sábado, fevereiro 25, 2012

Suraca b. Málik - Mais um Sahaba do Rassulolah

Bismillah!
Suraca b. Málik

“Imagina-te, ó Suraca, usando os amuletos do Cosroé!’

Numa manhã, a tribo do Coraix despertou ao rumor de notícias que causou consternação a todos. Os chefes mal podiam acreditar no rumor de que Mohammad (SAAS) fugira de Makka sob o manto da noite. Primeiramente eles encetaram uma busca casa a casa, na vizinhança, ocupadas pelo clã dele, os Banu Háchim. Depois eles o procuraram nas casas de todos os companheiros dele. Quando chegaram a casa do Abu Bakr, a jovem Asmá b. Abi Bakr saiu para fora, e o Abu Jahl perguntou:

“Onde está teu pai, ó garota?”

“Não sei onde ele está neste momento”, foi a resposta dela. O Abu Jahl levantou a mão e deu-lhe um tamanho tapa no rosto, que arrancou-lhe o brinco da orelha.

Os líderes do Coraix ficaram fulos de raiva quando constataram que Mohammad (SAAS) deveras tinha deixado Makka. Escolheram, dentre os da tribo, os mais habilidosos rastreadores para pesquisarem que rota ele havia tomado, e se porem na perseguição dele. Quando chegaram à Caverna Çawr, os betedores disseram para os chefes:

“Aqui é onde a trilha termina. Eles não foram além daqui.” E eles não estavam errados, pois Mohammad (SAAS) e seu companheiro estavam na caverna, e os coraixitas estavam bem em cima deles(A maioria das cavernas, incluindo a de Çawr, são buracos subterrâneos, e não constituem cópias esteriotipadas de habitações domésticas com uma grande entrada). Abu Bakr Al Siddik podia ver os pés deles se mexendo, e ficou tão assustado, que quase chorou. O Profeta lançou-lhe um olhar de afetuosa e gentil desaprovação, e o Abu Bakr sussurrou para ele:

“Juro por Deus que não choro por mim, ó Mensageiro de Deus, mas temo que algo de ruim aconteça a ti!”

O Profeta (SAAS) disse, confortantemente:

“Não te entristeças, ó Abu Bakr; Deus está conosco!” E Deus fez com que a tranquilidade tomasse conta do Abu Bakr, que olhou para os pés dos perseguidores, e disse:

“Ó Mensageiro de Deus, se um deles olhar para baixo, para onde seus pés estão, ele poderá ver-nos!’

“Mas o que esperas, ó Abu Baker, sendo que há duas pessoas, e a Terceira, Que lhes faz companhia, é Deus?”

Então eles ouviram um dos jovens do Coraix dizer para os outros:

“Vamos descer até a caverna e ver o que há lá.”

Umayia b. Khalaf disse, zombeteiramente:

“Será que não vês que a entrada está coberta por teias de aranha, que são mais velhas que o próprio Mohammad?”

Então o Abu Jahl disse:

“Juro por Al Lat e Al Uzza que suspeito fortemente que ele está por perto, e pode ver tudo o que fazemos, e ouvir tudo o que dizemos, mas a mágica que ele pratica faz com que a nossa visão fique encoberta!”

No entanto, os coraixitas não abandonaram o empreendimento de procurarem por Mohammad (SAAS). Persistiram na sua determinação de o perseguirem, e anunciaram a todas as tribos localizadas nas áreas que se situavam nas estradas para Madina, que iriam dar cem dos mais finos cmelos a quem lhes levasse Mohammad, vivo ou morto.

Um dos mensageiros do Coraix foi à tribo dos Madlaj, que viviam numa área próxima a Makka, chamada Cudaid. O mensageiro foi para o local do encontro tribal e anunciou a notícia do prêmio oferecido pelo Coraix para a captura de Mohammad (SAAS), vivo ou morto. Na reunião estava um homem conhecido pelo nome de Suraca b. Málik.

Tão logo o Suraca soube dos cem camelos, seu coração se encheu de cobiça e ansiedade. Controlando-se, ele não disse uma palavra sequer que fosse aguçar semelhantes sentimentos de cupidez àqueles em torno dele. Antes que o Suraca pudesse levantar-se e deixar o local da reunião, um homem da sua tribo se acercou dele, e disse:

“Juro por Deus que três homens passaram por mim, há poucas horas, e eu suspeito que sejam Mohammad, Abu Bakr e o guia deles.”

“Não, eles são os filhos de fulano”, interrompeu o Suraca. “Eles estiveram fora todo o dia à procura de um dos seus camelos que se extraviou do seu rebanho.”

“Pode ser”, disse o homem, e ficou calado. Suraquah permaneceu sentado, para não levantar suspeita junto aos outros, no local da reunião. Logo que todos se envolveram em conversas sobre outros assuntos, o Suraca se desvencilhou deles. Rapida e silenciosamente, 

dirigiu-se para sua casa, e sussurrou para a sua criada que preparasseo cavalo para ele, sem que ningéum soubesse. Ela teria que amarrar o cavalo numa ravina por perto, onde ele o iria apanhar. Depois ordenou ao seu servo que tirasse sorrateiramente suas armas da casa, e as escondesse na ravina, perto do seu cavalo.

Suraca foi sozinho para a ravina, onde vestiu a sua cota de malha, amarrou as armas ao corpo, montou em seu cavalo, e se pôs, às pressas, à tarefa de apanhar a Mohammad (SAAS), antes que alguém mais pudesse capturá-lo e ganhar o prêmio oferecido pelo Coraix.

O Suraca era um dos mais notáveis cavaleiros dentre seu povo, e montava a mais fina égua árabe que podia ser encontrada. Era alto e atarracado, habilidoso no mister de restreamento, e possuía grande resistência ao enfrentar os rigores das viagens. Sobre tudo isso, era um aguçado e intuitivo poeta.

Suraca estava a ganhar terreno a grande velocidade, quando sua égua tropeçou e caiu ao chão.

“Caramba, que belo cavalo és!” ele explodiu, depois remontou, cheio de raiva. Não tinha ido muito longe, e sua égua tropeçou novamente. Sua apreensão pessimista aumentou, e estava a ponto de desistir da busca, quando se lembrou dos cem camelos, e foi esporeado pela sua ganância.

O Suraca tinha viajado uma curta distância, quando divisou a Mohammad (SAAS) e seu companheiro. Ia pegar o arco e a flecha, mas estancou ao ver que as patas da égua se estavam enterrando no chão. Na frente dela subia uma fumaça, obscurecendo a visão dele. Ele incitava a égua para a frente, mas sentiu que ela estava chumbada ao terreno, como se seus cascos estivessem pregados ao solo. Então ele olhou para o lugar onde havia divisado o Profete e seu companheiro, e gritou, suplicando:

“Ei, vós aí, orai para que o vosso Senhor liberte as patas da minha égua, e eu prometo que vos deixarei em paz!”

O Profeta (SAAS) orou, como lhe foi pedido, e Deus libertou as patas da égua. Porém, a ganância do Suraca falou mais alto. Ignorando a sua promessa, ele incitou a égua na perseguição do Profeta (SAAS). Imediatamente as patas dela mais uma vez se enterraram no chão, dessa vez, mais profundamente que entes. Suraca gritou em desespero:

“Dar-vos-ei a minha comida, bagagem e minhas armas. Pegai-as, e eu juro perante Deus que até evitarei que outros vos persigam!”

“Nós não precisamos das tuas provisões”, eles responderam, “mas vê se manténs os outros longe de nós.”

Assim, o Profeta (SAAS) fez uma oração, e a égua foi liberada. Quando o Suraca estava para voltar para casa, ocorreu-lhe chamar por eles:

“Espera, quero falar contigo; juro por Deus que nada farei que vos cause dano!”

“Que queres de mim?” perguntou o Profeta (SAAS).

“Ó Mohammad, juro por Deus que eu sei que a tua religião em breve irá prevalecer. Tu irás ser poderoso. Promete-me que quando eu for visitar-te no teu reinado, tu irás tratar-me com honra? e dá-me tua promessa por escrito!”

O Profeta (SAAS) disse para Al Siddik fazer o que o Suraca pedira; Al Siddik encontrou um osso chato no qual escreveu a promessa, e deu-o para o Suraca. Conforme este ia indo embora, o Profeta (SAAS) lhe disse:

“Imasgina-te, ó Suraca, a usares os amuletos do Cosroé!”

“O imperador da Pérsia!?” exclamou o Suraca.

“Sim, Cosroé, o filho de Hurmuz”, respondeu o Profeta (SAAS).

Suraca partiu em direção a sua casa, e no caminho encontrou pessoas do seu povo que vinham na sua direção à procura do Mensageiro de Deus (SAAS). Disse a eles:

“Voltai! já percorri cada decímetro quadrado de terreno, e bem sabeis o quão habilidoso sou no tocante a localizar rastros.” Assim, eles desistiram da busca e voltaram para casa.

O Suraca guardou, do que havia-se passado entre ele e o Profeta (SAAS), segredo, até certificar-se de que o Mensageiro de Deus (SAAS) e seu companheiro haviam chegado a salvo a Madina, onde não poderiam ser injuriados pelos coraixitas. Então ele tornou pública a estória. O Abu Jahl foi um dos que ouviram o que se passou entre o Profeta (SAAS) e o Suraca, e como este permitira que o Profeta (SAAS) seguisse livremente. Abu Jahl se pôs a repreender o Suraca, que respondeu:

“Ó Abu Hakam, juro por Deus, se visses como o meu cavalo se enterrava no chão, irias saber, por certo, que Mohammad é um

Mensageiro, com provas cabais a apoiá-lo! Como poderia alguém resisti-lo?”

O tempo passou, grandes eventos tiveram lugar, e Mohammad (SAAS), que tinha deixado Makka como um exilado perseguido que, na fuga, procurara cobrir-se com o manto da escuridão, voltava então para aquela cidade como herói conquistador, rodeado por milhares de apoiadores que portavam suas espadas cintilantes e escuras lanças. Os chefes do Coraix, que andavam livremente por toda parte, cheios de arrogância e orgulhosos do poder, agora iam, humilde e temerosamente, ter com o Profeta (SAAS), suplicando-lhe que os tratasse com misericórdia. Com a clemência de todos os profetas, ele dissera:

“Podeis movimentar-vos em liberdade, pois nada quero de vós!”

Foi neste comenos que o Suraca preparou a sua montaria e viajou para encontrar-se com o Profeta (SAAS), com o fito de declarar a sua crença no Islam. Levou consigo a promessa por escrito que tinha recebido do Profeta (SAAS), havia vinte anos. Suraca relata a estória com as seguintes palavras:

“Soube que o Profeta estava em Jiranah; fui até lá, e tentei passar através das fileiras dos seus apoiadores, que o circundavam. Batiam em mim com as traseiras das suas lanças, dizendo:

“Para trás, para trás, que queres?” Contudo, eu os ignorei, mas continuei me esforçando no meio deles, até chegar perto do Profeta (SAAS), que estava montado em seu camelo. Ergui minha mão com a promessa escrita, e gritei:

“‘Ó Mensageiro de Deus, sou eu, o Suraca b. Málik. Eis o que escreveste para mim!’ O Profeta (SAAS) respondeu:

“‘Aproxima-te, ó Suraca b. Málik! Esta é a hora do cumprimento da promessa e para a benevolência!’ Assim eu fui até ele, declarei a minha crença no Islam, e fui tratado benévola e caritativamente pelo Profeta Mohammad (SAAS).’”

Apenas uns poucos meses depois daquele encontro entre o Profeta (SAAS) e Suraca b. Málik, Deus chamou o Seu Profeta, que deixou este mundo para passar a eternidade ao Seu lado. Suraca ficou profundamente entristecido com a morte do Profeta (SAAS). Tinha frqüentes retrospectos do tempo em que tentou matar o Profeta (SAAS) por causa de cem camelos, e se conscientizava de que todos os camelos do mundo tinham então menos valor do que uma simples apara de uma das unhas do Profeta (SAAS). Repetia para si mesmo o que ele lhe dissera:

“Imagina-te, ó Suraca, a usares os amuletos do Cosroé!” e nunca lhe ocorreu duvidar de que iria deveras usá-los.

O tempo passou e, eventualmente, a liderança da comunidade muçulmana tornou-se o mister de Al Faruk Ômar b. al Khattab (que Deus esteja comprazido com ele). No abençoado tempo da sua liderança, os exércitos muçulmanos varreram o império persa feitos tornados. Os exércitos demoliram fortalezas, derrotaram forças inimigas, depuseram governantes despóticos, e tornaram-se donos do Estado e da riqueza da longa linha de imperadores, que chegara ao fim.

Um dia, durante os dias finais da liderança de Ômar, os mensageiros de Saad b. Abi Waccas chegaram a Madina portando a notícia da vitória do califa. Também levaram para o tesouro dos muçulmanos a quinta parte que lhe cabia da riqueza de que se haviam apossado aqueles que lutaram pela causa de Deus. Quando aqueles bens foram colocados à frente do Ômar, ele os olhou com espanto. Viu a coroa de ouro do Cosroé, juncada de pérolas, suas vestes, tecidas com tramas de ouro, sua precinta, com pedras preciosas como que tecidas nela, e seu par de amuletos, que não tinha comparação, juntamente com outros inúmeros objetos de valor.

O Ômar remecheu o monte das preciosiddades com uma vara que portava. Então voltou-se para aqueles que o acompanhavam, e argumentou:

“As pessoas que empunham preciosidades como estas e as entregam ao governo são verdadeiramente confiáveis!”

O Áli b. Abi Tálib calhou estar entre os presentes, e respondeu:

“Tu nunca demonstraste ganância por tais coisas; assim também as pessoas que tu comandas estão livres da ganância. Se tu te quisesses locupletar, eles, também, iriam querer locupletar-se.”

Lembrando-se da promessa do Profeta (SAAS), Al Faruk mandou chamar o Suraca b. Málik. Fez com que ele vestisse a roupa, as calças e a capa de Cosroé, até os seus chinelos. Depois Al Faruk abotoou o cinturão de espada de Cosroé no Suraca, e lhe pôs a coroa na cabeça. Por fim, enfiou os amuletos de Cosroé nos pulsos do Suraca, e o apresentou aos muçulmanos, que exclamaram:

“Allahu akbar! Allahu akbar!”(Allahu akbar! – Deus é o Maior!)

O Ômar perscrutou o Suraca com prazer, e disse:

“Eis que um dos nossos beduínos da tribo dos Madlaj usa agora a coroa e os amuletos do Cosroé!” Depois o Ômar ergueu os olhos para o céu, e continuou:

“Oh Deus, Tu não quiseste que o Teu Mensageiro recebesse esta riqueza, sendo que ele era mais digno do Teu amor e das Tuas benesses do que eu. Nem tampouco queiseste que o Abu Bakr os recebesse, sendo que ele, também, era mais merecedor do que eu. Rezo para que me protejas quanto a isso ser a causa do meu castigo!” E, antes de Ômar deixar o local, providenciou para que os bens fossem distribuídos entre os muçulmanos, nada restando para ele mesmo.
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"São aqueles aos quais foi dito: Os inimigos concentraram-se contra vós; temei-os! Isso aumentou-lhes a fé e disseram: Allah nos é suficiente. Que excelente Guardião! Pela mercê e pela graça de Deus, retornaram ilesos. Seguiram o que apraz a Deus; sabei que Allah é Agraciante por excelência." (03: 173-174)


يُرِيدُونَ أَن يطفئوا نُورَ اللّهِ بِأَفْوَاهِهِمْ وَيَأْبَى اللّهُ إِلاَّ أَن يُتِمَّ نُورَهُ وَلَوْ كَرِهَ الْكَافِرُونَ

......Desejam em vão extinguir a Luz de Deus com as suas bocas; porém, Deus nada permitirá, e aperfeiçoará a Sua Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos!

Mohamad ziad -محمد زياد

A L M A D I N A O CASAMENTO DAS VIÚVAS E DAS DIVORCIADAS

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 20.02.2012 

Casar é uma das necessidades básicas, e uma exigência do Ser Humano. E se se tenta travar essa exigência natural, ou se tenta evitá-la, a consequência daí resultante, em muitos casos será a propagação e envolvimento em muitos tipos de pecados e imoralidades. 

O casamento é o único meio legal de satisfazer, da melhor forma, uma exigência necessária da natureza humana. Se se criarem impedimentos na satisfação desse meio lícito, o resultado infalível será o surgimento de desvios, e da vontade de se procurarem meios ilícitos, o que contribuirá para a degradação da sociedade. Por isso o Isslam, sendo uma religião natural, tomou em consideração essa natureza humana e declarou o casamento um ato de adoração, defendendo que quem se casa, completa uma metade da sua fé. (Mishkát) 

Certa vez o Profeta Muhammad, S.A.W. estando numa congregação, disse: “É pobre aquele que não tem mulher”. Os seus discípulos perguntaram: “Ainda que ele seja rico”? O Profeta responde ”Sim, ainda que ele seja rico”! 

A seguir o Profeta disse: A mulher que não tem marido é pobre”. Os seus discípulos voltaram a perguntar: “Ainda que ela seja detentora de imensa riqueza”? O Profeta respondeu: “Sim, ela é pobre, ainda que seja detentora de imensa riqueza”! (Jam’ul Fawáia) 

Isso demonstra como o Isslam atribui importância ao casamento e proíbe que as pessoas adotem uma vida solitária, encorajando os laços matrimoniais para que na sociedade não haja qualquer desvio e desequilíbrio, e se consiga passar uma vida tranquila através do casamento, salvaguardando-se assim a castidade. 

Qualquer homem religioso quando pensa em casar-se, procura na mulher que deseja desposar, quatro coisas: beleza, riqueza, religiosidade e filiação familiar prestigiada. O Isslam aconselha-nos a dar prioridade à religiosidade na escolha da mulher. 

É desejável que seja uma donzela, e da mesma faixa etária do homem, mas por outro lado, o Isslam encoraja-nos a despojarmos as viúvas e as divorciadas, considerando essa prática um ato altamente virtuoso, sob o ponto de vista religioso. E encoraja a sociedade a promover casamentos de viúvas e divorciadas. 

Nenhuma mulher deseja ser viúva ou divorciada, mas as coisas na vida vão acontecendo independentemente da nossa vontade. E porque a vida não acaba aí, temos é que olhar para frente. 

Consta no Al-Qur’án, Cap. 2, Vers. 32: “E tratai do casamento dos solitários (viúvos/as, divorciados/as) de entre vós......Se são pobres, Deus os enriquecerá com a Sua graça, porque Deus tem imensos recursos, sabe tudo”. 

E, dirigindo-se aos tutores das mulheres divorciadas, Deus diz no Cap. 2, Vers. 232 do Al-Qur’án: 

E quando tiveres divorciado as (vossas) mulheres e elas tiverem completado o seu termo fixo (iddah), não as impeçais de casar com os seus (antigos) maridos, se ambos concordarem (mutuamente) de uma maneira honrável”. 

E o Profeta Muhammad S.A.W. disse: “Quem se esforça em prestar apoio à viúva e ao pobre, é como aquele que está empenhado no caminho de Deus. É como aquele que jejua durante o dia e ora (faz swalaat) durante a noite”. (Al-Bukhari) 

É devido a esses motivos que o próprio Profeta e seus companheiros desposaram viúvas e divorciadas. Todas as esposas do Profeta, excepto uma, eram viúvas. 

Em algumas culturas por esse Mundo fora, por exemplo, na Índia, acha-se vergonhoso desposar viúvas, mas o Isslam é contrário a essa posição. 

Hoje em dia existem nas nossas sociedades isslâmicas muitas viúvas e divorciadas, que infelizmente são obrigadas a passar o resto das suas vidas na desgraça e solidão, tal como as mulheres não muçulmanas, pois apesar de se lhes fazerem boas propostas de casamento, já que há homens interessados em desposá-las, mas porque elas também foram influenciadas por outros costumes, recusam-se pensando ser vergonhoso e indigno para elas voltarem a casar-se. 

Isslamicamente não há diferença entre uma donzela e uma viúva ou divorciada, pois todas elas têm as mesmas necessidades aliás, em alguns aspectos há maior importância no casamento da viúva do que no da donzela. 

Por isso devemos encorajar as viúvas e as divorciadas a casarem-se, pois isso foi prática (sunnat) do nosso Profeta Muhammad S.A.W., sendo um meio de se alcançarem grandes recompensas da parte de Deus. É também um motivo para a viúva ou divorciada passar o resto da sua vida com honra e respeito. 

Todavia, nisso deve-se tomar em consideração tanto a sua idade como a dos homens. Por isso os juristas defendem que nunca se deve fazer casar uma menina jovem, mesmo que seja viúva ou divorciada, com um homem de idade já avançada, pois devido à diferença de idades, a relação é susceptível de conhecer derrapagens conjugais devido a alguns desequilíbrios de ordem sexual e até mesmo no companheirismo. 

Os homens que tenham ultrapassado os 50 anos de idade e que queiram casar-se, é recomendável que desposem viúvas ou divorciadas da mesma faixa etária, pois assim a relação fica mais facilitada e compatível, sendo um passo para o cultivo e desenvolvimento do amor e companheirismo. 

A mulher é mãe, esposa e irmã, pelo que deve ser valorizada e não explorada no prazer, recorrendo-se à imagens do seu corpo nu, tratando-as como simples objecto de prazer sexual. 

Há muitas mulheres viúvas e divorciadas que vivem abaixo do nível de pobreza, pois perderam o seu ganha pão. Porque razão as muitas organizações que reivindicam a defesa dos direitos da mulher não assumem a responsabilidade do seu sustento, se de facto são verdadeiras nas suas reivindicações? 

Muitos dos que reivindicam a defesa dos direitos da mulher não são sinceros, pois o que querem é usá-la para sua satisfação sexual, tirando assim proveito dessa bela criatura de Deus. 

Os casamentos devem ser facilitados, e quando se tratar de viúvas e divorciadas, deve-se dar ainda mais importância e facilidade. 

Infelizmente, por se criarem barreiras, existem hoje nas sociedades isslâmicas muitas mulheres viúvas e divorciadas, numa longa espera nas casas dos seus pais, reprimindo desejos e esperanças contidos nos seus peitos, passando dias e noites a relegar a sua vida ao destino, sem que ninguém tenha a coragem de resolver a principal questão da sua vida: arranjar parceiros de vida para elas. 

Nesses casos, se a mulher viúva ou divorciada não tiver uma educação moral sólida, é susceptível de se deixar cair na tentação satânica, e tornar-se em propriedade pública. 

A satisfação sexual também é uma necessidade, assim como o é a necessidade alimentar. 

Por isso o Isslam é contrário ao celibato, condenando todo aquele que na sociedade vive sem companheiro/a.

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

As 7 pessoas que serão acomodadas na sombra da Misericórdia de Deus: SEGUNDA PARTE

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus)

Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

Abu Huraira (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta de Deus (Salalahu Aleihi Wassalamo) disse: “Há sete tipo de pessoas que serão acomodadas por Deus, na sombra da Sua Misericórdia, no Dia em que não haverá mais nenhuma sombra, excepto a Sua:
1) – O Rei justiceiro; 
2) – O jovem que passou a sua juventude na adoração a Deus;
3) – A pessoa cujo íntimo esteja ligado ao Masjide; 
4) – Aquelas duas pessoas que por Deus se amam, que se reúnem por Sua causa e por causa Dele se separam; 
5) – A pessoa que foi exposta à tentação por uma mulher bela e recusou, dizendo: “Eu temo a Deus”; 
6) – A pessoa que dá esmola e que a mão que dá (a direita), o faz com tanto secretismo, que a outra mão não sabe; 
7) – A pessoa que recorda a Deus na solidão, deitando lágrimas.

2 ) – O jovem que passou a sua juventude na adoração a Deus:

Durante a juventude, temos forças físicas e intelectuais para estudar, trabalhar e cumprir com as nossas obrigações familiares e religiosas. No entanto, o ser humano, quando ainda está nessa fase da vida, preocupa-se mais com a vida terrena (haiet dúnia). Poucos se preocupam com as obrigações religiosas e até esquecem quase tudo o que aprenderam, quando pequenos. O jovem não se lembra de que todo o ser humano tem um tempo de vida limitado e que a morte está sempre à espreita. Por isso, o Profeta, demonstrando a misericórdia com o seu Umah, recomenda aos jovens para que desde novos, incluam nas suas tarefas diárias, a prática religiosa. “É de pequeno que se torce o pepino”. Quando somos mais novos, temos a capacidade de aprender e de armazenar todos os ensinamentos escolares e religiosos. 

Não é por acaso que os mais novos têm mais facilidade em decorar a totalidade do Cur’ane, tarefa muito difícil (mas não impossível), para os mais idosos.

Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que um homem perguntou ao Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam): “Ó Mensageiro de Deus, qual a caridade que merece maior recompensa?”. Respondeu o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam): “É quando entregas a tua caridade no gozo de plena saúde, com poucos meios e temendo a pobreza, mas com esperanças de enriquecer. Que não deixes a entrega da caridade para o momento da morte, quando então dirás:

Isto é para fulano, e isto para beltrano”, quando na realidade, tuas posses já foram passadas para os outros!.” – Bukhari e Muslim. Uma só moeda dada em caridade por um jovem, tem mais valor, do que 100 moedas dadas por um idoso, que ao longo da sua vida, nunca se preocupou com os necessitados.

O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalamo) aconselhou-nos a tomar iniciativa de praticarmos boas ações, antes que ocorram 7 acontecimentos na nossa vida e para termos cuidado com eles. Entre as referidas 7 situações, recordou a velhice senil  (Tirmizi).

Não podemos deixar para a velhice, o cumprimento das nossas obrigações religiosas e o pedido de perdão a Deus, pelos nossos pecados, porque inesperadamente, a morte pode alcançar-nos. Outros, durante a vida nada fizeram para agradar a Deus e quando lhes bate a hora da despedida, se apressam e se multiplicam em orações obrigatórias e facultativas, começando a praticar muita caridade. Se durante a vida, um homem der um dirhram como sadaqah (caridade) é melhor do que dar cem dirhrams como sadaqah no momento da sua morte. O mais virtuoso, é aquele que duma forma regular e consistente, foi cumprindo com as suas orações e com o resto das obrigações religiosas. Disse o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam): “….O mais agradável para Allah, são as ações feitas de forma contínua, mesmo que sejam pequenas…” Bhukari 76:469 e Muslim 04:1710.

O Melhor dos homens é aquele que pratica o bem, convida os outros a Deus e proclama com firmeza de que ele é muçulmano (submisso a Deus).

Se um jovem, desde cedo, começar a cumprir com as suas obrigações religiosas,estará também moldando o seu carácter. Aprenderá a amar e a respeitar os seus pais, terá boas maneiras, será de trato afável e defensor da verdade. Entre outras ações generosas, auxiliará os mais necessitados e sentir-se-á disponível para o voluntariado.

Abdullah Bin Amr (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta (Salalahu Alaihi Wassalam) disse: “O melhor entre vós, são aqueles que têm boas maneiras e um bom carácter”. Bukhari 56:759.

In Sha Allah, continua na próxima semana. Um bom dia de Juma 

Cumprimentos,

Abdul Rahmen Mangá

domingo, fevereiro 19, 2012

Os últimos dias de Vida do Rassulolah SAAS

Louvado seja Allah. Nós O louvamos, pedimos Sua ajuda e diretriz. Pedimos refúgio junto a Ele contra os malefícios das nossas almas e as maldades das nossas ações. Prestamos testemunho de que não há outra divindade além de Allah, Único, sem parceiros. Prestamos testemunho de que Mohammad é Seu servo e Mensageiro. Que Allah o abençoe e lhe dê paz, bem como a seus familiares, seus companheiros e seus seguidores até o Dia do Juízo Final.

O Rassulullah (S) retornou da Peregrinação de Despedida, e antes de seu falecimento por nove dias foi revelado o versículo do Alcorão Sagrado: "E temei o dia em que retornareis a Allah, e em que cada alma receberá o seu merecido, sem ser injustiçada" (2:281).

A dor começou se manifestar no Rassulullah (S). Ele expressou o desejo de visitar os mártires de Uhud. Quando lá chegou, ele parou perante seus túmulos e disse: "Que a paz esteja com vocês ó mártires de Uhud. Vocês foram primeiro e nós, com a anuência de Allah, iremos segui-los". No caminho de volta, o Rassulullah (S) chorou. Perguntaram-lhe: "O que lhe fez chorar, ó Rassulullah?" Ele respondeu: "Fiquei com saudade dos meus irmãos". Perguntaram-lhe: "Não somos nós seus irmãos?" Ele respondeu: "Não, vocês são os meus companheiros. Os meus irmãos são pessoas que virão depois de mim, acreditarão em mim sem me verem."

Três dias antes de falecer, a dor começou a aumentar, enquanto estava na casa de Maimuna. Ele pediu: "Reunem as minhas esposas." Quando se reuniram, o Profeta (S) pediu: "Permitam-me que eu trate da minha enfermidade na casa de Aicha?" Responderam: "Todas nós permitimos, ó Rassulullah". Ele tentou se levantar, mas não conseguiu. Ali Ibn Abi Tálib (R) e Al Fadhl Ibn Al Abbas (R) carregaram-no e o levaram do aposento de Maimuna para o aposento de Aicha. Os companheiros viram pela primeira vez o Profeta sendo carregado. Eles se reuniram e começaram se perguntar: "Que aconteceu ao Rassulullah?" As pessoas começaram lotar Mesquita. O Rassulullah (S) começou a suar cada vez mais. Aicha (R) disse: "Durante a minha vida nunca vi alguém suar tanto." Ele pegou a mão do Rassulullah (S) e esfregou o suor com a mão dele. (por que ela fez aquilo?

Aicha disse: "A mão do Rassulullah é mais suave e mais generosa do que a minha. Por isso a utilizei para remover o suor e não utilizei a minha (em respeito ao Profeta). Aicha continua: "Eu o ouvi dizer: 'Não há outra divindade além de Allah. A morte tem suas angústias. Não há outra divindade além de Allah. A morte tem suas angústias." As vozes na mesquita começaram a se elevar. O Profeta (S) perguntou: "O que é isso?" Aicha disse: "São as pessoas que estão preocupados consigo, ó Rassulullah." Ele disse: "Carregam-me." Ele tentou se levantar e não conseguiu. Eles derramaram sete vasilhas de água para o despertar. Eles carregaram o Profeta e o colocaram no púlpito.


Foi o último sermão do Rassulullah (S)


O último sermão do Rassulullah (S), as últimas palavras e a última prece dele foram: "Ó gente. Parece que estão preocupados comigo." Disseram: "Sim, ó Rassulullah." Ele continuou: "Ó gente, o seu encontro comigo não será nesse mundo. Será na cisterna, por Allah. É como se eu o estivesse vendo daqui. Ó gente, por Allah, não temo por vocês a pobreza, mas temo que se digladiem pelos atrativos do mundo, como fizeram os que antecederam a vocês, e perecem como eles pereceram." Então, disse: "Ó gente, devem cuidar da oração, devem cuidar da oração." Ele continuou repetindo a mesma frase muitas vezes. Então disse: "Ó gente, cuidem bem das mulheres, cuidem bem das mulheres." Disse. Ainda: "Ó gente, Allah deu a um servo o poder de escolha entre esse mundo e o que há com Allah. Ele escolheu o que há com Allah." Ninguém entendeu quem era o servo que ele citou. Era ele próprio. Allah lhe deu o poder de escolha. Ninguém entendeu a não ser Abu Bakr Assidik. Os companheiros costumavam fazer silêncio total quando o Rassulullah (S) estava falando. Quando Abu Bakr ouviu as palavras do Rassulullah, não conseguiu se segurar, e o seu choro se elevou. Do meio da mesquita ele cortou as palavras do Rassulullah e começou a dizer: "Nós o resgatamos com os nossos pais, ó Rassulullah, resgatamos com as nossas mães, com os nossos filhos, com as nossas esposas, com os nossos bens." Ele começou repetir aquilo. As pessoas ficaram olhando com censura para Abu Bakr por ter interrompido o sermão do Rassulullah. Ele disse: "Ó gente, eu retribui os favores que devia a todos vocês menos a Abu Bakr que não consegui fazê-lo. Deixei a sua retribuição a cargo de Allah, exaltado seja. Todas as portas da mesquita podem ser trancadas, menos a de Abu Bakr que nunca pode ser trancada."

Ele, então, começou a fazer prece por eles, dizendo: "Que Allah os observe, que Allah os proteja, que Allah os fortaleça, que Allah os apóie, que Allah os conserve." As suas palavras finais, antes de descer do púlpito, foram: "Ó gente, transmitam a minha saudação aos que me seguirão até o Dia da Ressurreição." Então, foi levado de volta para o seu aposento.

Abdel Rahman Ibn Abu Bakr foi visitá-lo e estava com um siwak na mão. O Profeta ficou olhando para ele sem poder lhe dizer que queria utilizar o siwak. Aicha disse: "Percebi, de seus olhares, que ele queria utilizar o siwak. Peguei-o da mão do homem e coloquei na minha boca para suavizá-lo e dei-o a ele. A minha saliva foi a última coisa que entrou na boca do Profeta." Ela continuou: "Foi da graça de meu Senhor para comigo que Ele reuniu a minha saliva e a saliva do Profeta antes dele falecer."

Então, a filha do Profeta, Fátima, entrou chorando. Ela chorou porque quando ela entrava no aposento do Rassulullah, ele se erguia e a beijava entre os olhos. Dessa vez, porém, ele não conseguiu se erguer. Ele lhe disse: "Chegue perto de mim, ó Fátima." Ele, então, cochichou-lhe no ouvido, o que a fez chorar. O Rassulullah lhe disse novamente: "Chegue perto de mim, ó Fátima." Então, cochichou-lhe novamente no ouvido. Ela, então, sorriu. Após o falecimento do Rassulullah (S) foi perguntado a Fátima o que o Profeta havia cochichado e ela chorou e o que ele cochichou que a fez rir? Ela respondeu: "A primeira vez ele me disse iria morrer naquela noite. Por isso, chorei. Quando me viu chorar, me disse que eu seria a primeira a segui-lo. Por isso, ri."

O Rassulullah pediu: "Me deixem sozinho." E disse: "Chega perto de mim, ó Aicha." Então, encostou-se no peito de sua esposa, Aicha. Ela disse: "Ele ergueu a mão para o alto e disse: "Prefiro a companhia do Elevadíssimo Companheiro. Prefiro a companhia do Elevadíssimo Companheiro." Ela compreendeu, pelas suas palavras, que estava sendo lhe dado o poder de escolha entre a vida terrena e a companhia do Elevadíssimo Companheiro.

O Anjo Gabriel foi ter com o Profeta e lhe disse: "O anjo da morte está à porta e pede licença para entrar. Ele não pede licença a ninguém antes de você." O Profeta deu autorização. O anjo da morte entrou e disse: "Que a paz esteja consigo, ó Rassulullah. Fui enviado por Allah para lhe dar o poder de escolha entre permanecer no mundo ou ir para junto de Allah." O Profeta respondeu: "Prefiro a companhia de Allah." O anjo da morte se postou perante a cabeça do Profeta (como fará em relação a todos nós) e disse: "Ó Alma pura, alma de Mohammad filho de Abdullah, saia para auferir a satisfação de Allah, de um Senhor satisfeito e não zangado."

Aicha conta: "A mão do Profeta caiu e a sua cabeça ficou mais pesada sobre o meu peito. Por isso, soube que ele havia morrido." Disse mais: "Não sabia o que fazer. Vi-me sair de meu aposento e entrar na mesquita onde estavam os companheiros. Disse que o Rassulullah havia morrido. A mesquita explodiu em choro. Ali Ibn Abi Tálib sentou pela terrível notícia. Osman esfregava as mãos como criança. Omar Ibn Al Khattab ameaçava matar quem dissesse que o Rassulullah havia morrido. Dizia que o Rassulullah havia ido encontrar-se com o seu Senhor, como o fez Moisés. A pessoa mais firme era Abu Bakr (R). Ele entrou no aposento do Profeta, abraçou-o e disse: "Ó meu amigo, ó meu irmão, ó meu pai", e beijou o Profeta, dizendo: "Puro durante a vida e puro mesmo morto." Abu Bakr saiu e disse para as pessoas: "Quem de vocês adorava a Mohammad, ele está morto. Quem adorava a Allah, que fique sabendo que Ele está Vivo e não morre." Então, saí à procura de um local para ficar sozinha e chorar.

Esse foi o final. Quem ouviu essa narrativa e sentiu o amor pelo Profeta, ele deve cumprir quatro exigências:

1. Evocar muita paz e graça de Allah para o Profeta. Que Allah o abençoe e lhe dê paz e bênção, bem como a seus familiares e seus companheiros.

2. Visitar a sua cidade

3. Seguir o seu método, sua sunna

4. Estudar a sua biografia

Faz as quatro coisas e sentirá que o amor ao Profeta transforma o seu coração. Ele passará a ser mais amado para você do que o seu filho, os seus bens, a sua família, a mais querida de todas as pessoas.

Peço a Allah, abençoado e exaltado seja que nos faça reunir aos companheiros do Profeta (S) no Jardim do Eden.

Wassalamu Alikom Warahmatullahi wabarakátoh. 

“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Asalamo Alaikom WA WB,

Omar Hussein Hallak

sábado, fevereiro 18, 2012

O ZAKAT

É um termo em árabe que não possui um equivalente no nosso idioma, por ter uma série de significados, dentre eles: crescer, aumentar e purificação. O Zakat foi ordenado por Deus no segundo ano da Hégira na cidade de Madina.

"E lhes foi ordenado que adorassem sinceramente a Deus, fossem monoteístas, observassem a oração e pagassem o Zakat; esta é a verdadeira religião." (Alcorão Sagrado98:5)

"Praticai a oração, pagai o Zakat e genuflecti, juntamente com os que genuflectem."(Alcorão Sagrado 2:43)

O Zakat fundamenta-se na tese de que o dinheiro, a riqueza e todos os bens materiais, pertencem, na verdade, a Deus. Deus é, portanto, o verdadeiro e o legítimo dono de tudo que existe no Universo.
"Seu é tudo o que existe nos céus, o que há na terra, o que há entre ambos, bem como o que existe sob a terra." (Alcorão Sagrado 20:6)

O dinheiro é uma dádiva de Deus que chega às nossas mãos como uma graça, uma bondade Divina e um favor, sendo o ser humano, dessa forma, apenas um depositário, um encarregado e um usuário destes bens, com os quais Deus nos agraciou.

"Crede em Deus e em Seu Mensageiro, e fazei caridade daquilo que Ele vos fez herdar. E aqueles que, dentre vós, crerem e fizerem caridade, obterão uma grande recompensa."(Alcorão Sagrado 57:7)

"Ele foi Quem vos designou legatários na terra e vos elevou uns sobre outros, em hierarquia, para testar-vos com tudo quanto vos agraciou. Teu Senhor é Destro no castigo, conquanto seja Indulgente, Misericordiosíssimo." (Alcorão Sagrado 6:165)

Logo, os bens materiais que dispomos deverão ser adquiridos, gastos e distribuídos da maneira pela qual Ele nos orientou. Dessa forma, o pagamento do Zakat é, antes de mais nada, uma forma de agradecimento a Deus por nos ter agraciado com esses bens.

"Suas são as chaves dos céus e da terra; prodigaliza e restringe a Sua graça a quem lhe apraz, porque é Onisciente." (Alcorão Sagrado 42:12)

O Islam também estabelece que o dinheiro de um muçulmano, seus bens e suas propriedades são patrimônio de toda a nação islâmica, pois estabeleceu a unidade da mesma através do seguinte versículo:

"E sabei que esta vossa comunidade é única, e que Eu sou o vosso Senhor. Temei-me, pois!" (Alcorão Sagrado 23:52)

Embora respeite a posse plena, garanta a legítima propriedade e resguarde todos os direitos daí decorrentes. O Zakat na realidade não é mais do que distribuir parte dos bens da nação Islâmica (representada pelos mais abastados) à mesma nação (representada pelos menos abastados), pois o Islam estabelece que todo muçulmano possuidor de uma posse dentro do limite estipulado para tal deve cumprir certas obrigações econômicas em benefício do bem comum.

O Zakat é um direito social do grupo junto ao indivíduo, não é um favor, mas um dever. Os bens de que dispomos não são apenas para serem gastos com o nosso próprio conforto e luxo.

"E em cujos bens há uma parcela intrínseca, Para o mendigo e o desafortunado." (Alcorão Sagrado 70:24-25)

Obriga-se a se pagar o Zakat sobre 4 categorias de bens: 1- Ouro, prata e dinheiro. 2- O comércio. 3- O que sai da terra como grãos e frutos. 4- Sobre os rebanhos dos animais como carneiros, camelos e gado.

O índice do Zakat varia de acordo com os bens citados acima, mas no geral corresponde a 2,5%7. E se paga o Zakat uma vez ao ano com exceção do Zakat sobre grãos e frutos que se paga a cada colheita.

O Zakat, dentro do conceito da jurisprudência Islâmica, significa a obrigatoriedade de todo muçulmano que tenha atingido a puberdade, seja livre e goze de plenas faculdades mentais e cujas condições financeiras estejam dentro ou acima do teto (nissab) especificado, que é o equivalente à 85g de ouro ou 595g de prata, retirar o correspondente a 2,5% do montante não movimentado durante 1 ano, após saldadas todas as dívidas e satisfeitas todas as necessidades indispensáveis do seu proprietário e da sua família, a distribuir aos seus legítimos beneficiários que são descritos nesse versículo do Alcorão Sagrado:

"As esmolas (do Zakat) são tão somente para os pobres, para os necessitados, para os funcionários empregados em sua administração, para aqueles cujos corações têm de ser conquistados, para a redenção dos escravos, para os endividados, para a causa de Deus e para o viajante; isso é um preceito emanado de Deus, porque é Sapiente, Prudentíssimo."(Alcorão Sagrado 9:60)

Que serão analisados abaixo:

1-Os muçulmanos pobres - São aqueles necessitados que não podem trabalhar ou não conseguem trabalho.
2-Os muçulmanos necessitados - O profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) caracterizou os necessitados dessa forma:
 
"Não é aquele que pede dos outros, satisfazendo-o um ou dois bocados, uma ou duas tâmaras."
 
Logo, o necessitado é aquela pessoa que não possui o necessário e não é lembrado para receber donativos e não procura pedir dos seus semelhantes. Ou seja, pode ser um chefe de família empregado, mas que o seu salário não dá para que ele satisfaça às necessidades da sua família, e por vergonha não sai por ai pedindo ajuda as pessoas.

3-Os coletores do Zakat (funcionários empregados em sua administração) - São as pessoas encarregadas de fazer a cobrança, a arrecadação e a distribuição do Zakat aos seus legítimos beneficiários. Logo, o seus salários são pagos com o dinheiro do Zakat. Isto só ocorre num Estado Islâmico que efetua esta cobrança, coleta e distribuição.
 
4-Os simpatizantes do Islam - São não muçulmanos que nutrem simpatia declarada pelo Islam ou recém convertidos ao Islam, que, em decorrência desta conversão, sofreram quaisquer dificuldades, como perda de bens, emprego etc..., lhes é dado do Zakat a fim de protegê-los.
 
5-Libertar escravos - É destinado o dinheiro do Zakat, a fim de se libertarem-se escravos ou prisioneiros de guerra.

6-Os endividados - São os muçulmanos que não dispõe de recursos para saldar as suas dívidas assumidas devido às pressões das necessidades.
 
7-Na causa de Deus - Abrange tudo que venha trazer benefício para os muçulmanos no campo social, econômico e religioso. Tanto aos interesses coletivos como públicos. Como por exemplo: construir escolas, hospitais beneficentes, mesquitas, bibliotecas, fornecer bolsas de estudos, investir em atividades de divulgação do Islam e etc.

8-Os viajantes muçulmanos - São aqueles muçulmanos que se encontram longe do seu domicílio, em um país estrangeiro por exemplo, e necessitam de ajuda para retornarem aos seus lares por terem ficado desprovidos de recursos que lhe possibilitem o retorno.
 
E dentro destas categorias, ao distribuirmos o Zakat nós devemos observar certas preferências. Por exemplo, caso tenhamos um muçulmano pobre e ao mesmo tempo enfermo ou inválido, é preferível dar-lhe do Zakat do que a um muçulmano pobre, mas apto a poder vir a ganhar alguma coisa.

É proibido destinar o Zakat para os nossos dependentes legais ou seja aquelas pessoas que temos a obrigação de sustentá-las caso não possuam meios para tal, como nossos pais, nossos filhos e nossa esposa.
 
Os detalhes quanto às percentagens, e ao método de distribuição e arrecadação, estão baseados na Sunna do profeta e na prática dos seus companheiros.

É obrigação do Estado Islâmico cumprir o seu papel fiscalizador, arrecadando o Zakat dos muçulmanos que atingiram o teto pré - estabelecido para tal, e fazer a sua distribuição para os seus legítimos beneficiários.
 
Dessa forma, ao ser distribuído o Zakat pelo Estado evita-se o constrangimento de quem o está recebendo, agora, na ausência de um Estado Islâmico que cumpra esse papel, essa obrigação recai sobre cada muçulmano, cabendo a ele a função de pagar e distribuí-lo diretamente aos legítimos beneficiários ou a instituições islâmicas ou mesquitas que se responsabilizem em fazer tais distribuições.

Ao fazermos a distribuição do Zakat diretamente às pessoas mais necessitadas, devemos ter o cuidado de não as humilharmos ou as ofendermos e seguirmos a recomendação de Deus

"Uma palavra cordial e uma indulgência são preferíveis à caridade seguida de agravos, porque Deus é, por si, Tolerante, Opulentíssimo." (Alcorão Sagrado 2:263)

O crente não deve cumprir a obrigação de se pagar o Zakat para satisfazer o seu orgulho ou alcançar fama, e sim terá que faze-lo o mais secretamente possível, para não se tornar vítima da hipocrisia ou da paixão pela vaidade, que anula todas as boas ações.

No entanto, se a revelação do nome da pessoa ou da quantia dada por ela, servir como uma forma de encorajar e estimular outras pessoas a pagarem o Zakat, este procedimento se torna louvável.

O Zakat deve ser distribuído na mesma localidade onde for arrecadado a fim de melhorar a situação dos menos favorecidos que ali residem.

Os diversos impostos que nós pagamos hoje em dia aos governos não substituem o pagamento do Zakat, pois este é um dever religioso.

Citaremos abaixo alguns benefícios do Zakat:
1º-O pagamento do Zakat por um lado, purifica o coração de quem o dá da avareza, da mesquinhez, do egoísmo e da sede de riqueza desenfreada e sem pudor.

E, por outro lado, purifica o coração daquela pessoa que a recebe da inveja, da cobiça e do ódio dos mais abastados. E por conseqüência, a sociedade, como um todo, purifica-se e se liberta do conflito de classes, da corrupção e de tantos outros males.
Além de imperar o amor, a felicidade, o bem estar e a cooperação entre ambas as partes. Que na verdade é a aspiração do Islam.
2º-O pagamento do Zakat purifica os nossos bens de algo que tenha sido incorporado a eles de forma ilícita, pois caso se tenha juntado algo ilícito no meio dos nossos bens e não se retirar a quantia do Zakat, os nossos bens se tornarão todos ilícitos.

Da mesma forma, se deixarmos de pagar o Zakat aquela parcela que deveria ser retirada e não foi, e que não é mais considerada como um bem nosso e sim um bem ilícito, pois legalmente já não nos pertence, é como se tivéssemos nos apossado de um bem alheio.

É como o exemplo de uma caixa de maçãs, onde tem uma maçã podre no meio das maçãs boas. Caso não se tire a maçã podre da caixa, após algum tempo todas as maçãs da caixa estarão podres. Também podemos fazer uma analogia com a poda das plantas, pois o corte equilibra e estimula novos crescimentos.

3º-O pagamento do Zakat é um instrumento eficaz de treinamento do espírito de responsabilidade social. Disse o profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele):

 "Não é homem de fé aquele que vai dormir saciado e se omite ficando indiferente mesmo sabendo que seu vizinho tem fome."

4º-O pagamento do Zakat reduz ao mínimo o sofrimento daqueles membros da sociedade menos favorecidos materialmente, aumentando assim o seu nível de bem estar, atuando também como instrumento de crescimento e estabilização econômica da sociedade.

Pois o pagamento do Zakat desencoraja fortemente os poupadores de entesourarem a manter os seus recursos parados fora do fluxo circular da renda, incentivando-os a empregarem seus recursos em algo produtivo, gerando com isso mais empregos. E promovendo com isso o fluxo de dinheiro dentro da sociedade. Dessa forma, o Zakat é mais efetivo do que a instituição capitalista dos juros. Disse o profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) a esse respeito:

"Movimentem (no comércio) o dinheiro dos órfãos para que não seja corroído pelo Zakat."

 5º-A instituição do Zakat também é um meio de se garantir a segurança dentro da sociedade, pois a partir do momento que nós suprimos o básico em relação aos mais necessitados criamos uma harmonia dentro da sociedade.

6º-Com o pagamento do Zakat obtemos a multiplicação da recompensa como nos foi prometida por Deus.

 "O exemplo daqueles que gastam os seus bens pela causa de Deus é como o de um grão que produz sete espigas, contendo cada espiga cem grãos. Deus multiplica mais ainda a quem Lhe apraz, porque é Munificente, Sapientíssimo." (Alcorão Sagrado 2:261)

"Deus abomina a usura e multiplica a recompensa aos caritativos; Ele não aprecia nenhum incrédulo pecador." (Alcorão Sagrado 2:276)

7º- O pagamento do Zakat é um dos meios pelos quais podemos nos purificar dos nossos pecados e mal comportamentos.

"Recebe, de seus bens, uma caridade que os purifique e os santifique, e roga por eles, porque tua prece será seu consolo; em verdade, Deus é Oniouvinte, Sapientíssimo." (Alcorão Sagrado 9:103)

Disse o profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele):

"A caridade (Zakat) apaga os pecados do mesmo modo que a água apaga o fogo."

 8º- O pagamento do Zakat é um dos motivos pelo qual obtemos a clemência de Deus.

"... e a Minha clemência abrange tudo, e a concederei aos tementes (a Deus) que pagam o Zakat, e crêem nos Nossos versículos." (Alcorão Sagrado 7:156)

O pagamento do Zakat contribui para o crescimento dos nossos bens.

"Dize-lhes: Em verdade, meu Senhor prodigaliza e restringe Sua graça a quem Lhe apraz, dentre os Seus servos. Tudo quanto distribuirdes em caridade Ele vo-lo restituirá, porque é o melhor dos agraciadores." (Alcorão Sagrado 34:39)

"Quanto emprestardes algo com usura, para que vos aumente (em bens), às expensas dos bens alheios, não aumentarão perante Deus; contudo, o que derdes em Zakat, anelando contemplar o Rosto de Deus (ser-vos-á aumentado). A estes, ser-lhes-á duplicada a recompensa." (Alcorão Sagrado 30:39)
E disse o profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele):
"A caridade jamais diminui o patrimônio."

No Alcorão encontramos freqüentemente a menção do pagamento do Zakat no mesmo versículo que fala da observância da oração.
 
"Os fiéis que praticarem o bem, observarem a oração e pagarem o zakat, terão a sua recompensa no Senhor e não serão presas do temor, nem se atribularão." (Alcorão Sagrado2:277)

"Alef, Lam, Mim. Estes são os versículos do Livro da Sabedoria. Orientação e misericórdia para os benfeitores, Que observam a oração, pagam o zakat e estão persuadidos da outra vida. Estes são orientados por seu Senhor, e serão os bem-aventurados." (Alcorão Sagrado31:1-5)

Em função disso, o primeiro califa Abu Bakr combateu aqueles muçulmanos que se recusaram a pagar o Zakat após a morte do profeta, pois o recebimento e a sua distribuição não são tarefas individuais e sim responsabilidade da autoridade pública, que está incumbida de fazer cumprir a Lei islâmica, podendo intervir em nome da sociedade, para estabelecer e consolidar a instituição do Zakat, ainda que estes testemunhassem que eram muçulmanos e cumprissem as orações.

Pois ele disse que para ser um muçulmano não se pode seguir parte do Alcorão, aquilo que os interessa e deixar de seguir aquilo que não é dos seus interesses. Pois o Alcorão é um todo indivisível, e a partir do momento que se acredita ser a Palavra de Deus, ao deixarmos de seguir algo que ele nos ordena, por não estar de acordo com os nossos interesses, estamos nos colocando numa posição superior a Deus.

Logo, quem impedir o recolhimento do Zakat por negar sua obrigatoriedade, torna-se um descrente e quem impedir o recolhimento do Zakat por avareza, reconhecendo a sua obrigatoriedade, é um pecador, não deixando com isso de ser um muçulmano.

Citarei, agora, algumas implicações daqueles que não pagam o Zakat e impedem o seu recolhimento, conforme nos relata o Alcorão:

"Quanto àqueles que entesouram o ouro e a prata, e não os empregam na causa de Deus, anuncia-lhes (ó Muhammad) um doloroso castigo. '' (Alcorão Sagrado 9:34-35)

Temos relatos históricos que citam que em certos períodos da administração Islâmica, quando o Islam foi praticado integralmente, como na época do califa Omar Ibn Abd Al Aziz, não haver nenhuma pessoa dentre os beneficiários legais para receber o Zakat, pois a pobreza havia desaparecido do império Islâmico e as pessoas tinham o suficiente para satisfazer as suas necessidades básicas.
Assim, os bens recolhidos do Zakat eram depositados num fundo público ou tesouraria do Zakat, para que fossem utilizados em benefício público, como a construção de escolas, hospitais, pontes e etc. Isso demonstra que se a lei do zakat fôr corretamente aplicada, pode diminuir as necessidades dos cidadãos e enriquecer a tesouraria pública para que essa possa com o excedente aplicar em benefício público.
Isto também demonstra que a existência do Zakat não pressupõe necessariamente a existência de uma classe desfavorecida para recebê-la.
Deus, o Altíssimo, promete uma grande recompensa para aqueles que pagam o Zakat.

"Crede em Deus e em Seu Mensageiro, e fazei caridade daquilo que Ele vos fez herdar. E aqueles que, dentre vós, crerem e fizerem caridade, obterão uma grande recompensa."(Alcorão Sagrado 57:7)

"Por outra, o exemplo de quem gasta os seus bens espontaneamente, aspirando à complacência de Deus para fortalecer a sua alma, é como um pomar em uma colina que, ao cair a chuva, tem os seus frutos duplicados; quando a chuva não atinge, basta-lhe o orvalho. E Deus bem vê tudo quanto fazeis." (Alcorão Sagrado 2:265)

"É certo que prosperarão os fiéis, Que são humildes em suas orações. Que desdenham a vaidade Que são ativos em pagar o zakat." (Alcorão Sagrado 23:1-4)

Fonte:http://islamemlinha.com/index.php/artigos/5-pilares-do-islao/item/o-zakat

quinta-feira, fevereiro 16, 2012

As 7 pessoas que serão acomodadas na sombra da Misericórdia de Deus: PRIMEIRA PARTE

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) - Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK.

Abu Huraira (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta de Deus (Salalahu Aleihi Wassalamo) disse: “Há sete tipo de pessoas que serão acomodadas por Deus, na sombra da Sua Misericórdia, no Dia em que não haverá mais nenhuma sombra, exceto a Sua:
 1) – O Rei justiceiro; 
2) – O jovem que passou a sua juventude na adoração a Deus;
3) – A pessoa cujo íntimo esteja ligado ao Masjide ; 
4) – Aquelas duas pessoas que por Deus se amam, que se reúnem por Sua causa e por causa Dele se separam;
5) – A pessoa que foi exposta à tentação por uma mulher bela e recusou, dizendo: “Eu temo a Deus”;
6) – A pessoa que dá esmola e que a mão que dá (a direita), o faz com tanto secretismo, que a outra mão não sabe; 
7) – A pessoa que recorda a Deus na solidão, deitando lágrimas.

1 ) – O Rei Justiceiro:

No Dia da Ressurreição, Deus segurará toda a terra e o céu dobrado na Sua mão direita e dirá: “Eu Sou o Rei; onde estão os reis da terra?”. Bhukari 93:479. Os reis, os ministros e todos os governantes, devem criar condições para que os povos possam viver em paz e em segurança nos seus países. Apesar do poder se encontrar distribuído sob a forma duma pirâmide, os líderes das diversas localidades, serão também questionados por Deus. 

Cabe aos líderes religiosos, a responsabilidade pela difusão da palavra de Deus (nosso Criador) e das orientações do Seu Mensageiro (Salalahu Aleihi Wassalam). Aquele que não mostra misericórdia para com o povo, Deus, o Altíssimo, não mostrará misericórdia para com ele (Bhukari). O chefe da família de cada lar, deve assumir também as suas responsabilidades, em todos os aspectos, sociais e religiosos. Todos prestarão contas perante o Criador, Dono e Senhor do Dia do Julgamento Final. Infelizmente, o ser humano quando assume uma posição de liderança, enche-se de orgulho e esquece a pesada responsabilidade que tem perante a sociedade e em especial perante Deus. “A opressão será uma escuridão no Dia da Ressurreição”. Bhukari 43:627.

Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Se alguém procura o cargo de juiz entre os muçulmanos e quando o consegue, sua justiça prevalecer sobre a sua tirania, ele irá para o paraíso. Mas se o homem a quem a tirania prevalecer sobre a sua justiça, irá para o inferno”. Suna Abudawod 24:3568.

Os protegidos devem respeitar a lei e a ordem emanada dos seus líderes, sob pena também de assumirem as suas responsabilidades. “Ó crentes, obedecei a Deus, ao Mensageiro e às autoridades dentre vós”. Cur’ane 4:59. No entanto, quando a lei for atropelada pelos governantes e quando eles, em proveito próprio, se esquecem dos desfavorecidos, devemos reagir, conforme a seguinte orientação: Anas (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Ajude o seu irmão, quando ele é um opressor ou quando é oprimido. Perguntaram-lhe: Está certo em ajudá-lo quando é oprimido, mas como devemos ajudá-lo quando ele for o opressor?” Respondeu ele: “Impedindo-o de oprimir os outros”. Bhukari 43:624. E disse o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam): “O melhor esforço no caminho de Deus, é dizer uma palavra de justiça perante um governador opressivo”. Suna Abudawod. 37:4330.

No dia em a trompeta será soprada, as mães fugirão do seus próprios filhos e cada um se tentará salvar. Os que oprimem os seus povos, serão afastados da sombra da Misericórdia de Deus e serão severamente castigados por Deus, o Último Justiceiro, conforme nos referiu Abu Huraia (Radiyalahu an-hu): O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse:”Quando a honestidade se encontrar perdida, então deverão esperar pela Hora”. Foi-lhe perguntado, como é que a honestidade será perdida?. Respondeu: “Quando a autoridade for dada a quem não merece, devem esperar pela hora.” Bhukari 76:503. Também Ma’quil (Radiyalahu an-hu) disse que ouviu do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) dizer: “A qualquer homem a quem Deus deu a autoridade para decidir acerca das questões das pessoas e não cuidar deles duma maneira honesta, nunca vai sentir o cheiro do paraíso”. Bhukari 89:264.

Os que praticaram injustiças, verão as suas eventuais boas obras serem retiradas e distribuídas por aqueles a quem oprimiram. Abu Said Al-Kudri, referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Quando os crentes passarem com segurança pela ponte do inferno, eles serão mandados parar entre o inferno e o paraíso, onde “retaliarão” uns aos outros, pelas injustiças cometidas entre eles no mundo. Só quando se encontrarem purificados de todos os seus pecados, é que serão admitidos no paraíso”. Bukhari 43:620.

A “Sadaqa “– Contribuição Voluntária, é devida por todos os homens, em cada dia que o sol nasce. A administração da justiça entre os homens, é também uma “Sadaqa”, como também é uma boa palavra, cada passo que der para a oração e a remoção do caminho, de coisas prejudiciais. Muslim 5:2204.

Abdullah b. Umar (Radiyalahu an-huma), referiu que o Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Os distribuidores da justiça, serão instalados em púlpitos de luz ao lado direito de Deus, o Misericordioso, o Exaltado, o Glorioso. “Os dispensadores da justiça” são aqueles que fazem as suas regras justas, em matérias relacionadas com as suas famílias e também com outros, que se comprometeram a fazer”. Musslim 20.4493.

Oh amigo! Mantém-te afastado dos caminhos da opressão; oprimir a Criação, é esquecer o Criador”. (Abdullah Al Ansari Al-Harawi - Poeta Persa – 1006/1089)

In Sha Allah, continua na próxima semana. Um bom dia de Juma

Cumprimentos,

Abdul Rahman Manga - Cidade do Porto- Portugal

A FALTA DE SEGURANÇA


Por: Sheikh Aminuddin Mohamad
Fonte: Almadina - 13.02.2012

Não há dúvidas que o Mundo conheceu nos últimos tempos um assinalável e espantoso progresso, mas simultaneamente conheceu igualmente grandes recuos, caracterizados pela barbárie sob várias formas, a que se assiste um pouco por todo o lado.

Com o formidável progresso que o Mundo conheceu, supunha-se que a vida das pessoas conheceria substanciais melhorias em termos de qualidade e segurança, mas pelo contrário, vive-se mais amedrontado do que na época pré-história.

Tomemos por exemplo, apenas a situação da segurança no Mundo. Não obstante existirem vários meios e instrumentos, não há segurança onde quer que seja. Ao amanhecer ou ao anoitecer, quando ligamos o televisor, sintonizamos uma estação radiofónica, ou  folhearmos algum jornal, só ouvimos ou lemos notícias tristes de assaltos, assassinatos, estupros, sequestros, etc. As pessoas vivem numa situação constante de medo um do outro. Caminham pelas ruas, praças e locais públicos, tensas, com medo, e traumatizadas, imaginando que a qualquer momento ou em qualquer lugar lhes pode acontecer algo indesejável, que pode acabar com as suas vidas. E todo este temor, todo este receio, não é nem descabido nem imaginário, mas sim real, pois tudo isto está a acontecer ao nosso redor e à luz do dia, nas praças, ruas, nas nossas casas, etc. Muitas vezes as pessoas são tolhidas quando, sentindo-se à vontade, se dirigem ao bazar para fazerem as suas compras, ou vão tomar uma refeição num restaurante, ou simplesmente caminham, e tornam-se vítimas desse tipo de acções indesejáveis, afectando sobremaneira a segurança em que vivem.

O Mundo precisa de segurança e tranquilidade nesse ambiente violento em que se vive aliás, essa é a necessidade urgente dos nossos tempos, pois as pessoas têm até certo ponto, todas as outras condições que lhes permitem ir vivendo a sua vida tranquilamente. Por exemplo, há carros pequenos, médios e grandes, para todos os bolsos. Há autocarros, comboios e aviões para transportar pessoas à distâncias curtas médias ou longas. Há vestuário de variados tipos, baratos e caros. Há uma grande variedade de comidas, de restaurantes, de quiosques, de take-aways, de habitações pequenas médias e grandes, etc.

Para além de tudo isso, existem muitos meios modernos para se ganhar o sustento, e para o progresso material. Hoje há computadores, internet, telefones celulares, etc., e há mais instrumentos recreativos e de diversão, que no passado não havia, nem uma décima parte aliás, num passado não muito distante, nem se podia imaginar tudo isso. Contudo, se alguma coisa nos falta, é a segurança e a paz.

Apesar de tanta riqueza no Mundo, as pessoas vivem amedrontadas, o que certamente revela a sua maior frustração. 

Os governos por esse Mundo fora já fizeram várias tentativas, tendo gasto milhões de dólares para pôr um fim à situação de insegurança e aos atos de terror, mas quer parecer que não tiveram o êxito desejado, pois mantém-se o clima de insegurança. Não diminuiu nem um pouco aliás, até parece que pouco a pouco está-se enraizando, o que indica que todas as medidas e estratégias que foram adoptadas para acabar com a insegurança, falharam. Portanto, é necessário pensar e adoptar outras medidas que permitam estabelecer a segurança, e aplicar métodos que possam proporcionar a tão desejada paz e tranquilidade às pessoas, pois quando um método não resulta, é necessário que se adopte outro.

Se se aplicassem algumas das medidas que a religião prescreve, de certo que tal traria resultados positivos, erradicando a violência, a criminalidade e a insegurança no Mundo.

A história testemunha, que enquanto os ensinamentos do Profeta foram aplicados, até mesmo os que a dureza e rudeza dos seus corações era maio, não resistiram, e os seus corações amoleceram, dando lugar ao amor e à compaixão ao invés do ódio e da vingança.

Quando o Profeta Muhammad S.A.W. recebeu a Revelação, o Mundo todo estava afogado nas trevas da ignorância, os conflitos e as guerras proliferavam por todo o lado. Os seus autores eram tão obstinados, que não conseguiam viver sem encetar acções insidiosas, apenas para seu gáudio. Mas com o esforço do Profeta e com os seus ensinamentos, ensinou às pessoas como viver em paz e segurança. Reconciliou todos os grupos hostis tornando-se amigos uns dos outros, como se nunca tivessem divergido entre eles.

Pessoalmente, o Profeta quando saiu vitorioso sobre os que o perseguiram e conspiraram para o matar, torturaram e massacraram os seus discípulos na tentativa de dificultar e impedir a sua missão, não só se absteve de se vingar deles, como até perdoou a todos eles.

Para erradicar o crime, ele deu boas orientações, proibiu as pessoas de se enganarem umas às outras, de mentir, de faltar com as suas promessas, de matar e assaltar. Ensinou-nos a sermos verdadeiros, amorosos, justos e a estabelecermos a igualdade. Proibiu-nos terminantemente a prática do adultério, a imoralidade e o açambarcamento, ensinando-nos o bom comportamento. E era por isso que em presença do modelo e exemplo que a figura do Profeta lhes apresentava, se arrependiam dos crimes e pecados que cometiam, e tornavam-se virtuosas.

Mesmo hoje, se as pessoas aplicarem esses nobres ensinamentos, poderão viver num Mundo bastante seguro, e a criminalidade poderá acabar.

Se todos os ricos pagassem 2,5% (dois e meio por cento) da sua riqueza como Zakát (taxa obrigatória devida aos pobres), tal teria ajudado muito na pacificação social e na eliminação do ódio e rancor entre ricos e pobres, o que concorre para a criminalidade na sociedade.

A segurança tem prioridade para o Homem, acima de todas as outras necessidades, e até mesmo acima da alimentação. Isto é igualmente aplicável aos animais.

Certa vez coloquei alguma comida para pássaros, e fiquei por perto, meio escondido, a ver se eles viriam comer ou não. Primeiro veio um pássaro, mas quando se apercebeu que eu estava por perto, comunicou aos outros, e assim nenhum de entre eles se aproximou da comida.

Por isso, a segurança é um grande favor da parte do Criador.

E Deus enumerou a segurança na lista dos seus favores para com a Humanidade, quando diz no Al-Qur’án, Cap. 106, Vers. 3 – 4: “Que adorem pois, o Senhor desta casa (Kaãba); Que os alimentou contra a fome e lhes deu segurança contra o medo”.

É devido à importância da segurança, que hoeje surgem tantas empresas que se dedicam à esta atividade, amealhando muito dinheiro neste tipo de negócio. Mas diga-se, a bem da verdade, a segurança é dever do Estado, pois este é que deve proporcionar e garantir a segurança da vida, dos bens e da honra de cada cidadão.

"Em fim, o homem já provou sua incapacidade de manter a segurança dos seus semelhantes, que tal deixar que Allah SW faça isso para você?  Ele é o maior dos Vigilantes! Abra o seu coração e conduza sua vida guiada pelo Alcorão!

Que a paz, as Bênçãos e a Misericórdia de Allah estejam convosco, hoje e sempre, Amin!". ( Hajj Hamzah Abdullah Islam- o menor dos servos de Allah)

terça-feira, fevereiro 14, 2012

Dez dicas para muçulmanos à espera de um filho

Por: Sadaf Farooqi 
Traduzido para o português por Danielle Aisha. 

As excitantes novas mal foram digeridas e o felizardo casal Muçulmano começa a planejar e a se preparar para a iminente chegada de seu bebê. Apesar do nível de ansiedade, excitação e antecipação depender muito se esta é a primeira gravidez, ou uma subseqüente que irá adicionar a uma prole já existente, mesmo assim, ninguém consegue se contiver, mas entusiasticamente esperar para uma refrescante nova tarefa na jornada da paternidade. 

Desde tempos imemoriais são vistas mulheres dando a luz com sucesso. Cada ser humano que nós vemos é uma prova do fato que algum dia, anos atrás, uma mãe grávida carregou aquele indivíduo durante vários estágios de dificuldade e fraqueza nata. 

[31:14] E recomendamos ao homem benevolência para com os seus pais. Sua mãe o suporta, entre dores e dores, e sua desmama é aos dois anos. (E lhe dizemos): Agradece a Mim e aos teus pais, porque retorno será a Mim. 

Ainda assim, quando uma mulher embarca nesta jornada, mesmo se não for sua primeira vez, ela é tomada por uma miríade de diferentes e algumas vezes conflitantes emoções – euforia, ansiedade, esperança, desespero, alegria, medo, excitação e incerteza, nomeando somente algumas delas. 

Para Muçulmanos, este novo desenvolvimento apela para níveis elevados de taqwa (consciência de Allah), e completo tawakkul (confiança em Allah) sem desvios. Como já estive nesta jornada duas vezes, e tendo experimentado responder as questões de muitas irmãs que voltaram-se a mim para aconselhamentos quando elas estavam a caminho de construir uma família, eu decidi compartilhar hoje algumas dicas para os muçulmanos à espera de um filho, para o benefício futuro daqueles que estão a caminho de se tornarem pais, ou esperam que isto aconteça um dia: 

1) Você não é a única assustada com isso 
Se você se encontra imaginando quão difícil pode ser dar a luz e cuidar de um bebê, tenha certeza que toda mulher se sente desta maneira quando fica grávida. Ninguém nasceu para ser a "mãe perfeita"; na verdade, a dita "mãe perfeita" não existe. Toda mãe que já viveu, cometeu erros e aprendeu com eles. A maioria teve dias muito ruins durante qualquer um dos seus trimestres de gravidez, quando a náusea e as dores no corpo a fizeram chorar; quando seus pés incharam até o nono mês e ficar de pé ou andar se tornaram um pesadelo; quando elas disseram as coisas mais detestáveis durante as variações de humor, ou quando elas pensaram que nunca estariam aptas a passar por nenhum dos difíceis estágios. Você não está sozinha. 

2) Busque o perdão 
As gestantes sentem-se culpadas de queixarem-se das dores, do cansaço e da fraqueza; de reclamar da falta de força; de estar privada do prazer dos hobbies e passatempos que costumava ter, e por se sentir assustada e preocupada sobre o futuro. Elas se sentem culpadas pois no fundo sabem que na verdade, elas estão sendo abençoadas por Allah, ao lhe ser dado um bebê através de uma gravidez segura e progressiva. Elas sabem que muitas mulheres que não podem conceber dariam tudo para estarem no lugar delas – mesmo assim, elas não conseguem evitar se sentirem sem esperanças as vezes, sozinhas, chorosas e miseráveis. Saiba que seu corpo está passando pela maior mudança possível – tal mudança envolve sublevações emocionais e físicas; muito choro, preocupação e lamentação. Entretanto há uma maneira muito efetiva para se aliviar da culpa correspondente: arrependimento todos os dias. Ele limpará qualquer mal que você fizer. Lembre-se de continuar com esse procedimento benéfico durante a gravidez. Recite o istarfirullah (Perdoe-me Allah) pelo menos cem vezes ao dia. Leva apenas alguns minutos. 

3) Agradeça a Allah 
Ser abençoada com uma criança é realmente algo que deveríamos agradecer. Lembre-se que você é abençoada saber que você é fértil é muito positivo, um sentimento que levanta a moral da mulher. Lembre-se da mortificação sentida por um número incontável de mulheres que não são aptas a conceber após estarem casadas por muitos anos é muito pior emocionalmente e psicologicamente do que poucos meses de dor, fraqueza e fadiga. Mesmo se sua gravidez "não for planejada" ou "indesejada" – force a si mesmo a agradecer a Allah por esta bênção, pois uma criança piedosa é um dos maiores meios de se beneficiar e de recompensas após um Muçulmano deixar esta vida. Pense no quadro geral e se console pensando, por exemplo, "Em alguns anos, eu nem pensarei nesta dor e fraqueza, inshAllah (Se Deus Quiser), mas estarei desfrutando da companhia de uma bela criança!" Também, lembre-se que filhos piedosos são uma das maiores fontes de recompensas contínuas para um Muçulmano após a sua morte. 

4) Faça sua lição de casa/ adquira conhecimento 
Ganhe conhecimento sobre a gravidez e o nascimento; não somente as regras islâmicas, mas também conhecimento médico sobre o que está acontecendo dentro do seu corpo. Ler na internet é uma maneira muito eficiente de descobrir o básico, contanto que você seja apta a diferenciar entre os fatos e os mitos. 

5) Apresente o Alcorão para o seu bebê 
Quando o feto está completamente formado, logo após os primeiros três meses de gravidez, ele pode ouvir sons de dentro do corpo da mãe. Enquanto seu bebê está dentro de você, ele primeiramente identifica e se acostuma com a sua voz. É neste ponto que os profissionais da saúde aconselham aos pais a começarem a falar com seu bebê como se ele estivesse bem na frente deles. O bebê rapidamente identifica a voz das pessoas que ele mais ouve especialmente a da mãe. Capitalize nesta interação, uma ligação exclusiva com o seu filho, a qual irá se extinguir assim que a gravidez tiver terminado. Recite o Alcorão (se puder, sem correr) todos os dias até a data do parto, uma vez que seu quarto mês de gravidez se iniciou e seu bebê estará ouvindo cada palavra que você proferir. Quando uma mãe fala, as ondas sonoras da sua voz viajam até o bebê, então imagine que ótimo efeito da melodiosa e reconfortante recitação do Alcorão terá sobre o feto! Divida sua recitação para que o bebê ouça todo o Alcorão na sua voz antes de você dar a luz. Em adição, recite a du’aa que a mãe de Maryam Bint ‘Imran fez quando ela estava esperando seu bebê: “idz qaalati imra-atu ‘imraana rabbi innii nadzartu laka maa fii bathnii muharraran fataqabbal minnii innaka anta alssamii’u al’aliimu” [3:35] "Recorda-te de quando a mulher de Imran disse: Ó Senhor meu, é certo que consagrei a ti, integralmente, o fruto do meu ventre; aceita-o, porque és o Oniouvinte, o Sapientíssimo." Com este du’aa, você pode renovar sua intenção todo dia que este bebê será um servente de Allah piedoso que devotará sua vida a lutar pela causa de Allah. Você verá o resultado fantástico de dedicar seu filho a Allah durante a gravidez, uma vez que seu bebê nascer seguramente e começar a crescer. A criança irá demonstrar uma afinidade nata em relação ao Alcorão e outras formas de adoração desde muito cedo em sua infância, inshlAllah! 

6) Seja paciente 
O Profeta Muhammad (saws) disse que, "…a mulher que morre durante a gravidez é uma mártir." [Narrado por Ahmad (23804), Abu Dawood (3111) e al-Nasaa'i (1846)]. Isto significa inevitavelmente que enquanto ela está grávida, ela é equivalente a um guerreiro ou trabalhador no caminho de Allah. Imagine! Você está trazendo uma vida ao mundo… mas não somente uma vida. Sua prole é a continuação de uma linhagem – um predecessor para muitas outras gerações, inshAllah. A dificuldade que você está passando está escrita para você pela magnanimidade do trabalho tirado de você – a grandeza da responsabilidade de trazer uma vida, ou ainda a continuação de uma vida existente, neste mundo! Não é de se admirar que você está cheia de medos, em um turbilhão emocional, mudanças de humor, falta de sono, fadiga física, inchaço e no final, dificuldade de movimentação. Ser paciente significa tentar não dizer coisas desagradáveis ou negativas; não extrapolar e fazer a vida mais difícil para as outras pessoas, e perseverar na adoração e obediência a Allah como usual, apesar das dificuldades. 

7) Busque aconselhamento
A importância do apoio moral entre irmãs muçulmanas e consultas mútuas não pode ser subestimada. Isto faz a gestante sentir-se muito bem ao ouvir as experiências passadas de amigas e parentes. Entretanto, ao falar com outras mulheres e buscar seus conselhos, é muito importante não diminuir sua individualidade. Allah criou você com exclusividade, e isto significa que nem tudo que funciona para os outros irá funcionar igualmente para você. Também, as experiências de uma mesma mulher, diferenciam de uma gravidez para a outra. Se você tiver muitas náuseas e vômitos na primeira gravidez, é possível que, na segunda, dores de cabeça severas ou inchaço serão os maiores desafios. Saiba que todas as mães usam um método de tentativa e erro para passar pelos rigores da gestação, e você também deverá fazer isso. 

8) Siga a sua intuição
Allah guia Seus servos piedosos inspirando-os a fazer algo – Ele pode colocar uma idéia em sua cabeça, fazer você se deparar com um artigo, um livro, ou um telefonema de alguém, que se tornará o meio para encontrar a solução correta para o seu problema. Enquanto é sempre inteligente buscar o aconselhamento de mulheres mais velhas e mulheres que já tenham passado por isso, você deve também confiar em seus instintos ou sua intuição. Uma mulher é programada de certa maneira, e ela deve fazer o que ela acha certo para ela e para o seu bebê que ainda não nasceu. 

9) Não peça desculpa o tempo todo 
Da mesma maneira se você escolher não seguir o conselho de alguém sobre a sua gravidez, você não deve se sentir culpada sobre isso ou se desculpar para a pessoa profusamente. Você tem o direito de escolher o que você acha que é melhor para você e seu bebê. E isto inclui escolher o obstetra apropriado, plano de parto e modo de parto (parto em casa, na água, etc.). 

10) Abra espaço para os erros
Por último, mas não menos importante, lembre-se que cometer erros é normal e perfeitamente aceitável. Se você fizer algo errado, retifique sua posição e aprenda com a repetição dos erros. Todas as mães cometem erros; é assim que elas ficam boas no que fazem. Allah perdoará você por seus erros, contando que você volte-se a Ele em arrependimento sincero (como mencionado no número dois acima) e esteja consciente Dele quando tomar uma decisão sobre você e seu bebê. Não há maneira correta ou errada de criar um bebê e o que funciona para cada dupla de mãe e filho é único. O nascimento do seu bebê irá, inshAllah, sinalizar o fim da maioria das suas dificuldades físicas, mas irá iniciar o próximo estágio da sua jihad – amamentar e cuidar do seu bebê em tempo integral. Com cada dia que passa, a cada hora, você aprenderá os procedimentos e Allah fará com que fiquem mais fáceis. Cada bebê que se sucede é da mesma forma mais fácil de cuidar do que o último, como você já terá passado por isso, até o dia que você literalmente amamentará e trocará uma fralda meio dormindo, sem nem ao menos acender a luz! 

fonte http://muslimmatters.org/2010/05/17/the-family-way-ten-tips-for-expecting-muslims/