segunda-feira, agosto 22, 2011

RAMADAN - MÉRITOS E BENEFÍCIOS

Louvado seja Allah que ordenou os Seus servos a jejuarem. Invoco a paz e a graça de Allah para quem melhor praticou a oração e jejuou, nosso Profeta, Mohammad, para os seus familiares e para seus nobres companheiros.


Estamos recebendo um hóspede caro, generoso; um hóspede diferente dos outros hóspedes, pois inclui em suas dobras a misericórdia e a indulgência, a libertação do Fogo do Inferno; um hóspede quando visita é bem vindo pelos visitados, quando parte, os corações lamentam a sua partida antes do lamento dos olhos. É o mês abençoado de Ramadan. Ó Allah, faça-nos alcançar Ramadan e que se repita por muitos anos e por muito tempo. Bem-vindo seja o mês da satisfação, o mês do Alcorão, o mês de Ramadan. Allah, Ta’ála ordenou os Seus servos crentes jejuarem durante o mês sagrado de Ramadan. Disse, glorificado seja:
 (يَا أَيُّهَا الَّذِينَ آمَنُوا كُتِبَ عَلَيْكُمُ الصِّيَامُ كَمَا كُتِبَ عَلَى الَّذِينَ مِنْ قَبْلِكُمْ لَعَلَّكُمْ تَتَّقُونَ) (البقرة:183)
 Ó crentes, está-vos preceituado o jejum como foi prescrito aos vossos antepassados, para que temais (a Allah).” (2:183). O Rassulullah (S) disse: “Quem jejuar durante o mês de Ramadan, obedecendo as suas limitações e se guardando contra o que é proibido todos os seus pecados anteriores serão perdoados.” (Tradição narrada por Bukhári e Musslim).
O Jejum possui inumeráveis méritos e benefícios espirituais, físicas e sociais. Vamos citar algo disso em seguida:
Algunas Méritos de Ramadan
1. Dentre os méritos do jejum é que Allah acrescentou a recompensa pelo jejum pela sua excelência. O Altíssimo disse no hadice Cudsi: “Todo ato do filho de Adão é dele, menos o jejum, ele pertence a Mim e eu recompenso por ele.” (hadice de consenso). Isso prova que a recompensa pelo jejum é enorme, sem prestação de contas, porque o jejum denota a sinceridade para com Allah, Ta’ála. O jejuador poderia quebrar o jejum ocultamente. Porém, o seu temor e a sinceridade para com Allah o veda fazê-lo. Por isso, merece a excelente recompensa. Allah, Ta’ála, disse no fidedigno hadice cudsi: “A pessoa abandona os desejos, o alimento e a bebida por Minha causa.” Esse é o motivo pelo qual Allah designou o jejum para Ele.
2. Dentre os méritos do jejum é que ele é um escudo. O jejum protege o jejuador, com a anuência de Allah, o Altíssimo, dos pecados e do cometimento do ilícito. O Profeta (S) disse: “O jejum constitui em escudo. Se a pessoa estiver jejuando, não deve censurar nem disputar com ninguém. Se alguém provocá-lo, que diga: estou em jejum.” (Narrado por Ahmad, Musslim e Nassá-i).
3. Dentre os méritos de Ramadan é ser uma das causas do atendimento da súplica. O Rassulullah (S) disse: “O jejuador, quando quebra o seu jejum, faz uma prece irrecusável. (narrada por Ibn Mája e Hákim). Allah, glorificado seja, disse:
 (وَإِذَا سَأَلَكَ عِبَادِي عَنِّي فَإِنِّي قَرِيبٌ أُجِيبُ دَعْوَةَ الدَّاعِ إِذَا دَعَانِ )(البقرة: من الآية186)
 Quando Meus servos te perguntarem por Mim, dize-lhes que estou próximo e ouvirei o rogo do suplicante quando a Mim se dirigir.” (2:186).
4. Entre os méritos do jejum é que é motivo de penitência dos pecados. No Sahih de Musslim lemos que Abu Huraira (R) relatou que o Profeta (S) disse: As cinco orações diárias, a oração da sexta-feira, até à seguinte, e o jejum do mês de Ramadan, até ao mês seguinte de Ramadan, são penitências das faltas cometidas durante o transcurso desse tempo, conquanto se evitem os pecados maiores.” (Musslim) Quando o Rassulullah (S) foi perguntado a respeito do jejum durante o dia de ‘Arafa, disse: “Expia o ano anterior e o resto do ano corrente.” Quando foi perguntado a respeito do jejum durante o dia de ‘Achurá (dia dez do mês de Muharram), disse: “Expia as faltas do ano anterior.” (Musslim).
5. Entre os méritos do jejum é que intercederá pelo jejuador no Dia da Ressurreição. O Imam Ahmad compilou o seguinte hadice em seu musnad atestado por Ahmad Chaker, e narrado por Abdullah Ibn Omar (R) de que o Profeta (S) disse: “O jejuum e o Alcorão intercederão. O jejum dirá: “Ó Senhor, vedaste-o de dormir. Por isso, permite que eu interceda por ele.” Disse: “ Irá permitir a intercessão.”
6. Dentre os méritos do jejum de que o jejuador tem duas satisfações. Ele fica satisfeito quando quebra o jejum pela satisfação de Allah, e fica satisfeito pela generosidade e misericórdia de Allah quando O encontra, estando satisfeito com ele. Ele encontra excelente recompensa junto a Allah, exaltado seja. O Profeta (S) disse: “O jejuador tem duas alegrias, ao quebrar o jejum e ao encontrar-se com Allah, jejuando.”
7. Entre os méritos do jejum é que designou uma porta dentre as portas do Paraíso que só a adentrarão os jejuadores. Os dois compêndios fidedignos citam que Sahl Ibn saad (R) que o Profeta (S) disse: “No Paraíso há uma porta chamada de Rayan. No Dia da Ressurreição será anunciado: ‘Onde estão os jejuadores?’ Quando o último entrar, ela será fechada e ninguém mais entrará por ela.”
8. Entre as virtudes do jejum é o fato de que o cheiro da boca do jejuador para Allah no Dia da Ressurreição é mais agradável do que o cheiro do almíscar, porque é o resultado da obediência a Allah. A coisa desagradável para as pessoas é agradável para Allah, o Altíssimo, e vice-versa. O Profeta (S) disse: “Por Aquele em Cujas Mãos está a alma de Mohammad, o cheiro da boca do jejuador, no Dia da Ressurreição para Allah é mais agradável do que o cheiro do almíscar.” (Musslim).
 9. Entre os méritos do jejum é que protege o jejuador do Fogo do Inferno no Dia da Ressurreição. Isso acontece se ele comparecer e tiver feito o jejum completo juntamente com os outros rituais, se praticar o que Allah e o Profeta ordenaram fazer, evitar o que Allah e o Profeta proibiram. O Rassulullah (S) disse: “Quando a pessoa jejua por um dia, em prol de Deus, Ele transporta o Inferno para uma distância de setenta anos de viagem (da pessoa).” (narrado por todos os tradicionalistas menos por Abu Daoud).
10. Entre os méritos do jejum é o fato de os jejuadores serem recompensados sem prestarem contas. Os bons atos serão recompensados em dobro, e Allah recompensa a quem deseja, pois Ele é Munificente, Onisciente. Quem tiver paciência quanto as dificuldades do jejum será recompensado completamente. Allah, Ta’ála,disse:
إِنَّمَا يُوَفَّى الصَّابِرُونَ أَجْرَهُمْ بِغَيْرِ حِسَابٍ)(الزمر: من الآية10) )Aos perseverantes, ser-lhes-ão pagas, irrestritamente as suas recompensas!” (39:10).
Esses méritos serão dos que jejuam sinceramente a Allah, abstendo-se da comida, da bebida, da relação sexual e dos desejos. Que se abstém de ouvir o ilícito, de olhar para o ilícito, de lucrar o ilícito. Esses méritos serão de quem cuja mão se absteve do ilícito, seus pés se abstiveram do ilícito, seus ouvidos e seus olhos se absterem de ouvir e ver o ilícito. Esses méritos serão de quem cujos órgãos se abstiverem dos pecados, sua língua de mentir e caluniar e pronunciar palavras obscenas, de prestar falso testemunho. Esse é o jejum preceituado que merece ser recompensado de forma extraordinária. O Rassulullah (S) disse: “Quem não abandonar o falso testemunho e o agir de acordo com ele, Allah não necessita que abandone a comida e a bebida.” E disse: “Ai do jejuador cujo jejum não passa de abstinência da comida e da bebida. Ai do praticante da oração voluntária da noite cujo ato não passa de vigília” (Narrado por Ahmad e Ibn Mája)
Alguns benefícios do Jejum
1.                       Ensina o autodomínio e amaina os desejos, pois se todos os desejos da pessoa forem satisfeitos ela irá cometer excessos para satisfazê-los. Quando a pessoa sente fome, ela se acalma, se aquieta, submete-se e se abstém dos desejos. Abdullah Ibn Mass’ud (R) relatou que o Rassulullah (S) disse: “Ó jovens, quem de vocês tiver meios, que case. Quem não tiver, que jejue, que lhe será proteção (contra a prática do ilícito).” (hadice de consenso). Isso, porque o jejum estimula no indivíduo os méritos e a sinceridade, a confiança e a paciência quanto às dificuldades e as calamidades. Se o jejuador for encaminhado para se proteger contra o ilícito, contra o que quebra o jejum, essa situação é a causa de se abster do ilícito. O jejum estimula o agradecimento das dádivas de Allah para com o Seu servo, porque ele se abstêm da comida, da bebida e das relações sexuais, e isso é segredo entre o servo e seu Senhor.
2.                       Entre os benefícios do jejum é que insufla na alma do ser humano a misericórdia e a benevolência para com os pobres, e a bondade para com os necessitados. O ser humano, ao sentir a dor da fome e da sede, lembra-se dos pobres famintos e se apressa em ajudá-los, auxiliando-os no necessário. Essa é a verdadeira situação do muçulmano para com o seu irmão muçulmano.
3.                       O jejum educa a pessoa na indulgência, na calma, na capacidade de suportar as coisas e não se irritar. Ele educa a pessoa também na paciência e a boa conduta. Isso porque ele ensina o comedimento e o afastamento da irritação e do que causa a irritação na pessoa. Quem conhecer a realidade do jejum se abstêm da cólera e do que a causa. Se alguém o insultar lhe diz que está jejuando, como foi-nos ensinado pelo nosso Profeta (S).
4.                       Dentre os benefícios do jejum há a auto-educação e a sua purificação da má conduta, acostumando-se à obediência, na prática do bem, pois o jejum é um escudo.
5.                       Dentre os benefícios do jejum é que ele limpa o coração e a mente, afina o coração ao ouvir a recitação do Alcorão, ao ouvir as admoestações. Por meio desse comportamento, consegue decorar o que puder, com a anuência de Allah, do Livro de Allah e da Sunna de Seu Profeta, Mohammad (S).
6.                       Dentre os benefícios do jejum é que ele estreita as vias sanguíneas, que são as vias de Satanás para o filho de Adão. Com o jejum aquietam as tentações de Satanás.
7.                       Dentre os benefícios do jejum é o temor a Allah, exaltado seja. Ele diz:
(يَا أَيُّهَا الَّذِينَ آمَنُوا كُتِبَ عَلَيْكُمُ الصِّيَامُ كَمَا كُتِبَ عَلَى الَّذِينَ مِنْ قَبْلِكُمْ لَعَلَّكُمْ تَتَّقُونَ) (البقرة:183)
Ó crentes, está-vos preceituado o jejum como foi prescrito aos vossos antepassados, para que temais (a Allah).” Ele não disse, para que se recordem, ou para raciocinais. Portanto, o jejum é um meio para se temer a Allah, exaltado seja. O jejum restringe a alma, freia a sua obstinação pelo ilícito. Por isso, o Rassulullah (S) orientou aqueles jovens que não tem meios para se casar que jejuem pelo que abrange de autodomínio e o estímulo de se afastar do ilícito.
8.                       Dentre os benefícios do jejum é o ser humano reduzir o consumo da comida e da bebida para que tenha o preparo para praticar as orações voluntárias noturnas, recitar o que puder do Alcorão.
9.                       Dentre os benefícios sociais do jejum é que concilia entre os muçulmanos e os acostuma à organização, reduzindo as controvérsias entre eles e estimulando a misericórdia para que o jejum do servo seja aceito.
Os Benefícios Físicos do Jejum
Allah, Ta’ála, diz:
(يَا أَيُّهَا الَّذِينَ آمَنُوا كُتِبَ عَلَيْكُمُ الصِّيَامُ كَمَا كُتِبَ عَلَى الَّذِينَ مِنْ قَبْلِكُمْ لَعَلَّكُمْ تَتَّقُونَ) (البقرة:183)
 Ó crentes, está-vos preceituado o jejum como foi prescrito aos vossos antepassados, para que temais (a Allah).” (2:183). E diz:
وَأَنْ تَصُومُوا خَيْرٌ لَكُمْ إِنْ كُنْتُمْ تَعْلَمُونَ)(البقرة: من الآية184) )
Se jejuardes será melhor para vós.” (2:184).
Será que a ciência moderna descobriu o segredo das palavras: “Se jejuardes será melhor para vós”? A medicina moderna não considera mais o jejum como mera questão de desejo que o ser humano pode adotá-lo ou não. Depois de estudos e pesquisas precisas a respeito do corpo humano e suas funções fisiológicas comprovou-se que o jejum é um fenômeno natural que o corpo deve praticar para que possa exercer as funções vitais com eficácia. Que o jejum é extremamente necessário para a saúde do ser humano exatamente como o alimento, a respiração, o movimento e o sono. A pessoa sofre e adoece se não dormir ou não se alimentar por longo período. Da mesma forma, será acometido por danos no corpo se deixar de jejuar.
Em um hadice narrado pelo Nassá-i, baseado em Abu Umáma que pediu ao Rassulullah (S) que o ordenasse a praticar algo que lhe seria benéfico. O Rassulullah (S) lhe disse: “Deve jejuar, porque nada é igual a ele.” Ele também disse: “Jejum que irão sarar.” A causa da importância do jejum para o corpo é que o ajuda a exercer a sua função de digestão, livrando-se das células antigas bem como das excedentes. O sistema de jejum utilizado pelo Islam que abrange quatorze horas, ao menos de fome e sede, com algumas horas apenas para se alimentar, é o sistema exemplar para fortalecer a função de destruir e construir. Isso é o contrário do que as pessoas imaginavam de que o jejum causa enfraquecimento e emagrecimento, com a condição que o jejum seja na proporção razoável, como é o caso no Islam, Os muçulmanos jejuam durante um mês inteiro por ano. É estabelecido para eles o jejum voluntário de três dias por mês, como vemos na Sunna do Profeta (S), no hadice narrado por Ahmad e Nassá-i, baseados em Abu Zar (R): “Quem jejuar três dias de cada mês é como se jejuasse por toda a vida. Allah corroborou isso no Seu Livro Sagrado:
مَنْ جَاءَ بِالْحَسَنَةِ فَلَهُ عَشْرُ أَمْثَالِهَا )(الأنعام: من الآية160) )
Quem tiver praticado o bem receberá o décuplo pelo mesmo’ (6:160).Cada dia por dez.”
Tom Branz, da Escola de Jornalismo de Colômbia, disse: “Considero o jejum uma profunda experiência espiritual, mais do que física. Apesar de ter começado a jejuar por motivos físicos, para perder alguns quilos de peso, porém percebi que o jejum é muito mais útil do que apenas queimar gorduras. Ele ajuda a ver com mais clareza, isso na formação de novos pensamentos e a concentração dos sentidos. Alguns dias depois de começar a jejuar na clínica de saúde de “Polang” comecei a sentir que estava passando por uma intensa experiência espiritual.”
“Jejuei até agora várias vezes, por períodos entre um a seis dias. O estímulo no início era o desejo de purificar o meu corpo dos vestígios dos alimentos. Agora, porém, jejuo com a intenção de purificar a alma de tudo que a poluiu durante toda a minha vida, principalmente depois de viajar ao redor do mundo por vários meses e vi a injustiça assustadora em que muitos seres humanos vivem. Sinto que sou responsável de uma forma ou de outra pelo que acontece com aquelas pessoas. Por isso, jejuo para expiar isso.”
“Quando jejuo, perco completamente a ansiedade pelo alimento e o meu corpo sente uma tranqüilidade enorme, sinto me livrar dos sentimentos negativos como a inveja, a cobiça, do domínio, como me livro de sentimentos medo, preocupação, aborrecimento. Não sento nenhum vestígio disso com o jejum. Sinto uma extraordinária interação com as outras pessoas durante o jejum. Talvez tudo que disse é o que faz os muçulmanos, como observei na Turquia, na Síria e na Terra Santa comemorarem o seu jejum durante um mês inteiro por ano, comemoração atrativa espiritual que não vi igual em qualquer outro lugar no Mundo.”
Prevenção Contra os Tumores:
O jejum exerce a função do bisturi cirúrgico que remove as células estropiadas e fracas do corpo. A fome que o jejum impõe ao ser humano move os órgãos internos do corpo para consumirem as células fracas para enfrentar a fome, proporcionando ao corpo a oportunidade de ouro de recuperar a sua vitalidade e vigor. Ele consome, também, os órgãos enfermos e renova as suas células. Dessa forma, o jejum constitui prevenção do corpo contra muitos excessos nocivos como a cólica, os resíduos calcários, os excessos carnais, as bolsas de gordura e também os tumores no início de sua constituição.
Previne contra a Diabete
Certamente, é melhor oportunidade para reduzir o teor de açúcar no sangue ao nível mais baixo. Por isso, o jejum fornece ao pâncreas uma excelente oportunidade de descanso. O pâncreas expele a insulina que transforma o açúcar em produto feculento e gorduroso que é armazenado nos tecidos. Se houver excesso de alimento sobre a quantidade de insulina secretada, o pâncreas é acometido de sobrecarga e impotência para, finalmente se tornar incapaz de exercer a sua função, acumulando o açúcar no sangue e aumenta gradativamente a sua medida até aparecer a diabete. Foram criadas várias clínicas em várias partes do mundo para tratar da diabete seguindo o sistema dieta por um período de mais de dez horas e menos de vinte, de acordo com a situação de cada um. Então, o enfermo toma refeições leves por um período não menor de três semanas. Esse método apresentou resultados deslumbrantes no tratamento da diabete sem o uso de quaisquer drogas químicas.
Médico de Emagrecimento:
Sem exagero, é o melhor médico para emagrecimento e o mais barato. O jejum causa certamente emagrecimento, contanto que o jejuador seja comedido nos alimentos na hora de quebrar o jejum. Do contrário, pode ter indigestão com o excesso de comida e bebida após o jejum. O Rassulullah (S) costumava quebrar o jejum com apenas algumas tâmaras, ou com um pouco de água, então praticava a oração. Esse conselho é o melhor para quem jejua durante várias horas. O açúcar existente na tâmara faz a pessoa sentir satisfação porque é absorvido rapidamente pelo sangue. Ao mesmo tempo, fornece ao corpo a energia necessária para conservar a sua costumeira vitalidade.
Se você começar a comer, depois de passar fome, carne, legumes e pães, esses produtos demoram para serem digeridos e uma parte deles se transformar em açúcar que faz a pessoa sentir que está satisfeita, e continua comendo e se empanturrando imaginando que ainda está com fome. Assim, o jejum perde a sua admirável função de recuperar a saúde, o bem-estar e a agilidade, tornando-se maléfico para o ser humano uma vez que aumenta a obesidade e a gordura. Allah, Ta’ála, não deseja isso para os seus servos instituindo o jejum a eles.
(شَهْرُ رَمَضَانَ الَّذِي أُنْزِلَ فِيهِ الْقُرْآنُ هُدىً لِلنَّاسِ وَبَيِّنَاتٍ مِنَ الْهُدَى وَالْفُرْقَانِ فَمَنْ شَهِدَ مِنْكُمُ الشَّهْرَ فَلْيَصُمْهُ وَمَنْ كَانَ مَرِيضاً أَوْ عَلَى سَفَرٍ فَعِدَّةٌ مِنْ أَيَّامٍ أُخَرَ يُرِيدُ اللَّهُ بِكُمُ الْيُسْرَ وَلا يُرِيدُ بِكُمُ الْعُسْرَ)(البقرة: من الآية185)
O mês de Ramadan foi o mês em que foi revelado o Alcorão – orientação para a humanidade e evidência de orientação e Discernimento. Por conseguinte, quem de vós presenciar o novilúnio deste mês deverá jejuar; porém, quem se achar enfermo ou em viagem jejuará, depois, o mesmo número de dias. Allah vos deseja a comodidade e não a dificuldade.” (2:185).
As Enfermidades de Pele
O jejum ajuda no tratamento das enfermidades de pele. A causa disso é que ele reduz a proporção da água no sangue, e, consequentemente reduz na pele, o que causa:
- aumento da imunidade da pele e o combate aos micróbios e as doenças gástricas bacteriológicas.
- Redução da agudeza das doenças de pele que se espalham em vastas superfícies do corpo como a psoríase.
- Redução das doenças alérgicas e agudeza dos problemas da epiderme.
- Com o jejum reduzem as secreções dos intestinos das toxinas e reduz a proporção da fermentação que causam abcessos e frequentes pústulas.
A senhora Ilham Hussein, uma dona de casa egípcia:
“Quando tinha dez anos de idade, fui acometida por psoríase, aquela doença que aparece com machas vermelhas cobertas por uma casca. Não tinha nenhuma esperança, naquele temo de sarar, depois que vários médicos dermatologistas famosos no Egito dizerem aos meus pais: Vocês devem se acostumar com isso e conviverem e a sua filha com a psoríase, porque é um hóspede pesado e de longa permanência.”
“Ao atingir os vinte anos de idade, e aproximando-me da idade de casar, comecei a sentir tristeza e isolamento da sociedade, apertando-me o peito de forma insuportável. Um dia, um amigo religioso de meu pai, acostumado a jejuar, disse-me: Tente jejuar um dia sim um dia não. O jejum tratou de muitas doenças da minha esposa que os médicos desconheciam tratamento para elas. Fique sabendo que Allah é Quem cura, que todas as causas da cura estão em suas Mãos. Pede a Ele a cura de sua doença e então jejue depois disso.”
“De fato comecei a jejuar, pois estava à procura de qualquer esperança que me tirasse do inferno que me cercava. Com o passar do tempo, acostumei-me a quebrar o jejum com legumes e frutas apenas. Três horas depois, eu me tomava a minha refeição, deixando de jejuar no dia seguinte. A surpresa assombrosa para todos foi que a doença começou a ceder após dois meses de ter iniciado o jejum. Não acreditava em mim mesmo. Via a doença enfraquecendo dia após dia até no final a minha pele parecia não ter sido acometida por aquela doença em toda minha vida.”
Prevenção Contra a Gota
Gota é uma doença reumatológica, inflamatória e metabólica, que cursa com hiperuricemia (elevação dos níveis de ácido úrico no sangue) e é resultante da deposição de cristais de ácido úrico nos tecidos e articulações. É causada pelo consumo excessivo da carne. Isso causa alterações na quantidade das proteínas abundantes nas carnes, principalmente na carne vermelha, no interior do corpo. Isso causa o aumento da formação de ácido úrico nas articulações, principalmente primeira metatarsofalangeana “dedão” do pé. Quando a articulação é atingida pela gota ela incha e fica vermelha, com dores extremos. O sal da urina aumenta no sangue e passa para os rins, causando cálculo. A diminuição da quantidade do alimento é o tratamento principal dessa doença que está proliferando rapidamente.
Trombose do Coração e do Cérebro
Muitos professores da pesquisa científica e médica – na maioria não muçulmanos – confirmam que o jejum reduz o nível de gordura no corpo. Assim, reduz o colesterol, que se forma nas paredes das artérias. Com o aumento do colesterol com o aumento da gordura do corpo causa o endurecimento das artérias, como causa trombose nas veias do coração e do cérebro.
Por isso, não devemos ficar surpresos quando ouvimos as palavras de Allah, glorificado e exaltado seja:
وَأَنْ تَصُومُوا خَيْرٌ لَكُمْ إِنْ كُنْتُمْ تَعْلَمُونَ)(البقرة: من الآية184) )Mas, se jejuardes, será preferível para vós, se quereis sabê-lo.” (2:184). Milhares de pessoas cujos desejos constantes por comida e bebida, causaram-lhes, inadvertidamente, tanto mal. Se tivessem seguido o método de Allah e da Sunna do Profeta Mohammad, sem exagero na comida e na bebida, jejuando durante três dias a cada mês, teriam eliminado suas dores e doenças, reduzindo o seu peso em dezenas de quilogramas.
As dores das articulações (artrites)
As dores das articulações é uma doença que se agrava com o passar do tempo. As partes atingidas incham causando dores extremos. As mãos e os pés ficam sujeitos a muitas deformações. Essa doença atinge o ser humano a qualquer época da vida. Porém acontece principalmente entre trinta e cinquenta anos. O problema verdadeiro que a medicina moderna não encontrou um tratamento até agora. Porém, foi confirmado pelos testes científica na Rússia que é possível que o jejum poderia ser um tratamento decisivo para a doença. Concluíram que o jejum livra o corpo das toxinas, com um jejum ininterrupto durante três semanas. Nessa situação, os micróbios que causam a doença farão parte do que o corpo irá se livrar durante o jejum. Experiências feitas com vários pacientes confirmaram resultados extraordinários nesse comenos.
Sulaiman Rogers, de Nova Iorque, disse:
“Fui acometido, três anos atrás, com graves inflamações articulares. Apesar de ser uma inflamação recente, mas era suficiente para me impedir de fazer longas caminhadas e correr.. Não conseguia sentar mais de meia hora sem sentir adormecimento das pernas. Tentei tratamento por meios diferentes que foram todos em vão. Foi da vontade de Allah que eu conhecesse um amigo negro que me mostrou o caminho da mesquita e me convocou para o Islam. Eram os dias de Ramadan abençoado. Fiquei maravilhado com a ideia do jejum, mas demorei resolver me converter, apesar de ter-me convencido que o Islam estava mais próximo de meu coração por abranger princípios sublimes e justos, que rejeitam a opressão e a descriminação, os problemas mais perigosos que enfrentamos hoje em dia em nossa vida em Nova Iorque.”
Comecei a jejuar antes de me converter. Costumava quebrar o jejum apenas com verduras, frutas frescas e tâmaras. Só tinha uma refeição principal na hora da suhur (consoada). Agora consigo correr, graças a Allah, com velocidade. Todas as minhas dores desapareceram. O método único que encontrei para agradecer a Allah pelas Suas dádivas, foi ingressar no Islam depois de um convencimento total.”
Sulaiman termina dizendo:
“Devo muito ao jejum. Se vocês verem como recebo todo ano o mês abençoado de Ramadan a todo ano diriam que sou um jovem otimista e alegre e não um homem com mais de quarenta e cinco anos.”
Será que se pode jejuar por benefícios saudáveis apenas?
Apesar dos vários benefícios saudáveis que os cientistas descobriram e dos que não foram descobertos ainda, não é permitido ao muçulmano jejuar apenas com a intenção de auferir benefícios saudáveis. A intenção deve ser para a adoração a Allah, com o desejo de se aproximar d’Ele e de obedecê-Lo, glorificado e exaltado seja, porque Ele é Quem nos criou e sabe o que é benéfico para os nossos espíritos, nossos corpo, nossa religião e nosso mundo.
-- “Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Asalamo Alaikom WA WB,

Omar Hussein Hallak

Fonte: Zakaria Osman Tradução : Prof. Samir El Hayek
Que Allah SW possa incluí-los entre seus eleitos e bem feitores da humanidade.(Hajj Hamzah Abdullah Islam, o menor dos servos de Allah SW,

domingo, agosto 21, 2011

AR-RAHMAN ( O Clemente) E OS LAÇOS FAMILIARES:


Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus)
Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) JUMA MUBARAK

“Deus disse: “Eu Sou Ar-Rahman. Eu criei os laços familiares e denominei de Rahim que obtive da raiz do Meu nome Rahman. Quem ligar o laço familiar eu Me manterei ligado a ele quem o cortar, Eu cortarei (o laço) com ele).

Seguem duas passagens que nos alertam para o valor dos laços familiares.

1- Abú Ayyub Sulayman, relatou: “Abu Huraira (Radiyalahu an-hu), veio ter conosco numa quinta feira ao anoitecer, como habitualmente o fazia nos encontros semanais, para nos ensinar e relembrar os ditos do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam). Mas antes de iniciar a lição, advertiu-nos: “Se alguém que está aqui sentado, tem alguma relação familiar cortada, deve abandonar esta reunião (e ir reparar o relacionamento)”.

Após ter repetido as mesmas palavras por três vezes, um jovem deixou o agrupamento e foi ter com a sua tia, com quem deixou de falar há mais de dois anos.

Ao encontrar-se com ela, a tia perguntou-lhe: “Meu sobrinho, o que te trouxe até aqui?” Ele disse à tia as palavras que ouvira de Abu Huraira. Ela pediu-lhe para ir ter com Abu Huraira e perguntar-lhe os motivos de ter dito aquelas palavras (em vez de mencionar os grandes pecados, porque focou ele apenas esta questão? 

Porque eram tão especiais os laços parentescos?). Abu Huraira ao ser questionado disse: “Eu ouvi de Profeta Salalahu Aleihi Wassalam) referir: “Em todas as quintas feiras (ao anoitecer)*, as ações dos filhos de Adão são presentes a Deus, o Altíssimo, e quem rompeu com os laços familiares, terá todas as suas boas ações rejeitadas. In Al-Adab Al-Mufrad – Imam Bukhari.

“A misericórdia de Deus não vai descer a pessoas entre as quais há um que tenha rompido os laços de parentesco”. - Baihaqui – Shuab al- Iman. *Quinta feira, depois da oração de Magrib, é noite de sexta feira, dia de Juma.

Quando era pequeno, às quintas feiras à noite, ouvia os meus familiares a incentivarem os mais novos, na língua gujurate: “Ajê Jumarate hê, parhô bessô” - “Hoje é a noite de sexta feira, senta-te e recita as tuas preces”. A importância da sexta feira é tal, que muitos jejuam às quintas feiras. Nos dias de grande significado religioso, era habitual o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) jejuar de dia e fazer muitas orações e zikr à noite, porque assim ele gostava que as suas ações ascendessem ao céu enquanto estava jejuando.

2 - Abdala Bin Abi Ufa, referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), foi informado de que Alqama, um jovem, estava na agonia da morte e que não conseguia pronunciar a Shaada (Kalima) – declaração da fé. O Profeta não encontrou justificação, por alguém estar habituado a pronunciar a Shaada, e que na altura da morte, apesar das pessoas insistirem nesse sentido, não o conseguir fazer. Para se inteirar da situação, companhado dos seus companheiros (que Deus esteja satisfeito com eles), foi ver Alqama. Junto dele, o Profeta insistiu para ele pronunciar a Shaada, mas ele dizia que não o conseguia fazer. Perguntou o Profeta, o que desagradou tanto a Deus que não lhe permite dizer as ultimas palavras (chaves para o paraíso)? Disse o jovem, que era desobediente à sua mãe. Mandou chamar a mãe e perguntou-lhe acerca do filho. Ela referiu que Alqama era uma pessoa piedosa, passando muito tempo nas orações e jejuando. No entanto ele desobedeceu-lhe por causa duma mulher e por isso ela se encontrava zangada com ele. O Profeta pediu para lhe perdoar, porque o perdão da mãe seria muito bom para ele. Após a recusa da mãe, o Profeta mandou Hazrat Bilal (Radiyalahu an-hu) reunir lenha e acender uma fogueira, para queimar Alqama. A mãe muito preocupada, perguntou: “A fogueira é para queimar o meu filho?”. Sim, respondeu o Profeta: “Este castigo que vamos aplicar, não é nada em comparação com o que Deus o vai sujeitar; eu juro por Allah, enquanto tu estiveres zangada com ele, nem a sua oração nem o seu sadaka serão aceites”.  A Senhora perdoou o filho e este, antes de morrer, pode finalmente declarar “Lá Ilahá Ilalahu Muhammad Rassululah” – “Não há outra Divindade, excepto Deus e que Muhammad é o seu (último) mensageiro. O Profeta, satisfeito com o desfecho da situação, disse: “Todos os louvores pertencem a Deus, que através de mim, salvou este jovem do fogo (do inferno). Relato de Baihaqui e Al Tabarani. In Manual Islâmico com Khutbas – Sheik Aminuddin Mohamad. A satisfação de Deus, depende da satisfação da mãe.

Jubayr b. Mut’im referiu: Umar b. Al-Khatab (Radiyalahu an-hu), disse no mimbar, durante um sermão: “Conheçam a vossa linhagem familiar, para que possam manter os laços de parentesco. Por Deus, se há algum sentimento ruim entre um homem e o  seu irmão muçulmano, e se ele sabe que há uma ligação familiar entre ele e o referido homem, então este parentesco o vai impedir de romper com ele. In Al-Adab Al-Mufrad
– Imam Bukhari. Nota: As gerações antigas conheciam toda a linhagem familiar, mesmos os mais afastados, nomeadamente os primos de terceiro ou quarto graus. A família era enorme. Os laços familiares eram em qualidade, quantidade e mais fortalecidos. Nos nossos tempos, essa boa prática está decaindo. Os mais velhos devem fazer os possíveis para recordarem aos mais novos, a linhagem de parentesco.

Recomendação aos mais novos: “Incrementem a compaixão, o amor e o respeito para com os vossos pais e familiares. E façam preces, muitas preces para os que já nos deixaram. É uma das poucas atitudes que ainda lhes pode beneficiar no seu local de estágio para a vida futura. 

Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) viu dois homens e perguntou (ao mais novo): “Quem é este homem em relação a ti?” Ele respondeu: “Ele é o meu pai”. Depois, Abu Huraira aconselhou-o: “Não lhe chame pelo seu nome, não caminhes à frente dele e não te sentes, antes dele se sentar”. In Al-Adab Al-Mufrad – Imam Bukhari.

Uma boa  semana, na melhor das companhias, a família.

Assalamu aleikom war matulahi wa baraketu (Que a paz, a bênção e a misericórdia de Allah estejam convosco)

Abdul Rehman Mangá 
02/06/2011 -Maputo - Moçambique - África Oriental


Que Allah SW traga as recompensas justas ao irmão africano que muito tem contribuído com o nosso conhecimento religioso.

sexta-feira, agosto 19, 2011

LAILATUR KADR ( A NOITE DO PODER)


Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus)
Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) JUMA MUBARAK

1 - LAILATUL KADR (A NOITE DO PODER)

Durante o mês de Ramadan, os muçulmanos incrementam as suas actividades religiosas e a solidariedade humana. Sabem que neste mês, Deus multiplica em muito, todas as boas acções praticadas. Apesar disso, o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), sentia-se oprimido e angustiado quando ponderava as longas vidas das pessoas do passado, comparando-as com a vida do seus seguidores. É uma vida curta, provavelmente não suficiente para “amealhar” os benefícios necessários com vista à satisfação de Deus e a obtenção do paraíso.

Por outro lado, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) mencionou nomes de 4 antepassados piedosos, que passaram, cada um deles, oitenta anos a adorar e a servir a Deus, sem transgredirem nenhuma ordem Dele. Eram eles os Profetas Ayub, Zacariya, Izkil e Yusha (Aleihi Salam - Que a Paz de Deus esteja com eles). Os companheiros do Profeta (Radiyalahu an-huma), ficaram espantados e preocupados ao ouvirem esta narrativa e perguntaram como poderiam ultrapassá-los. Devido a esta preocupação , Deus mandou o Anjo Jibrail (Aleihi Salam) – Gabriel, que a Paz de Deus esteja com ele, revelar o Surat Kadr, na qual, foram
informadas as grandes bênções desta noite.

“EM NOME DE DEUS, O BENEFICENTE E O MISERICORDIOSO: - NA VERDADE NÓS
REVELAMOS ESTA (MENSAGEM) NA NOITE DO PODER. O QUE É QUE TE FARÁ
CONHECER O QUE É A NOITE DO PODER? A NOITE DO PODER É MELHOR DO QUE UM
MILHAR DE MESES (83 anos e 4 meses). OS ANJOS E O ESPÍRITO DESCEM, ENTÃO,
COM A PERMISSÃO DO SEU SENHOR, COM TODOS OS DECRETOS. ESSA NOITE É DE
PAZ ATÉ AO ROMPER DA AURORA.” – Cur’ane – Surat 97.

Hazrat Anas (Radiyalahu an-hu), referiu que o profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “No Lailatur Kadre, Gibrail (Alaihi Salam), vem com um grupo de anjos e rezam para a misericórdia a favor daqueles que se encontram ocupados no ibadat (adoração).

Apesar de muitos ulamás serem de opinião de que a noite de Lailatul Kadr, ocorre na 27ª. noite, ela deve ser procurada nas noites impares – 21, 23, 25, 27 e 29 do mês de Ramadan. Hazrat Anas (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Na verdade, chegou um mês perante vós, no qual existe uma noite melhor do que mil meses. Aquele que perder uma noite destas, na verdade, ficou privado de todos os bens, e ninguém ficará privado, excepto aquele que é infortunado”.

Hazrat Aisha (Radiyalahu an-há) relatou: “Eu disse; Ò Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam), se me encontrar na Lailatul Kadr (Noite do Poder), que prece devo efectuar? O Profeta respondeu: “Diz Allahumma Innaka Afuwun Tuhibbul Afwa Fa’fu anni – Ó Allah, na verdade, És perdoador, gostas de perdoar, por isso perdoa-me.”

Abu Huraiara (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “A todo aquele que se levantar da cama para oferecer a oração voluntária (nafl), na Noite Bendita, guiado por um profundo sentimento de fé, com esperança na recompensa de Deus, ser-lhe-ão perdoadas as faltas anteriores”. Bukhari e Muslim.

Nessa noite, o crente deverá ocupar-se com preces, recitação do Cur’ane, zikr e orações facultativas.

2 - I’TIKAF (Retiro no Masjid)

Significa a permanência na Mesquita com a intenção de i’tikaf, por períodos curtos ou por dias completos. È sempre vantajoso fazermos a intenção do i’ticaf ao entrarmos na Mesquita, enquanto lá permanecemos, para as orações, recitação do Cur’ane e Zikre. Assim, vamos obtendo benefícios espirituais duplos, do i’tikaf e das outras práticas. A pessoa que permanece na Mesquita com a intenção de i’tikaf, é igual à pessoa que se dirigiu a um sítio e não sai de lá enquanto não obter o pretendido. A recompensa do i’tikaf é enorme, pois o
Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) sempre o praticou. Estamos habituados a associar o i’ticaf à permanência dos crentes nas Mesquitas, durante os últimos 10 dias do mês de Ramadan. No entanto, o i’ticaf pode ser praticado em qualquer altura do ano, por períodos longos ou curtos.

Era prática do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), efectuar o i’tikaf nos últimos dias do mês de Ramadan. Ele referiu, segundo Hazrat Ibn Abbás (Radiyalahu an-hu): “A pessoa que efetua o i’ticaf, permanece livre dos pecados e na verdade, é recompensada igualmente como aquele piedoso que praticou boas ações (apesar de não as ter praticado), simplesmente por ter permanecido no Masjid (Mesquita). As recompensas são imensas, porque no i’tikaf (dentro da mesquita), afastamos do nosso íntimo, as preocupações diárias e dedicamo-nos com alma e coração à recordação de Deus.

Aisha (Radiyalahu an-há), referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) costumava fazer o retiro na Mesquita, para o i’tikaf, durante os últimos dez dias do mês de ramadan e dizia: “buscai a Noite Bendita (Lailatul Kadre) entre as últimas dez noites do mês de Ramadan”. Bukhari.

Um bom dia de Juma e a continuação de um bom mês de Ramadan

Cumprimentos
Abdul Rehman Mangá
18/08/2011

sábado, agosto 13, 2011

A Libertação das Mulheres Através do Islam‏

Hoje em dia, as pessoas acham que as mulheres ocidentais são livres e que o movimento de libertação da mulher começou no século XX. Na verdade, este movimento não foi iniciado pelas mulheres, e sim foi revelado por Deus, no século VII, a um homem de nome Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), que é conhecido como o último Profeta do Islam. O Alcorão e as sunnas são fontes de onde as mulheres muçulmanas tiram seus direitos e deveres.

1. DIREITOS HUMANOS

Há quatorze séculos atrás, o Islam tornou as mulheres igualmente responsáveis perante Deus, glorificando-O e adorando-O, sem qualquer limite para o seu progresso moral. O Islam também estabeleceu a igualdade da mulher em relação ao homem.
Nos primeiros cinco versículos do capítulo intitulado "As Mulheres", do Alcorão, diz Deus:

" Ó humanos, temei a vosso Senhor, que vos criou de um só ser, do qual criou a sua companheira e, de ambos, fez descender inumeráveis homens e mulheres. Temei a Deus, em nome do Qual exigis os vossos direitos mútuos e reverenciai os laços de parentesco, porque Deus é vosso Observador." (Alcorão Sagrado 4:1)

Tendo em vista que homens e mulheres são provenientes da mesma natureza, eles são iguais em sua humanidade. As mulheres não são más em sua essência (como algumas religiões acreditam), assim como os homens também não o são. Da mesma forma, não há superioridade de sexos porque seria uma contradição do princípio da igualdade.

2. DIREITOS CIVIS
No Islam, a mulher tem a liberdade de escolha e de expressão, baseada no reconhecimento de sua personalidade individual. Em primeiro lugar, ela é livre para escolher sua religião. O Alcorão afirma que:

"Não há compulsão quanto à religião, porque já se destacou a verdade do erro." (Alcorão Sagrado 2:256)

No Islam, as mulheres são incentivadas a contribuir com suas opiniões e idéias. Existem muitas tradições do Profeta (SAS) que mostram as mulheres apresentando questões diretamente a ele e oferecendo suas opiniões em assuntos relativos a religião, economia e questões sociais.
A mulher muçulmana escolhe seu marido e mantém seu nome depois de casada. O testemunho da mulher é válido nas demandas judiciais. Na verdade, nas questões em que as mulheres estão mais familiarizadas, sua evidência é conclusiva.

3. DIREITOS SOCIAIS
O Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), disse: 
"Buscar o conhecimento é uma obrigação para todo muçulmano (homem e mulher)." 

Isto inclui o estudo do Alcorão e dos hadiss, assim como outros conhecimentos. Homens e mulheres têm a capacidade de aprender e compreender. Tendo em vista que também é obrigação do muçulmano promover o bom comportamento e condenar o mau comportamento em todas as esferas da vida, a muçulmana precisa adquirir uma educação apropriada para se desincumbir de suas obrigações, de acordo com seus dons e talentos naturais.
A manutenção da casa, o apoio ao marido e a criação e instrução das crianças estão entre os mais elevados e respeitados deveres da mulher. Mas, se ela tiver habilidades para trabalhar fora de casa pelo bem da comunidade, ela pode, desde que cumpridas as obrigações com a sua família.

O Islam reconhece e cultiva as diferenças naturais entre homens e mulheres, não obstante serem iguais. Alguns tipos de trabalho são mais adequados para os homens e outros para as mulheres. De forma nenhuma isto diminui um e beneficia o outro. Deus recompensará ambos os sexos, igualmente, pelo valor de seu trabalho, embora não seja necessariamente a mesma atividade.

Em relação à maternidade, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), disse: 
"O céu está sob os pés das mães." 

Isto quer dizer que o sucesso de uma sociedade está intimamente ligado ao papel desempenhado pelas mães. A primeira e mais forte influência sobre uma pessoa vem do sentimento de segurança, afeto e do exemplo recebidos de sua mãe. Portanto, a mulher que tem filhos deve ser instruída e consciente, a fim de que possa exercer a maternidade habilmente.

4. DIREITOS POLÍTICOS
Um direito concedido por Deus às mulheres muçulmanas, há mais de 1400 anos atrás, foi o direito de votar. A mulher pode expressar sua opinião e participar de questões políticas. Um exemplo relatado no Alcorão é

''aquele em que Muhammad é informado de que, quando as crentes se apresentassem a ele para jurar fidelidade ao Islam, ele deveria aceitar o compromisso.'' (Alcorão Sagrado 60:12)

Isto criou o direito das mulheres de escolher seu líder e declarar publicamente. Finalmente, o Islam não proíbe a mulher de exercer cargos importantes no governo. Abdur-Rahman Ibn Auf consultou muitas mulheres antes de indicar Uthman Ibn Affan para Califa.

5. DIREITOS ECONÔMICOS
O Alcorão diz:
"Por Quem criou o masculino e o feminino, que os vossos esforços são diferentes (quanto às metas a atingir)." (Alcorão Sagrado 92:3-4)

Nestes versículos, Deus declara que Ele criou homens e mulheres diferentes, com papéis, funções e habilidades específicas. Da mesma forma que em uma sociedade, onde existe a divisão do trabalho, assim também é na família, onde cada membro tem responsabilidades diferentes. No geral, o Islam afirma que às mulheres foi confiado o papel de nutris, e aos homens o de guardião. Por isso as mulheres têm o direito ao sustento.
O Alcorão diz:
"Os homens são os protetores das mulheres, porque Deus dotou uns com mais (força) do que as outras, e pelo seu sustento do seu pecúlio." (Alcorão Sagrado 4:34)

A proteção e a responsabilidade financeira foram outorgadas ao homem, por isso ele deve prover as mulheres não só financeiramente, mas também com proteção física e tratamento afável e respeitoso. A mulher muçulmana tem o privilégio de ganhar seu dinheiro, o direito de ter propriedades, de assinar contratos e de administrar seus bens da forma que desejar. Ela pode gerir seus próprios negócios e ninguém pode reivindicar seus ganhos, nem mesmo o marido. Diz o Alcorão:

"Não ambicioneis aquilo com que Deus agraciou uns, mais do que aquilo com que (agraciou) outros, porque aos homens lhes corresponderá aquilo que ganharem; assim também as mulheres terão aquilo que ganharem. Rogai a Deus que vos conceda a Sua graça, porque Ele é Onisciente." (Alcorão Sagrado 4:32)

A mulher herda de seus parentes. Diz o Alcorão:

"Aos filhos varões corresponde uma parte do que tenham deixado os seus pais e parentes. Às mulheres também corresponde uma parte do que tenham deixado os pais e parentes, quer seja exígua ou vasta - uma quantia obrigatória." (Alcorão Sagrado 4:7)

6. DIREITOS DA ESPOSA
Diz o Alcorão:

"E entre os Seus sinais está o de que Ele vos criou companheiras para que possais viver em paz com elas e Ele colocou misericórdia e amor entre vós. Na verdade, nisto há sinais para aqueles que meditam." (Alcorão Sagrado 30:21)

Portanto, o casamento não é apenas uma necessidade emocional ou física, e sim um sinal de Deus. É uma relação que envolve direitos e deveres mútuos, baseada na orientação divina. Deus criou homens e mulheres com naturezas complementares e, no Alcorão, Ele ditou um sistema de leis que amparam a interação harmoniosa entre os sexos.

"... Elas são as vossas vestimentas e vós sois as delas." (Alcorão Sagrado 2:187)

A roupa fornece a proteção física e encobre a beleza e as imperfeições do corpo. É assim que o casal é visto. Cada um protege o outro, oculta as falhas e elogia as características do outro.
Para nutrir o amor e a segurança que chegam com o casamento, as esposas muçulmanas têm vários direitos. O primeiro deles é o recebimento do mahr, um presente do marido, que faz parte do contrato matrimonial e é obrigatório para legitimar o casamento.

O segundo, é o direito ao sustento. Independente de qualquer bem que ela possa ter, seu marido é obrigado a alimentá-la, hospedá-la e vesti-la. No entanto, ele não é obrigado a gastar além de suas possibilidades e a esposa não tem o direito de fazer exigências descabidas. Diz o Alcorão:

"Que o abastado retribua segundo suas posses; quanto àquele, cujos recursos forem parcos, que retribua com aquilo com que Deus lhe agraciou. Deus não impõe a ninguém obrigação superior ao que lhe concedeu; Deus trocará a dificuldade pela facilidade." (Alcorão Sagrado 65:7)

Deus nos diz que os homens são protetores das mulheres e que a eles cabe a liderança da família. Sua responsabilidade na obediência a Deus se estende na orientação de sua família para obedecer a Deus Os direitos da esposa também vão além das necessidades materiais. Ela tem direito ao tratamento amável. O Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), disse: 

"Os fiéis mais perfeitos são os melhores na conduta. E o melhor de vós são aqueles que são melhores com as esposas." 

Deus nos diz que Ele criou companheiras e colocou amor, misericórdia e paz entre eles. Homens e mulheres precisam de companhia e têm necessidades sexuais. O casamento foi idealizado para atender a essas necessidades. O cônjuge que negue esta satisfação ao outro, abre caminho para a tentação de ir buscar em outro lugar, fora do casamento.

7. DEVERES DA ESPOSA
Direitos implicam em responsabilidades. Por isso, as esposas têm certas obrigações para com seus maridos. O Alcorão diz:

"As boas esposas são as devotas, que guardam, na ausência (do marido), o segredo que Deus ordenou que fosse guardado." (Alcorão Sagrado 4:34)

A esposa deve guardar os segredos do marido e proteger a privacidade do casamento. As questões íntimas ou os defeitos do marido que possam desonrá-lo não devem ser divulgados pela esposa, da mesma forma que ele deve guardar a honra dela.

A esposa deve proteger a propriedade do marido. Ela deve guardar seu lar e bens do roubo ou dos danos materiais. Ela deve administrar as questões domésticas sabiamente, assim como evitar perdas. Não deve permitir a entrada de pessoas de quem seu marido não goste, nem efetuar despesas que ele desaprove.
A mulher muçulmana deve cooperar com o marido. No entanto, não pode haver cooperação com um homem que não obedece a Deus. Ela não deve atender a solicitações dele que sejam ilícitas. O marido também não deve tirar vantagem de sua esposa e sim ser compreensivo com suas necessidades e felicidade.

8. CONCLUSÃO
Diz o Alcorão:

"Não é dado ao fiel, nem à fiel, agir conforme seu arbítrio, quando Deus e Seu Mensageiro é que decidem o assunto. Sabei que quem desobedecer a Deus e ao Seu Mensageiro desviar-se-á evidentemente." (Alcorão Sagrado 33:36)

A mulher muçulmana recebeu uma tarefa, deveres e direitos há 1439 anos atrás, e que não são usufruídos pela maior parte das mulheres, mesmo no Ocidente. Eles vieram de Deus e foram projetados para manter o equilíbrio da sociedade. O que pode parecer injusto ou incompleto de um lado é compensado em outro. O Islam é um modo de vida completo.

Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Asalamo Alaikom WA WB,

terça-feira, agosto 02, 2011

RAMADAN-TERCEIRA PARTE - TARAWI

Louvado seja ALLAH, Senhor do Universo. A ELE agradecemos, imploramos ajuda, a Ele retornamos arrependidos e solicitamos orientação. Testemunho que não há divindade a não ser ALLAH, Único e sem associados. Rogo a Deus que tal testemunho nos livre do fogo inferna

"Na verdade Eu sou Allah. Não há Deus além de Mim. Serve-Me pois e estabelece a oração para Minha recordação". Cur'ane 20:14 .

Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) costumava exortar os seus companheiros (Radiyalahu an-huma) para efectuarem orações facultativas à noite, durante o mês de Ramadan, sem contudo ordenar-lhes para rezarem como acção obrigatória e disse: “Aquele que observa a oração nocturna nas noites de Ramadan, com fé e com a esperança e a procura da recompensa (de Deus), todos os seus pecados serão perdoados”. Era esta a prática até o Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) morrer, e assim continuou durante o Califado de Abu Bakr e parte inicial do Califado de Umar. Muslim 4:1663.

No tempo do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), durante 3 noites, foi efectuada em congregação a oração do Tarawi. Na quarta noite, a mesquita estava cheia, mas o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), não apareceu para dirigir o Tarawi. Na manhã seguinte informou-os de que não apareceu para não tornar compulsória a referida oração. A partir daí as pessoas observaram a oração individualmente ou em pequenos grupos, quando as condições assim o permitiam. Ainda não foi no tempo do Califa Abu Bakr (Radiyalahu an-hu), que foi instituída a oração de Tarawi em congregação. Tinha havido alguma instabilidade no país, pelo que seria difícil reunir todos para a realização do Tarawi. No Califado de Umar (Radiyalahu an-hu), com a paz e a ordem no país, foi decidido criar condições para que o Tarawi fosse feito em congregação.

Porque o Califa Umar (Radiyalahu an-hu), não era um legislador de Deus e o tempo da revelação já tinha terminado, o Tarawi não se tornou um acto obrigatório, como se tornaria se fosse feito continuadamente no tempo do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam).

O Tarawi é outra acção meritória a ser efectuada durante o mês de Ramadan. É uma oração especial nocturna, em congregação, efectuada imediatamente após a oração de Ishá, antes do witr. Na maioria dos países, incluindo na Cidade Santa de Maka, consiste em 20 rakates, orientados por Hafez Cur’ane (que têm o Livro Sagrado decorado). Ao longo do mês de Ramadan, de dois em dois rakates (ciclos de oração), recitam o Cur’ane. Noutros países, o tarawi diário é feito com 8 rakates. O Tarawi é “Sunnah Mu’akkaddah” (Sunah insistido), pelo que todo o crente o deve fazer. É alal – kifayah, isto é da responsabilidade de todos os residentes da localidade.

Devem ser criadas condições para que em todas as Mesquitas da localidade, se efectue a oração em congregação. Abu Darda (Radiyalahu an-hu) referiu que ouviu o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) dizer: “Se ocorrer encontrarem-se (inclusive) três pessoas numa localidade, num deserto ou numa selva, e não rezarem em congregação, Satanás seguramente os dominará. Por isso recorrei às orações em congregação, porque o lobo devora a ovelha solitária”. Abu Daoud. Caso o Tarawi não se efectue, cada um dos residentes será responsabilizado pelo facto. Se forem criadas as condições, os crentes que efectuarem a referida oração nas suas casas, estarão livres da responsabilidade. No entanto, verão as suas recompensas diminuídas.

Se por qualquer motivo chegarmos atrasados na Mesquita e se encontrar a decorrer o Tarawi e ainda não termos efectuado a oração de Ishá, antes de nos juntarmos à congregação, devemos primeiro e individualmente, efectuar a oração de Ishá. Depois juntamo-nos ao Jamah e no final, também individualmente, devemos completar os rakates de tarawi em falta.

Em anexo, segue, um duá / tassbi, produzido no ano passado pela “Revista Al Furqan”, para ser recitado nos intervalos do Tarawi (de 4 em 4 rakates). Pode ser listado como “cábula”, até o conseguirmos decorar. Façam o favor de o reencaminhar, para que todos possam beneficiar desta iniciativa.

Cumprimentos

Por: Abdul Rehman Mangá Maputo Moçambique - Africa

RAMADAN -SEGUNDA PARTE

Louvado seja ALLAH, Senhor do Universo. A ELE agradecemos, a ELE imploramos ajuda e a ELE solicitamos orientação. Testemunho que não há divindade a não ser ALLAH, Único e sem associados.

Diz ALLAH O ALTÍSSIMO na surat ANNISSÁ 40:

“Deus não frustrará ninguém, nem mesmo no equivalente ao peso de um átomo; por outra, multiplicará toda a boa ação e concederá de Sua parte, uma magnífica recompensa.”

Qualquer ação do crente, deve ser precedida duma intenção (niyyah). Ao iniciar o jejum diário, deve proclamar intimamente, a intenção de que vai fazer o jejum (obrigatório) do Ramadan.

Também pode proclamar a niyyah verbalmente. Pode ser na sua própria língua, ou em Árabe, utilizando, por exemplo, a seguinte intenção:

“NAWAITU SAUMA GHADIN AN ADAI FARDI RAMADHANA LI HAZINIS SANAH LIL LA HI TAÃLÁ”.

A pequena refeição da madrugada, o Sheri / Suhur, que é tomada antes de se iniciar o jejum, é cheia de bênçãos, da parte do nosso Criador. Anas Bin Malik (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi assalam) disse:

“Lançai mão da consoada (do suhur), porque há bênçãos nesse acto”. Bukhari e Muslim. Assim, permite-nos passar o dia de jejum mais confortáveis, com mais forças para suportarmos o trabalho diário. Um corpo forte é melhor do que um corpo fraco”.

Acordar nessa hora, implica um certo sacrifício, depois de um dia de jejum e das orações nocturnas. No entanto, com este sacrifício, teremos muitos benefícios, conforme disse o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam):

“Na verdade, Allah e Seus anjos, enviam bênçãos para aqueles que comem no Sehri”.

Relato de Hazrat Ibn Umar (Radiyalahu an-hu). Se não tivermos apetite para uma refeição ligeira, pelo menos, devemos beber água. A diferença entre o nosso jejum e o jejum dos Povos do Livro (Ahli Kitab), é entre outros aspectos, devido ao Sheri / Suhur, que eles não o fazem. É altura ideal para acordar, fazer as orações facultativas (Tahajjud), fazer duá, comer e fazer a primeira oração da manhã (Fajr).

Sendo o Ramadan, o mês de jejum, deveríamos ser mais contidos na alimentação. Infelizmente, para alguns, é o mês de gastos excessivos, consumindo no iftar comidas especiais e dispendiosas. Comer muito no Iftar, provoca o desconforto e encontramos a nossa própria justificação para não fazer as orações noturnas, nomeadamente o Tarawi e de praticar outro tipo de adoração. O Islão recomenda-nos deixar vazio, um terço do nosso estômago.

Todos os excessos, são contrários não só aos princípios deste mês sagrado, como também na vida de um crente. Em alguns países, chega-se ao cúmulo de, neste mês sagrado, haver um aumento no consumo de alimentos (nomeadamente o açúcar), de electricidade e de medicamentos (devido ao consumo excessivo de alimentos). Anas Bin Malik (Radiyalahu anhu) referiu que uma vez foi servida uma comida especial.

Quando Anas começou a comer, manteve um pedaço na boca durante algum tempo e depois olhou para as outras pessoas e começou a chorar. Depois justificou-se, dizendo:

 “Por Allah, acompanhei pessoas que se tivessem oportunidade de terem esta comida, teriam jejuado mais frequentemente. Um deles encontraria somente leite misturado com agua (como comida), que beberia e começaria a jejuar”. –Al-Mu’afa Bin Imran – Kitab Al-Zuhd, nº. 125.

Quando chegar a hora do iftar (final do jejum diário), sem demoras, devemos preocupar-nos em quebrar o jejum, de preferência com água e tâmaras. “Assim disse Deus, Todo- Poderoso, Senhor da Glória: “Dentre os meus servos, prefiro aquele que se apressa em quebrar o jejum”. Dito do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), Bukhari e Muslim. Nos minutos que antecedem à hora do iftar, devemos fazer duá (prece), pedindo a Deus tudo o que é bom para nós. para os nossos familiares e para a Umah em geral (não se esqueçam dos falecidos).

O duá para quebrar o jejum, pode ser feito na nossa própria língua, ou por exemplo:

“ALAHUMMA LACA SAMTÚ WABICA ÁMANTÚ WA ÃLÁ RIZQUIKA AFTARTÚ” (Ó Allah, eu jejuei para Ti, em Ti eu acreditei (e acredito), em Ti eu depositei a minha confiança e com a Tua provisão, eu quebro o meu jeum).

Hazrat Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Há três tipos de pessoas cujas preces (duás) são aceites:

1)- o jejuador, na altura do iftar;

2)- o rei justiceiro; e

3)- o oprimido”.

Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse:

“Quando alguém comeu ou bebeu, esquecendo-se que está de jejum, deve continuar o jejum até ao fim, porque (comendo ou bebendo por engano), significa que Deus lhe deu de comer e de beber.”Bukhari e Muslim.

No entanto se alguém, sabendo que está de jejum, mas por engano da hora do iftar, comeu ou bebeu, antes da hora regulamentar, deverá repetir o jejum, depois de terminado o mês de Ramadan.

O Suhur / Sehri, deve ser atrasado, de preferência, até ao limite da hora, no momento em que se inicia a primeira oração da manhã (Al Fajr). “….e comei e bebei até à alvorada, quando o fio branco se distinga para vós do fio preto, então completai o vosso jejum até aoanoitecer….” Cur’ane 2:187.

O Iftar (o quebrar o jejum) deve ser efetuado imediatamente na hora prescrita, quando se inicia a oração do entardecer (Magribe). Seguindo estas recomendações do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), o crente cumprirá o dia de jejum ainda mais confortável.

Aproveite este mês sagrado para aumentar a “Sadaka” (a caridade facultativa), oferendo gêneros alimentícios aos necessitados, de modo a terem um iftar condigno. Compartilhe também o com amigos, familiares e outros crentes e ganhe a satisfação de Deus.

“Anas (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) visitou Saad Ibn Ubada (Radiyalahu an-hu). Este lhe ofereceu pão e azeite de oliva. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) comeu e disse:

“aqueles que jejuam, quebraram o jejum contigo, os virtuosos comeram do teu alimento e os anjos suplicaram por ti”. Abu Daoud).

Nota: Um comentário e uma curiosidade acerca deste ultimo hadice:

São conhecidos os benefícios do azeite de oliva. Em Itália, uma das entradas nas refeições, é constituída por pão com azeite de oliva. É uma tradição Italiana. Mas há mais de 1.400 anos que foi um dos alimentos do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) e dos seus Companheiros (Radiyalahu anhuma).

Preparados para receberem o hóspede? No hemisfério norte, aonde o verão ainda vai atingindo o pique e conseqüente maior tempo de jejum, com paciência, fé e confiança em Deus, será cumprido este terceiro pilar do islão. Daqui a cerca de 30 anos, In Sha Allah, será a altura do inverno.

Cumprimentos e um bom Ramadan para todos os muçulmanos da Terra.

Abdul Rehman Mangá – Maputo – Moçambique – África.

segunda-feira, agosto 01, 2011

Calendário islâmico

Calendário islâmico - Antes de Maomé (Muahammad), os árabes tinham um calendário lunar, que faziam concordar aproximadamente com o ano trópico, através de um sistema de intercalações, tomado de empréstimo à civilização helenística. No entanto, o Profeta condenou essa interferência com o curso natural da Lua, e impôs que fosse observado um calendário puramente lunar, sem intercalações. Daí, um ano de doze meses, com 354 ou 355 dias, que gera uma defasagem de 11 dias para cada ano solar, ou um ano a cada 31 anos. O mês muçulmano começa com a lua nova, que deve ser vista, em cada lugar, por dois crentes idôneos. Há um ciclo de 30 anos, com onze anos abundantes - isto é, de 355 dias -, e os restantes, de 354 dias. Devido a esses inconvenientes, diversos países muçulmanos adotaram uma modalidade do antigo calendário persa (Era de Djelaleddin).


A era de Djelaleddin, iniciada em 1079 dC na Pérsia, consistiu numa correção do antigo calendário zoroastriano, que no século V aC tomara como modelo, após o babilônio, o calendário egípcio tradicional de 12 meses de 30 dias e 5 dias epagômenos. Na Pérsia propriamente dita, esse calendário não fora alterado até o advento dos sassânidas (no século III dC). Corrigiram-no, então, somando-lhe um mês suplementar - que tomava a denominação daquele ao qual se acrescentava, com a indicação de "segundo" -, cada 120 anos. O ano começava a 16 de julho.

Depois da conquista árabe, que implantou o calendário muçulmano, o calendário zoroastriano continuou em uso em atividades particulares da maioria dos persas mas foi descuidada a intercalação. Assim, o início do ano passou por grandes defasagens; em 1079, acercava-se do equinócio de março. Djelaleddin, soberano persa muçulmano, restabeleceu o antigo calendário zoroastriano, com acréscimo de um sexto dia epagômeno a cada quatriênio.

Atualmente, o calendário islâmico ou muçulmano é assim dividido:

Mês Dias Significado do nome Transcrição

[1] Muhharram (30 dias) Mês sagrado Muharran

[2] Sáfar (29 dias) Mês da partida para a guerra Saphar

[3] Rabiá-al-áual (30 dias) 1º mês da Primavera Rabia-1

[4] Rabiá-a-Thâni (29dias)  2º mês da Primavera Rabia-2

[5] Jumáda Al-Ula (30 dias) 1º mês da seca Jomada-1

[6] Jumáda A-Thânia (29 dias) 2º mês da seca Jomada-2

[7] Rajáb (30 dias) Mês do respeito e da abstinência Rajab

[8] Xaaban (29 dias) Mês da germinação Shaaban

[9] Ramadan (30 dias)  Mês do grande calor Ramadan

[10] Xauál (29 dias) Mês do acasalamento dos animais Shawwâl

[11] Dhu Al-Qaáda (30 dias)  Mês do descanso Dulkaada

[12] Dhu Al-Hijja (29 dias)  Mês da peregrinação Dulheggia

A Era Muçulmana começou no ano em que o profeta Maomé emigrou, de Meca para Medina, a fim de escapar às perseguições de seus adversários e poder continuar a proclamar as Revelações, no ano 622 do calendário juliano/gregoriano. Esse é portanto o 1º ano da Hégira (nome dado à emigração do Profeta), ou 1 aH.

O segundo califa, sucessor do Profeta, Omar I - que governou de 634 a 644 -, estabeleceu como norma que o começo do ano deveria ser o dia 1º de Muhharram e que a contagem dos anos deveria começar pela Hégira, como prescrevia o Qur'an (Corão ou Alcorão). Assim, a Era Islâmica começou no dia 16 de julho de 622, que é o dia 1 de Muhahham do ano 1 aH.

Este calendário é lunar e não acompanha, por isso, as estações do ano, como os calendários solares. Assim, há fases em que o Ramadan cai no inverno, e outras em que ocorre na época mais quente do verão, o que torna a observância do jejum mais dura para os árabes, em regiões onde a temperatura chega normalmente aos 50ºC.

O calendário islâmico pode sofrer mudanças no transcurso de cada ano, em razão do sistema tradicional de determinação de certas datas pela observação visual da Lua. Em virtude disso, as autoridades islâmicas são obrigadas a introduzir ajustes compensatórios no ano seguinte, acrescentando ou subtraindo um dia da duração de certos meses, que podem portanto sofrer mudanças em sua duração.

Embora os métodos matemáticos da astronomia permitam determinar com exatidão o momento de ocorrência de cada evento, a tradição religiosa islâmica exige que certos feriados e festividades religiosas tenham seu início decretado por meio de observação pessoal dos astros celestes. Assim, são incertas algumas datas de importantes acontecimentos.

O Corão determina que os fiéis só iniciem o jejum do Ramadan após observarem, a olho nu, a lua nova que marca o dia 1º desse mês. A tradição estabelece que tal observação deve ser feita por duas testemunhas idôneas e piedosas, que comunicam o fato a autoridades islâmicas reconhecidas, as quais decretam, então, o início do período. No dia 29 do mês de Xaaban, as testemunhas perscrutarão o céu. Se a lua nova for vista, terá início o mês do Ramadan. Se não for, considerar-se-á que o mês Xaaban terá 30 dias e o Ramadan será adiado para o dia seguinte. O mesmo se aplicará à data do fim do Ramadan. Pela mesma razão, são também incertas as datas de início e a duração de alguns meses e, portanto, incerto todo o calendário. A própria duração do ano lunar pode ser de 354 a 356 dias, conforme o caso.

Principais feriados religiosos islâmicos:

Lailat Al-Miraj (27 de Rajáb) - Nessa data se comemora a miraculosa viagem que o profeta Maomé efetuou, um ano antes da Hégira, montado em lendário animal trazido pelo anjo Gabriel. Em uma noite, o Profeta viajou por diversos lugares, dos quais o mais relevante foi Jerusalém, onde, em rocha sobre a qual hoje se assenta célebre mesquita, ascendeu por uma escada ao Paraíso, onde teve o privilégio de falar com Deus.

Mês do Ramadan (1 a 30 de Ramadan) - Período de sacrifício em que os fiéis estão proibidos de comer, de beber e de quaisquer outras atividades carnais durante as horas do dia, podendo fazê-lo somente à noite. Não é propriamente um feriado, mas nesse período os negócios sofrem sensíveis modificações.

Eíd Al-Fitr (1 a 5 de Xauál) - Feriados em que se comemora o término do jejum do mês do Ramadan.

Período do Hajj (1 a 10 de Dhu al-Hijja) - Período em que os muçulmanos de todo o mundo cumprem o dever de peregrinar a Meca, que lhes incumbe pelo menos uma vez na vida como um dos cinco preceitos básicos de vida piedosa. A rigor, o período do Hajj dura uma semana, mas a movimentação começa antes e termina depois dele. Nessa época, a Arábia Saudita recebe quase dois milhões de peregrinos, cessando todo o comércio.

Eíd Al-Adha (10 de Dhu Al-Hijja) - Uma das mais importantes datas do calendário islâmico, quando os muçulmanos se congratulam, tal como fazem os cristãos entre si no Natal. A data lembra a ocasião em que o Profeta Ibrahim - o Abrahão dos cristãos - teria cumprido a ordem de sacrificar seu filho Ismael (que a tradição judaica afirma ter sido Isaac), demonstrando imensa fé e sendo por Deus impedido, no último momento, de consumar o ato.

Segundo a tradição, a pedra sobre a qual Ibrahim ia executar o sacrifício do próprio filho era uma rocha negra que estava no vale onde hoje se situa Meca. Essa pedra foi usada na construção da Caabah, monumento em cuja direção todos os fiéis do mundo se voltam nas cinco orações diárias. Está numa das quinas da Caabah, engastada em prata, e todos querem beijá-la ou tocá-la. Esse feriado ocorre no auge do período da peregrinação.

Eíd Ra's As-Sana Al Hijria ou Uáhad Muharram (1 de Muhhárram) -O Ano Novo muçulmano, que inicia o ano lunar. Os muçulmanos da seita xiita, numerosos no Irã e no Sul do Iraque, comemoram nos primeiros dez dias do novo ano as festividades fúnebres da Achurá, em que praticam mortificações, pela morte do Imã Hussein ibn µli ibn Abu-T lib (ibn = filho), ocorrida no início da história do Islam.

Achurá (10 de Muhharram) - Dia do martírio do Imã Hussein Ibn Áli Ibn Abu Tálib, neto do Profeta Maomé.

Eíd-Al-Máulid An-Nabáui (12 de Rabiá Al-Áual) - Data do nascimento do Profeta Maomé.

Nos países islâmicos, o dia consagrado ao repouso, equivalente ao domingo dos países ocidentais, é a sexta-feira. Por esta razão, são colocadas em destaque nos calendários as sextas-feiras. Sábados e domingos são dias de trabalho normal, exceto nas áreas de população predominantemente cristã. Quintas-feiras não são dias de repouso. Entretanto, em muitos lugares, trabalha-se apenas em meio período nesses dias. Repartições públicas podem não funcionar às quintas e sextas.

 No Reino de Marrocos, adota-se o calendário gregoriano. Os dias de repouso são portanto sábado e domingo, havendo porém setores de atividade que observam as sextas-feiras.

Existem muitos outros feriados nacionais, geralmente com datas móveis.

O conversor - Embora na vida diária o calendário gregoriano seja mais comum, bilhões de muçulmanos usam o calendário lunar islâmico (hijri) para determinar os principais dias de observância dos preceitos religiosos islâmicos, a exemplo do início e final do mês de Ramadã, início e final de cada ano, ou o Dia do Sacrifício (Id al-Adhã) durante a peregrinação a Meca.

O conversor de calendários desta página é baseado no calendário hisabi, que é o calendário aritmético ou tabular introduzido pelos astrônomos muçulmanos no nono século da era cristã para predizer o início aproximado dos meses do calendário lunar islâmico. Este calendário também é citado como calendário Fātimid, embora seja de fato um dos muitos calendários aritméticos islâmicos.

Convenciona-se que os meses no calendário islâmico aritmético têm alternadamente 30 e 29 dias de duração, resultando num ano normal de 354 dias (sanā basīta). Para manter a correspondência com as fases lunares, cada dois ou três anos um dia extra é adicionado ao último mês, resultando em um ano de 355 dias (sanā kabīsa). O método mais comumente adotado intercala 11 dias em cada período de 30 anos. Quatro métodos de intercalação têm sido descritos na literatura, assim resumidos:

Tipo Anos intercaláveis com 355 dias Origem/Uso

I 2, 5, 7, 10, 13, 15, 18, 21, 24, 26 & 29 Kūshyār ibn Labbān (11º século EC), Ulugh Beg (15º século EC), "Algoritmo Kuwaiti"

II 2, 5, 7, 10, 13, 16, 18, 21, 24, 26 & 29 Esquema de ano ampliado mais comumente usado

III 2, 5, 8, 10, 13, 16, 19, 21, 24, 27 & 29 Calendário Fātimid (também conhecido como Misri ou Bohra)

IV 2, 5, 8, 11, 13, 16, 19, 21, 24, 27 & 30 Habash al-Hāsib (9º século EC), al-Bīrūnī (10/11º século EC), Elias de Nisibis (11º século EC)

Para cada esquema de intercalação há duas variantes possíveis, dependendo de como se considera o início do calendário islâmico (1 Muharram, 1 AH), que pode ser assumida como 15 de julho do ano 622 da era cristã (conhecido como época astronômica ou da "quinta-feira") ou 16 de julho de 622 da era cristã (a época "civil" ou da "sexta-feira").

Como o dia islâmico começa ao por do sol, as datas islâmicas neste conversor de calendários são consideradas como iniciando no dia anterior do calendário ocidental.

Note-se que este conversor não pode ser usado antes do ano 10 da Hégira (631/32 da era cristã), quando a intercalação de meses extras no calendário árabe foi abolida, conforme a sūra 9:36-37 do Corão. Antes desse ano, um mês intercalável era adicionado ao ano a cada dois ou três anos, para manter o calendário de acordo com as estações. Como o esquema de intercalação adotado é desconhecido, todas as propostas reconstruções do calendário islâmico antes de 10 aH só podem ser vistas como hipotéticas.

A data da Hégira ou Hijra - Muitas fontes erroneamente indicam que a Hégira - a data em que Maomé e seus seguidores deixaram Meca, e depois de cerca de duas semanas de caminhada chegaram a Yathrib, depois conhecida como Madinat al-Nabī (Cidade do Profeta), a atual Medina - ocorreu em 1 Muharram, 1 aH.

Entretanto, a data da Hégira não é mencionada no Corão ou em outros antigos textos islâmicos. Antigas tradições, como as mencionadas no Hadith (reunião de ditos e ações do profeta e seus seguidores), antigas biografias de Maomé e tabelas cronológicas/astronômicas islâmicas sugerem que a Hégira ocorreu na última semana do mês Safar (provavelmente no 24º dia) e que Maomé e seus seguidores chegaram às cercanias de Yathrib no oitavo dia do mês Rabī‘ al-Awwal, num dia em que os judeus de Yathrib estavam observando um dia de jejum, e depois de uns poucos dias, entraram em Yathrib no 12º dia do mês Rabī‘ al-Awwal.

Convertendo-se essas datas ao antigo calendário Juliano, e tendo em conta os meses de intercalação (possivelmente três), que foram inseridos entre a Hégira e a última peregrinação de Maomé (10 aH), a Hégira provavelmente ocorreu na quinta-feira, 10 de junho do ano cristão 622, e Maomé chegou às cercanias de Yathrib provavelmente na quinta-feira 24 de junho de 622 da era cristã, ali entrando provavelmente na segunda-feira 28 de junho de 622 da era cristã.

A antiga astronomia islâmica foi largamente baseada nas tabelas astronômicas calculadas pelo grego Claudius Ptolomeu de Alexandria, que considerou a lunação - intervalo médio entre uma lua nova e outra - como sendo de 29;31,50,8,20 dias (expressados em notação sexagesimal, isto é, com base 60), como já era empregado vários séculos antes pelos sacerdotes-astrônomos babilônicos (e que ainda é usado hoje no calendário hebreu), equivalendo a 29 dias, 12 horas, 44 minutos 3 segundos e 1/3, em unidades modernas de tempo.

Por este valor, um ano lunar com 12 lunações resulta em 354;22,1,40 dias, que podem ser aproximados sem grande perda de precisão para 354;22 dias. Com a adição de 22 dias intercalados em cada 60 anos - ou 11 dias intercalados em cada período de 30 anos - um calendário lunar aritmético pode ser montado com a capacidade de acompanhar as fases visíveis da lua por vários milênios.

Um ciclo completo de 30 anos contém (19 × 354) + (11 × 355) = (30 × 354) + 11 = 10.631 dias ou 1.518 semanas e cinco dias. A cada sete ciclos de 30 anos (ou 210 anos), os dias da semana devem se repetir exatamente nos mesmos dias do calendário aritmético lunar. Por essa razão, tabelas de calendário islâmico medievais eram elaboradas para um período de 210 anos.

O "Algoritmo Kuwaiti" - Há alguns anos, os programas da empresa Microsoft incluem um conversor de calendário islâmico baseado no assim chamado Algoritmo Kuwaiti, que a empresa descreve superficialmente em suas páginas, ao lembrar que "o calendário da Hégira é muito importante para a Arábia Saudita e outros países como o Kuwait", mas seu cálculo representa um problema difícil. Sua equipe de desenvolvedores do Oriente Médio fez extensas pesquisas sobre o tema, analisando uma longa linha de tempo de informações sobre o calendário Hijri da forma como é usado no Kuwait, para desenvolver análises estatísticas e chegar ao algoritmo mais acurado possível.

Apesar de não dar detalhes dos cálculos que levaram a esse Algoritmo Kuwaiti, pode-se demonstrar facilmente que ele é baseado em um esquema aritmético padrão que tem sido usado nas tabelas astronômicas islâmicas desde o 11º século da era cristã. Denominar esse algoritmo como Algoritmo Kuwaiti é historicamente incorreto e essa prática deve portanto ser abandonada, na opinião dos especialistas no assunto.

Fonte: www.novomilenio.inf.br/porto/.../nmcalens.htm
(Informações traduzidas de página em inglês e que estão mais completas em holandês)

sexta-feira, julho 22, 2011

RAMADÃ PRIMEIRA PARTE

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) - Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso)


A nossa fé não é comparável à fé dos anjos (estacionária), à dos Profetas (sempre a aumentar)

e à dos Sahabas (muito forte). A nossa fé, parece mais um gráfico de cotação duma bolsa de

valores (tem mais descidas do que subidas). Ao longo do ano, o crente tem uma vida agitada,

procura insistentemente a sua provisão, distrai-se com a beleza deste mundo e não encontra

tempo suficiente para se lembrar de Deus.

“E quando os Meus servos perguntarem por Mim.., certamente que estou próximo (deles): ouço o rogo suplicante quando chamam por Mim. Eles que Me obedeçam e tenham fé em Mim, para que possam ser levados pelo caminho recto”. Cur’ane 2:186.

Allah, Subhana Wataala, com a sua infinita misericórdia, instituiu o Jejum no mês de Ramadan, um dos 5 pilares do Islão, para que nesse mês, o Seu servo possa inverter a situação, isto é, possa dedicar mais tempo na recordação Dele. “Ó vós que credes! É-vos prescrito o jejum, como foi prescrito aos vossos antepassados, para que possais temer a Deus”. Cur’ane 2:183. Para os muçulmanos, o mês de Ramadan exerce um atracção muito especial. Os que são regulares no cumprimento da religião, intensificam durante o mês sagrado, a recordação de Deus, observando as orações facultativas. Fomentam a solidariedade entre o crentes, distribuindo e incentivando a caridade obrigatória (Zakat) e a facultativa (Sadaka). “Se me forem gratos, dar-vos-ei mais”. Cur’ane 14:7. Os crentes, que ao longo do ano não foram regulares no cumprimento das suas obrigações religiosas, quando chega o mês de Ramadan, fazem o jejum e abstêm-se de práticas ilícitas. Procuram o perdão do Senhor e a partir daí, mudam o seu modo de vida, passando a ser mais devotos.

O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) referiu que todos são pecadores, mas entre eles, o melhor é aquele que se arrepende do seu pecado e pede perdão. Após o término do Ramadan, depois de jejuarem o mês inteiro, infelizmente, outros voltarão a “percorrer o caminho das trevas”, esperando pelo próximo Ramadan, para novamente intencionarem alterar o rumo da vida. Mas não se lembram, de que podem ser apanhados por aquilo que é o mais certo na vida – a morte. Alguns, ainda “embriagados” pelos prazeres do mundo, deixam passar o mês de Ramadan, não tirando dele, qualquer proveito. Hazrat Abu Huraira (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: ”Aquele que não jejua no mês de ramadan, em nenhuma razão válida (aceitável pela lei islâmica), nunca será capaz de recuperar
uele dia, mesmo que jejue o resto da vida”. Bukhari.

O Ramadan é o nono mês do calendário (lunar) Islâmico. É um mês de reflexão, de sacrifício, de auto-controle, de incremento na adoração a Deus e de redução das actividades mundanas.

Ao jejuarmos, lembramos os milhões de seres humanos que vivem abaixo do limiar da pobreza, sem as condições básicas de subsistência, impensável nesta época em que as altas tecnologias proliferam por todo o lado. É o mês em que nos preocupamos com os necessitados, providenciando-lhes alimentos e outros bens essenciais. Os anjos invocam as bênçãos sobre aqueles que dão de comer e de beber ao jejuador na altura do iftar. Quem der de beber ao jejuador, Deus lhe dará de beber da Sua fonte e nunca mais terá sede, até entrar no Paraíso. Deus multiplica em muito as acções praticadas neste mês. Uma ação meritória, procurando a satisfação de Deus, é recompensada como uma acção obrigatória. A acção obrigatória é recompensada por 70 vezes mais, em relação aos restantes meses.

Durante este mês, diariamente, Deus liberta do inferno, um grande número de almas. É o mês em que devemos incrementar as nossas preces. Foi o mês em que o Cur’ane foi revelado ao Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) através de Jibrail (Aleihi Salam) - Anjo Gabriel, que a Paz de Deus esteja com ele. “O Ramadan é o mês em que foi enviada a revelação do Cur’ane, como Guia para a humanidade, com provas claras de orientação e de critério (entre o bem e o mal…..)”. Cur’ane 2:185. É a altura do ano em o Livro Sagrado é mais  recitado pelo crentes espalhados pelo mundo. Os muçulmanos o recitam individualmente, ou o ouvem através dos Hafez Cur’ane (Que têm o Cur’ane decorado), durante as orações em congregação de Tarawi (Orações nocturnas). Quatro acções são recomendadas para este mês: 1- Recitar o kalimah tayyibah (declaração da fé) “LA ILAHA ILLA LLAH MUHAMMAD RASSULULAH- "NÃO HÁ OUTRA DIVINDADE, SENÃO DEUS, A (ÚNICA) DIVINDADE, E QUE MUHAMMAD É O SEU (ÚLTIMO) MENSAGEIRO.; 2- pedir perdão pelas falhas e pelos pecados cometidos, ex: “ASSTAGHFIRULLAH” (Ó Allah, perdoai-me), ou ; 3 – pedir o paraíso e; 4- pedir a Deus que nos salve do fogo do inferno, ex: “ALLAHUMA AJIRNI MINA NNARI” (Ó Allah, salve-nos do fogo (do inferno) ,ou “RABBANÁ ÁTINA FI DDUNIA HASSANATAM WUAFIL ÁHIRATI HASSANATAM WUAQUINA ÃZÁBAL NNARI”2:201 (Nosso Senhor, conceda-nos o bem neste mundo e na vida futura e salve-nos dos castigos do fogo do inferno). O jejum não se limita à abstenção do comer, do beber e das “relações” com as nossas esposas, desde o nascer ao pôr do sol. Todos os órgãos do corpo também devem jejuar. 1 – a língua, evitando conversas inapropriadas, a mentira, a difamação; 2 – a vista, evitando olhar o que nos desvia da recordação de Deus; 3 – a audição, ouvindo conversas maldosas e as intrigas; 4 – as mãos e os pés e os outros órgãos do corpo, que nos possam conduzir para o pecado. Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Muitos dos que jejuam, não obtêm dos seus jejuns, excepto a fome. Muitos praticam as orações à noite e nada obtêm excepto o desconforto de permanecerem acordados”. O crente deverá fazer todos os possíveis para manter, ao longo da sua vida, os órgãos do seu corpo em “permanente jejum”.

Não devemos perder esta oportunidade do mês de Ramadan para: 1)- incrementarmos as nossas acções meritórias perante Deus; 2)- começarmos a praticar acções próprias dos residentes do paraíso; 3)- deixarmos definitivamente os vícios que são um atentado à nossa própria saúde e causadores de distúrbios familiares. Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wasalam) disse: “ A pessoa que jejuar durante o mês de Ramadan, com fé e esperança de alcançar o beneplácito de Deus, ser-lhe-ão perdoadas as faltas”. Bukhari e Muslim.

Quem recitar, o seguinte, 3 vezes depois das orações de Fajr e Assr, todos os seus pecados, mesmo do tamanho do mar, serão perdoados: “Asstahgfirullaha lazí lá illaha ilah wual há-iul kaiumo wua atubu ileihi”. “Peço perdão a Allah, nenhum ser é digno de adoração, excepto Ele; e Ele é Vivo, o Eterno; e eu volto-me para Ele.

Um bom dia de Juma e votos de um mês de Ramadan repleto de benefícios espirituais.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

21/07/2011

quinta-feira, julho 14, 2011

EMINENTE SHEIKH CAMILODINE BADRU (1965-2011) -In Memorian

Um homem de obras que a sociedade precisa conhecer e homenagear
Os grandes homens com as suas obras não podem caber em mentes pequenas como as nossas.

Pior do que isso, as palavras que usamos para retratar a realidade sobre eles, retiradas da mente, são ou se tornam limitadas para descreve-los.
Na obrigação de nos fazer transmissores de parte do carácter e feitos do grande homem que foi o Eminente Sheikh Camilodine Badrú. Somos confortados com esta dura realidade - nossa incapacidade de encontrar termos apropriados e suficientes para fazer chegar a verdade sobre ele.

Filho da bela pérola do indico e natural da província de Inhambane. O Sheikh Camilodine badrú conclui os seus estudos primários em 1977 na então escola Primaria Paiva manso (actualmente Alto maé). Curso de mecânica Auto na escola Industrial 1º de Maio em 1982 e o seu Instituto em 1985. O Sheikh prosseguiu com o estudo da Mecânica na faculdade de Engenharia na Universidade Eduardo Mondlane, de 1986, vindo a abandonar em 1988 rumo a Arabia Saudita onde faz o curso de sharia (traduzido por Direito Islâmico) na universidade de Madina, cidade do mesmo nome, concluindo em 1994. Em 1999 recebe o diploma Geral de estudos Islâmicos com o Instituto Superior de líderes e Pregadores na cidade de meca (BADRU, 2010).

Após conclusão dos seus estudos, o Sheikh Camilodine dedicou todo seu esforço na divulgação do Isslam, traduzindo obras das ciências Islâmicas do árabe para Português (destacando "O Equilíbrio na Crença" de Dr. Muhammad AL-Zuheil), escrevendo artigos para o jornal islâmico AL-Falah, leccionando a língua árabe e outras disciplinas do Isslam, palestrando e dirigindo diversas actividades de benefício da comunidade pelo Pais.

De tudo o que fez na sua vida, a academia dominava as suas paixões. Como diz o Sheikh Muhammad Cassimo Givá " O Sheikh era um investigador incansável, que pautava pela procura da verdade. Suas obras tinham marcosclaro de neutralidade científica ao abordar questões de controvérsia. Na introdução da tradução do livro " O equilíbrio na Crença" (2003) o Sheikh Camilodine escreve " se por ventura encontrar algo que contraria o texto original, saiba que isso provem do satanás e de mim [porque] sou fraco por natureza e aminha alma e propensa ao mal, se por ventura achar que a tradução esta confirmada com o texto original saiba que isso provem de Allah o meu criador e de toda a humanidade [porque] Ele concede sua dádiva aquém Ele quiser". A sua paixão pela academia atribui-lhe o dote de eloquência na escrita. "Quando jovens, estudantes da Universidade…em Madina, muitas vezes recorremos a ele para pedir que nos escrevesse frases bonitas a usar em correspondências… ele era [na verdade] o nosso auxiliar na memória das nossas correspondências" conta o Sheikh Giva. "Escrevia numa linguagem directa, simples e portanto compreensível para a maioria dos que tivessem acesso aos seus escritos." Acrescenta o Sheikh Abdul Carimo Nordine Sal.

Enfrentou muitas dificuldades quer na família, no emprego e no circulo social, mas nunca desistiu de manter a sua personalidade. "Foi uma pessoa simples e de fácil acesso sempre que precisássemos, apesar de ser dominado por um carácter solitário… não se metia onde não fosse chamado, o que pode provar, mais uma vez o seu amor por algo diferente [a literatura neste caso].Homem de conversas

serias e que dedicava pouco tempo para conversas banais..[de facto] quando se encontrasse em grupos com conversas banais era bastante normal ele se manter em silêncio". Comenta Sheikh Giva.

" Entregou toda sua juventude ao estudo e ensino do Isslam, tendo sacrificado, nisso a sua carreira [engenharia Mecânica] mesmo em estágio avançado. Homem humilde, exemplo raro que vivia a realidade e não ilusões. O Sheikh, muitas vezes por falta de dinheiro de chapa caminhava distancias para cumprir com os seus compromisso sem remuneração: comenta Sheikh Abdul Carimo.

Em resumo, para além da sua paixão pela academia, o amor pela sua família, entre outos o Sheikh Camilodine se define na "humildade, sinceridade, paciência, firmeza e dedicação" (badrú, 2003).

O Sheikh deixa uma esposa (Antuia) de 31 anos, dois filhos (Shureime e Abdul Wariss) de 6 anos e 11 meses, respectivamente. Em vida o Sheikh mencionou ter obras de sua autoria por se publicar, tendo partilhado rascunhos de algumas destas no círculo dos amigos. Não reunimos, no entanto de dados quantitativos sobre as mesmas.
Em memória e homenagem ao Sheikh:


Joao Arnaldo Vembane

(aluno e amigo)

sábado, julho 09, 2011

O SOFRIMENTO DE ABU BAKR PELO ISLAM-NOSSO PRIMEIRO KHALIFA

Nos primórdios do Islam, aqueles que abraçavam o Islam tinham que expressar esta fé secretamente.

Os muçulmanos eram perseguidos constantemente pelo povo Coraixita, até o ponto de o Profeta de Allah (s.a.w.s.) aconselhar os recém-convertidos a praticarem o Islam secretamente, para que assim não viessem a sofrer das mãos dos coraixitas.

Contudo, quando o número de muçulmanos atingiu os trinta e nova, Sayyidunna Abu Bakr As-Sidiq (r.a.a.) sugeriu que o Islam fosse praticado abertamente.

O Profeta de Allah (s.a.w.s.) não concordou, mas a insistência de Abu Bakr (r.a.a.) [bem como o Decreto de Allah] fez com que ele consentisse, e assim, todos se dirigiram ao Haram de Makkah com o propósito de divulgar o Islam. Sayyidunna Abu Bakr (r.a.a.) começou a falar. Nas crônicas do Islam, este foi o primeiro Khutba proferido em prol do Din.

Foi naquele preciso dia, que Hamza (r.a.a.), tio do Profeta de Allah (s.a.w.s.) e Líder dos Mártires abraçou o Islam, enquanto que Sayyidunna Ummar Ibn Al Khatab (r.a.a.) veio para o Islam no terceiro dia após isto.

Abu Bakr (r.a.a.), quando começou a falar acerca do Islam, foi atacado pelos idólatras e descrentes por todos os lados, apesar de ele ser considerado como o mais nobre e respeitável homem de Makkah, foi atingido tão severamente, que seu nariz, ouvidos e toda a sua face estavam cheios de sangue.

Foi pontapeado, atingido com sapatos, pisado e tratado com toda a brutalidade e crueldade. Com isso, ele (r.a.a.) desmaiou ficando quase que meio morto. Ninguém esperava que ele (r.a.a.) sobrevivesse a essa brutalidade.

Banu Tím, o seu clã, veio e levou Abu Bakr As-Sidiq (r.a.a.) à sua casa. Eles até anunciaram que se ele (r.a.a.) sucumbisse dessas injúrias, em retaliação, eles assassinariam Utbah Ibn Rabiah, que era daqueles que mais o atacaram.
Sayydunna Abu Bakr As-Sidiq (r.a.a.) permaneceu inconsciente ao longo do dia. As pessoas chamavam-no pelo seu nome para ver se ele (r.a.a.) tinha ou não recuperado os sentidos, mas não obtinham nenhuma resposta.

Contudo, ao anoitecer, ele (r.a.a.) abriu os olhos e deu sinais de consiência. Logo que foi capaz de falar, perguntou: “Como está o Profeta de Allah (s.a.w.s.)?”.

As pessoas ficaram bastante desiludidas ao ouvirem isto e disseram: “O que vem a ser isto? Apesar de toda esta calamidade e depois de estar a beira da morte, ao longo do dia, por causa do Profeta (s.a.w.s.), ele assim que recupera os sentidos não fala de outra coisa a não ser do Profeta (s.a.w.s.)?”.

Eles abandonaram Abu Bakr (r.a.a.) muito repugnados pela seu apego ao Profeta de Allah (s.a.w.s.), ao mesmo tempo que estavam satisfeitos por ele estar livre do perigo.

Eles recomendaram a Umm Khair, mãe de Abu Bakr, que lhe desse alguma coisa para comer. Mas não se importando pela comida, Abu Bakr As-Sidiq (r.a.a.), continuava impacientemente perguntando à sua mãe a mesma coisa: “Como está o Profeta de Allah (s.a.w.s.)?”.

Abu Bakr (r.a.a.), ao ver o desconhecimento de sua mãe sobre o bem estar do Profeta de Allah (s.a.w.s.), pediu-lhe que fosse encontrar com Umm Jamil (irmã de Sayyidunna Umar Ibn Al Khatab – r.a.a.) e lhe perguntasse por notícias do Profeta de Allah (s.a.w.s.).

A mãe não podia recusar este pedido de seu filho (r.a.a.) nesta deplorável condição e assim dirigiu-se rapidamente à casa de Umm Jamil (r.a.a.), a fim de saber do bem estar do Profeta de Allah (s.a.w.s.).

Umm Jamil (r.a.a.) também não revelava o seu Islam, e mantinha-o em segredo, como fazia o restante dos muçulmanos daquele tempo. Por isso, ela (r.a.a.) também ocultou o conhecimento acerca do Profeta (s.a.w.s.) e disse: “Quem é Muhammad e quem é este Abu Bakr? Por que terei algum conhecimento a respeito deles? Contudo, lamento aquilo que aconteceu a seu filho. Se quiseres, posso ir contigo para o ver.”.

Umm Khair concordou e as duas foram ter com Abu Bakr. Umm Jamil (r.a.a.) ao ver o estado em que Sayyidunna Abu Bakr (r.a.a.) se encontrava não resistiu e começou a chorar, dizendo: “Desgraça para aqueles malfeitores que fizeram isto a um homem como Abu Bakr... Que Allah os castigue por este procedimento da parte deles!”.

Apesar daquilo que Umm Jamil (r.a.a.) disse, Sayyiduna Abu Bakr (r.a.a.) tinha as mesmas palavras nas sua boca, e disse: “Como está o Profeta de Allah (s.a.w.s.)?”.

Umm Jamil (r.a.a.) perguntou-lhe a respeito de Umm Khair: “É seguro dizer alguma coisa na presença dela?”.

Abu Bakr (r.a.a.): “Não te preocupes a respeito dela, diz-me rapidamente como está o Profeta de Allah (s.a.w.s.)?”.

Umm Jamil (r.a.a.): “Está bem.”.

Abu Bakr (r.a.a.): “Onde se encontra ele (s.a.w.s.) neste momento?”.

Umm Jamil (r.a.a.): “Na casa de Arqam.”.

Abu Bakr (r.a.a.): “Juro por Allah! Não vou comer nada até que o (s.a.w.s.) veja!”.

A sua mãe estava muito ansionsa em alimentar o filho. Ela sabia que o filho (r.a.a.), após jurar pelo nome de Allah, nunca quebraria seu juramento e, sendo assim, enquanto ele (r.a.a.) não visse o Profeta de Allah (s.a.w.s.), não havia de comer absolutamente nada em quaisquer condições.

Por isso, ela concordou em o levar à casa de Arqam (r.a.a.). Ela teve que esperar até que as ruas ficassem pouco freqüentadas, para que fosse possível levar o filho (r.a.a.) à dita casa, sem que os coraixitas o detectassem.

Quando os dois chegaram à casa de Arqam, Abu Bakr As-Sidiq (r.a.a.), ao ver o Profeta de Allah (s.a.w.s.), agarrou-se a ele (s.a.w.s.), chorando profundamente.
O Profeta de Allah (s.a.w.s.) também chorou e todos os muçulmanos choraram com dor pelo estado em que Abu Bakr As-Sidiq (r.a.a.) se encontrava.

Depois, Sayddunna Abu Bakr (r.a.a.) apresentou sua mãe ao Profeta de Allah (s.a.w.s.) e disse: “Esta é minha mãe, Oh Profeta de Allah! Rezai para ela e recomende-a a aceitar o Islam.”.

Assim, primeiro o Profeta de Allah (s.a.w.s.) rezou por ela e depois convidou a aceitar o Islam. Ela (r.a.a.) aceitou o Islam ali mesmo.

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RELATO NARRADO NO LIVRO FAZAIL-E AMAL – sob o Capítulo XII da Seção Hikáyáte-Sahabah (Vida dos Sahabas – r.a.a.).

sexta-feira, julho 08, 2011

Viemos de Allah e a Ele Retornaremos

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as


Bênçãos de Deus)

Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso)

“LA TAZULA”: Não farás nenhum movimento, nem darás um passo sem que…

Nadhla Ibn Ubaid al Aslami (Radiyalahu an-hu) relatou que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse:

“Quando chegar o Dia do Juízo Final, todo o servo de Deus

permanecerá de pé e não dará nenhum passo (la tazula), até que preste contas acerca de

quatro questões:

1)- A sua vida, como a empregou:

2)- Do conhecimento obtido, o que fez com ele;

3)- A riqueza, como a obteve e como a gastou:

4)- O seu corpo, como o utilizou. Tirmizi.

É comum ouvirmos as palavras: “o corpo é meu e faço dele o que quiser”.Todos os que estão sobre a terra perecerão; apenas subsistirá a Face do teu Senhor…”. Cur’ane 55-26- 27.

O muçulmano, crente, ao interpretar o versículo do Cur’ane:

Inna Lilahi Wa Inna Ileihi Rájiuna – Proviemos de Deus e para Ele retornaremos” – 2.156, chega à conclusão de que tudo o que existe na terra e nos céus pertence a Deus.

Tudo que temos o nosso próprio corpo com o qual vivemos os nossos bens, os nossos filhos, a nossa família, na substância, nada nos pertence. Inclusivamente a nossa alma, que um dia se separará do nosso corpo, ao nosso Criador pertence e para Ele retornará. Ele é o Proprietário, dá e leva de volta, segundo o Seu critério.

“A Deus pertence tudo o que está há nos céus e tudo o que está na terra…”. Cur’ane, 2:284.

Aquele que sabe que este corpo é da terra, livra-se do orgulho; aquele que sabe que a lei de Deus prevalece, está livre do sofrimento”. Abdullah Al-Ansari Al-Harawi, poeta, 1006/1089.

O corpo humano é uma verdadeira máquina. Perfeita em todos os aspectos, mas sujeita a desgaste. Quando jovens, temos forças para fazer tudo. Conforme a idade vai avançando, a máquina necessita de “manutenção” e as tarefas diárias são executadas com maior esforço.

Muitos deixam para mais tarde, quando forem mais idosos e “maduros” (?) o cumprimento das obrigações religiosas que exigem conhecimento, saúde e esforço (?) físico – as orações, o jejum, o haje. Há muitas exortações a incentivarem para que a prática da religião se inicie o mais cedo, logo a seguir a puberdade.

No entanto, a juventude quer gozar a vida a todo o custo. A procura constante dos prazeres da vida é como beber água do mar, quanto mais bebemos, mais sede temos. Como podemos pretender a outra vida se a nossa luxúria continua sem fim e o nosso desejo é cada vez mais insaciável? Podemos gozar os prazeres da vida, desde que lícitos acompanhados do cumprimento das obrigações religiosas.

O nosso corpo e as nossas roupas devem estar sempre limpos. Um corpo saudável é melhor do que um corpo doente. Referiu o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam): “O crente forte é melhor do que o crente fraco e nos dois há o bem”. Ahmad e Muslim. E referiu: “Ó gente, não há melhor coisa dada às pessoas neste mundo do que a convicção e a saúde. Portanto peçam a Deus essas duas coisas”. Ahmad. Por isso, devemos cuidar da nossa saúde, para termos forças para as orações, para o jejum e para trabalharmos para o sustento dos nossos dependentes.

Todos os órgãos do corpo têm a sua quota parte no bom ou no mau comportamento. Na prestação individual de contas, os nossos órgãos darão testemunho do que andamos a fazer.

Não sigas (ó humano) o que ignoras, porque pelo teu ouvido, pela tua vista e pelo teu coração, por tudo isto, serás responsável”.Cur’ane: 17:36. Nesse dia, selaremos as suas bocas; porém, as suas mãos Nos falarão e os seus pés confessarão tudo quanto tiverem cometido.” Cur’ane 36:65.

Os nossos pés e as nossas pernas podem levar-nos para o bom ou para mau caminho, como por exemplo para a visita aos doentes ou para o adultério. A nossa boca e a respectiva língua, são os órgãos mais “perigosos que temos” e que devem ser controlados. Uma palavra mal proferida, é como um bala, depois de disparada, pode provocar danos irreparáveis. Sahl Ibn Saad (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Uma pessoa que salvaguarda o que tem entre as suas mandíbulas (a língua) e o que tem entre as pernas, garante-lhe a entrada no paraíso”. Bukhari e Muslim.

O coração com os seus desejos e paixões, muitas vezes incontrolados, leva-nos para relacionamentos duvidosos. Há quem venda o corpo para obtenção de meios financeiros. Os olhos, um verdadeiro tesouro, que só damos valor quando os perdemos, quantas vezes também olham para aquilo que não devem?

“Diz aos crentes que recatem seus olhares e conservem os seus pudores…. ”. Cur’ane 24:30.

As nossas mãos, os nossos dedos, também seguram todo o tipo de coisas e por isso, o Profeta Salalahu Aleihi Wassalam recomendou aos seus Sahabas (Radiyalahu an-huma), no zikr, para também contarem com o dedos, os números de vezes em louvor a Deus, como por exemplo, quando dizem Subhánallah, Alhamduliláh e Lá-iláha Ilaláh. Porque os dedos também testemunharão a favor deles. Abdullah Ibn Amr ibn al-As (Radiyalahu an-hu), referiu que viu o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) contando com os seus dedos, quando glorificava a Deus, o Altíssimo.

Diariamente, alimentamos o nosso corpo e muitas vezes fazemos exercícios físicos para o tornar mais elegante. Mas esquecemos o principal, de alimentar a nossa alma, que será a nossa eterna companhia. Como se apresentará ela nesse derradeiro dia? Envergonhada ou tranquila? “Nesse dia, o homem fugirá do seu irmão, de sua mãe e de seu pai, de sua esposa e de seus filhos. Nesse dia a cada qual lhe bastará a preocupação consigo mesmo. (também) Nesse dia haverá rostos resplandecentes, risonhos, regozijadores”. Cur’ane: 80:34-39.

Quando alguém morre e estão a espera dele para lhe fazerem o Gussal (banho) e vestirem-lhe o cafan (mortalha); perguntam: Quando é que chega o corpo? Já nem chamam o falecido pelo seu próprio nome. Deixou de ser Abdul Gafur ou Mariamo, passou simplesmente a ser um corpo, que veio do ventre da mãe sem nada e vai para a sepultura coberto com um pano branco. É só um corpo e um pano que se vão transformar em pó. Mas a alma, essa, permanecerá eternamente.

“Toda a alma provará o sabor da morte e vos provaremos com o mal e com o bem e a Nós retornareis”. Cur’ane 21:35.

E não te esqueças: Quando chegar o dia do Julgamento Final, “La Tazula”, não farás nenhum movimento, não darás nenhum passo sem que prestes contas…..

"Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 36:17

Estamos no mês de Shaaban, dentro de dias vamos receber um hóspede - o Ramadan Karim! Vamos recebê-lo com amor como nos ensinou o Profeta de Allah SAAS,

terça-feira, junho 28, 2011

O ISLAMISMO E A ESPADA...

Em nome de Allah o Clemente e Misericordioso!

Louvado seja DEUS, o Senhor do Universo. Presto testemunho de que não há outra divindade além de DEUS, Único, sem parceiros, e presto testemunho de que Mohammad é Seu servo e Mensageiro. Que DEUS abençoe e conceda paz ao nosso Profeta, aos seus familiares e seus companheiros. Amém.

Queridos irmãos e amados leitores, o Profeta Mohammad SAAS nos recomendou a praticar o Lícito e combater o Ilícito. Nós temos recebido grandes manifestações de apreço pelas nossas matérias. No entanto irmãos inimigos da Religião e da Paz, dotados de uma grande intolerância, tem nos enviado anonimamente alguns comentários, inclusive denigrindo nossa Religião e o nosso Amado Profeta SAAS. É claro que lemos todos, refletimos mas, não publicamos. Quem se usa do anonimato são os covardes e os hipócritas, a esses Allah SW detesta mais do que aos infiéis. E nós também não temos nenhum compromisso moral com eles. Publicaremos qualquer comentário desde que, não venham de encontro a nossa conduta e tampouco aqueles que não acrescentam nada na busca do Reino prometido por Allah SW aos crentes e benfeitores.

O Islam é uma religião mundial, constituindo no selo das mensagens divinas. O Rassulullah (S) foi enviado por DEUS para aperfeiçoar a religião e corroborar as Mensagens anteriores, a judaica e a cristã. DEUS, exaltado seja, disse: “E não te enviamos, senão como misericórdia para a humanidade” (21:107). E disse: “E não te enviamos, senão como universal (Mensageiro), alvissareiro e admoestador para os humanos.” (34:28). O Islam veio para orientar a humanidade na adoração somente a DEUS, Único, sem parceiro, o Criador, que nos criou para adorá-Lo.

O Islam está vinculado à paz. Um dos belos atributos de DEUS é Pacífico. Nós nos aproximamos de DEUS com as nossas orações com esse atributo. Se a paz é a mais importante coisa nesta vida, a paz na Outra Vida é tudo. Por isso, DEUS, exaltado seja, denominou o Paraíso com o “Local da Paz” e tornou a saudação dos habitantes do Paraíso: Paz! “Aí a sua mútua saudação será: Paz!” (10:10)

Então, porque algumas pessoas acusam o Islam de ter se expandido por meio da espada?

É uma acusação infundada. O Islam é a religião que não obrigou ninguém a dotá-la. O ingresso das pessoas no Islam tem como causa a força de seu convencimento, vitalidade e veracidade. DEUS, exaltado seja, diz:

"Não há imposição quanto à religião.” (2:256). E disse: “Convoca (os humanos) à senda do teu Senhor com sabedoria e uma bela exortação; dialoga com eles de maneira benevolente.” (16:125). E disse: “Pergunta aos adeptos do Livro e aos iletrados: Tornar-vos-eis muçulmanos? Se se tornarem, encaminhar-se-ão; se negarem, sabe que a ti só compete a proclamação da Mensagem. E DEUS é observador dos Seus servos.” (3:20).

Portanto, a religião do Islam e seus seguidores não impuseram a ninguém segui-lo, não obrigaram nenhuma nação de adotar o Islam, e isso é testemunhado pelos escritores ocidentais. O Lord Headley, em suas memórias “Rowland Allanson –Winn” diz: Mohammad nunca tentou obrigar ninguém a adotar o Islam.”

O historiador francês Gustave Le Bon, em seu livro “A Civilização Árabe”, diz: “A força não foi utilizada para a divulgação do Alcorão. Os árabes deixaram aos derrotados a liberdade religiosa. Na verdade, os povos não conheceram conquistador mais piedoso e tolerante que o árabe. Nunca houve uma religião mais tolerante do que a religião deles. A história confirmou que as religiões não podem ser impostas pela força. O Islam não se expandiu, então, pela espada, mas apenas pela divulgação e propagação. Povos conquistadores que derrotaram os árabes adotaram o Islam, como os turcos e os mongóis.” (A Civilização Árabe, págs. 128 e 129).

O Tradutor do Alcorão, George Sale, diz: “Aquele que afirma que o Islam expandiu apenas com a força da espada está redondamente errado, pois muitas localidades adotaram o Islam sem que qualquer presença das forças muçulmanas nelas.” (Introdução da Tradução inglesa do Alcorão Sagrado, publicada em 1736 E.C.)

O Islam participou de guerras de defesa contra vários povos, como o romano e o persa. O Profeta (S) começou o diálogo com eles de melhor forma, enviando-lhes mensageiro para orientá-los para a luz do Islam, sem imposição. Porém, esses povos combateram os muçulmanos. O dever destes era enfrentar a agressão. Certamente, enfrentar o mal e os agressores é um dever em todas as religiões. É o que foi dito por Jesus (AS) no final de sua vida, quando descobriu a trama dos judeus contra ele. Ele disse: “Mas agora, aquele que tiver bolsa, tome-a, como também o alforje; e, quem não tem espada, venda o seu vestido e compre-a.” (Lucas, 22:36). A maldade precisa ser enfrentada com a força. A conversa e o diálogo apenas não são suficientes.

O Filósofo americano, Will Durant, disse que o número de anos de guerra da humanidade é de 3421 anos e o número dos anos de paz é de 268 anos. Isso comprova que quando o mal aumenta deve ser enfrentado.”

Os muçulmanos quando ingressaram em muitos países não obrigaram ninguém a adotar o Islam, deixando a todos a liberdade religiosa, protegendo igrejas e sinagogas. Os cristãos, na época de Decledianus, sofreram perseguições, assassinatos, a tal ponto que foi denominada de época dos mártires. Isso, sem contar com os pesados impostos sobre o povo egípcio. Quando o Islam chegou, trouxe com ele a justiça, impondo apenas a jizia (taxa de proteção) para aquele que conseguia empunhar armas, não obrigando o cristão defender a religião que ele não adota. Algumas fontes cristãs do Egito disseram que 30% dos Coptas do Egito pagavam esse imposto.

Podemos imaginar como os povos que agrediram os muçulmanos se converteram ao Islam quando perceberam a sua tolerância, a exemplo dos tártaros e dos cruzados. Quem analisa a vida do Rassulullah (S) descobre que a primeira batalha travada pelos muçulmanos foi 15 anos depois do início da revelação, a batalha de Badr, em defesa da divulgação e dos muçulmanos. Em todas as batalhas que o Rassulullah (S) participou foram mortos 756 pessoas de ambos os lados, 317 muçulmanos e 439 inimigos. O Rassulullah (S) não matou sequer um só inimigo. Algumas narrativas revelam que ele matou um só inimigo.


“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Asalamo Alaikom WA WB,

Contribuição do Irmão: Omar Hussein Hallak