo escritório do Sayyed Fadlullah, nesta quarta-feira (11/08/2010) será o primeiro dia do Mês Sagrado de Ramadhan.


Eis parecer completo como emitido pelo escritório do Sayyed Fadlullah:

Próxima Quarta-Feira (11/08/2010) será o primeiro dia do mês do Ramadhan!

A lua crescente do mês de Ramadhan de 1431 da Hégira, alinha-se com o sol e a terra na terça-feira, 10 de Agosto de 2010 Às 3:08 a.m. do horário internacional.

De acordo com dados científicos providenciados por equipes de astrônomos especializados, não há a possibilidade de visualização da lua crescente no pôr-do-sol da terça-feira no horizonte de Beirute e outros países árabes. Entretanto, a visibilidade da mesma será possível, com a ajuda de telescópios, na parte sul do continente africano, com a ressalva de que as condições melhoram ao voltarmo-nos ao oeste e na, América do Sul, a olho nu ou com telescópios.

Com base no ponto de vista jurídico de Sua Eminência Sayyed Muhammad Hussein Fadlullah, que diz iniciar o mês lunar quando é possível visualizar o crescente – mesmo que por meio de telescópios – em qualquer parte do mundo que partilhamos uma parte da noite, o primeiro dia do Ramadhan, neste ano, será na Quarta-feira, 11 de Agosto de 2010, assim como para países localizados na Austrália e Nova Zelândia, por partilharem uma parte da noite com regiões onde é visível o crescente.

Parabenizamos os Libaneses (nota do tradutor: e os muçulmanos do mundo) pelo início deste mês sagrado que traz misericórdia, perdão e espiritualidade. Pedimos a Deus, o Altíssimo, o retorno deste mês para a nação islâmica com o bem, as bênçãos e a misericórdia. Oramos, também, que por meio de Deus, o Oniouvinte, o Responsivo, haja um fim para a ocupação.

Fonte: Centro Islâmico no Brasil

segunda-feira, agosto 09, 2010

O RAMADAN E OS BENEFÍCIOS DE SUA APLICAÇÃO

Ramadan é o nome do nono mês no calendário islâmico. É como fosse o mês de setembro.

O calendário islâmico também possui 12 meses.

Como o calendário islâmico é fundamentado na lua, é um calendário lunar; a cada lua nova inicia-se um novo mês. Por isso, não há uma equivalência com o calendário gregoriano. Para efeito de acompanhamento, o calendário islâmico retroage aproximadamente 10 dias a cada ano em relação ao gregoriano. Por exemplo: No ano de 2009, Ramadan, teve início em 21 de agosto, este ano, será em 11 de agosto e assim por diante.

Ramadan é especial para os muçulmanos em vários aspectos, 2 deles se destacam:

1) foi o mês que o Profeta Muhammad (Que a Paz e as Bênçãos de Deus esteja sobre ele) recebeu a primeira revelação do Alcorão Sagrado; assim como os outros profetas e mensageiros das religiões monoteístas (Moisés no Judaísmo e Jesus no Cristianismo - Que a Paz e as Bênçãos de Deus estejam sobre eles);

2) é o mês destinado ao jejum, por isso chama-se Jejum de Ramadan.

Hoje vamos abordar o segundo item. Jejum de Ramadan;

Deus disse no Alcorão Sagrado, surata Al-Bácara, versículo 183: "Ó fiéis, está-vos prescrito o jejum, tal como foi prescrito a vossos antepassados, para que temais a Deus."

Uma explicação rápida: o termo "como foi prescrito a vossos antepasados", não quer dizer que o jejum dos muçulmanos seja igual ao de outros anteriormente observados quanto ao número de dias, quanto à hora e à maneira de jejuar, ou quanto a quaisquer outros fatores; isto quer apenas dizer que o princípio da auto-penitência pelo jejum não é uma novidade apresentada no Alcorão, outras religiões já praticavam o jejum antes da revelação do Alcorão, pois é uma orientação Divina.

O jejum de Ramadan consiste em abster-se de comida, bebida, fumo e sexo, desde a alvorada até o pôr do sol; dando uma média de 12hs de jejum. Porém isso é apenas um detalhe material. Vejam o que o jejum de Ramadan nos oferece espiritualmente:

1. Amor. Ensina ao homem o principio do amor sincero porque se este respeitar o Jejum, provará o seu amor profundo a Deus. E quem ama a Deus sinceramente sabe deveras o que é o amor.

2. Devoção. Dá ao homem uma genuína virtude de devoção fervorosa, de honesta dedicação e aproxima-o de Deus; porque é por Deus e por amor d’Ele que o homem faz Jejum.

3) Fortalecimento religioso. É um mês em que o sentimento religioso é potencializado e os muçulmanos se esforçam na frequência às mesquitas; Imagine você: 12hs de jejum sem água nem comida, é claro que a barriga vai roncar. Nesse instante, o jejuador, mesmo na correria do dia-a-dia, é lembrado do porquê de estar jejuando e sua aproximação com Deus, Todo Poderoso, é frequente. Naturalmente você vai pesquisar sobre sua religião e tirar dúvidas com seus irmãos.

4) Leitura do Alcorão. Com essa frequência às mesquitas, os muçulmanos se congregam e se dedicam à leitura do Alcorão Sagrado. É um momento de troca de ensinamentos e fortalecimento da fé. Também é um momento propício para a integração com os irmãos e visitas àqueles que estão afastados ou doentes.

5) Caridade. Aquele dinheiro que você vai deixar de gastar almoçando ou lanchando à tarde pode ser revertido em caridade para aquelas pessoas que também não estão se alimentando pois passam fome e, em sua maioria, são pessoas moradoras de rua.

6) Auto-controle. Imagina: você está no seu trabalho, ninguém está te observando e tem um copo de água na sua mesa. Você não vai bebê-lo, pois você está cumprindo o jejum e tem plena lucidez do seu ato. Não precisa de um fiscal que lhe conduza no jejum! Neste instante seu espírito domina seu corpo e você se torna uma pessoa mais controlada, dona de si, capaz de não se deixar levar por tentações e desejos mundanos ou materiais.

7) Disciplina. Observância diária dos horários em que o jejum começa e termina. Se você é daqueles que não respeita horários, Ramadan o ajudará nesta matéria. Pois se o jejum inicia às 5h da matina e finaliza às 18h da noite, sua consciência lhe conduzirá a respeitar esses horários exatos. Além do mais não é recomendado atrasar ou postergar os horários definidos, deixando para iniciar o jejum às 10h da manhã ou quebrar o jejum lá pelas 20h da noite. É Ramadan lhe ajudando a cumprir seus compromissos nos horários que foram combinados.

8) Benefício para o corpo e alma. Isso eu sempre comento: Ao fazer suas necessidades, você sempre dá aquela olhadinha antes de acionar a descarga (não é nada nojento não!!!) é uma forma de avaliar como seu corpo está! Podemos dizer que é um auto-diagnóstico: observa-se cheiro, cor, consistência e por aí vai e só depois a descarga é acionada. Fique tranquilo, todo mundo faz isso; chega a ser inconsciente!!!. Agora vém o benefício do Ramadan: Limpeza do organismo. Imagine o cenário: Num dia normal você toma café da manhã às 7h, almoça 12h30, lancha às 16h, eventualmente participa de um happy-hour às 18h30 e janta às 21h. No dia seguinte, faz tudo outra vez demandando 100% do seu organismo todo instante. Com isso, às 21h sequer o café da manhã foi digerido por completo e ainda tem mais um tanto de coisas acumuladas que o estômago tem que dar conta. O Ramadan desafoga essa carga de trabalho do organismo, deixando-o à vontade. Lembra daquela olhadinha no vaso sanitário? Pois é, já nos primeiros dias você começará a perceber mudanças para melhor! Até sua pele reage e você se verá melhor diante do espelho: O cabelo ficará mais saudável e brilhoso, os cravos e espinhas reduzirão, as manchas avermelhadas da pele irão embora; enfim, é um turbilhão de melhorias que serão percebidas! Da mesma maneira, ao aliviar o estomago; relaxando o aparelho digestivo, não apenas o corpo, mas também a alma, se previnirá contra o perigo resultante de um estômago sobrecarregado. O homem, ao relaxar-se desta maneira, assegura que seu corpo sobreviverá longe das perturbações e desordens habituais e a sua alma não deixará de brilhar em paz e pureza.

9) Observância alimentar. No Ramadan, na sua refeição ainda de madrugada, você deverá se preocupar em consumir alimentos que realmente lhe garantirão energia para o dia, logo se preocupará em consumir frutas ricas em minerais e também se hidratar bem pois, ao longo do dia você precisará estar bem! Naturalmente a quantidade de frituras, refrigerantes, alimentos congelados ricos em conservantes será ruduzida e por aí vai! O Ramadan é benefício, jamais prejudicará seu jejuador.

10) Paciência. Sabe aquele dia de fúria? pois é! O Ramadan promove a paciência no jejuador pois este está se aproximando cada vez mais de Deus; logo se preocupará em manter uma harmonia em seu espírito e não se deixará dominar pelas turbulências do dia-a-dia, quer seja no trânsito, trabalho, em casa ou em qualquer outro lugar. Deus ama o paciente.

11) Evolução como pessoa. É uma verdadeira lição de vida, aprendizado da moderação e força de vontade. Quem fizer o Jejum de Ramadan corretamente pode, com certeza, disciplinar os seus desejos apaixonados e colocar seu espírito acima das tentações físicas. Este é o homem de personalidade e caráter, de vontade e determinação forte que o Ramadan forma!

Naturalmente existem regras e excessões para a observância do Jejum de Ramadan; nos próximos posts, InshAllah, as abordaremos.

Desejamos a todos um feliz Ramadan e que suas súplicas sejam atendidas. Cultivem e fortaleçam as amizades na sua comunidade, procurem estar com os muçulmanos para a quebra de jejum e visitem aqueles que estão afastados ou não podem ir às mesquitas.

“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

07 de Agosto 2010.

Ibrahim Mustafa Ammar e Mariana Ammar

quinta-feira, julho 29, 2010

O PORQUE DE NENHUM OBJETO PODER REPOUSAR SOBRE O ALCORÃO E ESTE NÃO PODER SER TRADUZIDO.

Alcorão Sagrado
Os textos do Alcorão Sagrado foi transmitido por Deus, Senhor Todo Poderoso, ao profeta Muhammad (Que a Paz e as Bênçãos de Deus estejam sobre ele).

Faz parte do conhecimento transcendental compreender que, uma vez que Deus Todo Poderoso é Absoluto, não existe diferença entre Ele (Ser trancedental) e Suas instruções (elemento material). Materialmente falando, a associação entre uma pessoa e outra depende do contato pessoal, ou seja, físico, mas na plataforma espiritual a situação é diferente. Na verdade, Deus transmitiu os ensinamentos sublimes, os quais foram relatados por Muhammad (Que a Paz de Deus esteja sobre ele) e registrados pelos fiéis no Alcorão Sagrado, para que sempre tenhamos a oportunidade de estar recebendo instruções do Senhor mesmo que Ele esteja fora de nossa visão material. Por si sós, nossos sentidos materiais limitados nunca nos darão acesso à compreensão do Senhor Ilimitado. Entretanto, justamente por ser Ilimitado, o Senhor pode Se revelar mesmo àqueles que possuem sentidos limitados, pois, caso Ele não pudesse, o próprio Senhor também seria limitado como um de nós.

Deus possui poderes inconcebíveis. Desse modo, sendo uma das energias Dele, a energia material pode ser espiritualizada pelo Seu desejo transcendental. Desse modo, a representação de uma escritura como o Alcorão é uma representação sonora autêntica de Deus e é especialmente destinada à percepção sensorial que possuímos neste momento.

Devemos guardar respeito íntimo sobre esta obra Divina e manuseá-lo sempre com adoração, pois é como se estivéssemos em contato pessoal com Deus Todo Poderoso. Logo, não devemos deixar o Alcorão sobre o chão, acondicioná-lo em locais sujos ou até mesmo repousar qualquer objeto por cima dele. Isso demonstra nossa falta de respeito e simbolicamente é como se o objeto que estiver por cima possuísse maior poder e fosse merecedor de nossa reverência, quando não é!

A ignorância do conhecimento metafísico é uma realidade e alcança à grande maioria da humanidade. Uma escritura, sendo a voz da transcendência, não pode ser traduzida. Isso justifica o porquê o Alcorão Sagrado permanece incólume, sendo os seus significados transcritos para outros idiomas, a fim de despertar a fé naqueles que não dominam o idioma árabe.

As diversas linguagens são incapaz e as traduções dos significados são defeituosas para claramente transmitir o conhecimento de Deus, o Absoluto. E nestas traduções, uma tentativa foi feita para manter o estilo mais próximo possível do árabe, e com isso tornar fácil a leitura e o entendimento acessível na linguagem própria de cada pessoa em cada nação.

É importante deixar claro que as traduções dos significados não substituem o texto original escrito no idioma árabe. É importante que o leitor se esforce para conhecer o texto original e não se deixe fixar apenas na tradução dos significados que teve acesso no seu idioma.

Por inúmeras vezes, o profeta Muhammad (Que a Paz de Deus esteja sobre ele) reforçou que a busca do conhecimento é uma obrigação do muçulmano e que este deve se esforçar para adquiri-lo, independente do assunto ou do segmento. A busca do conhecimento é uma obrigação para homens e mulheres, o Mensageiro de Deus (Que a Paz de Deus esteja sobre ele) disse: “Buscar conhecimento é um dever de todo muçulmano.” (hadith Hasan narrado por In Maajah)


Em respeito e reverencia ao Alcorão Sagrado
João Paulo II beija-o dentro de uma mesquita.
Lembramos aos nobres irmãos e leitores, que esse procedimento e zelo deverá ser aplicado com os outros Livros Sagrados Monoteistas (como o Torah dos Judeus e Biblia Sagrada dos Cristãos), uma vez que Deus Todo Poderoso nos recomenda que nossa crença deve ser de acordo com o versículo 285 da Surata Al Bakara: "O Mensageiro crê no que foi revelado por seu Senhor e todos os fiéis crêem em Deus, em Seus anjos, em Seus Livros e em Seus mensageiros. Nós não fazemos distinção entre os Seus mensageiros. Disseram: Escutamos e obedecemos. Só anelamos a Tua indulgência, ó Senhor nosso! A Ti será o retorno"



BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen
Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a Deus Todo Poderoso, que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islam e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.

Agradecemos a Deus Todo Poderoso que é o único Senhor do universo.

Que Deus Todo Poderoso, aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores e agora descansam no sono da Paz! Subhanna Allah! (Louvado Seja Deus).

"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." Surata Al-Anfal versículo 24.

Hajj Ibrahim Mustafa Ammar e Hajj Hamza Abdullah Islam - o menor dos servos de Allah Todo Poderoso.

terça-feira, julho 27, 2010

A Campanha de Khaibar -6ª Parte da Biografia do Profeta SAAS

Queridos irmãos e leitores esse artigo faz parte da biografia do Profeta Muhammad SAAS. Khaibar era uma grande fortaleza das tribos judaicas ao norte da Arábia Saudita. No sétimo ano da Hégira o Profeta (s), liderou uma campanha contra Khaibar, que se tornou um vespeiro de seus inimigos. Depois da conquista o Profeta (s) decidiu ficar ali mais alguns dias.Os judeus de Khaibar se tornaram arrendatários dos muçulmanos.

Num dia depois do Magreb uma mulher judia, Zainab Bint Al Hirs, convidou o profeta e seus companheiros para uma refeição.

O Profeta (s) aceitou com agrado tal convite. Ela preparou um cordeiro grelhado onde misturou veneno e o serviu. O profeta (s) começou a comer, levou um pedaço de carne a boca. Mastigou e logo cuspiu dizendo: “Esses ossos me informaram que foram envenenados”. O Outro companheiro seu Bichr Bin Bará, já tinha engolido um pedaço por isso morreu instantaneamente.

O profeta mandou chamar Zainab e esta confessou seu crime. Ela disse: misturei o veneno para ver se você é realmente o profeta ou não, se fores um simples monarca morreras, e se realmente fores o profeta então Deus informará do meu objetivo.

Mesmo depois dela confessar seu crime o profeta (s) não vingou-se dela, tal como era seu habito de nunca vingar-se de ninguém. O profeta (s) sempre teve compaixão e misericórdia, e nem seus inimigos foram privados disso.

Porém, por conseqüência desse envenenamento morreu um muçulmano, então para fazer justiça o profeta entregou a mulher, aos familiares da vitima, mas estes também não quiseram se vingar, por ela ter se tornado muçulmana.

Peregrinação à Meca

Até o fim do mês de chawal do ano sete da hegira o profeta (s) permaneceu em Madina.
Como no tratado de paz de hudaibiya foi acordado que os muçulmanos iriam no ano seguinte para umra (peregrinação menor), e ficariam só 3 dias em Macca, agora que já tinha passado um ano, o profeta (s) sentiu que já havia chegado a hora de cumprir uma das suas mais ardentes aspirações, a de ver a sua terra natal, uma vez que já estava com muitas saudades dela. Então Muhammad (s) chamou todos os muçulmanos a fazerem a Umra com ele. Todos os muçulmanos que foram impedidos no ano anterior e muitos novos convergiram com ele. Muhammad (s) ensinou-os a se vestirem para a peregrinação e a entrarem em Makka, vestidos com o ihram, que consiste de duas peças de tecido brancas e sem costura.

Ao aproximar-se de Macca, o profeta (s) receoso da traição dos Coraixitas, enviou Muhammad Bin Masslama, e mais 100 cavaleiros, para verem se os caminhos estavam claros, dizendo-lhes para não atravessarem as fronteiras sagradas de Macca. Quando tudo ficou esclarecido os muçulmanos desceram para o vale, perto de Macca, chamado Marraz Zahran, indo em direção ao Haram dizendo o Talbia:

Labbaik Allahumma labbaik; labbaika la xarika laka labbaik; innal-hamda wan ne'mata laka wal mulka la xarika lak.( Senhor, aqui estou eu ao Teu Serviço, Senhor, aqui estou eu na Tua Presença. Não há nenhum associado a Ti. Aqui estou eu, a Glória seja Contigo. A ti pertence a Soberania e o Poder. Na verdade, não tens nenhum associado.), deve ter sido uma visão surpreendente, para todos os árabes que o ouviram. Ele gerou um profundo respeito por eles e reverência pela sua nova religião, o Islam.

Era a grande multidão dos crentes com saudades de anos, a irem cumprir uma obrigação religiosa com grande entusiasmo.

Os maquenses evacuaram a sua cidade, e colocaram-se sobre uma montanha, que permitia uma visão completa do santuário.

Os muçulmasnos entraram pelo lado norte da cidade, liderados pelos profeta Muhammad (s), que esta montado sobre a sua camela Al Qaswa, cuja rédea estava segura por Abdallah Ibn Rawaha (r),que ia dizendo:

“ Não há outra divindade senão Deus, o Único, cumpriu a Sua promessa, ajudou o Seu servo, honrou o seu exercito, e derrotou, Sozinho, todos os grupos aliados anti muçulmanos”.

Esta confissão de fé era tão sincera, quanto atemorizante e fascinante. Seu tom desafiador inspirava pavor no coração do inimigo, mesmo sem a demonstração dos armamentos; mesmo assim, comovia aqueles mesmos corações e os fazia concordar com ela, justamente pela sua sinceridade absoluta, pela sua firme decisão de adorarem somente a um único Deus, pela sua reafirmação e confiança em que Deus daria ao Islam a vitória final. Do mesmo modo, a peregrinação, confirmava o elevado respeito que o muçulmano tinha pela Caaba, por Makka e pela sua tradição abraâmica.

O profeta circundou a Caaba, toda vez que passavam pela pedra Negra o profeta (s) beijava-a, não por adoração, mas por amor e respeito, por essa relíquia do seu glorioso antepassado. Mas antes de beijar-la disse: Eu sei que és só uma pedra e que não podes nem ajudar nem prejudicar.

Omar (que Allah esteja satisfeito com ele) disse, após ter beijado a Pedra Negra: " Se eu não tivesse visto o Profeta (que a paz e as benções de Allah estejam com ele) beijar-te, eu não te teria beijado”.

Depois do tawaf, o profeta pediu a Bilal para fazer o chamamento para a oração.

Quando os idolatras ouviram a voz de um escravo negro liberto, a fazer eco no vale,
ficaram cheios de ira, tendo alguns dito:”Foi bom o meu pai não viver este dia em que um corvo sobre para fazer o chamamento”. Outros não quiseram nem ouvir (era tal o racismo que o Islam eliminou).

Após a oração, o profeta (s) com os muçulmanos foram fazer o Sayi (correr entre os montes Safa e Marwa), cumprindo a tradição de Hagar mãe de Ismail (as).

Assim, os muçulmanos circundaram a Caaba e completaram a sua peregrinação menor tranquilamente, e no fim, sacrificaram os animais perto de Marwa. A seguir uns rasparam o cabelo, e outros diminuíram-no, cumprindo assim a visão do profeta (s).

O profeta (s) permaneceu três dias em Macca após completar sua peregrinação menor.

Batalha de Muuta

No oitavo ano da Hégira.

Aconteceu de o Profeta (S) enviar uma carta ao rei de Busrah, convidando-o ao Islam. O portador da missiva era o Al Háris b. Umair al Azdi, que foi apenas até Muata, a leste do Jordão. Nesse ponto foi barrado por um dos príncipes gassânidas, Churhabil b. Amr, que o capturou, amarrou-o e fez com que fosse executado em público, pela decapitação.

O abençoado Profeta (S) nunca tivera um dos seus mensageiros que fora morto, e ficou ultrajado. Assim, ele pôs uma força de três mil lutadores a marcharem sobre Muata, e colocou o seu amado amigo, Zaid b. Háriça no comando daquela força. O Profeta (S) se dirigiu aos soldados:

“Se o Zaid for ferido, passai o comando para o Jafar bin Abi Tálib; e se o Jafar também for ferido, passai o comando para o Abdullah bin Rawaha; e se este também for ferido, que os soldados muçulmanos escolham o seu próprio líder.”

O exército marchou até que chegou a Maan, na parte oriental do Jordão. Heráclius, o imperador de Bizâncio, mandou uma força de 100.000 homens para proteger o Estado-satélite gassânida, e juntaram-se a mais 100.000 dos árabes pagãos. Esse exército enorme estabeleceu acampamento próximo aos muçulmanos.

Os muçulmanos passaram duas noites em Maan discutindo e consultando-se sobre o melhor plano de ação. Algumas pessoas sugeriram que mandassem uma mensagem ao Profeta (S) perguntando-lhe o que deveriam fazer. Outras afirmavam que eles deveriam lutar, dizendo:

“Juro por Allah que as nossas batalhas não são encetadas com números ou fortidão, ou com suprimentos. Nossas batalhas são vencidas com fé. Devemos acabar o que começamos, pois, de todo modo, Allah nos tem garantida a vitória: ou vencemos a batalha, ou morreremos como mártires, e entraremos no Paraíso.”

Os dois exército se chocaram em Muata, e os muçulmanos lutaram com tal ferocidade, que chegaram a assustar os bizantinos, enchendo-os de espanto com aqueles três mil muçulmanos que lhes desafiavam a enorme força.

O Zaid b. Háriça defendeu o estandarte do Mensageiro de Allah (S) com um heroísmo sem precedente de qualquer um na história. Por fim, Zaid sucumbiu, com centenas de ferimentos causados pelas lanças do inimigo. Jafar b. Abi Tálib lhe tomou o lugar, agarrando o estandarte e defendendo-o com nobreza, até que ele, também, caiu como um mártir. Então o Abdullah b. Rawaha tomou o lugar de Jafar, segurando o estandarte e lutando ferozmente, até que teve a mesma sorte dos seus dois companheiros.

Os combatentes muçulmanos deram o comando ao Khalid b. al Walid, que se havia recentemente convertido ao Islam. Ele reuniu o exército muçulmano e forçou os homens a se retirarem do campo, antes que ficassem totalmente aniquilados.

O abençoado Profeta (S) recebeu a notícia da derrota em Muata e da morte dos seus três líderes. Nunca havia estado tão intensamente pesaroso como ora estava, por eles.

Convocou todos os muçulmanos e com os olhos cheios de lagrimas disse: “ A noticia de vossa tropa é esta: A tropa combateu os inimigos, Zaid tomou o comando, lutou ate se tornar mártir, e Deus perdoou-o. A seguir, Jaafar ergueu a bandeira islâmica, o inimigo cercou-o por todos os lados, ate que ele também tornou-se mártir e Deus perdoou-o. Depois foi Abdullah e igualmente lutou ate tornar-se mártir. Todos esses foram levados para o paraíso e La estabelecidos no trono dourado. Depois desses três a bandeira islâmica foi erguida por uma espada dentre as espadas de Deus, Khalid Bin Walid, que controlou a confusão que se havia gerado e Deus deu-lhe a vitoria sobre os inimigos.”

O profeta (s) foi para cada uma das casas deles, a fim de oferecer suas condolências às suas respectivas famílias. Quando chegou a casa do Zaid, a filhinha deste se atirou sobre o abençoado Profeta (S), soluçando. O abençoado Profeta (S) a segurou, chorando muito.

O Saad b. Ubada lhe perguntou:

“Por que estás chorando desse jeito, ó Mensageiro de Allah (S)?”

“É muito natural que a gente chore pela morte de um ente querido”, respondeu o Profeta (S).

Quando foi anunciado o regresso da tropa islâmica, todos, incluindo o profeta (s), foram recebe-los, e quando chegaram, confirmaram a morte de seus lideres.

As Pessoas de Madina, julgando que estes não cumpriram a sua missão, atiraram areia no rosto dos soldados dizendo-lhes: “O covardes, fugistes, mesmo quando estáveis no caminho de Deus.” O profeta (s) disse para a multidão para se calar e fez esta declaração: “ Pelo contrario, esses combatentes merecem seu maior elogio, porque eles regressaram e atacaram corajosamente. Se deus quiser eles regresserao outra vez ao ataque.” O profeta explicou as pessoas que o que a tropa fez era uma estratégia de guerra e elogiou a Khalid pela sua habilidade. Khalid quando soube do apelido de Espada de Deus, que o profeta (s) lhe havia dado, ficou muito satisfeito.

Essa batalha de Muuta foi um serio aviso ao império romano do oriente, e serviu para o atemorizar. A vitoria decisiva sobre os romanos so veio passados cerca de 12 anos após a morte do profeta (s).


Irmãos, InshaAllah no final da Biografia do nosso Amado profeta (s) estarei inserindo as fontes. Essa trata-se da 6ª parte.

BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen
Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.

Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.

Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).

“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

domingo, julho 11, 2010

Profeta Muhammad e a Campanha de Badr - 5ª Parte da Biografia do Profeta SAAS

Em uma expedição a caravana coraixita em rota para Síria escapou dos muçulmanos. Os muçulmanos esperavam por seu retorno. Alguns batedores dos muçulmanos viram a caravana, liderada pelo próprio Abu Sufyan, passar por eles, e correram para informar ao Profeta disso e de seu tamanho. Se essa caravana fosse interceptada seria um grande impacto econômico, um que abalaria toda a sociedade dos mecanos. Os batedores muçulmanos relataram que a caravana faria uma parada nos poços de Badr, e os muçulmanos se preparavam para interceptá-la.

Notícias sobre essas preparações chegaram a Abu Sufyan em sua jornada ao sul, e ele enviou uma mensagem urgente para Meca para que um exército fosse despachado para líder com os muçulmanos. Percebendo as consequências catastróficas se a caravana fosse interceptada, imediatamente reuniram todo o poder possível e partiram para encontrar os muçulmanos. No caminho para Badr o exército recebeu as notícias de que Abu Sufyan tinha conseguido escapar dos muçulmanos levando a caravana por uma rota alternativa junto ao litoral. O exército de Meca, com aproximadamente mil homens, seiscentos deles usando escudos, 100 cavalos e 700 camelos, e uma grande quantidade de provisões para durar por muitos dias, persistiu em Badr para ensinar uma lição aos muçulmanos, dissuadindo-os de atacar quaisquer caravanas no futuro.

Quando os muçulmanos tomaram conhecimento do avanço do exército de Meca, souberam que um passo ousado teria que ser dado. Se os muçulmanos não os encontrassem em Badr, os mecanos continuaram a minar a causa do Islam de todas as formas, possivelmente indo até Medina para destruir propriedades e bens lá. O Profeta, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, reuniu um conselho consultivo para determinar o curso de ação. O Profeta não queria liderar os muçulmanos, especialmente os Ajudantes que eram a maioria do exército e não estavam obrigados pelo Pacto de Aqaba a lutar além de seus territórios, em algo com o qual não concordassem.

Muitos muhajirin (os muçulmanos que emigraram de Meca para Medina) falaram, usando as mais eloquentes palavras para descrever sua dedicação. Mas havia um sahabah (companheiro) a quem todos os outros invejavam por sua declaração a Mensageiro de Allah (saw). Ele, Miqdad ibn al Aswad, se levantou diante da multidão e disse "Ó Mensageiro de Allah! Não diremos a você o que Bani Israel disse a Moisés, 'Vá você e seu Senhor, e lute, ficaremos aqui sentados (esperando).' (Surata al-Maeda). Vá com a bênção de Allah e estaremos com você!" E assim Mensageiro de Allah (saw) ficou muito satisfeito mas, em sua grande sabedoria, ele aguardou silenciosamente e alguns muçulmanos sabiam o que ele pretendia. Até então só os muhajirun tinham dado o seu consentimento, mas eram os ansar (os muçulmanos que viviamem Medina e receberam os muçulmanos em sua cidade) que queriam desistir e não era parte do compromisso (que Mensageiro de Allah tinha feito com os ansar em 'Aqabah) que eles lutassem juntamente com os muçulmanos em território estrangeiro. Assim, o grande líder dos Ansar, Sa'd ibn Mu'adh falou (Ó Mensageiro de Allah! Talvez você queira dizer nós também." Mensageiro de Allah (saw) respondeu afirmativamente. Sa'd então proferiu um belo discurso onde ele, entre outras coisas, disse: “Ó Profeta de Deus!

Acreditamos em você e testemunhamos o que nos concedeu, e declaramos em termos inequívocos que o que trouxe é a Verdade. Damos-lhe nosso firme compromisso de obediência e sacrifício. Obedeceremos de boa vontade no que quer que nos ordene, e por Deus Que o enviou com a Verdade, se nos pedir para mergulhar no mar, o faremos imediatamente, e nenhum homem ficará para trás. Não rejeitamos a idéia de encontrar o inimigo.

Temos experiência em guerra e somos confiáveis em combate. Esperamos que Deus lhe mostre através de nossas mãos aqueles atos de valor que agradarão seus olhos. Lidere-nos no campo de batalha em Nome de Deus.’

Mensageiro de Allah (saw) ficou muito satisfeito e disse "Adiante e animem-se, porque Allah prometeu a mim um de dois (ou a caravana ou a batalha) e por Allah é como se agora eu visse o inimigo prostrado."

Depois dessa demonstração de extremo apoio e amor pelo Profeta e pelo Islam tanto por parte dos Emigrantes quanto dos Ajudantes, os muçulmanos, em número um pouco acima de 300, se prepararam da melhor forma possível para Badr. Tinham apenas setenta camelos e três cavalos e por isso os homens cavalgavam em turnos. Prosseguiram para o que é conhecido na história como al- Yawm al-Furqan, o Dia do Discernimento; discernimento entre luz e trevas, bem e mal, certo e errado.

Os muçulmanos marcharam e acamparam o mais próximo da fonte de Badr (próximo a Medina, que fica ao norte de Meca). Um dos companheiros, Al-Hubab ibn Mundhir, perguntou a Mensageiro de Allah (saw), "Allah inspirou você a escolher este lugar ou é uma estratégia de guerra e o resultado da consulta?" Mensageiro de Allah (saw) disse, "É o resultado de uma estratégia de guerra e da consulta." Assim Al-Hubab sugeriu que os muçulmanos acampassem mais ao sul, perto do poço d'água, fizessem uma banheira de água para eles e destruíssem os outros poços para limitar o acesso dos coraixitas à água. Mensageiro de Allah (saw) aprovou seu plano e o cumpriu (*) Então, Sa'b ibn Mu'adh sugeriu que fosse construída uma cerca ou uma barraca para Mensageiro de Allah (saw) como uma proteção para ele e para servir como quartel-general para o exército. Mensageiro de Allah (saw) e Abu Bakr ficaram na barraca enquanto Sa'd ibn Mu'adh e um grupo de seus homens a guardavam. Precedendo o dia da batalha, o Profeta passou a noite toda em oração e súplica.

Excepcionalmente, naquela mesma noite, a noite quando as tensões deveriam estar elevadas por causa de um dos maiores acontecimentos da história, a noite anterior à batalha que poderia significar o avanço ou a derrota do Islam, em lugar de estarem nervosos, preocupados ou insones, os muçulmanos usufruíram de um sono reparador. Aquela era a noite de 17 de Ramadan, do ano 2 da Hégira. Esta foi uma bênção divina a que Allah Se referiu no Alcorão:

"E de quando Ele,para vosso sossego,vosenvolveu num sono,enviou-vos água do céu para,com ela,vos purificardes, livrardes da imundície de Satanás, e para confortardes os vossos corações e afirmardes os vossos passos." (8:11)

Asegunda bênção de Allah (swt) citada neste versículo é a chuva que Ele enviou para os fiéis naquela noite. O lugar onde os muçulmanos estavam acampados era arenoso, difícil de caminhar porque os pés podiam afundar facilmente. Allah (swt) enviou a chuva para tornar o solo firme e enviou o sono para fazer com seus corações ficassem firmes. No dia seguinte, Mensageiro de Allah (saw) ainda dormia quando os coraixitas vinham se aproximando. Abu Bakr (ra) hesitou em acordar o nobre Mensageiro (saw) mas foi forçado a fazê-lo porque os coraixitas aproximavam rapidamente.

Os muçulmanos estavam enfileirados. Quando os contendores ficaram próximos e eram visíveis uns para os outros, Mensageiro de Allah começou a suplicar, "Ó Allah! Os coraixitas vaidosos e arrogantes já estão aqui e Te desafiam e desmentem Teu Mensageiro. Ó Allah! Espero pela vitória que Tu me prometestes. Rogo a Ti, Allah, que os derrote." Ele (saw) deu ordens estritas para que seus homens não iniciassem a luta até que ele lhes desse a palavra final. Ele recomendou que eles usassem suas setas com parcimônia (1) e que não as disparassem a não ser que os inimigos ficassem muito perto.(2) Os coraixitas estavam confiantes e arrogantes por causa de sua superioridade numérica, de armas e provisões, mas é Allah (swt) quem decide as questões:

"(Ó incrédulos) se imploráveis a vitória, eis a vitória que vos foi dada; se desistirdes, será melhor para vós; porém,se reincidirdes,voltaremos a vos combater e de nada servirá o vosso exército, por numeroso que seja, porque Allah está com os fiéis." (8:19)

Excepcionalmente, naquela mesma noite, a noite quando as tensões deveriam estar elevadas por causa de um dos maiores acontecimentos da história, a noite anterior à batalha que poderia significar o avanço ou a derrota do Islam, em lugar de estarem nervosos, preocupados ou insones, os muçulmanos usufruíram de um sono reparador. Aquela era a noite de 17 de Ramadan, do ano 2 da Hégira. Esta foi uma bênção divina a que Allah Se referiu no Alcorão:

"E de quando Ele,para vosso sossego,vosenvolveu num sono,enviou-vos água do céu para,com ela,vos purificardes, livrardes da imundície de Satanás, e para confortardes os vossos corações e afirmardes os vossos passos." (8:11)

Asegunda bênção de Allah (swt) citada neste versículo é a chuva que Ele enviou para os fiéis naquela noite. O lugar onde os muçulmanos estavam acampados era arenoso, difícil de caminhar porque os pés podiam afundar facilmente. Allah (swt) enviou a chuva para tornar o solo firme e enviou o sono para fazer com seus corações ficassem firmes. No dia seguinte, Mensageiro de Allah (saw) ainda dormia quando os coraixitas vinham se aproximando. Abu Bakr (ra) hesitou em acordar o nobre Mensageiro (saw) mas foi forçado a fazê-lo porque os coraixitas aproximavam rapidamente. Os muçulmanos estavam enfileirados. Quando os contendores ficaram próximos e eram visíveis uns para os outros, Mensageiro de Allah começou a suplicar, "Ó Allah! Os coraixitas vaidosos e arrogantes já estão aqui e Te desafiam e desmentem Teu Mensageiro.

Ó Allah! Espero pela vitória que Tu me prometestes. Rogo a Ti, Allah, que os derrote." Ele (saw) deu ordens estritas para que seus homens não iniciassem a luta até que ele lhes desse a palavra final. Ele recomendou que eles usassem suas setas com parcimônia e que não as disparassem a não ser que os inimigos ficassem muito perto. Os coraixitas estavam confiantes e arrogantes por causa de sua superioridade numérica, de armas e provisões, mas é Allah (swt) quem decide as questões:

"(Ó incrédulos) se imploráveis a vitória, eis a vitória que vos foi dada; se desistirdes, será melhor para vós; porém,se reincidirdes,voltaremos a vos combater e de nada servirá o vosso exército, por numeroso que seja, porque Allah está com os fiéis." (8:19)

Era costume para os árabes começarem as batalhas com duelos individuais.

Abatalha começou com um confronto entre três homens de cada lado:

- Hamza (tio de Mensageiro de Allah) contra 'Utbah ibn Rabi'a
- Ali (primo de Mensageiro de Allah) contra Al-Walid ibn 'utbah
- 'Ubaidah ibn al Haraith contra Shaybah ibn Rabi'a.

Nos dois primeiros confrontos, Hamza e Ali mataram seus oponentes, mas 'Ubaidah (apesar de matar seu oponente) foi gravemente ferido e morreu quatro ou cinco dias mais tarde. A luta se intensificou e houve vários outros duelos. Os Coraixitas ficaram enfurecidos e caíram sobre os muçulmanos para exterminá-los de uma vez por todas. Os muçulmanos mantiveram a posição estratégica de defesa, que por sua vez produziu pesadas baixas para os mecanos.

No de tudo isto, Mensageiro de Allah (saw) continuava a suplicar a seu Senhor. Ele (saw) disse, "Ó Allah! Se este grupo (de muçulmanos) for derrotado hoje, Tu nunca mais sereis adorado." Abu Bakr testemunhou esta súplica contínua e disse a Mensageiro de Allah (saw) "Ó Mensageiro de Allah, você pediu tão alto que seu Senhor certamente cumprirá o que lhe prometeu." Profeta implorava a Seu Senhor com toda sua força nesse momento, levantando suas mãos tão alto que seu manto caiu abaixo de seus ombros. A resposta de Allah (swt) foi imediata. Nesse ponto ele recebeu uma revelação prometendo a ajuda de Deus:

“... Reforçar-vos-ei com mil anjos, que vos chegarão paulatinamente.” (Alcorão 8:9)

Mensageiro de Allah (saw), em sua barraca, adormeceu por um instante e em seguida levantou sua cabeça alegremente gritando "Ó Abu Bakr! Boas notícias. A vitória de Allah se aproxima. Por Allah, eu vi Jibril montado em sua égua em meio a uma tempestade de areia." Então ele saiu da barraca e disse: ""sayuhzamul jam’u wa yuwwalloonad-dubur" (Alcorão 54:45). (Logo a multidão será posta a correr e debandará)

Na verdade, este é um dos milagres do Alcorão porque este versículo foi revelado em Meca antes de que os eventos de Badr acontecessem. Omar (ra), ao ouvir Mensageiro de Allah (saw) revelar este versículo disse na ocasião, "Quando este versículo foi revelado, perguntei a Mensageiro de Allah qual o seu significado. Que multidão? Que derrota? E Mensageiro de Allah (saw) não me respondeu. Mas quando eu o vi recitar naquela ocasião, eu então compreendi. Então, Mensageiro de Allah (saw) pegou um punhado de areia, jogou no inimigo e disse: "Que a confusão se apodere de seus rostos"

Quando ele atirou a poeira uma violenta tempestade de areia se espalhou como uma rajada quente nos olhos do inimigo. Sobre isto, diz Allah: "Vós não os aniquilastes, (ó muçulmanos)! Foi Allah quem os aniquilou e apesar de seres tu (ó Mensageiro) quem lançou (a areia), o efeito foi causado por Allah." (8:17) Foi neste momento que Mensageiro de Allah (saw) deu a ordem para iniciar um contra-ataque total. Ele estimulou os fiéis recitando o seguinte versículo: "Emulai-vos em obter a indulgência de vosso Senhor e um Paraíso, cuja amplitude é igual à dos céus e da terra." (3:133)

O moral dos muçulmanos estava no auge e eles lutaram com extrema coragem e bravura, ferindo gravemente o exército coraixita,matando muitos de seus homens e infundindo temor em seus corações. Os muçulmanos não sabiam que o socorro de Allah tinha acabado de chegar para eles.A única coisa que sabiam eram os números desproporcionais entre os exércitos: 1000 contra 300, 700 camelos contra 70, 100 cavalos contra 2, grandes provisões contra nenhuma, uma preparação para a guerra contra um grupo de fiéis despreparados. Mas, apesar de todos esses números, eles confiavam em Allah (swt) e em Seu Mensageiro e queriam, e até esperavam, dar suas vidas deste mundo (dunya) em troca da morada eterna no Jannah. Por causa de sua devoção, Allah (swt) enviou Seu socorro e a vitória.

Além de enviar os anjos, Allah (swt) também realizou um outro milagre para assegurar a vitória dos muçulmanos. Diz Allah: "Recorda-te (ó Mensageiro) de quando, em sonhos, Allah te fez crer (o exército inimigo) em número reduzido, porque, se te tivesse feito vê-lo numeroso, terias desanimado e terias vacilado a respeito do assunto. Porém, Allah (te) salvou deles, porque bem conhece as intimidades dos corações." (8:43)

E realmente, Allah (swt) cumpriu Sua promessa: "E de quando os enfrentastes, e Ele os fez parecer, aos vossos olhos, pouco numerosos; Ele vos dissimulou aos olhos deles, para que se cumprisse a decisão prescrita, porque a Allah retornarão todas as questões." 8:44)

O grande exército dos Coraixitas foi esmagado pelo zelo, valor e fé dos muçulmanos, e depois de enfrentar pesadas baixas, não havia o que fazer a não ser fugir. Os muçulmanos ficaram sozinhos no campo com uns poucos mecanos condenados, entre eles o arquiinimigo do Islã, Abu Jahl. Os Coraixitas foram derrotados e Abu Jahl foi morto. Quando Mensageiro de Allah (saw) saiu para olhar seu cadáver, ele (saw) disse "Este é o faraó desta nação."

A promessa de Deus se realizou:

“Logo, a multidão será debelada e debandará.” (Alcorão 54:45)

Em uma das mais decisivas batalhas na história humana, o total de perdas ficou apenas entre setenta e oitenta.

Meca ficou em choque e Abu Sufyan ficou como a figura dominante na cidade. Ele sabia melhor que ninguém que a situação não poderia ficar como estava. Sucesso atrai sucesso e as tribos beduínas rapidamente avaliaram que o equilíbrio de poder se direcionava para a aliança com os muçulmanos, e o Islã conquistou muitos novos convertidos em Medina.

A Batalha no Monte Uhud

A derrota de Badr foi uma mancha na honra dos habitantes de Makkah, da qual se envergonhavam profundamente. assim, no ano seguinte, um exército de três mil homens veio de Meca para destruir Yathrib. A primeira idéia do Profeta era meramente defender a cidade, um plano que Ibn Ubayy, o líder dos “Hipócritas” aprovava fortemente. Mas os homens que lutaram em Badr, acreditando que Deus os ajudaria contra quaisquer desvantagens, pensaram que seria uma vergonha se esconderem atrás de muros.

O Profeta, em aprovação à sua fé e zelo, concordou com eles e seguiu com um exército de mil homens na direção do Monte Uhud, onde o inimigo havia acampado. Ibn Ubayy se retirou com seus homens, que eram um terço do exército, em retaliação. Apesar das grandes desvantagens, a batalha no Monte de Uhud teria sido uma vitória ainda maior do que a de Badr para os muçulmanos, mas fracassou por causa da desobediência de um grupo de cinquenta arqueiros que o Profeta tinha determinado que guardasse a passagem da cavalaria inimiga. Ao ver seus companheiros vitoriosos, esses homens deixaram seus postos temendo perder sua parte nos espólios. A cavalaria dos Coraixitas, chefiada pelo brilhante comandante Khalid inb al-Walid, cavalgou através da passagem e surpreendeu-os, caiu sobre os muçulmanos exultantes e eles se espalharam. O próprio Profeta foi ferido e surgiram gritos de que ele tinha sido morto, até que alguém o reconheceu e gritou que ele continuava vivo: isso fez com que os muçulmanos se reagrupassem. Reunidos em torno do Profeta, se retiraram, deixando muitos mortos no declive.

Quando, orosto do profeta (s) foi gravemente ferido na Batalha de Uhud, ele se negou a suplicar a Allah que castigasse seus inimigos, como era o desejo de seus companheiros bravos, respondendo que havia sido enviado como Misericórdia para a humanidade, logo elevou suas mãos para suplicar a Allah que perdoasse (seus detratores) porque não eram conscientes da verdade!

O campo pertencia aos mecanos e agora as mulheres dos Coraixitas se moviam entre os corpos, lamentando a morte daqueles de seu próprio povo e mutilando os mortos muçulmanos. Hamzah, o jovem tio do Profeta e amigo de infância estava entre os últimos, e a abominável Hind, mulher de Abu Sufyan, que tinha um ressentimento particular em relação a ele e havia oferecido recompensa ao homem que o matasse, comeu seu fígado, retirado do corpo ainda quente.

O Profeta Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), ele reuniu seus homens, fez uma palestra, repreendeu-os por causa de sua loucura, exortou-os a obedecerem às suas ordens no futuro, e os guiou para enfrentar o inimigo mais uma vez.

No dia seguinte o Profeta mais uma vez saiu com o que havia restado do exército, para que os Coraixitas ouvissem que ele estava no campo e talvez dessa forma impedi-los de atacar a cidade. O estratagema deu certo, graças ao comportamento de um beduíno amigo que encontrou os muçulmanos, conversou com eles e depois encontrou o exército dos Coraixitas. Questionado por Abu Sufyan ele disse que Muhammad estava no campo, mais forte do que nunca, e sedento por revanche pelo dia anterior. Com essa informação Abu Sufyan decidiu retornar à Meca.

Massacre de Muçulmanos

O revés que sofreram no Monte Uhud diminuiu o prestígio dos muçulmanos com as tribos árabes e também com os judeus de Yathrib. As tribos que tinham se voltado para os muçulmanos agora se voltavam para os Coraixitas. Os seguidores do Profeta eram atacados e assassinados quando saíam em pequenos grupos. Khubaib, um dos seus emissários, foi capturado por uma tribo do deserto e vendido aos Coraixitas, que o torturaram até a morte publicamente em Meca.

Expulsão de Bani Nadir

Nesse meio tempo os cidadãos judeus de Madina começaram a criar problemas, na época da vitória de Badr, um de seus líderes Ka'b Ibn Al Achraf, seguiu para Makkah, para firmar a sua aliança com os idólatras de Makkah e para incitá-los a uma guerra de vingança.

Após a batalha de Uhud, a tribo desse mesmo chefe tramou o assassinato do Profeta Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), pretendendo jogar sobre ele uma pedra de moinho, quando fosse visitar a sua localidade, apesar disso tudo, a exigência que o profeta fez aos homens dessa tribo foi a de que saíssem da região de Madina, levando com eles todas as suas posses, após venderem os imóveis e receberem o que lhes devessem os muçulmanos.

A clemência, demonstrada dessa maneira surtiu efeito contrário ao esperado, os exilados, não somente entraram em contato com os idólatras de Makkah, como com as tribos ao Norte, Sul e Leste de Madina, mobilizando-se em ajuda militar e planejando uma invasão de Madina, a partir de Khaibar, com forças quatro vezes mais numerosos ainda, do que as que foram empregadas em Uhud.

A Guerra da Trincheira

Abu Sufyan deve ter entendido muito bem que o velho jogo da retaliação não era mais válido. Os muçulmanos deviam ser destruídos ou o jogo estaria perdido para sempre. Com grande habilidade diplomática se dedicou a formar uma confederação de tribos beduínas, algumas eram, sem dúvida, contrárias aos muçulmanos, mas outras meramente ansiavam por pilhagem. Ao mesmo tempo ele começou discretamente a sondar os judeus em Medina sobre uma possível aliança. No quinto ano da Hégira (início de 627 EC) ele partiu com 10.000 homens, o maior exército jamais visto em Hijaz (a região ocidental da Península Árabe). Medina podia conseguir no máximo 3.000 para enfrentá-lo.

O Profeta presidiu um conselho de guerra e nesse momento ninguém sugeriu sair para encontrar o inimigo. A única questão era como a cidade poderia se defender. Nesse ponto Salman, o persa, um ex-escravo que tinha se tornado um dos companheiros mais próximos, sugeriu cavar uma trincheira profunda para unir os pontos fortes de defesa formados pelos campos de lava e por construções fortificadas. Isso era algo que jamais se tinha ouvido falar em uma guerra árabe, mas o Profeta imediatamente apreciou os méritos do plano e começou a trabalhar, carregando entulhos das escavações em suas costas.

O trabalho mal tinha sido concluído quando o exército confederado apareceu no horizonte. Enquanto os muçulmanos esperavam pelo ataque, chegaram notícias de que Bani Quraida, uma tribo judaica de Yathrib que tinha, até então, sido leal, tinha desertado para o inimigo. O caso parecia desesperado. O Profeta trouxe todo homem disponível para a trincheira, deixando a cidade sob o comando de um companheiro cego, e o inimigo foi enfrentado com uma chuva de flechas que surgiram do obstáculo inesperado. Eles nunca o cruzaram, mas permaneceram em posição por três ou quatro semanas, trocando flechas e insultos com os defensores. O clima ficou severo, com ventos gelados e uma tremenda chuva, e foi demais para os confederados beduínos. Tinham vindo com a expectativa de uma pilhagem fácil e não viram nada a ganhar para se agacharem ao lado de uma trincheira lamacenta em um clima assustador, observando seus animais morrerem por falta de forragem. Foram embora sem se despedirem de Abu Sufyan. O exército se desintegrou e ele próprio foi forçado a recuar. O jogo estava acabado. Ele havia perdido.

Foi nessa época que foi decretada a proibição, para muçulmanos, do consumo de bebidas alcoólicas e das apostas dos jogos de azar.

Punição de Bani Quraida

Nada é pior, aos olhos árabes, do que a traição da confiança e a quebra de um compromisso solene. Agora era hora de lidar com Bani Quraida. No dia do retorno da trincheira o Profeta ordenou guerra aos traidores Bani Quraida, que, conscientes de sua culpa, já tinham ido para suas fortalezas. Depois de um cerco de quase um mês eles tiveram que se render incondicionalmente. Apenas imploraram para que fossem julgados por um membro da tribo árabe a qual pertenciam. Escolheram o chefe do clã com o qual tinham aliança há muito tempo, Sa’d ibn Mu’ādh dos Aws, que estava morrendo dos ferimentos recebidos em Uhud e teve que se restabelecer para dar o julgamento. Sem hesitação ele condenou os homens da tribo à morte.


Tratado de Hudaibiyyah

Quando a Arábia começou a testemunhar a impressionante trajetória em favor dos muçulmanos, os precursores da grande conquista e sucesso do Chamado islâmico começaram aos poucos a surgir no horizonte demográfico e os verdadeiros fiéis restabeleceram seu direito indiscutível de realizar a adoração no santuário sagrado.

Corria o ano 6 da Hégira, quando o Profeta (saw), ainda em Medina, teve um sonho no qual ele e seus seguidores entravam no santuário sagrado de Meca em segurança e realizavam as cerimônias da 'Umrah (peregrinação menor). Suas cabeças foram raspadas e os cabelos cortados. Assim que ele contou a alguns de seus Companheiros o seu sonho, seus corações saltaram de alegria, uma vez que eles achavam que este sonho era a realização do desejo profundo de participar da peregrinação e de seus rituais após um exílio de 6 anos.

O Profeta (saw) vestiu roupas limpas, montou seu camelo e marchou para Meca, à frente de 1.500 muçulmanos, inclusive sua esposa Umm Salamah. Alguns beduínos do deserto, cuja fé era frágil, desistiram e se desculparam. Eles não levavam armas exceto as espadas embainhadas, porque não tinham a intenção de lutar. Ibn Umm Maktum foi indicado para substituir o Profeta em Medina, durante sua ausência. Quando estavam se aproximando de Meca, e num lugar chamado Dhi Hulaifa, ele ordenou o sacrifício de animais e os fiéis puseram al-Ihram, a veste do peregrino. Ele despachou um soldado para fazer o reconhecimento do terreno e obter notícias do inimigo. O homem voltou para dizer ao Profeta (saw) que uma grande quantidade de escravos e um enorme exército estavam sendo reunidos para combatê-lo e que a estrada para Meca estava completamente bloqueada. O Profeta (saw) consultou seus Companheiros que foram de opinião que eles não lutariam contra ninguém a não ser que fossem impedidos de fazer a peregrinação.

Os coraixitas, por seu turno, fizeram uma reunião durante a qual eles consideraram toda a situação e decidiram resistir à missão do Profeta a todo custo. Duzentos cavaleiros, chefiados por Khalid bin Al-Walid, foram enviados para pegar os muçulmanos de surpresa durante o Zuhr (oração do meio-dia). No entanto, enquanto isso as regras da oração foram reveladas e Khalid e seus homens perderam a oportunidade. Os muçulmanos evitaram seguir por aquele caminho e decidiram tomar um outro mais acidentado. Khalid correu de volta para Meca e relatou aos coraixitas as últimas notícias.

Quando os muçulmanos alcançaram um lugar chamado Thaniyat Al-Marar, o camelo do Profeta tropeçou, caiu de joelhos e não quis mais se mover. Mohammad (saw) jurou que aceitaria de boa vontade qualquer plano que eles apresentassem e que glorificasse a Allah. Em seguida, ele fez com que o camelo se levantasse. Eles retomaram a marcha e armaram suas barracas na parte mais para frente de Al-Hudaibiyah, ao lado de um poço de pouca água. Os muçulmanos disseram ao Profeta (saw) que estavam com sede e ele pegou uma seta de sua aljava e a colocou no fosso. A água imediatamente jorrou forte e seus seguidores beberam à vontade. Depois de o

Profeta (saw) ter descansado, Budail bin Warqa' Al-Khuza'i chegou com alguns notáveis da tribo Khuzai e perguntou-lhe o que ele tinha vindo fazer. O Profeta (saw) respondeu que não era a guerra o motivo de sua vinda: "Não tenho qualquer outro objetivo", disse ele, "que não seja fazer a 'Umrah (a peregrinação menor) ao Santuário Sagrado. Se os coraixitas abraçarem a nova religião, como algumas pessoas já o fizeram, eles serão mais do que bem vindos, mas se ficarem no meu caminho ou impedirem os muçulmanos de fazer a peregrinação por certo que os combaterei até o último homem, e o Mandamento de Allah deve ser cumprido." O enviado levou a mensagem ao Coraix que mandou um outro mensageiro, de nome Milraz bin Hafs. Ao vê-lo, o Profeta (saw) disse que aquele era um homem traiçoeiro. Ele recebeu a mesma mensagem para ser passada para seu povo. Ele foi seguido de um outro delegado, conhecido por Al-Hulais bin 'Alqamah, que ficou muito impressionado com o espírito de devoção dos muçulmanos pela Sagrada Caaba. Ele voltou para seus homens e disse que não impedissem Mohammad (saw) e seus Companheiros de honrarem Allah em Sua Casa, sob pena de romper sua aliança com eles. Hulais foi sucedido por 'Urwa bin Mas'ud Ath-Thaqafi para negociar com Mohammad (saw): "Mohammad! Você reuniu em torno de si as mais variadas pessoas e as trouxe para combater seus parentes e conterrâneos e destruí-los. Por Allah, vejo que você será abandonado por eles amanhã." Neste momento, Abu Bakr se levantou e expressou seu ressentimento com esta acusação. Al-Mughirah bin Shu'bah teve a mesma atitude e proibiu-o de tocar a barba do Profeta. O enviado coraixita fazia uma observação indignada e se referia aos atos de traição daqueles homens de matar seus companheiros e saqueá-los antes da conversão ao Islam.

Enquanto isto, 'Urwah, durante sua permanência no acampamento muçulmano, tinha observado bem de perto o fantástico amor e profundo respeito que os seguidores de Mohammad (saw) nutriam por ele. Ele voltou e transmitiu aos coraixitas suas impressões de que aquele povo não abandonaria o Profeta em hipótese alguma. Ele expressou seu sentimento assim: "Estive com Chosroes, César e Negus em seus reinos e nunca vi um rei entre seu povo como Mohammad (saw) entre seus Companheiros. Quando ele faz sua ablução eles não deixam que a água caia no chão; quando ele tosse, eles esfregam o muco em seus rostos; quando ele fala eles baixam suas vozes. Eles não o abandonarão de maneira alguma. Ele oferece um plano razoável, portanto, faça o que lhe agradar."

Percebendo entre os líderes uma tendência esmagadora para a reconciliação, alguns jovens guerreiros mais ousados idealizaram um plano perverso para atrapalhar o tratado de paz. Eles decidiram se infiltrar no acampamento dos muçulmanos com o objetivo de se meterem em escaramuças intencionais que detonariam o estopim da guerra. Mohammad bin Maslamah, chefe dos guardas muçulmanos, os prendeu, mas tendo em vista os resultados que estavam prestes a ser alcançados, o Profeta (saw) os soltou. A este respeito, diz Allah:

"Ele foi Quem conteve as mãos deles, do mesmo modo como conteve as vossas mãos no centro de Meca, depois de vos ter feito prevalecer sobre eles." (48:24)


O tempo passou e as negociações prosseguiram mas sem resultados. Então o Profeta (saw) quis que 'Omar fosse ver os nobres do Coraix em seu nome. 'Omar se desculpou por conta de sua inimizade pessoal com o Coraix; além do mais, ele não tinha parentes influentes na cidade que pudessem protegê-lo do perigo; e ele indicou 'Uthman bin 'Affan, que pertencia a uma das mais poderosas famílias de Meca, como o enviado mais adequado. 'Uthman foi ter com Abu Sufyan e outros líderes e lhes disse que os muçulmanos tinham vindo só para visitar e cumprir com sua obrigação na Casa Sagrada, fazer a adoração e que eles não tinham intenção de lutar.

Ele também os chamou para o Islam e anunciou aos fiéis de Meca, homens e mulheres, que a conquista estava se aproximando e que o Islam iria prevalecer porque Allah iria estabelecer Sua religião em Meca. 'Uthman também lhes assegurou que após as cerimônias religiosas eles partiriam pacificamente. Mas os coraixitas estavam inflexíveis e despreparados para dar-lhes a permissão para visitar a Caaba. No entanto, eles deram uma permissão individual para 'Uthman fazer a peregrinação se quisesse, mas ele rejeitou a oferta dizendo: "Como é possível que eu me aproveite desta oportunidade enquanto ao Profeta (saw) ela é negada?"

Os muçulmanos aguardavam ansiosamente a chegada de 'Uthman com um misto de receio e ansiedade. Ele se atrasou e suspeitou-se de que poderia ter havido um golpe sujo por parte dos coraixitas. Os muçulmanos estavam extremamente preocupados e assumiram um solene compromisso de que sacrificariam suas vidas para vingar a morte do Companheiro e que ficariam firmes ao lado de seu mestre, Mohammad (saw), sob qualquer condição. Este compromisso ficou conhecido pelo nome de Bay'at Ar-Ridwan (um pacto de fidelidade). Os primeiros a assumirem o compromisso foram Abu Sinan Al-Asadi e Salamah bin Al-Akwa', que prometeram solenemente morrer pela causa da Verdade três vezes, na frente do exército, no meio e na retaguarda. O Profeta (saw) pegou sua mão esquerda em nome de 'Uthman. A fidelidade foi jurada sob uma árvore, com 'Omar segurando a mão do Profeta e Ma'qil bin Yasar segurando um ramo da árvore. O Alcorão se referiu a este compromisso assim:

"Allah se congratula com os fiéis que te juraram fidelidade, debaixo da árvore." (48:18)


Quando os coraixitas perceberam a firme determinação dos muçulmanos de derramar a última gota de sangue em defesa de sua fé, eles tiveram a certeza de que os seguidores de Mohammad não se renderiam a esta tática. Após algumas trocas de mensagens, eles concordaram em assinar um tratado de reconciliação e paz com os muçulmanos. As cláusulas do tratado são as seguintes:

Os muçulmanos retornarão desta vez e no próximo ano, mas não poderão ficar em Meca por mais de três dias.
Não deverão vir armados mas podem trazer suas espadas na bainha e elas deverão ser mantidas em sacos.

As atividades de guerra estão suspensas por 10 anos, durante os quais ambas as partes viverão em total segurança e nenhuma espada será levantada contra o outro.
Se alguém do Coraix visitar Mohammad (saw) sem a permissão de sua guarda, deve ser mandado de volta para o Coraix, mas qualquer seguidor de Mohammad que retorne para o

Coraix não será mandado de volta.
Quem quiser se juntar a Mohammad (saw) ou fazer um tratado com ele, deve ter a liberdade de fazê-lo; e da mesma forma aquele que quiser se juntar ao Coraix, ou fazer um tratado em separado com eles, deve ter a permissão para assim o fazer.
Surgiram alguns questionamentos a respeito do preâmbulo. Por exemplo, quando o acordo estava para ser escrito, 'Ali bin Abi Talib, que fazia o papel de escriba, começou com estas palavras: Bismillâh ir-Rahman ir-Raheem, ou seja, "Em nome de Allah, O Clemente, O Misericordioso", mas o embaixador de Meca, Suhail bin 'Amr declarou que ele não sabia nada sobre Ar-Rahman e insistiu na fórmula costumeira, Bi-ismika Allâhumma, ou seja "Em Vosso Nome, ó Allah!" Os muçulmanos resmungaram com preocupação mas o Profeta (saw) concordou. Então, ele prosseguiu ditando, "Isto é o que Mohammad, o Mensageiro de Allah, acordou com Suhail bin 'Amr." Neste momento, Suhail protestou mais uma vez: "Se nós o tivéssemos reconhecido como Profeta não o teríamos proibido de entrar na Casa Sagrada e nem lutado contra você. Escreva seu nome e o de seu pai." Os muçulmanos resmungaram mais uma vez e se recusaram a aceitar a alteração. O Profeta (saw), no entanto, tendo em vista o interesse maior do Islam, não deu importância a tão insignificante detalhe, e ele mesmo apagou as palavras e ditou o seguinte: "Mohammad, o filho de 'Abdullah." Logo após este tratado, o clã de Khuza'a, um antigo aliado de Banu Hashim, se juntou às fileiras de Mohammad (saw) e Banu Bakr ficou ao lado do Coraix.

Foi neste momento em que o tratado estava sendo escrito, que Abu Jandal, filho de Suhail, apareceu em cena. Ele tinha sido brutalmente preso e estava cambaleante pela privação e fadiga. O Profeta (saw) e seus Companheiros se apiedaram dele e tentaram conseguir sua libertação mas Suhail estava inflexível e disse: "Para provar que você será fiel ao contratado, a oportunidade acabou de chegar." O Profeta (saw) disse: "O tratado ainda não tinha sido assinado quando seu filho entrou no acampamento, mas os termos do tratado serão respeitados." Na verdade foi um momento angustiante. Por um lado, Abu Jandal se lamentava aos gritos "Devo voltar para os politeístas que poderiam me afastar da minha religião, ó muçulmanos?", mas por outro lado, era preciso levar em consideração o compromisso assumido. O coração do Profeta se encheu de simpatia mas ele queria honrar sua palavra a qualquer custo. Ele consolou Abu Jandal e disse "Seja paciente, submeta-se à Vontade de Allah. Ele dará a você e a seus companheiros desamparados alívio e meios de fugir. Acabamos de concluir um tratado de paz com eles e eles assumiram o compromisso em Nome de Allah. Portanto, não estamos preparados para rompê-lo." ‘Omar bin Al-Khattab não podia ajudar dando vazão à profunda agonia de seu coração. Ele se pôs de pé proferindo palavras que demonstravam ódio e extrema indignação e exigia que Abu Jandal pegasse de sua espada e matasse Suhail, mas o filho poupou o pai.

Quando o tratado de paz foi concluído, o Profeta (saw) ordenou a seus Companheiros que matassem os animais em sacrifício, mas eles estavam tão deprimidos que não conseguiram. O Profeta (saw) tornou a repetir por três vezes mas a resposta foi negativa. Ele comentou com sua esposa, Umm Salaman, este comportamento de seus Companheiros. Ela o aconselhou que tomasse a iniciativa, matasse seu animal e que raspasse sua cabeça. Vendo isto, os muçulmanos, com os corações despedaçados, começaram a matar seus animais e a raspar as cabeças. Eles quase se mataram por causa de seu desgosto. O Profeta (saw) rezou por três vezes por aqueles que tinham raspado a cabeça e uma vez por aqueles que tinham cortado o cabelo. Um camelo foi sacrificado em nome de sete homens e uma vaca por conta do mesmo número de pessoas.

O Profeta (saw) sacrificou um camelo que tinha pertencido a Abu Jahl e que os muçulmanos tinham tomado como espólio em Badr, enraivecendo, assim, os politeístas. Durante a campanha de al-Hudaibiya, o Profeta (saw) permitiu que Ka'b bin 'Ujrah, que estava em estado de Ihram (estado de consagração ritual do peregrino) para a 'Umrah (peregrinação menor) não raspasse a cabeça devido à doença, sob a condição de que compensaria com o sacrifício de um carneiro, ou o jejum de três dias ou alimentando seis pessoas necessitadas. Com relação a isto, foi revelado o seguinte versículo:

"E quem de vós se encontrar enfermo, ou sofrer de alguma infecção na cabeça, e a raspar, redimir-se-á mediante o jejum (três dias), a Sadaqa caridade (alimentar seis pessoas pobres) ou a oferenda (um carneiro)". (2:196)


Enquanto isto, algumas mulheres fiéis emigraram para Medina e pediram ao Profeta (saw) asilo, o que lhes foi garantido. Quando suas famílias exigiram seu retorno, ele não as devolveu, tendo em vista a revelação do seguinte versículo:

Ó fiéis, quando se vos apresentarem as fugitivas fiéis, examinai-as, muito embora Allah conheça a sua fé melhor do que ninguém; porém, se as julgardes fiéis, não as restituais aos incrédulos, porquanto elas não lhes cabem por direito, nem eles a elas; porém, restituí o que eles gastaram (com os seus dotes). Igualmente não tomeis as infiéis por esposas ..." (60:10)


A razão pela qual as fiéis não foram devolvidas ou foi porque não estavam incluídas originalmente nos termos do tratado, que só falava nos homens, ou porque o Alcorão revogou qualquer termo relativo às mulheres no versículo:

"Ó Profeta, quando as fiéis se apresentarem a ti,jurando-te fidelidade (Bai'a), afirmando-te que não atribuirão parceiros a Deus ... (60:12)


Este é o versículo que proíbe as mulheres muçulmanas de se casarem com os infiéis. Por outro lado, os homens muçulmanos foram ordenados a terminarem seus casamentos com as infiéis. Em cumprimento a esta injunção, 'Omar bin Al-Khattab se divorciou das duas mulheres com quem tinha se casado antes de abraçar o Islam; Mu'awiyah se casou com a primeira e Safwan bin Omaiyah com a segunda.

TRATADO DE HUDAIBIYAH - Impacto sócio-político

Uma série de acontecimentos vieram confirmar a profunda sabedoria e resultados esplêndidos do tratado de paz que Allah chamou de "triunfo manifesto". Como poderia ter sido diferente, se o Coraix tinha reconhecido a existência legítima dos muçulmanos no cenário da vida política da Arábia e começou a tratar com os fiéis em igualdade de condições? O Coraix, à luz das cláusulas do tratado, indiretamente tinha renunciado à sua reivindicação de liderança religiosa e admitia que eles não mais se interessavam em outras pessoas que não fossem os coraixitas e lavavam suas mãos para qualquer espécie de intervenção no futuro religioso da Península Arábica. Os muçulmanos não pretendiam tomar os bens das pessoas ou matá-las em guerras sanguinárias e nem pensavam em impor medidas coercitivas em seus esforços para propagar o Islam, pelo contrário, o único objetivo era dar uma atmofesra de liberdade em relação à ideologia ou a religião:

"A verdade emana de vosso Senhor, assim, pois, que creia quem desejar e descreia quem o quiser." (18:29)


Os muçulmanos, por outro lado, tinham a oportunidade de divulgar o Islam em regiões que não tinham sido exploradas ainda. Aproveitando a paz o Profeta Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), se lançou a um intensivo programa de propagação da sua religião, ele enviou cartas missionárias aos governantes de Bizâncio, do Irã, da Abissínia e de outros países, o sacerdote autocrático Bizantino, Doughatir dos Árabes, abraçou o Islam, mas por isso, foi linchado pela turba; o prefeito de Ma'an na Palestina sofreu idêntico destino, sendo decapitado e crucificado pelo imperador.

Era difícil ouvir sobre o Islam sem se converter; em dois anos após a conclusão do tratado, o Islam mais que dobrou em número de adeptos. Quando o Profeta (saw) partiu para Hudaibiyah estavam com ele 1.400 homens, mas quando ele voltou para libertar Meca, dois anos mais tarde, vinham com ele 10.000.

A cláusula do tratado referente à cessação das hostilidades pelo prazo de dez anos aponta diretamente para o grande fracasso da política arrogante praticada pelo Coraix e seus aliados e serve como prova do colapso e da impotência dos promovedores da guerra.

O Coraix foi obrigado a perder aquelas vantagens em troca de uma que aparentemente lhe beneficiava mas que não causava nenhum prejuízo aos muçulmanos, ou seja, o artigo que falava da devolução dos fiéis que buscassem refúgio com os muçulmanos sem o consentimento do Coraix. À primeira vista, parecia uma cláusula bastante penosa e foi considerada ruim no acampamento muçulmano. No entanto, no curso dos acontecimentos, mostrou-se uma grande bênção. Os muçulmanos mandados de volta a Meca provavelmente não renunciariam às bênçãos do Islam; pelo contrário, eles tornaram-se centros de influência para o Islam. Não era possível imaginar que eles se transformassem em apóstatas ou renegados. A sabedoria por trás desta trégua assumiu suas dimensões reais em alguns acontecimentos subsequentes.

Após o Profeta (saw) chegar a Medina, Abu Basir, que tinha escapado do Coraix, veio ter com ele como um muçulmano; o Coraix tinha mandado dois homens, pedindo que retornassem e o Profeta (saw) os devolveu. No caminho para Meca, Abu Basir matou um deles e o outro fugiu para Medina com Abu Basir na sua perseguição. Quando ele alcançou o Profeta (saw) ele disse, "Sua obrigação está terminada e Allah o livrou dela. Você me devolveu devidamente para os homens e Allah me resgatou deles." O Profeta (saw) disse "Ai de sua mãe, ele teria feito uma guerra se tivesse outros com ele." Quando ouviu aquilo, ele soube que seria devolvido e assim fugiu de Medina e foi até Saif Al-Bahr. Os outros muçulmanos que estavam sendo oprimidos em Meca começaram a fugir para Abu Basir. Ao grupo se juntaram Abu Jandal e outros, até que formaram uma colônia e logo procuraram se vingar do Coraix e começaram a interceptar suas caravanas. Os pagãos de Meca, impossibilitados de controlar aqueles rebeldes, pediram ao Profeta (saw) para acabar com a cláusula que falava sobre a extradição.

Eles imploraram em nome de Allah e de seus laços de parentesco que procurasse o grupo dizendo que, aquele que se juntasse aos muçulmanos de Medina, estaria a salvo deles. Assim, o Profeta (saw) mandou buscar o grupo e eles responderam afirmativamente, como esperado.

Estas são as realidades das cláusulas do tratado de trégua e ao que parece elas funcionaram em benefício do nascente estado islâmico. No entanto, dois pontos no tratado o tornavam desagradável para alguns muçulmanos, isto é, eles não teriam acesso ao Santuário Sagrado naquele ano e a aparente atitude humilhante em relação à reconciliação com os pagãos do Coraix. 'Omar (r), incapaz de se conter pela tristeza que tomava conta de seu coração, foi ao Profeta (saw) e disse: "Você não é o verdadeiro Mensageiro de Allah?" O Profeta respondeu calmamente, "Por que não?" Omar falou de novo e perguntou: "Não estamos na senda certa e nossos inimigos na errada?" Sem mostrar qualquer ressentimento, o Profeta (saw) respondeu que era assim. Ao receber esta resposta ele replicou: "Então não devemos sofrer qualquer humilhação em matéria de fé." O Profeta (saw) estava sereno e com absoluta confiança disse: "Eu sou o verdadeiro Mensageiro de Allah, nunca O desobedeço, Ele me socorrerá." "Você não nos disse", acrescentou cOmar, "que faremos a peregrinação?" "Mas eu nunca lhe disse", respondeu o Profeta (saw) "que nós a faremos este ano." Omar calou-se, mas seu espírito estava perturbado. Ele foi a Abu Bakr e expressou seus sentimentos. Abu Bakr, que nunca duvidou da veracidade e sinceridade do Profeta, confirmou o que ele (saw) tinha dito a Omar. No tempo devido, o Capítulo O Triunfo (48) foi revelado e diz:

"Em verdade, temos te predestinado um evidente triunfo." (48:1)


O Mensageiro de Allah (saw) chamou Omar e o informou das boas novas. Umar ficou muito feliz e profundamente arrependido de seu comportamento anterior. Ele sempre gastava em caridade, observava o jejum e as preces e libertou o máximo de escravos para expiar aquela atitude precipitada que tivera.

A primeira parte do ano 7 da Hégira testemunhou a conversão de três homens proeminentes de Meca, 'Amr bin Al-'As, Khalid bin al-Walid e 'Uthman bin Talhah. Quando eles abraçaram o Islam, o Profeta (saw) disse "O Coraix deu-nos seu sangue."

Esse tratado provou ser, de fato, a maior vitória que os muçulmanos tinham alcançado até então. A guerra tinha sido uma barreira entre eles e os idólatras, mas agora ambos os lados se encontravam e conversavam, e a nova religião se espalhou de forma mais rápida. Nos dois anos entre a assinatura do tratado e a queda de Meca o número de convertidos foi maior que o número total de todos os convertidos anteriores.

A Campanha de Khaibar

No sétimo ano da Hégira o Profeta, que Deus o louve, liderou uma campanha contra Khaibar, a fortaleza das tribos judaicas na Arábia do Norte, que se tornou um vespeiro de seus inimigos. Os judeus de Khaibar se tornaram arrendatários dos muçulmanos. Foi em Khaibar que uma mulher judia preparou carne envenenada para o Profeta, da qual ele só provou um pequeno pedaço. Mal o pedaço tocou seus lábios ele percebeu que estava envenenado. Sem engoli-lo, avisou seus companheiros do veneno, mas um muçulmano, que já tinha engolido uma boa porção, morreu depois. Vejam na 6ª parte da Biografia do Profeta SAAS que publicaremos a seguir.

BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen
Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.

Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.

Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).

“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24