sexta-feira, julho 27, 2012

Bons Conselhos responsabilidade dos Crentes em Allah SW


Bismi Lahi Arahmani Arahim – Em Nome de Deus Clemente e Misericordioso!


Queridos irmãos e Caríssimos Amigos

Todos os louvores são para Allah, o Único, o Criador de tudo o que existe. Que a Paz de Deus esteja com todos os Profetas, que se sacrificaram para nos deixarem a mensagem de Deus, o Misericordioso e Perdoador. As Bênçãos e a Paz de Deus estejam, com o Profeta Muhammad, sua família e seus companheiros. A Paz e Misericórdia de Deus estejam com todos os crentes.

Hoje presenciamos, como no passado, a decadência de vários povos, economias que pareciam sólidas, guerras, terremotos, tsunamis, vulcões. E assistimos também a grandes misérias, fome, doença e o pior a corrupção humana em todos os níveis. Tudo isso poderia ser atribuído ao castigo de Deus sobre a humanidade, mas, na realidade trata-se da colheita dos frutos consequentes do abandono da recomendação do lícito (o bem) e da proibição do mal. È a ausência da observação do conselho dos sábios, pais e dos mais experientes.

Tudo começa com a falta dos princípios de educação que deveria ter sua base nos lares, mas, a vida moderna e a falta da aplicação das obrigações recomendadas pelo Livro Sagrado e o Sunah retirou as mães dos lares e os filhos ficaram a mercês de babás e empregados, muitas das vezes sem nenhuma qualificação moral, intelectual e religiosa. O resultado de tudo isso é a perdição. Perdição que leva a confusão e confusão que pode nos roubar a felicidade nessa e na outra vida.

Potências mundiais gastam verdadeiras fortunas destruindo povos e etnias ao invés de investirem em educação, saúde e combate a fome. E depois não sabem por que se tornam produtos de ódio dos humanos e do desprezo do Altíssimo! Em nome da paz promovem guerra, em nome de Deus Louvado Seja promovem a exploração do homem pelo homem e a caminhada para o abismo final caminha em passos de gigante.

Deus nos fala no Alcorão Sagrado: “Porém, castigamos cada um, por seus pecados; sobre alguns deles desencadeamos um furacão; a outros fulminou-os o estrondo; a outros fizêmo-los serem tragados pela terra, a outros, afogamo-los. É inconcebível que Allah os houvesse injustiçado; outrossim, injustiçaram a sim mesmos (Surata 29:40);”

É hora de acordar humanidade terráquea! E para que não aconteça o que aconteceu com nossos antepassados agarremos nas recomendações do Alcorão Karim! É o momento de voltarmos a praticar os bons conselhos, isso se quisermos minimizar o sofrimento do mundo e garantir a verdadeira vida. Veja o que Deus Louvado Seja, nos fala na: “ E que tenha entre vós um grupo que recomende o bem, dite a retidão e proíba o ilícito. Estes serão os bem-aventurados”. (Surata 3:104);

E mais: “Os crentes e as crentes são protetores uns dos outros; recomendam o bem, proíbem o ilícito, praticam a oração, pagam o zakat e obedecem a Allah e ao seu Mensageiro (Surata 9:17)”.

Vejam a promessa do Altíssimo, do Misericordioso:

“E minha clemência abrange tudo, e a concederei aos tementes, que pagam o zakat, e crêem nos Nossos versículos. Aos que seguem o Mensageiro, o Profeta iletrado, o qual encontra escrito junto deles na Torah (livro sagrado dos Judeus) e no Evangelho (Revelação de Deus através de Jesus Aleihi Salam), o qual lhes recomenda o bem e lhes proíbe o ilícito... (Surata 7:156,157)”.

E esse é a conclusão de Deus louvado seja para os tementes que praticam seu código de conduta:

“Sois a melhor nação que surgiu na humanidade, porque recomendais o bem, proibis o ilícito e credes em Allah (Deus) (Surata 3:110).

 Não só Deus Louvado Seja nos recomenda sobre acatar os bons conselhos, também o nobre Profeta SAAS diz:

“Quem dentre vós verdes um mal (algo ilícito) que o altere com as mãos, se não puder que o faça com a língua, se não puder que o faça com o coração. E este é o nível mais fraco da fé.” (Muslim e Attirmizhi);

“Juro por Aquele que tem minha alma em suas mãos, ordenareis o bem e proibireis o mal. Se não o fizerdes, Allah poderá enviar sobre vós um castigo d’Ele e em seguida rogareis e não sereis atendidos”. (Attirmizhi);

“Todo grupo no qual há pessoas que cometem os pecados e, em seguida não alterarem estes erros, Allah os abrangerá com o castigo, mesmo sendo este grupo mais nobre e mais numeroso do que os que cometeram tais atos” (Ahmad e Ibn Majah);

“Se o pecado prevalecer na minha nação Allah os abrangerá com um castigo provindo d’Ele”. Ao afirmar isso, foi interrogado: “O mensageiro de Allah, não há entre eles pessoas virtuosas?”. ”Sim Respondeu. “E o que farão estas pessoas?”E o Mensageiro de Allah finalizou:” Lhes atingirá o que atingir todas as pessoas e, em seguida, seguirão para o perdão de Allah e comprazer”. (Ahmad);

“O exemplo daquele que preserva os limites de Allah e aqueles que transgridem neles é o exemplo de um grupo que lotou um navio, alguns ficaram na parte de cima deste navio e outros na parte de baixo; quando os que permaneciam no andar inferior queriam apanhar água passavam pelo andar superior. Então opinaram: Se fizermos um furo na nossa parte (inferior), para não incomodar quem está no andar superior!! Se as pessoas (do andar superior) CONSENTIREM COM ISSO TODOS SE AFOGARÃO, E SE OS IMPEDIREM SE SALVARÃO E SALVARÃO A TODOS”.

Esse dito do Profeta SAAS, também nos esclarece quanto à responsabilidade da corrupção individual e o recado se completa esse versículo do Alcorão Sagrado: ”E preveni-vos contra uma provação que não atingirá apenas aos injustos dentre vós... (Surata 8:25).

Conclui-se assim que o bom aconselhamento e a admoestação são partes essenciais da Religião, afirmando assim que o homem individualmente ou em grupo necessita do ensino e da orientação. E isso é responsabilidade de todos nós.

Para se tornar um bom conselheiro o homem tem que se preparar, porque se não será como um cego guiar outro cego (falamos de cegueira mental). Não podemos, por exemplo, pegar versículos isolados das Palavras de Allah SW. Vejam por exemplo, existe um versículo no Alcorão Sagrado, que parece contestar todas as citações que fizermos atrás, tanto do Alcorão como do Sunnah do Profeta SAAS:

Um homem chamado Abu Umaiah Asha’bani perguntou a Abu Tha’labah AL Khushani: Como me explica este versículo?”Ó crentes, cuidai de vós mesmos. Se vos conduzirdes bem, jamais poderão prejudicar-vos aqueles que se desviam... (Surata 5:105). Abu Tha’labah, com a mesma segurança respondeu:
“Fiz esta mesma pergunta a alguém conhecedor, perguntei ao mensageiro de Allah SAAS sobre este versículo e Ele disse: “Pois recomendem o bem e proíbam o mal, até que perceba uma avareza obedecida, um ego seguido, um materialismo preferido e a ostentação de cada opinante com sua opinião, aí, então deves precaver a si mesmo e abandone a multidão, pois virão dias em que a paciência será como segurar uma brasa de fogo. “Neste dias o benfeitor terá uma recompensa equivalente à recompensa de 50 homens que bem fazem igual as vossas ações”. Foi-lhe perguntado: ”Ó mensageiro de Allah, uma recompensa equivalente a recompensa de 50 dos nossos homens ou dele? “Disse, 50 dos vossos”. (Abu Daud e attirmizhi).

Concluímos então que o mal que assola a humanidade no mundo inteiro não se trata de um castigo de Deus Louvado Seja de forma vingativa e sim a aplicação de sua Justiça em detrimento a corrupção e da perdição que se encontram inclusive os crentes. Mas, isso não deve nos levar ao desânimo e sim nos estimular a regressar para as práticas vitoriosas do nosso Profeta SAAS, dos Califas Probos e dos seus companheiros RAA.

O maior investimento que podemos faze nesse momento é nos instruímos e voltamos às práticas do ensinamento e dos bons conselhos. Só assim garantiremos mais um passo para a salvação de nossas almas e de nossos semelhantes. A sociedade mundial só tem a ganhar com essas observações assim também como tem a perder se não as incrementarmos urgentemente.

Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” Surata 8:24

Ramadan Mubaraka – Jumua 27/07/2012

Fonte de Consulta: Passos no Caminho da Felicidade – Sheikh Ahmad Osman Mazloum

quinta-feira, julho 26, 2012

Indispensabilidade do Hadith


A Sunnah ou Hadith são a segunda fonte da qual os ensinamentos do Islam são esboçados. Hadith significa literalmente um dito transmitido ao homem, mas em terminologia islâmica significa os ditos do Profeta (paz esteja com ele), sua ação ou prática de sua aprovação silenciosa da ação ou prática. Hadith e Sunnah são usados intercaladamente, mas em alguns casos são usados com significados diferentes.

Para lidar com o tópico é necessário conhecer a posição do Profeta no Islam, porque a indispensabilidade do Hadith depende da posição do profeta. Analisando o problema, podemos visualizar 3 possibilidades:

1. A obrigação do profeta era apenas transmitir a mensagem e nada mais foi requerido dele.

2. Ele tinha que não apenas transmitir a mensagem mas também agir de acordo com ela, e explicá-la. Mas tudo era para um período especificado e depois de sua morte o Quran se torna suficiente para a humanidade.

3. Ele não tinha nenhuma dúvida para transmitir a Mensagem Divina, mas era também sua obrigação agir de acordo com ela e explicá-la para as pessoas. Suas ações e explicações são origem dos ensinamentos para sempre. Seus ditos, ações, práticas e explicações são origem de luz para todo muçulmano em todas as épocas.

É unanimidade que apenas a terceira alternativa é correta a respeito da posição do profeta no Islam. O Quran contém dúzias de lembretes da posição importante do profeta. Todo muçulmano deve ter o bom exemplo do profeta como um ideal de vida. No seguinte versículo, ele tem sido feito um ‘Hakam’ para os muçulmanos por Allah O Todo Poderoso. Ninguém continua muçulmano se não aceitar as decisões e julgamentos do profeta: "Qual! Por Teu Senhor, não crerão até que te tomem por juiz de suas dissensões e não objetem ao que tu tenhas sentenciado. Então, submeter-se-ão a ti espontaneamente" [An-Nisa 4:65]

Enquanto explicando as qualidades dos muçulmanos, o Quran diz: "A resposta dos fiéis, ao serem convocados diante de Deus e seu Mensageiro, para que julguem entre eles, será : escutamos e obedecemos" [An-Nur 24:51]

Em muitos lugares o Quran tem dado seu veredicto neste assunto. O Quran diz: "Obedecei a Deus e a seu Mensageiro" [An-Nisa 59] e "Aceitai, pois, o que vos der o mensageiro e abstende-vos de tudo quanto ele vos proíba" [Al-Haxr 59:7].

O Quran é muito claro ao expressar sua visão na posição do profeta. De acordo com o Quran o profeta tem quatro capacidades e ele deve ser obedecido em cada uma delas. Ele é o Mu`allim e Murabbee, ele é Shaari` que explica o Livro, ele é o legislador e juiz, e ele é o administrador. Em todas estas capacidades ele é um exemplo ideal para os muçulmanos. Cito uns poucos versos do Livro Sagrado que tratam deste tópico.

"Deus agraciou os fiéis, ao fazer surgir um Mensageiro de sua estirpe, que lhes ditou os Seus versículos, redimiu-os, e lhes ensinou o Livro e a Prudência, embora antes estivessem em evidente erro" [Al-Imran 3:164]

"E a ti revelamos a Mensagem, para que elucides aos humanos, a respeito do que foi revelado, para que meditem" [An-Nahl 16: 44]

"São aqueles que seguem o Mensageiro, o Profeta iletrado, o qual encontram mencionado em sua Tora e no Evangelho, o qual lhes recomenda o bem e lhes proíbe o ilícito, prescreve-lhes todo o bem e veda-lhes o imundo, avalia-os dos seus fardos e livra-os dos grilhões que os deprimem. Aqueles que nele creram, honraram-no, defenderam-no e seguiram a Luz que com ele foi enviada, são os bem-aventurados"[Al-Araf 7:157]

"Ó fiéis, obedecei a Deus, ao Seu Mensageiro e às autoridades, dentre vós! Se disputardes sobre qualquer questão, recorrei a Deus e ao Seu Mensageiro, se crerdes em Deus e no dia do Juízo Final, porque isto vos será preferível" [An-Nisa 4:59]

"Não é dado ao fiel nem à fiel agir conforme o seu arbítrio, quando Deus e Seu Mensageiro é que decidem o assunto. Sabei que quem desobedecer a Deus e ao Seu Mensageiro desviar-se-á evidentemente" [Al-Ahzab 33:36]

Em todos estes versículos, o Quran tem explicado vários aspectos da personalidade do Profeta. Alguém pode julgar a importância do Profeta a partir destes versículos. Recordo-me de outro importante versículo do Quran, que é na verdade um veredicto contra aqueles que não acreditam no Hadith como uma autêntica origem de Lei:

"A quem combater o Mensageiro, depois de haver sido evidenciada a Orientação, seguindo outro caminho senão o dos fiéis, abandoná-lo-emos em seu erro e o introduziremos no inferno. Que péssimo destino!"[An-Nisa 4:115]

O Quran pressiona os muçulmanos a obedecerem o Profeta, e anuncia que a profecia de Muhammad (paz esteja com ele) está acima das limitações de tempo e espaço. Ele é último Profeta e um Mensageiro de Allah para toda a humanidade de todos os tempos vindouros. O Hadith não é nada além de um reflexão da personalidade do Profeta, que dever ser obedecida a todo custo.

Qualquer estudante do Quran verá que o Livro Sagrado geralmente trata os princípios indispensáveis da religião de forma ampla, entrando em detalhes em apenas alguns raros casos. Os detalhes são tratados pelo Profeta que, ou mostra pela sua prática como uma injunção deverá ser tratada, ou dá uma explanação verbal. A Sunnah ou o Hadith do Profeta não era, como normalmente suposto, uma necessidade que fora sentida apenas depois de sua morte, já que era muito necessária também em seu tempo de vida. As duas mais importantes instituições religiosas do Islam são a oração e o zakat; e quando a injunção relatando a oração e o zakat foram entregues, e eram repetidamente reveladas em Meca e Madina, contudo nenhum detalhe era mostrado. Então era o profeta mesmo que por suas próprias ações deu os detalhes para o adorador e disse: (Salloo kamaa ra'aytamoonee usaallee) "Rezem como vocês me vêem rezando". O pagamento do zakat é uma injunção que freqüentemente é repetida no Quran, e foi o profeta quem deu as regras para o pagamento e a coleta. Existem outros exemplos já que o Islam abrange a totalidade da esfera das atividades humanas, centenas de outros pontos têm sido explicados pelo Profeta pelo seu exemplo nas ações e palavras.

O ulemá tem discutido a questão do Hadith detalhadamente como um "wahyun khafee" e uma sabedoria profética. Eu não vou entrar em detalhes, mas uma coisa pode ser declarada claramente: existem casos nos quais o profeta, não tendo recebido a revelação, fez um esforço pessoal para formular uma opinião por sua própria sabedoria. Ou isto era corrigido pela revelação ou era reprovado. A importância da Sunnah mesmo como segunda fonte do Islam era um assunto estabelecido pelos companheiros do profeta. Eu cito apenas um dos muitos exemplos: que de Mu`az ibn Jabal que disse para o profeta que ele deveria decidir de acordo com a Sunnah caso não encontrasse solução no Quran para o problema. Cita o Dr. Hamidullah:

"A importância dos Hadiths é ainda maior pelo fato de que o profeta Muhammad não apenas ensinava, mas aproveitava para por em prática seus ensinamentos em todos os assuntos importantes da vida. Após sua designação como Mensageiro de Deus, ele viveu por 23 anos. Ele enriqueceu sua comunidade com uma religião que ele mesmo praticava escrupulosamente. Ele fundou um Estado, ao qual ele administrava como chefe supremo, mantendo a paz e a ordem interna, liderando o exército para a defesa externa, julgando e decidindo os litígios dos seus súditos, punindo os criminosos, e legislando sobre os assuntos da vida. Ele casou e deixou um exemplo de vida familiar. Outro fato importante é que ele não se colocou acima da lei comum, a mesma que ele impunha aos outros. Sua conduta não era apenas um comportamento particular, senão uma interpretação e aplicação minuciosa dos seus ensinamentos" [Introdução ao Islam, página 45]

O homem, no entanto, que abraçou o Islam necessita de ambos, o Quran e a Sunnah. Na verdade o Hadith é tão importante que sem ele, o Livro Sagrado e o Islam não podem ser completamente compreendidos ou ser aplicados na vida prática do fiel.

Dr. Khalid Alvi

The Place of Hadith in Islam

American Trust Publications

A CONDIÇÃO DA MULHER NO ISLAM

Tudo que é o outro, que não faz parte da nossa realidade mais imediata, tende a nos assustar e a ser objeto de nossa rejeição. Raríssimas vezes nos detemos nas questões que nos escapam e, por isso mesmo, fazemos julgamentos apressados, superficiais, e incorporamos conceitos sempre carregados de preconceitos, porque fundamentados na ignorância dos fatos.

Nos dias atuais, onde tantas questões polêmicas nos são colocadas diariamente, onde mal temos tempo de digerir o noticiário, tal a rapidez com que as coisas acontecem no mundo, vamos estabelecendo nossos julgamentos e entendimentos em bases que carecem de uma análise mais profunda.

Assim é com relação ao Islam, tão incompreendido, tão desconhecido. Assim é a questão da mulher no Islam, onde preconceitos e falsas informações estão disseminados de tal forma que ocupam o imaginário dos não muçulmanos, estereotipando essas mulheres, transformando-as em personagens que nunca correspondem à realidade. Tomamos para nós alguns conceitos, que passam a ser verdade, a nossa verdade, que sequer é nossa, e engrossamos o rol desta vasta legião de meros repetidores de falsas verdades, aliás, uma característica do nosso tempo. O Islam é fanatismo. O Islam é terrorismo. O Islam é atraso. O Islam oprime e submete a mulher.

Mas, o que é o Islam? Como o Islam trata realmente a questão dos sexos? Qual é o papel da mulher muçulmana numa sociedade islâmica?

Para se falar sobre a mulher no Islam, como ela é vista, qual a sua função, qual o seu papel, quais os seus direitos e deveres, torna-se necessário comparar este mesmo papel com outras culturas, outras religiões, quais os seus direitos e deveres, quais as suas conquistas, enfim, devemos considerar todos os aspectos, sejam sociais, politícos, econômicos, éticos ou morais e não, simplesmente, nos determos em aspectos culturais isolados.

Por isso, nada melhor do que enfocar a condição da mulher no Islam, levando em conta essa mesma condição no Ocidente, e, mais especificamente no Brasil, de tradições, cultura e religião tão diferentes do Oriente. No que a muçulmana é diferente da mulher ocidental? Que valores éticos, morais, sociais e religiosos regem essas duas mulheres? Que padrões comportamentais fazem essas duas mulheres tão diferentes?

Há 1433 anos, o Islam afirmou que a mulher é um ser humano, que tem uma alma da mesma natureza que a do homem, e que ambos, homens e mulheres, gozam dos mesmos direitos. No Islam, a mulher é um ser responsável e não pode ser desrespeitada ou discriminada em razão de seu sexo. No ocidente, apesar dos avanços conseguidos pelos movimentos feministas, as conquistas alcançadas não representam sequer a terça parte do que o Islam já havia garantido. Sabemos que a mulher ainda é discriminada, o maior contingente de analfabetos está na população feminina, ela é vítima da violência, que começa em casa, recebe um salário menor para o exercício de funções que ela executa em igualdade de condições com o homem, etc.

Em 1995, portanto há três anos atrás, na Quarta Conferência Mundial da Mulher, ocorrida em Pequim, os governos participantes reconheceram a péssima condição feminina e firmaram uma Declaração, onde entre outros tópicos, afirmavam o seguinte:

"Nós, os governos que participamos da Quarta Conferência Mundial da Mulher (…) estamos convencidos de que: (…) Os direitos da mulher são direitos humanos; (…) A igualdade de direitos, de oportunidades e de acesso aos recursos, à distribuição equitativa entre homens e mulheres das responsabilidades relativas à família … são indispensáveis ao seu bem-estar e ao de sua família, assim como para a consolidação da democracia. (…) A paz global, nacional e regional só pode ser alcançada com o progresso das mulheres, que são uma força fundamental de liderança, resolução de conflitos e promoção de uma paz duradoura em todos os níveis."

A diferença básica entre esses dois mundos, o oriental e o ocidental, é que o Islam, conforme revelado ao Profeta Mohammad, está pronto, bastando ser seguido por todos. O Islam dignifica o ser humano, garante direitos. Sua mensagem, ainda que dirigida inicialmente aos árabes, é universal e se aplica a todos os homens e mulheres, em qualquer lugar e em qualquer tempo. As origens do Islam são as mesmas que as das religiões anteriores e Mohammad foi o último profeta de Deus.

Deus esclarece no Alcorão que, ao longo de toda a história da humanidade, cada povo teve o seu mensageiro, em sua própria língua, em linguagem compatível com a compreensão do ser humano, anunciando a unicidade de Deus, confirmando o Dia do Juízo Final e determinando a subordinação ao que foi legislado por Ele.

Prescreveu-vos a mesma religião que tinha instituído para Noé, a qual te revelamos, a qual recomendamos a Abraão, a Moisés e Jesus (dizendo-lhes): Observai a religião e não discrepeis acerca disso.(cap. 14:5)
A crença nos profetas e nos livros são artigos de fé para o muçulmano. Depois de Mohammad não haverá mais nenhum profeta e nem revelação alguma será feita.
Hoje, aperfeiçoei a religião para vós; agraciei-vos generosamente e aponto o Islam por religião.(Cap. 5:3)

2. OS PRIMÓRDIOS DO ISLAM

Para entendermos o Islam e o conceito islâmico de vida, é preciso, em primeiro lugar, recuarmos na História em alguns séculos e buscarmos nas suas origens todo um código de vida que permanece até os nossos dias. Ainda que inicialmente a mensagem tenha sido revelada na península arábica, sua linguagem é universal. Antes de mais nada, para nós muçulmanos, Islam é submissão, submissão à vontade de Deus e o Alcorão é a palavra de Deus, conforme revelada ao Profeta Mohammad há 1.400 anos atrás.

O Islam surgiu na Península Arábica no início do século VII, com as primeiras revelações de Deus ao Profeta Mohammad, por intermédio do anjo Gabriel:

"Lê, em nome do teu Senhor, que te criou; criou o homem de um coágulo; lê, que o teu Senhor é Generosíssimo, que ensinou através do cálamo. Ensinou ao homem o que este não sabia." (Cap. 96:1-5)

Durante 23 anos as revelações foram sendo transmitidas e organizadas até serem sistematizadas sob a forma de um livro, de acordo com a orientação do Profeta Mohammad, que determinou a ordem dos capítulos e versículos. Este livro é o Alcorão, o Livro Sagrado do muçulmano. O Alcorão, na verdade, é um conjunto de advertências, sugestões, injunções e princípios religiosos, morais, éticos e jurídicos que regem a vida de todo os muçulmanos.

Os árabes estavam organizados da mesma forma por toda a península. Não havia grandes cidades e eles viviam em pequenos grupos, unidos por laços familiares. Sociedade caracterizadamente patriarcal, as famílias estavam organizadas em clãs e os clãs formavam tribos. Portanto, todo árabe era membro de uma família, que pertencia a um clã, que, por sua vez, formava uma tribo. O deserto da Arábia, extremamente árido e pobre, não propiciava muito o que comer, a vida era incerta e perigosa e, no geral, eles eram de temperamento esquentado. A qualquer tempo, um clã podia ser invadido por seus vizinhos. Emboras esses ataques repentinos rendessem alguns ganhos, eles eram motivados muito mais pelo espírito de aventura. Se um membro de um clã ou de uma tribo fosse morto numa luta aberta ou numa emboscada, isto podia render o envolvimento de todo o clã por anos a fio.

Distantes dos grandes centros culturais da época (Pérsia e Bizâncio), os árabes desenvolveram sua própria cultura, baseados nos costumes de seus ancestrais. Provavelmente a vida no deserto devia ser monótona e, para compensar esta falta de encanto, eles se dedicavam às guerras entre as tribos. Normalmente, as guerras não tinham por objetivo inflingir uma grande derrota ao inimigo, mas, sim a glória e a honra de terem superado seus rivais em coragem e resistência.
A poesia era outro orgulho entre os árabes e, através dela enalteciam a guerra, exaltavam a força e a virilidade masculinas, louvavam a generosidade e a hospitalidade e, algumas vezes, falava de amor e romance. A mulher árabe dos tempos pré-islâmicos usufria de uma relativa liberdade. A título de exemplo, para ilustrar a posição ocupada pela mulher nos tempos pré-islâmicos, vale lembrar que Khadija, primeira esposa de Mohaammad, uma rica viúva e independente, que administrava seus próprios negócios, foi quem fez o pedido de casamento ao Profeta.
Khadija foi a primeira pessoa, do círculo mais próximo do Profeta, a acreditar que as revelações eram divinas e foi a primeira a se converter ao Islam. Até morrer, esteve sempre ao lado de Mohammad, suportou ao seu lado toda a sorte de incompreensões e perseguições de que foram vítimas os primeiros muçulmanos, passou necessidades físicas durante o embargo imposto pelos cidadãos de Meca. Khadija foi a companheira de quem o Profeta jamais se esqueceu enquanto viveu.

Apesar da relativa liberdade de que a mulher desfrutava, esse mundo árabe pré-revelação era patriarcal, moldado pelo homem, e a mulher não passava de uma vítima constante da dor, do sofrimento, da solidão, da humilhação e da exploração física, emocional e sexual. Os árabes de antes da revelação também não escaparam do costume de considerar a filha mulher um peso doloroso, uma fonte potencial de vergonha para o pai, sendo hábito, antes do advento do Islam, a prática cruel do infanticídio feminino.

Existia o costume de se enterrar viva a menina, por medo da vergonha ou da pobreza.
Quando a filha, sepultada viva, for interrogada: Por que delito foste assassinada? (Cap. 81:8-9)
O Alcorão descreve esta prática, a fim de mostrar o seu horror e registrar o absurdo do costume. Sua condenação cabe perfeitamente com a meta divina declarada do Islam de destruir a ignorância e estabelecer novas regras e preceitos morais, sociais e éticos. No Capítulo 16 "A Abelha", lemos:
Quando a algum deles é anunciado o nascimento de uma filha, o seu semblante se entristece e fica angustiado. Oculta-se do seu povo, pela má notícia que lhe foi anunciada: deixá-la-á viver, envergonhado, ou a enterrará viva? Que péssimo é o que julgam! (16:58-9)

Além de condenar vigorosamente tal prática, o Alcorão não faz distinção entre meninos e meninas.

E no Capítulo 17, "A Viagem Noturna", lemos:
Não mateis vossos filhos por temor à necessidade, pois Nós os sustentaremos, bem como a vós. (17:31)

A ordem social do período pré-revelação, portanto, jamais ajudou a mulher a ter uma condição respeitável e digna.
Foi somente com o advento do Islam, que a mulher passou a desfrutar de uma posição dignificada, sem qualquer traço de paternalismo ou exploração, um ser responsável, a quem são exigidos deveres, mas a quem também são assegurados direitos, em igualdade de condições com o homem. Homens e mulheres são criaturas de Deus, e o melhor entre eles é o mais justo, o mais piedoso, independentemente de sexo, raça, cor, posição social etc.. As pessoas se diferenciam no Islam pela fé, pela consciência de Deus e pela conduta reta. Assim, estabelece Deus no Alcorão:

Ó humanos, em verdade, Nós vos criamos de macho e fêmea e vos dividimos em povos e tribos, para reconhecerdes uns aos outros. Sabei que o mais honrado dentre vós, ante Deus, é o mais temente. Sabei que Deus é Sapientíssimo e está bem inteirado. (Cap. 49:13)
Também, disse Deus:"Jamais desmerecerei a obra de qualquer um de vós, seja homem ou mulher, porque procedeis uns dos outros… (Cap. 3:195)".

O novo modo de vida implantado a partir do Alcorão, assegurou uma posição dignificada tanto para os homens como para as mulheres. As mulheres passaram a ser respeitadas e honradas. A "maldição" do sexo feminino, como herdeiro do "legado de Eva", portanto, a responsável por todas as desgraças desta vida, deixou de ter sentido. Homens e mulheres são iguais.
Nada no conjunto social da Arábia daquele tempo, ou em qualquer outra cultura ou civilização, evidenciou uma tal elevação na posição da mulher. Não foi nenhuma consideração social ou econômica que a tornou necessária ou desejável. Foi antes uma mudança deliberada, feita pelo Islam, por razões que são completamente diferentes daquelas deste mundo e daquelas da sociedade humana em particular. O que a mulher ocidental levou mais de 12 séculos para conseguir, enfrentando as mais duras resistências, o Islam já havia outorgado voluntariamente, tomando a iniciativa, sem submissão a necessidades sócio-econômicas, mas dentro do critério de justiça e verdade, características básicas do Islam.

Se imaginarmos que no século VII, a Europa vivendo em plena Idade Média, que a História qualifica como a "noite dos 1000 anos", sob o império do pensamento judaico-cristão, onde as mais severas restrições eram impostas às mulheres, onde a mulher era vista como a herdeira do mal, impura, na pequena península arábica surge o Alcorão, assegurando à mulher, primeiro o direito à vida, depois o direito de opinião e expressão, à educação, ao conhecimento, ao testemunho, ao divórcio, à propriedade, à herança, temos que concordar que isso significou uma revolução absoluta nos costumes, tradições e valores que perduravam naquela época e que perduram até os dias de hoje.

3. DIREITOS ASSEGURADOS PELO ISLAM Á MULHER

3.1 - Individualidade

No Islam, a mulher não é produto do diabo ou a semente do mal. No Islam, o homem não ocupa o lugar de senhor absoluto da mulher, que, sem outra alternativa, tem que se render ao seu domínio. No Islam só nos submetemos a Deus e só a Ele nos rendemos e prestamos contas. No Islam, ao contrário de outras crenças e sistemas religiosos, a mulher tem alma e é dotada de qualidades espirituais. O Islam não considera Eva a única responsável pelo pecado original de toda a humanidade e, por consequência, pelo sacrifício na cruz do filho de Deus para redimir a humanidade do pecado original. O Alcorão esclarece que tanto Adão como Eva erraram, ambos foram tentados, ambos pecaram e ambos foram perdoados por Deus após o manifesto arrependimento.
A mulher é reconhecida no Islam como a parceira completa do homem e igual a ele na procriação da humanidade. Ele é o pai e ela é a mãe e ambos são essenciais para vida. O papel da mulher não é menos vital do que o do homem. Nesta parceria as partes são iguais em cada aspecto, têm direitos e responsabilidades iguais e são dotadas das mesmas qualidades, seja homem ou mulher.

No Islam, a mulher se iguala ao homem ao ser responsável por seus atos. Ela possui uma personalidade independente, dotada de qualidades humanas e digna de aspirações espirituais. Sua natureza humana não é nem inferior nem superior à do homem. Homens e mulheres têm as mesmas obrigações e responsabilidades sociais, morais e religiosas e devem enfrentar a consequência de seus atos.
Aqueles que praticarem o bem, sejam homens ou mulheres, e forem fiéis, entrarão no Paraíso e não serão defraudados, no mínimo que seja. (Cap. 4:124)

No Islam, a mulher é independente economicamente, uma vez que ela pode ser proprietária, com direito a administrar seus bens e ninguém, pai, marido ou irmão, tem ingerência no trato de questões financeiras.

3.2 - Educação e instrução

Ela se iguala ao homem na busca pelo conhecimento e educação. Quando o Islam conclama os muçulmanos para a busca do conhecimento, ele não faz distinção entre os sexos. A educação não é somente um direito, mas uma responsabilidade de todos os homens e mulheres. Mohammad, há mais de 14 séculos atrás, foi muito claro ao afirmar que a busca do conhecimento é uma obrigação para todo o muçulmano, seja homem ou mulher.

Durante muito tempo foi negado à mulher o direito de expor suas opiniões. Em Coríntios I 14:34/35, São Paulo diz: "Como em todas as congregações de santos, as mulheres devem permanecer caladas nas igrejas. Não é permitido a elas falar e devem ser submissas, como a lei diz. Se elas quiserem perguntar sobre alguma coisa que perguntem a seus maridos em casa, porque é vergonhoso para uma mulher falar nas igrejas." Em Timóteo I 2:11-14, ele escreveu: "Eu não permito a uma mulher ensinar ou ter autoridade sobre um homem; ela deve ser calada, porque Adão foi feito primeiro, e depois Eva. E Adão não foi o que perdeu, foi a mulher que perdeu e se tornou pecadora".

O Islam entende que uma mulher não pode se instruir se não lhe é permitido falar. O Islam entende que uma mulher não pode crescer intelectualmente se ela é obrigada a um estado de completa submissão. O Islam entende que uma mulher não tem vida própria se sua única fonte de informação é o marido em casa.

3.3 - Liberdade de expressão
Por isso, no Islam ela tem direito à liberdade de expressão, tanto quanto o homem. Suas opiniões são levadas em consideração e não podem ser desrespeitadas sob a alegação de serem provenientes de uma mulher. Há diversos relatos a respeito da participação efetiva das mulheres, não só expressando sua opinião como também questionando e participando de discussões sérias com o Profeta. A propósito, o Alcorão tem a seguinte passagem:

Em verdade, Deus escutou a declaração daquela que discutia contigo, acerca do marido, e se queixava em oração a Deus. Deus ouviu vossa palestra, porque Ele é Oniouvinte.
Aqueles, dentre vós, que repudiam as suas mulheres através do zihar, saibam que elas não são suas mães. Estas são as que os geraram; certamente, com tal juramento, eles proferiram algo iníquo e falso; porém, Deus é Absolvedor, Indulgentíssimo. (Cap. 58:1-2)

Este relato se refere Khawlah, esposa de Auss Ibn Assámet, que havia se divorciado dela, seguindo um costume idólatra, apesar de ele ser muçulmano. O expediente era conhecido como zihar e consistia em dizer para a esposa que a partir daquele momento ela era considerada sua mãe. Isto liberava o marido de qualquer responsabilidade conjugal sem dar, no entanto, liberdade para ela abandonar o lar ou contrair novo matrimônio. Tendo ouvido estas palavras de seu marido, a mulher foi ter com o Profeta, na esperança de que ele resolvesse o seu caso. O Profeta era de opinião que ela deveria ser paciente, desde que parecesse que não havia outro caminho. No entanto, ela continuou questionando Mohammad quando veio a revelação que constitui os versículos acima. Portanto, como vemos, a mulher no Islam tem o direito de argumentar, mesmo que seja com o Profeta do Islam. Ninguém tem o direito de instruí-la a se calar.

Em primeiro lugar, deve ser esclarecido que o Islam entende que o papel da mulher na sociedade como mãe e esposa, é o mais sagrado de todos. Nenhuma babá ou empregada pode substituir a mãe no seu papel de educadora de uma criança.
A regra geral na vida política e social é a participação e a colaboração de homens e mulheres nas questões públicas. O Islam não exige, como algumas pessoas pensam, que a mulher fique confinada em sua casa até a morte. Em toda a história do Islam há relatos suficientes que comprovam a participação da muçulmana nas questões públicas, nas funções administrativas, na erudição e ensinamentos e mesmo nos campos de batalha, ao lado do Profeta.. Não há no Alcorão, ou nas sunas do Profeta, qualquer texto que impeça a mulher de exercer qualquer posição de liderança, exceto na condução da prece, por motivos óbvios que serão vistos mais adiante, e na liderança do estado. Um chefe de estado não é apenas decorativo. Ele exerce funções inerentes ao cargo, viaja, negocia com outras autoridades, participa de encontros confidenciais com tais autoridades. São atividades, muitas das vezes, não são condizentes com as diretrizes traçadas pelo Islam para a interação entre os sexos.

Registros históricos comprovam que as mulheres participavam da vida pública em igualdade de condições com os muçulmanos, principalmente em tempos de emergência. Elas combatiam nas guerras, cuidavam dos feridos, preparavam suprimentos, ajudavam os guerreiros, consultavam diretamente o Profeta a respeito de assuntos pessoais e até íntimos, etc. Jamais houve qualquer barreira que impedisse a integração da mulher na sociedade islâmica. Jamais foram consideradas criaturas desprovidas de alma ou de qualquer mérito. O aconselhamento, o ensinamento religioso, a educação espiritual são atividades exercidas pelas mulheres desde os primórdios do Islam.

3.5 - Direito de contratar

O Islam garante à mulher direitos iguais para contratar, para assumir empreendimentos, para ter ganhos e posses independentemente. Somente no século passado a Europa reconheceu o direito da mulher de contrair obrigações. No Islam, vida, propriedade, honra são tão sagrados para ela quanto para o homem. Se ela cometer qualquer falta sua pena não é maior ou menor do que para o homem, em casos semelhantes, estabelecida pela shariah islâmica. Conta a tradição que certa vez alguém veio ter com o Profeta solicitando a sua intercessão para a filha de uma autoridade que havia sido apanhada praticando roubo. O Profeta então respondeu que ainda que fosse Fátima, sua filha muito amada, que estivesse naquela situação, ele não poderia impedir que a lei fosse aplicada. No Islam, a lei é igual para todos e não exime ninguém em razão de sua posição social.

Estes direitos não estão estabelecidos de uma forma apenas retórica. O Islam tomou medidas para salvaguardá-los e colocá-los em prática como artigos de fé. O Islam não tolera o preconceito contra a mulher ou a discriminação entre os sexos. O Islam reprova todo aquele que considera a mulher inferior ao homem.
3.6 - Direito à Herança

Além do reconhecimento da mulher como um ser independente, considerada como essencial para a sobrevivência da humanidade, o Islam deu à mulher o direito à herança. Antes do Islam, ela não só era privada desta participação como era considerada propriedade do homem.

Seja ela esposa ou mãe, irmã ou filha, a mulher tem participação na herança, e esta participação depende do seu grau de relação com o morto e o número de herdeiros. Esta quota é dela e ninguém tem poder para negar-lhe esta participação, ainda que o morto quisesse deserdá-la. Qualquer um pode, legalmente, dispor de 1/3 dos seus bens, não afetando, assim, o direito de herdeiros, sejam homens ou mulheres. Em alguns casos, o homem recebe 2 quotas na herança ao passo que a mulher fica com uma. Isto não é sinal de preferência ou supremacia do homem sobre a mulher. Eis algumas razões que justificam a medida:
 
No Islam o homem assume as responsabilidades financeiras da completa manutenção de sua esposa e família. É sua obrigação perante a lei assumir todos os encargos financeiros e manter seus dependentes adequadamente. Isto significa que ele herda mais, mas ele é responsável financeiramente por outras mulheres: filhas, esposas, mãe e irmãs.

A mulher no Islam está protegida e segura do ponto de vista material. Se ela é esposa, o marido é o provedor. Se ela é mãe, cabe ao filho o encargo. Se ela é filha, o pai se reponsabiliza por sua manutenção, se ela é irmã, o irmão, e assim por diante. Quando ela é sozinha, não tem ninguém, é evidente que não tem herança a ser recebida e ela passa a ser responsabilidade da sociedade como um todo, cabendo, portanto, ao Estado, prover sua mantença através de ajuda, arrumando trabalho para que ela ganhe seu próprio sustento.

3.7 - Privilégios
A mulher no Islam usufrui de certos privilégios. Durante o período menstrual ela está isenta das preces e do jejum. Ela está isenta, também, de todas as responsabilidades financeiras. Ela não precisa trabalhar ou dividir com o marido as despesas domésticas. Todos os bens de família que ela leva para o casamento são seus e o marido não tem qualquer direito sobre aqueles pertences. Cabe notar que somente no século passado a Europa reconheceu o direito de propriedade à mulher casada, em igualdades de condições com as solteiras, viúvas e divorciadas, com a Lei da Propriedade da Mulher Casada, de 1879. Nenhuma mulher casada é obrigada a gastar um tostão de seus bens para manter a casa. Em geral, a muçulmana tem garantido o sustento em todas as fases de sua vida, seja como filha, esposa, mãe ou irmã. Como filha e irmã ela tem garantido o sustento pelo pai ou irmão respectivamente. Ela também é livre para trabalhar, se assim o quiser, e participar com o seu trabalho das responsabilidades familiares. Não ohá no Alcorão ou na Suna qualquer texto explícito que categoricamente proíba a muçulmana de procurar um emprego lícito. Inclusive, algumas podem ser forçadas a buscar emprego a fim de sobreviverem, principalmente em países onde inexistam medidas que assegurem a estabilidade financeira das viúvas ou divorciadas.

4. DIVÓRCIO
O Islam garantiu aos casais o direito ao divórcio. Aqui cabem algumas explicações a respeito do assunto, uma vez que também o divórcio é objeto de falsas interpretações. Não é verdade que a qualquer tempo basta um marido dizer à sua esposa "Eu quero o divórcio" e pronto, ele está divorciado, largando a mulher (e provavelmente os filhos) à própria sorte, em menos de 1 minuto. O sistema de divórcio no Islam é o mais justo que existe. Se o casal decide se separar, o marido pede o divórcio dizendo "Eu quero o divórcio". A partir de então, começa um tempo de espera que dura 3 períodos menstruais para que seja certificado que a mulher não está grávida. Este períodoo permite ao casal ter um tempo para pensar sobre o que estão fazendo e se é isso mesmo que eles querem. Durante este período, o marido é obrigado a alimentar, vestir e abrigar a esposa. Não há ninguém, nem mesmo advogado, envolvido nesta questão. Findo os três meses, e comprovado que a mulher não está grávida, o divórcio se consuma. Se, por um acaso, a mulher estiver grávida, o marido é obrigado a prover a ex-esposa do necessário até o período do desmame, normalmente 2 anos.
Como podemos observar, não há como comparar as diferentes abordagens, uma vez que o comum no ocidente, pelo menos no Brasil, é a mulher sair sempre lesada de uma separação, sem garantia de direitos mínimos para a sua sobrevivência. Pior, até bem pouco tempo atrás, ela entrava nessa sociedade conjugal com seus próprios bens, que acabava perdendo pelo instituito da comunhão universal de bens, no caso de separação. Somente em 1977, com a lei do divórcio é que a dissolução do casamento favoreceu um pouco mais a mulher, com a introdução do regime da comunhão parcial de bens. Mas, ainda assim, prevalece o conceito de que a obrigação alimentar devida pelo ex-marido fica diretamente relacionada à "conduta moral" da esposa, o que no Brasil, como bem sabemos, quer dizer, essa mulher não pode se casar de novo.

Por outro lado, só a partir de 1962, com a Lei 4.121, conhecida como o Estatuto da Mulher Casada, é que a mulher brasileira alcançou sua capacidade jurídica plena. Até então, ela era considerada relativamente incapaz, do ponto de vista jurídico.
O casamento no Islam é uma bênção santificada, que não deve ser quebrado, exceto por razões relevantes. Os casais são instruídos a procurar salvar a instituição do casamento, por todos os meios possíveis. O divórcio não é comum, a não ser que não haja outra solução. Em outras palavras, o Islam reconhece o divórcio mas não o encoraja. O Islam dá à mulher muçulmana o direito de pedir o divórcio pois reconhece que ela não pode ser refém de um mau marido. Finalmente, é bom lembrar que o divórcio só muito mais tarde foi introduzido na Europa e, no Brasil, há apenas muito pouco tempo, através da Lei nº 65l5, de 26.12.77, do Sen. Nelson Carneiro.

5. O SEXO
Outra questão polêmica com relação ao Islam é a que se refere ao sexo. O Islam não nega, em hipótese alguma, a sexualidade do ser humano, antes pelo contrário. O Islam não advoga a supressão do anseio sexual através do celibato ou do monasticismo. O homem é dotado por seu Criador de impulsos que o impelem às várias atividades que garantem a sua sobrevivência. O principal objetivo do sexo é a própria espécie. O Islam reconhece que o ser humano é tomado por emoções inexplicáveis que o atraem irresistivelmente para o sexo oposto e, por isso mesmo, normatiza as relações entre homens e mulheres. O Islam reconhece a importância do instinto sexual, mas só admite a sua realização através do casamento lícito, proibindo rigorosamente o sexo fora do casamento e tudo aquilo que possa conduzir à sua prática de modo ilícito.

Há uma tradição do Profeta onde ele menciona que a relação sexual entre um casal é recompensada por Deus. Os companheiros ficaram espantados: como era possível ter os desejos e prazeres completamente satisfeitos e, ainda assim, obter recompensa divina? O Profeta, então, respondeu que da mesma forma que uma relação extraconjugal era punida.

O Islam se baseia na crença na revelação divina. A sua lei e a sua moral estão baseadas nos mandamentos divinos. Dentro desse contexto, homens e mulheres devem obedecer a certas regras de comportamento e disciplina, a fim de evitar que o ilícito seja praticado. O Islam tem imposto, recomendado e encorajado certos hábitos com o fim de reduzir as oportunidades para a prática do ilícito. Além disso, toma as precauções necessárias e possíveis, no tocante a sanções materiais, tais como, proibição da promiscuidade, dos encontros reservados entre pessoas do sexo oposto sem a presença de terceiros, etc.

O fato de a mulher ficar atrás do homem durante as orações não indica que ela seja inferior ao homem. Faz parte da disciplina da oração o muçulmano se colocar em fila, ombro a ombro com o seu irmão. As preces islâmicas envolvem atos, movimentos, posturas de prostração, genuflexões que ocasionam contatos corporais e toque involuntário na pessoa que está ao lado, diminuindo a concentração daquele que está em prece. Além do mais, seria inapropriado e desconfortável para uma mulher ficar em tal posição, prostra-se, inclinar-se e colocar a testa no chão, tendo atrás de si uma fileira de homens. Assim, para evitar qualquer embaraço de ambas as partes, o Islam ordenou a organização de filas, homens na frente, e mulheres atrás.

O que deve ser ressaltado é que as proibições são dirigidas a ambos os sexos. O que o Islam proíbe para a mulher, também o faz para o homem. A modéstia é recomendada tanto para homens como para mulheres. A castidade até a realização do casamento é imperativo para homens e mulheres, igualmente. O adultério é proibido tanto para homens como para as mulheres.

Em suma, a forma como Islam encara o sexo é uma linha muito estreita entre dois extremos. O primeiro é desqualificá-lo ao ponto de sua total abstenção, através do celibato ou monasticismo, negando a própria natureza humana, e o segundo é achar que é muito natural fazer sexo com quem quer que seja, em qualquer lugar, sempre que se quiser. Enquanto no ocidente a sensualidade, o amor entre um homem e uma mulher, atributos humanos concedidos por Deus, são reduzidos à sua condição mais baixa e se transformam em libertinagem, pornografia, o Islam não aceita, em hipótese nenhuma, a superexposição do sexo, o sexo pelo sexo, com qualquer um, em qualquer lugar.

6. HIJAB (Véu que cobre a Cabeça)
Finalmente, cabem algumas palavras sobre um dos pontos que mais suscita controvérsias, qual seja o uso do hijab. Por que a mulher deve cobrir a cabeça? Em tese, a resposta é simples: as mulheres devem cobrir a cabeça porque assim Deus o determinou. (Cap. 33:59) Os parâmetros para a modéstia adequada tanto para homens como para mulheres (roupa e comportamento) são baseados nas fontes revelatórias (Alcorão e a Suna autêntica) e, como tal, devem ser respeitados por homens e mulheres crentes por ser de orientação divina com objetivos legítimos.

Alguns muçulmanos acabam por assimilar culturas não islâmicas e adotam seus modos de vestir, de se comportar e acabam influenciando e abalando a integridade das famílias islâmicas. Por outro lado, algumas culturas muçulmanas acreditam que as restrições impróprias e excessivas impostas às mulheres, às vezes até reclusão, são o ideal. Ambos extremos conflitam com os ensinamentos normativos do Islam. A proximidade excessiva ou a reclusão total das mulheres não são condutas adotadas durante o período profético. As mulheres da época do Profeta participavam com os homens em atos de adoração tais como preces e peregrinação, nas praças públicas, na discussão de assuntos públicos (vida política) e nos campos de batalha, quando necessário.
O Islam não fixou padrões tais como estilo, cor, etc., que as muçulmanas devem vestir. No entanto, há alguns requisitos que devem ser atendidos. A roupa deve ser folgada, o tecido deve ser de uma espessura que impeça que a forma do corpo seja percebida. A roupa deve ser simples, nem excessivamente extravagante, para angariar a admiração das pessoas, nem andrajosa, desleixada ou suja. Mas, há outras razões que incluem a exigência da modéstia, como, por exemplo, o fato de que a mulher deve ser percebida por suas qualidades intrínsecas, capacidade e inteligência. Na verdade, o hijab não é apenas uma roupa ou um modo de vestir, mas sim todo um comportamento, uma forma de falar e de aparecer em público, que identifica aquela mulher como sendo muçulmana.

7. CONCLUSÃO
A condição da mulher no Islam é algo ímpar, novo, sem qualquer semelhança com qualquer outro sistema. Se olharmos para as nações democráticas do ocidente, vamos perceber que a mulher não desfruta dessa posição. Ela é mais subjugada a padrões e regras de comportamento do que se supõe que a mulher muçulmana o seja. Ela é o reflexo do poder masculino, onipresente na sociedade ocidental cristã, que tem por objetivo delimitar o papel das mulheres, normatizar seus corpos e almas, esvaziá-las de qualquer saber ou poder ameaçador. A mídia exerce hoje o monopólio, antes exercido pela Igreja, na construção (desconstrução) dessa mulher, impondo valores, regulamentando o cotidiano das pessoas, determinando o uso do corpo de uma perspectiva escatológica. No ocidente, a mulher é compelida a perseguir noções abstratas de beleza , e, muitas das vezes, não percebe que está sendo manipulada pelas companhias de cosméticos, indústrias de roupas e remédios. É um produto tão descartável quanto qualquer mercadoria de supermercado. O rótulo (a aparência) da mulher ocidental tem que obedecer a regras impostas de cima e ingenuamente ela supõe que é livre para escolher a sua roupa, o seu sapato, a cor do seu cabelo.

A mulher ocidental, desde criança, é ensinada que o seu valor é proporcional à sua beleza, aos seus atrativos. Só consegue um lugar ao sol aquela que se veste assim, que fala assado, que vai ao lugar tal. No Brasil, por exemplo, só consegue emprego quem tem "boa aparência". A mulher, desde cedo é empurrada para um mercado de trabalho selvagem, deslealmente competitivo, tendo de se submeter a toda sorte de humilhações para conseguir o seu sustento.

Foi através de muita luta que a mulher ocidental alcançou esse esboço de liberdade. Foram séculos de uma árdua luta para a mulher conquistar o direito de aprender, de trabalhar, de ganhar o seu próprio sustento, de ter a sua própria identidade, de ter personalidade e capacidade jurídica. Esta mulher pagou um alto preço para provar sua condição de ser humano, provido de alma. A posição que a mulher ocidental de nossos dias desfruta foi conquistada pela força e não por um processo de mútuo entendimento. Ela abriu o seu caminho à força, a custa de muitos sacrifícios, abrindo mão de sonhos e ideais. Muitas vezes as circunstâncias a empurraram para um campo de batalha até então desconhecido. E apesar disso tudo, de toda essa guerra, de tão pesados sacrifícios e lutas dolorosas, ela ainda não conquistou o que o Islam estabeleceu para a mulher muçulmana por decreto divino.

De tudo o que foi dito, podemos inferir que a condição das mulheres nas sociedades islâmicas atuais é a ideal? É compatível com o que estabelece o Islam? Não, é claro que não. Mas, rotular a condição da mulher no mundo muçulmano de hoje como "islâmica" está tão longe da verdade quanto imaginar que a condição da mulher ocidental é de total liberdade para usufruir direitos. Sabemos que em muitas partes do mundo muçulmano ainda proliferam as condições opressivas e injustas. Os erros de alguns muçulmanos na condução dos destinos de suas respectivas sociedades apenas provam que o ser humano tem suas limitações. É absurdo tomar como regra geral islâmica o que não passa de interpretações pessoais, contaminadas por todo um contexto sócio-cultural. Os muçulmanos não podem ser julgados com base nas ações de uns poucos e nem esses poucos são amostras significativas do verdadeiro significado do Islam.

O que precisa ficar claro é que não é o Alcorão que necessita ser reexaminado, ou a Suna, e sim a prática humana, que muitas vezes reflete aspectos culturais tão enraizados que distorcem o que foi decretado por Deus. É preciso confrontar o passado e rejeitar práticas e costumes que se contraponham aos preceitos do Islam. Assim, por exemplo, a condição da mulher no Afganistão, que está condenada a ficar reclusa dentro de casa, não reflete os ensinamentos do Alcorão nem tão pouco o exemplo de milhares de muçulmanas, que através da História, tiveram participação efetiva em suas respectivas comunidades. A mulher na Arábia Saudita está proibida de dirigir? Sim, está, mas esta é uma lei saudita, humana, que não vigora no Irã, por exemplo.

O que devemos compreender é que existe uma imensa diferença entre a crença propriamente dita, conforme revelada no Alcorão, e a prática de algumas sociedades supostamente islâmicas. Tais práticas atendem muito mais a aspectos culturais específicos, a interesses particulares, e não representam necessariamente o Islam e nem podem servir de base para se denegrir o verdadeiro sentido do Islam. O Islam ainda tem muito a oferecer à mulher de hoje, em termos de respeito, dignidade, reconhecimento. Basta que ela tenha consciência disso e lute para implantar os ensinamentos islâmicos. Para isso, ela tem todos os os instrumentos à sua disposição.
Fonte:www.sbmrj.org.br

QUARTA PARTE – O JEJUM DOS NOSSOS ANTEPASSADOS

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) -JUMA MUBARAK

Depois da oração, a segunda obrigação dos muçulmanos é o de observarem o jejum, durante o mês de Ramadan. As diversas referências encontradas nos Livros levam-nos a concluir, que a instituição do jejum não é uma novidade e que era uma prática regular dos nossos antepassados, muito antes da era Islâmica. Contudo, os métodos utilizados, eram diferentes daqueles que nos foram instituídos. O nosso Criador, no versículo 2:183 do Cur’ane, refere. “… É-vos prescrito o jejum, como foi prescrito aos vossos antepassados”. Os Árabes da época pré Islâmica observavam o jejum no dia 10 de Muharram, porque foi nesse dia que Deus salvou Mussa (Aleihi Salam), Moisés, que a Paz de Deus esteja com ele, e o seu povo, da perseguição do faraó. Na altura, Deus abriu uma passagem no mar, que lhes permitiu atravessar em segurança. Para além dos Árabes, outros antepassados também observavam o jejum, como forma de penitência, preparação de ritos e cerimônias, conforme podemos confirmar através dos Livros Antigos.

No êxodo 34:28, encontramos a indicação de que Mussa (Aleihi Salam), Moisés, que a Paz de Deus esteja com ele, permaneceu junto do Senhor durante 40 dias, sem comer e sem beber e escreveu nas tábuas as palavras do pacto, os Dez Mandamentos. Em Mateus 17, refere que Um homem aproximou-se de Issa (Aleihi Salam), Jesus que a Paz de Deus esteja com ele e pediu compaixão pelo filho que sofria muito de epilepsia. Antes o apresentou aos seus discípulos que nada puderam fazer. Jesus repreendeu o demônio, o qual saíu do menino e ficou curado. Os discípulos perguntaram a Jesus, os motivos porque eles não o conseguiram expulsar. Respondeu: “Por causa da vossa pouca fé, pois se tiverem fé do tamanho de um grão mostarda (a menor semente que se conhece) direis a este monte, passa para ali e ele há de passar e nada vos será impossível. Mas isto só se consegue à força da oração e do jejum”. Outra referencia à cerca de Issa (Aleihi Salam), Jesus que a Paz de Deus esteja com ele: No deserto foi tentado pelo diabo, jejuou durante quarenta dias e quarenta noites e por fim teve fome. Depois de rejeitar as tentações terrenas do diabo, disse: “está escrito, nem só do pão viverá o homem, mas (também) de toda a palavra que sai da boca de Deus”. Depois vieram os anjos e o serviram.

No tempo dos nossos antepassados, a pobreza era imensa e a falta de alimentos provocava uma fome extrema, originando doenças e danos físicos. Mas mesmo assim, tinham um elevado sentido de fé e de esperança em Deus. O mesmo se passou no tempo do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), em que havia momentos que as pessoas não tinham nada para comer, incluindo na casa do Profeta, onde muitas vezes o “fogão” não era aceso, durante dias. Amarravam pedras junto ao estômago, para aliviarem as dores provocadas pela fome. No entanto, depois de instituído o jejum do mês de Ramadan, todos observavam o jejum com muito entusiasmo, às vezes desmedido em relação à situação física de cada um, o que levava o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) a intervir, para acalmar o entusiasmo e os ânimos.

O Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) observava jejuns voluntários (nafl) em dias seguidos e as pessoas pensavam de que ele assim continuaria jejuando para sempre. Depois deixava de jejuar, durante dias e então pensavam de que ele não iria jejuar mais. Durante o mês de Shabaan, jejuava quase todo o mês e pensavam de que ele iria jejuar todo o mês. Somente no mês de Ramadan é que jejuava o mês inteiro. Em qualquer mês do ano, tinha por hábito jejuar às segundas e às quintas feiras. Também recomendava as pessoas jejuarem 3 dias por mês.

Referiu que quem jejuar 6 (seis) dias de Shawal, é como tivesse jejuado todo o ano.

Jejuava e recomendou para assim fazerem nos dias de grande significado religioso, como por exemplo, no dia de Arafa e no décimo dia de Muharram (Ashura). O Profeta (Salalahu Aleihi Wasslam) proibiu os seus Sahabas (Radiyalahu an-huma) de jejuarem continuadamente todo o ano. Recomendou que quem pretendesse fazer jejuns facultativos, o poderia fazer, mas descansando depois vários dias. Para os que insistiam competir com ele, nos jejuns seguidos, recomendava prudência e referia o Jejum do Profeta Daúde (Aleihi Salam), David, que a Paz de Deus esteja com ele, que jejuou um dia e descansou outro, sendo este o melhor jejum. Durante o Mês de Ramadan, o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) tinha por hábito fazer jejuns ininterruptos (saum wisal) e proibiu os sahabas de fazê-lo. Quando foi interrogado por que podia ele fazer e eles não, respondeu: “Eu não sou como vocês, o meu Senhor me provisiona de beber durante a noite em que eu fico nesse estado”.

Nos nossos tempos, infelizmente, a fome ainda continua, mas nada se compara com o sofrimento dos nossos antepassados. Então, sendo o mesmo Cur’ane, o mesmo Profeta, a mesma orientação que encontramos nos hadices, então porque motivos a nossa fé e a esperança em Deus se encontram no nível abaixo do desejado? O nosso bem estar e as nossas condições materiais, serão o entrave? Nada disto justifica a situação, porque também na altura, no meio de tanta pobreza, existiam pessoas ricas, mas que o comércio não lhes distraía no cumprimento das obrigações religiosas. As suas condições materiais lhes permitiam fazer tudo o que os pobres cumpriam, mais ainda, distribuindo a caridade e libertando escravos. “Homens, a quem nem o negócio, nem o comércio distrai da recordação de Deus, nem da observância da oração, nem do pagamento do zakat…… E Deus dá provisão a quem quer, sem medida”. Cur’ane 24:37 e 38.

Um bom dia de Juma. Votos da continuação de um bom mês de Ramadan.

Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41.

"Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá - 26/07/2012

domingo, julho 22, 2012

Sistema Político no Islamismo

Em nome de Deus o Clemente e Misericordioso! Todos os louvores são para Allah SW, Senhor dos Mundos, que jamais gerou ou teve parceiros, paz e bênçãos sobre o nosso querido Profeta Mohammad SAAS, seus familiares, companheiros e seguidores até o Juízo Final.

Atualmente temos visto comentários de comentarista políticos ou de pessoas pouco informadas, ou ainda dos inimigos do islam, fazendo relação do Sistema Político do Islam, criado e implantado pelo Profeta Mohammad SAAS em Madinah - Arábia Saudita, com essas fracassadas ditaduras implantadas e mantidas em países islâmicos, para glória e honra dos seus governantes. Aconselhamos a essas pessoas a se informarem melhor dessa situação uma vez que está tudo registrado na história universal. O Sistema Político do Islam, criado e implantado pelo nosso Profeta SAAS, nada tem haver com isso. Pelo contrário, trata-se de um sistema que ainda hoje resolveria a situação de qualquer pais que o adotasse uma vez que era um sitema regido pelo exemplo e atitudes de um homem escolhido por Alla SW e que sempre foi mediador inclusive daqueles que não abraçaram o islam como religião.

No Estado Islâmico a Religião e política São uma e mesma coisa, o Islam, Estão interligadas. Já sabemos que o Islam é um completo sistema de vida, e a política, tanto ou quanto, faz parte da nossa vida coletiva. Assim como o Islam nos ensina como cumprirmos a oração (Salat), como observarmos o jejum (saum), pagarmos ao tributo (zakat) e empreendermos a peregrinação (haj), ele também nos ensina como dirigirmos um Estado, formarmos um governo, escolhermos conselheiros e membros d parlamento, fazermos tratados e conduzirmos os negócios e o comércio.

Uma discussão detalhada sobre o sistema político islâmico seria muito desejável, mas temos de nos contentar com os seus princípios básicos e com as suas características principais.
O Sistema Político do Islam é baseado nos seguintes princípios essenciais:
A Soberania de Deus
A soberania significa a fonte do poder. No Islam, Deus é a fonte de todos os poderes e domínios: “A escolha pertence a Deus” (3:154).“O juízo pertence inteiramente a Deus” (12: 40). “Possui o reino dos céus e da terra” (25:2) “Bendito seja Aquele em Cujas Mãos está a soberania” (67:1). É Deus quem sabe o que é bom ou o que é mau para os Seus servos. Sua palavra é final. Todos os seres humanos, em conjunto, não Lhe podem mudar a Lei. O Alcorão diz:

“Quanto ao ladrão e à ladra, decepai-lhes a mão, como castigo de tudo quanto tenham cometido” (5:38). De acordo com o Islam, essa ordem não pode ser mudada por parte de qualquer parlamento ou de qualquer governo que se intitule ser islâmico. Há muitas outras leis no Alcorão concernentes à nossa vida, e essas leis podem ser postas em prática por qualquer Estado Islâmico para o bem maior do ser humano.

Legatariedade (KHILÁFA) da humildade

O homem é o legatário ou o agente ou o representante de Deus na terra “ (Recorda-te ó Profeta) de quando teu Senhor disse aos seus anjos: Vou instituir um legatário na terra!” (2:30). Deus é o Soberano, e o homem é o Seu representante, e deve agir de acordo com os mandamentos de Deus. Porém possui livre arbítrio de obedecer ou desobedecer a Deus, e por essa liberdade ele será questionado no Dia do Julgamento. Em termos políticos, khiláfa significa que os seres humanos devem cumprir a vontade de Deus na terra como Seus representantes ou agentes. Como agente de Deus, o ser humano deve cumprir a vontade de Deus em Seu nome como uma confiança nele depositada. A legatariedade é um cargo de confiança. Espera-se sempre que o agente aja como o chefe deseja que o faça.

A legislação pela CHURA (Consulta)

O Islam nos ensina a dirigirmos um governo, a legislarmos e tomarmos decisões utilizando-nos do processo de chura (consulta). Isso significa tomarmos decisões através da consulta e da participação. “...Indulta-os, implora o perdão para eles e consulta-os nos assuntos (do momento)” (3:159). “Que atendem ao seu Senhor, observam a oração, resolvem os seus assuntos em consulta” (42:38).
Esta é uma parte importante do sistema político islâmico. Não há oportunidade para a ditadura ou para o despotismo no Islam. O Alcorão e a Sunnah são as bases da legislação no Islam.

A responsabilidade do Governo
O sistema político no Islam torna o governante e o governado responsáveis primeiro perante Deus e em seguida perante o povo. O governante o governo são eleitos pelo povo para exercerem poderes no nome deste. Devemos lembrar aqui que ambos, governante e governado, são os legatários de Deus na terra, e o governante deve zelar pelo bem-estar da população, de acordo com o Alcorão e a Sunnah. O governante é o servidor do povo, no Islam. Ambos, governante e governado, serão questionados por Deus pelas suas ações no Dia do Juízo Final. A responsabilidade do governante é maior do que a do governado.

O cidadão comum, num Estado Islâmico, possui o direito de formular qualquer pergunta, sobre qualquer assunto, ao governante e ao governo.

Independência do Judiciário
Num sistema político islâmico o Poder Judiciário é independente do Executivo. O chefe de Estado ou qualquer ministro do governo pode ser levado à corte, se necessário. Não terão tratamento diferente dos outros cidadãos:

“Quando julgardes vossos semelhantes, fazei-o com eqüidade” (4:58); “Ó crentes, sede firmes em observar a justiça, atuando como testemunhas, por amor a Deus, ainda que o testemunho seja contra vós mesmos, contra os vossos pais ou contra os vossos parentes, seja o acusado rico ou pobre” (4:135); “Ó crentes, sede perseverantes na causa de Deus e prestai testemunho a bem da justiça” (5:8). O governante e o governo não têm o direito de interferirem no sistema da justiça.

Igualdade perante a lei

O sistema político islâmico assegura igualdade a todos os cidadãos perante a lei. Não reconhece qualquer discriminação baseada na língua, na cor, no território, no sexo ou na descendência. O Islam reconhece a preferência de um sobre o outro, apenas na base da taqua (piedade ou temor a Deus). Islam: “Ó humanos, em verdade, Nós vos criados de macho e fêmea e vos dividimos em povos e tribos, para reconhecerdes uns aos outros. Sabei que o mais honrado, dentre vós, ante Deus, é o mais temente” (49: 13).

Conclusão
O dever do Estado Islâmico é estabelecer a prática da oração (salat) o pagamento do tributo (zakat), ordenar a prática do lícito e proibir a prática do ilícito: “São aqueles que, quando os estabelecemos na terra, observam a oração, pagam o zakat, recomendam o bem e proíbem o ilícito” (22:41). O Estado é responsável pelo bem estar de todo os cidadãos - muçulmanos e não muçulmanos. Deve suprir as necessidades básicas de todos os cidadãos. Todos os cidadãos do Estado islâmico devem desfrutar da liberdade de crença, pensamento, consciência e expressão. cada cidadão deve ser livre para desenvolver as suas potencialidades. melhorar as suas capacidades, ganhar o sustento e ter bens. O cidadão deve desfrutar do direito de apoiar ou de se opor a qualquer política d governo à qual ele pensa ser certa ou errada.

O Estado Islâmico tem o dever de cumprir as leis do Alcorão e da Sunnah. O Alcorão denuncia com veemência aqueles que não decidem seus assuntos, baseados nas revelações de Deus:

Se os julgares, faze-o eqüitativamente, porque Deus aprecia os justiceiros... Não temais, pois, os homens, e temeis a Mim, e não negocieis as Minhas leis a vil preço. Aqueles que não julgarem conforme o que Deus tem revelado serão incrédulos... Aqueles que não julgarem conforme o que Deus tem revelado serão iníquos... Em verdade, revelamos-te o Livro corroborante e preservador dos anteriores. Julga-os pois, conforme o que Deus revelou e não sigas os seus caprichos, desviando-te da verdade que te chegou. A cada um de vós temos ditado uma lei e uma norma; e se Deus quisesse, teria feito de vós uma nação; porém, fez-vos como sois, para testar-vos quanto àquilo que vos concedeu. Emulai-vos, pois na benevolência, porque todos vós retornareis a Deus, o Qual vos inteirará das vossas divergências. Incitamos-te a que julgues entre eles, conforme o que Deus revelou; e não sigas os seus caprichos e guarda-te de que te desviem de algo concernente ao que Deus te revelou. Se te refutarem, fica sabendo que Deus os castigará por seus pecados, porque muitos homens são depravados. Anseiam, acaso, o juízo do tempo da insipiência? Quem é melhor juiz que Deus, para os persuadidos?” (5:42-50)

O Estado Islâmico deve assegurar uma justa distribuição de riqueza. O Islam não crê na distribuição em pé de igualdade, uma vez que isso é contrária à lei da criação.

Finalmente, dizemos que o Estado Islâmico é baseado no modelo de Estado implantado pelo Profeta Muhammad, em Madina. E não podemos nem comparar com essas pseudas repúblicas se dizem islâmicas mas, que distanciaram tanto dos ideais de Allah SW e de seu amado Profeta SAAS. Contudo me orgulha muito ser muçulmano e ter conhecido parte de um país islâmico, a Arábia Saudita, onde pude desfrutar da segurança e do respeito que jamais desfrutei no meu país, ou em qualquer outro lugar que visitei. 
Assalamu Aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuhu! Ramadah Mubaraka

quinta-feira, julho 19, 2012

RAMADAN TERCEIRA PARTE – O TARAWI

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

"Na verdade Eu sou Allah. Não há Deus além de Mim. Serve-Me pois e estabelece a oração para Minha recordação". Cur'ane 20:14 - Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) costumava exortar os seus companheiros (Radiyalahu an-huma) para efetuarem orações facultativas à noite, durante o mês de Ramadan, sem contudo ordenar-lhes para rezarem como ação obrigatória e disse: “Aquele que observa a oração noturna nas noites de Ramadan, com fé e com a esperança e aprocura da recompensa (de Deus), todos os seus pecados serãoperdoados”. Era esta a prática até o Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) morrer, e assim continuou durante o Califado de Abu Bakr e parte inicial do Califado de Umar. Muslim 4:1663.

No tempo do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), durante 3 noites, foi efectuada em congregação a oração do Tarawi. Na quarta noite, a mesquita estava cheia, mas o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), não apareceu para dirigir o Tarawi. Na manhã seguinte informou-os de que não apareceu para não tornar compulsória a referida oração. A partir daí as pessoas observaram a oração individualmente ou em pequenos grupos, quando as condições assim o permitiam. Ainda não foi no tempo do Califa Abu Bakr (Radiyalahu an-hu), que foi instituída a oração de Tarawi em congregação. Tinha havido alguma instabilidade no país, pelo que seria difícil reunir todos para a realização do Tarawi. No Califado de Umar (Radiyalahu an-hu), com a paz e a ordem no país, foi decidido criar condições para que o Tarawi fosse feito em congregação.

Porque o Califa Umar (Radiyalahu an-hu), não era um legislador de Deus e o tempo da revelação já tinha terminado, o Tarawi não se tornou um ato obrigatório, como se tornaria se fosse feito continuadamente no tempo do Profeta (Salalahu AleihiWassalam).

O Tarawi é outra ação meritória a ser efetuada durante o mês de Ramadan. É uma oração especial noturna, em congregação, efetuada imediatamente após a oração de Ishá, antes do witr. Na maioria dos países, incluindo na Cidade Santa de Maka, consiste em 20 rakates, orientados por Hafez Cur’ane (que têm o Livro Sagrado decorado). Ao longo do mês de Ramadan, de dois em dois rakates (ciclos de oração), recitam o Cur’ane. Noutros países, o tarawi diário é feito com 8 rakates.
O Tarawi é “Sunnah Mu’akkaddah” (Sunah insistido), pelo que todo o crente o deve fazer. É alal – kifayah, isto é da responsabilidade de todos os residentes da localidade.

Devem ser criadas condições para que em todas as Mesquitas da localidade, se efetue a oração em congregação.

Abu Darda (Radiyalahu an-hu) referiu que ouviu o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) dizer: “Se ocorrer encontrarem-se (inclusive) três pessoas numa localidade, num deserto ou numa selva, e não rezarem em congregação, Satanás seguramente os dominará. Por isso recorrei às orações em congregação, porque o lobo devora a ovelha solitária”.

Abu Daoud. Caso o Tarawi não se efectue, cada um dos residentes será responsabilizado pelo fato. Se forem criadas as condições, os crentes que efetuarem a referida oração nas suas casas, estarão livres da responsabilidade. No entanto, verão as suas recompensas diminuídas.

Se por qualquer motivo chegarmos atrasados na Mesquita e se encontrar a decorrer o Tarawi e ainda não termos efectuado a oração de Ishá, antes de nos juntarmos à congregação, devemos primeiro e individualmente, efetuar a oração de Ishá. Depois juntamo-nos ao Jamah e no final, também individualmente, devemos completar os rakates de tarawi em falta.

Em anexo, segue, um duá / tassbi, produzido pela “Revista Al Furqan”, para ser recitado nos intervalos do Tarawi (de 4 em 4 rakates). Pode ser listado como “ cábula”, até o conseguirmos decorar. Façam o favor de o reencaminhar, para que todos possam beneficiar desta iniciativa.
   
Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. ( “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41
                                                  
"Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 3:17.
 “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. Cur’ane 10.10.

Cumprimentos -
Abdul Rehman Mangá - 19/07/2012

quarta-feira, julho 18, 2012

EQUÍVOCOS SOBRE O ISLAM

OS MUÇULMANOS SÃO VIOLENTOS, TERRORISTAS E/OU EXTREMISTAS?

Este é o maior equívoco sobre o Islam, resultado constante da forma como a mídia o apresenta. Quando um franco atirador ataca uma mesquita em nome do judaísmo, ou quando o IRA (Exército Irlandês) joga uma bomba em áreas urbanas, ou militantes sérvios ortodoxos violentam e matam muçulmanos inocentes, estes atos não são utilizados para esteriotipar toda uma fé. Jamais tais atos são atribuídos à religião daqueles personagens. No entanto, quantas vezes não ouvimos as palavras "Islâmico", "Fundamentalismo Islâmico", etc., ligadas à violência?

A política nos chamados "países muçulmanos" muitas vezes não tem nada a ver com os fundamentos islâmicos. Muitos ditadores e políticos usam o nome do Islam para satisfazer seus próprios interesses. Devemos separar a verdadeira religião do Islam daquilo que a mídia apresenta e, para isso, devemos sempre consultar a fonte islâmica. Islam, literalmente, significa "submissão a Deus" e a palavra Islam deriva do radical que significa "paz".

Aos olhos do mundo moderno o Islam pode parecer exótico ou mesmo extremado. Isto talvez se deva ao fato de que a religião, de um modo geral, não faz parte do dia-a-dia do Ocidente, enquanto que, para o muçulmano, o Islam é "um modo de vida" e ele não faz qualquer diferença entre o secular e o sagrado. Da mesma forma que o cristianismo, o Islam permite aos muçulmanos a luta pela autodefesa, pela defesa da religião ou para a retomada das terras de onde foram expulsos. Mas, o Islam estabelece regras rígidas de combate que incluem proibições de danos a civis e destruição de produtos agrícolas, árvores e do gado.

Em lugar nenhum o Islam recomenda ou ordena a matança de inocentes. Diz o Alcorão:

Combatei pela causa de Deus, aqueles que vos combatem; porém, não pratiqueis agressão, porque Deus não estima os agressores. (Cap. 2:190)
Se eles se inclinam à paz, inclina-te tu também a ela, e encomenda-te a Deus, porque Ele é o Oniouvinte, o Sapientíssimo. (Cap. 8:61)


A guerra, portanto, é o último recurso e, mesmo assim, está sujeita a condições rigorosas baixadas pela lei sagrada. O termo "jihad", literalmente significa "esforço", "luta", "empenho". Jihad é a luta interior da alma de cada pessoa contra os desejos egoístas para se alcançar a paz interna.

O ISLAM OPRIME AS MULHERES?

A imagem da muçulmana típica, cobrindo a cabeça, forçada a ficar em casa e proibida de dirigir, é a mais comum no imaginário das pessoas. Embora alguns países muçulmanos possam ter leis que oprimam as mulheres, isto não deve ser encarado com sendo uma conduta islâmica. Na questão da equidade de sexos, muitos desses países introduzem seus próprios pontos de vista culturais, sem levar em conta a Sharia (a lei islâmica)

Nessa questão, o Islam concede a homens e mulheres diferentes papéis e a equidade entre os dois está normatizada no Alcorão e no exemplo do Profeta (que a paz esteja com ele). O Islam olha para a mulher, não importa se solteira ou casada, como um indivíduo, com direitos próprios, com o direito de ter e dispor de seus bens. O presente de casamento dado pelo noivo à noiva, por exemplo, é dela, para seu uso pessoal. Ela mantém seu nome de família ao invés do nome da família do noivo. O requisito da modéstia no vestir é imperativo tanto para homens como para mulheres. Mohammad disse: "O mais perfeito na fé entre os fiéis é aquele que é o melhor e o mais gentil com sua esposa."

A violência contra as mulheres não é permitida e nem elas podem ser forçadas a fazer o que quer que seja contra a sua vontade. O casamento muçulmano é um acordo legal e simples, no qual cada parte é livre para incluir suas próprias condições. O divórcio não é comum, embora se reconheça como a última saída naquelas situações em que o casal não se entende mais. De acordo com o Islam, a mulher não pode ser forçada a casar contra a sua vontade: seus pais simplesmente sugerem aquele que eles achem mais adequado.


OS MUÇULMANOS ADORAM UM DEUS DIFERENTE?

Allah, nada mais é do que a palavra em árabe para Deus. Allah, para os muçulmanos, é o maior. É uma palavra árabe de significado rico, que denota o uno e único Deus e a Quem não se admite parceiros. É a mesma palavra que os judeus usam para Deus (em hebráico), que Jesus Cristo usou em aramáico quando orava a Deus. Deus tem um nome idêntico no judaismo, no cristianismo e no Islam; Allah é o mesmo Deus adorado por muçulmanos, cristãos e judeus. Os muçulmanos acreditam que a soberania de Allah é para ser reconhecida na adoração e no compromisso de obediência aos Seus ensinamentos e mandamentos, trazidos por Seus mensageiros e profetas através de todos os tempos. Contudo, deve-se notar que Deus no Islam é Um e Único. Ele, o Exaltado, não se cansa, não tem filhos ou sócios, não tem qualquer atributo humano, como muitos outros credos professam.


O ISLAM FOI DIFUNDIDO PELA ESPADA E É INTOLERANTE COM OUTROS CREDOS?

Muitos livros de colégio mostram a imagem de um cavaleiro árabe, portando uma espada numa das mãos e o Alcorão na outra, conquistando e convertendo pela força. Esta não é uma imagem correta da história. O Islam sempre respeitou a liberdade de crença. O Alcorão diz: Deus nada vos proíbe, quanto àqueles que não vos combaterem pela causa da religião e não vos expulsaram dos vossos lares, nem que lideis com eles com gentileza e equidade, porque Deus aprecia os equitativos. (Cap. 60:8)

A liberdade de crença está regulamentada no Alcorão:
Não há imposição (coerção) quanto à religião, porque já se destacou a verdade do erro (Islam). (Cap. 2:256)
O missionário cristão, T.W.Arnold, em seu estudo sobre a questão da difusão do Islam, tinha esta opinião: "… não sabemos de qualquer tentativa de forçar a aceitação do Islam pela população não islâmica, ou de qualquer perseguição sistemática com a intenção de reprimir a religião cristã. Tivessem os califas escolhidos adotado esta prática, eles poderiam ter varrido o cristianismo tão facilmente como o fizeram Fernano e Isabel, reis de Espanha, com o Islam, ou Luís XIV com o protestantismo…"

É uma função da lei islâmica protejer a condição privilegiada das minorias e é por isso que os locais de adoração dos não muçulmanos floresceram por todo o mundo islâmico. A História nos dá inúmeros exemplos da tolerância muçulmana em relação a outros credos: quando o califa Omar entrou em Jerusalem, no ano de 634, o Islam garantiu liberdade de adoração a todas as comunidades religiosas da cidade. Proclamando aos habitantes que suas vidas e propriedades estavam seguras, e que os locais de adoração jamais seriam tocados pelos muçulmanos, Omar pediu ao patriarca cristão Sofrônio que o acompanhasse na visita a todos os lugares santos. A lei islâmica também permite às minorias não islâmicas constituírem seus tribunais, a fim de que suas pr&oaucte;prias leis sejam implementadas. A vida e a propriedade de todos os cidadãos, sejam muçulmanos ou não, num estado islâmico são consideradas sagradas.

O racismo também não faz parte do Islam. O Alcorão fala somente da igualdade humana e de como todas as pessoas são iguais aos olhos de Deus:
Ó humanos, em verdade, Nós vos criamos de macho e fêmea e vos dividimos em povos e tribos, para reconhecerdes uns aos outros. Sabei que o mais honrado, dentre vós, ante Deus, é o mais temente. Sabei que Deus é Sapientíssimo e está bem inteirado. (Cap. 49:13)

TODOS OS MUÇULMANOS SÃO ÁRABES?

A população muçulmana mundial está em torno de 1,5 bilhão, portanto 1 em cada 5 pessoas no mundo é muçulmana. Há portanto, uma variedade enorme de raças, nacionalidades e cultura em todo o glogo, desde as Filipinas até a Nigéria, todos unidos em torno da fé islâmica. Somente 18% vivem no mundo árabe e a maior comunidade muçulmana se encontra na Indonésia.

Muitos muçulmanos vivem ao leste do Paquistão. 30% vivem no subcontinente indiano, 20% no Saara africano, 17% no sudeste asiático, 18% no mundo árabe e 10% na Rússia e China. Turquia, Irã e Afganistão perfazem 10% dos não árabes no Oriente Médio. Embora haja minorias muçulmanas em quase todo o planeta, inclusive América Latina e Austrália, eles são mais numerosos na Rússia e nos seus novos estados independentes, na India e na África Central. Existem cerca de 10 milhões de muçulmanos nos Estados Unidos. Podemos dizer que as população islâmica nas Américas e Austrália chega aos 5% da população.

A NAÇÃO DO ISLAM É UM GRUPO MUÇULMANO?

O Islam e a chamada "Nação do Islam" são duas religiões diferentes. A Nação do Islam é mais uma organização política, uma vez que seus membros não se limitam a uma única fé. Os muçulmanos acham que este grupo é um dos muitos que usam o nome do Islam para seu próprio benefício. A única coisa em comum entre eles é o jargão, a linguagem usada por ambos. A Nação do Islam é uma denominação imprópria; esta religião deveria ser chamada de Farrakanismo, uma vez que o seu propagador é Louis Farrakan.

Islam e farrakanismo diferem em muitas coisas fundamentais. Por exemplo, os seguidores de Farrakan acreditam no racismo e que o "homem negro" foi o homem original e, portanto, superior, enquanto que no Islam não há racismo e todos são considerados iguais aos olhos de Deus, a única diferença é com relação à fé. Há muitos outros exemplos teológicos que mostram que os ensinamentos da "Nação" têm muito pouco a ver com o verdadeiro Islam. Há muitos grupos na América que reivindicam ser os representantes do Islam e chamam seus adeptos de muçulmanos.

Qualquer estudante sério do Islam tem por obrigação investigar e encontrar o verdadeiro Islam. As duas únicas fontes autênticas que prendem todo o muçulmano são: 1. O Alcorão e 2. Os hadiths. Qualquer ensinamento sob o rótulo de "Islam", que contradiga, ou que sejam uma variação dos verdadeiros ensinamentos da crença e da prática do Islam, devem ser rejeitados e essa religião deve ser considerada um culto pseudo-islâmico. Na América existem muitos cultos pseudo-islâmicos e o farrakanismo é um deles.

TODOS OS MUÇULMANOS TÊM QUATRO ESPOSAS?

A religião do Islam foi revelada para todas as sociedade e todos os tempos e portanto, ela abrange as exigências das enormes diferenças sociais. As circunstâncias podem levar a um outro casamento, mas o direito está garantido. De acordo com o Alcorão, somente no caso em que o marido seja escrupulosamente justo. Nenhuma mulher será forçada a esta espécie de casamento se não o quiser, e ela sempre terá o direito de incluir como cláusula em seu contrato de casamento esta não aceitação.

A poligamia não é nem obrigatória nem estimulada, apenas permitida. As imagens de "sheiks com harens" não são consistentes com o Islam, porque um homem só pode ter 4 esposas se ele puder preencher as rígidas condições de tratar cada uma deles com justiça e igualdade.A permissão da prática da poligamia não está associada com a simples satisfação da paixão. Pelo contrário, está associada à compaixão com as viúvas e órfãos. Foi o Alcorão que impôs limites e condições para a prática da poligamia entre os árabes pré-islâmicos, onde ter mais de 10 mulheres significava prosperidade.

Foi o Islam que regulou a prática, limitando-a, tornando-a mais humana, instituindo direitos e condições iguais para todas as esposas. No cômputo geral, o Alcorão apenas normatiza a questão da poligamia. Não há incentivo à sua prática, a não ser que haja necessidade para tal. Também é evidente que a regra geral no Islam é a monogamia e não a poligamia. O percentual de muçulmanos que praticam a poligamia em todo o mundo é muito pequeno. No entanto, a permissão para praticar a poligamia está de acordo com a visão realista que o Islam tem da natureza humana, e de suas várias necessidades, que variam de acordo com cada lugar.

Contudo, a questão vai muito mais além do que a flexibilidade inata do Islam; é também a abordagem direta e franca com que o Islam lida com os problemas práticos. O Islam não tem uma concordância superficial ou hipócrita, por que ele investiga criteriosamente os problemas dos indivíduos e das sociedades e concede as soluções legítimas e claras que são muito mais benéficas do que se tais problemas fossem simplesmente ignorados. Não há dúvida de que a segunda esposa, legalmente casada e tratada gentilmente, é melhor do que uma amante sem qualquer direito legal ou permanente.

OS MUÇULMANOS SÃO BÁRBAROS, ATRASADOS?

Uma das razões que justificam a rápida difusão do Islam foi a simplicidade de sua doutrina. O Islam chama para a crença em um único Deus digno de adoração. Também exaustivamente instrui o homem a usar seus poderes de inteligência e observação. Em muito pouco tempo, grandes civilizações e universidades floresceram, porque, de acordo com Mohammad (que a paz esteja com ele), "a busca do conhecimento é uma obrigação para todos os muçulmanos, homens ou mulheres."

A síntese das idéias ocidentais e orientais, do novo pensamento com o antigo, trouxe grandes avanços na medicina, matemática, física, astronomia, geografia, arquitetura, artes, literatura,, história. Muitos sistemas como a álgebra, os números arábicos, e também o conceito do zero (vital para o avanço da matemática) foram transmitidos para a Europa medieval pelo Islam. Instrumentos sofisticados que tornaram possível a expansão marítima foram desenvolvidos pelo Islam, tais como o astrolábio, o quadrante e os mapas de navegação.

MOHAMMAD FOI O FUNDADOR DO ISLAM E OS MUÇULMANOS O ADORAM?

Mohammad (que a paz esteja com ele) nasceu em Meca, no ano de 570. órfão de pai e mãe muito cedo, foi criado por seu tio, que pertencia a respeitada tribo Coraix. A medida que ia crescendo, ele se tornava conhecido por sua honestidade, generosidade e sinceridade. Por causa de sua habilidade, ele era procurado para arbitrar as disputas. Mohammad tinha uma natureza profundamente religiosa e tinha horror à decadência de sua sociedade.

Adquiriu o hábito de meditar de tempos em tempos na Caverna de Hira, próximo à Meca. Com a idade de 40 anos, quando se encontrava em recolhimento meditativo, ele recebeu sua primeira revelação de Deus, por intermédio do Anjo Gabriel. Esta revelação, que continuou por 23 anos, é conhecida como Alcorão. Assim que ele começou a recitar as palavras ouvidas de Gabriel e a pregar a verdade que Deus lhe havia revelado, ele e seu pequeno grupo de seguidores sofreram tamanha perseguição, que no ano de 622 Deus lhe ordenou sair da cidade.
Este acontecimento, a Hijra, ou "migração", no qual ele deixa a cidade de Meca e se muda para Medina, marca o início do calendário muçulmano. Após muitos anos, o Profeta e seus seguidores retornaram a Meca, onde eles perdoaram seus inimigos e estabeleceram o Islam definitivamente. Antes de o Porfeta morrer, com a idade de 63 anos, a maior parte da Arábia era muçulmana e após um século de sua morte, o Islam ia desde a Espanha, no ocidente, até a China, no oriente. Ele morreu pobre.

Ainda que Mohammad (que a paz esteja sobre ele) tenha sido o escolhido para transmitir a mensagem, ele não é considerado o "fundador" do Islam, porque os muçulmanos acham que o Islam tem a mesma orientação divina enviada a todos os povos anteriormente. Os muçulmanos acreditam que todos os profetas desde Adão, Noé, Moisés, Jesus, etc. foram enviados com a orientação divina para as suas respectivas nações. Cada profeta foi enviado para o seu próprio povo, mas Mohammad (que a paz esteja com ele) foi enviado para toda a humanidade. Mohammad é o último mensageiro enviado para transmitir a mensagem do Islam. Os muçulmanos o reverenciam e o honram por tudo o que ele fez e por sua dedicação, mas não o adoram. 

Ó Profeta, em verdade, enviamos-te como testemunha, alvissareiro e admoestador! E, como convocador (dos humanos) a Deus, com Sua anuência, e como uma lâmpada luminosa.(Cap. 33:45-6).

Uma tradição fala que quando o Profeta SAAS veio a falecer a comunidade sentindo-se desamparada iniciou um movimento de tentar endeusá-lo a exemplo do que fizeram os cristãos com Jesus(AS), o então companheiro do Profeta SAAS e Abu Bakr adentrou no local e os advertiu dessa maneira: " Adoradores de Mohammad! Mohammad está morto! Adoradores de Allah! Allah vive e jamais morrerá! Esse grande companheiro do Profeta SAAS e grande defensor da fé Islâmica tornou-se o primeiro Kalifa da história do Islam. 

OS MUÇULMANOS NÃO ACREDITAM EM JESUS OU EM QUALQUER OUTRO PROFETA?

Os muçulmanos respeitam e reverenciam Jesus, que a paz esteja sobre ele, e aguardam sua segunda chegada. Acham que ele foi um dos mariores mensageiros de Deus para a humanidade. Um muçulmano nunca se refere a ele como Jesus somente, mas acrescentam a frase "que a paz esteja sobre ele". O Alcorão, no capítulo intitulado Maria, confirma a peculiariedade de seu nascimento e considera Maria como a mais pura de todas as mulheres da criação. O Alcorão descreve a Anunciação como se segue:
Recorda-te de quando os anjos disseram: Ó Maria, é certo que Deus te elegeu e te purificou, e te preferiu a todas as mulheres da humanidade! ó Maria, consagra-te ao Senhor! Prostra-te e genuflecte, com os genulexos! Estes são alguns relatos do incognoscível, que te revelamos (ó Mensageiro). Tu não estavas presente com eles (os judeus) quando, com setas, tiravam a sorte para decidir quem se encarregaria de Maria; tampouco estavas presente quando rivalizavam entre si. E quando os anjos disseram: ó Maria, por certo que Deus te anuncia o Seu Verbo, cujo nome será o Messias, Jesus, filho de Maria, nobre neste mundo e no outro, e que se contará entre os diletos de Deus. Falará aos homens, ainda no berço, bem como na maturidade, e se contará entre os virtuosos. Perguntou: ó Senhor meu, como poderei ter um filho, se mortal algum jamais me tocou? Disse-lhe o anjo: Assim será. Deus cria o que deseja, posto que quando decreta algo, diz: Seja! E é. (Cap. 3:42-47)

Jesus (que a paz esteja sobre ele) nasceu miraculosamente, pela mesma força que criou Adão (que a paz esteja com ele) , sem que ele tivesse um pai humano:
O exemplo de Jesus, ante Deus, é idêntico ao de Adão, que Ele criou do pó; então lhe disse: Seja! E foi. (Cap. 3:59)

Durante sua missão profética, Jesus realizou milagres. O Alcorão nos fala que ele disse:
Apresento-vos um sinal do vosso Senhor: plasmarei de barro a figura de um pássaro, à qual darei vida e a figura será um pássaro, com o beneplácito de Deus, curarei o cego de nascença e o leproso; ressuscitarei os mortos com a anuência de Deus. (Cap. 3:49)

Nem Mohammad nem Jesus vieram para modificar a doutrina básica que Deus, o Único, fez chegar aos primeiros profetas, mas sim confirmá-la e renová-la. O Alcorão relata que Jesus disse:
(Eu vim) para confirmar-vos a Tora, que vos chegou antes de mim, e para liberar-vos algo que vos está vedado. Eu vim com um sinal do vosso Senhor. Temei a Deus, pois, e obedecei-me. (Cap. 3:50)
O Profeta Mohammad (que a paz esteja com ele) disse: "Aquele que acredita que não há outro Deus senão Allah, que não Lhe atribui parceiros, que Jesus é o servo e mensageiro de Deus, que Maria recebeu o sopro Divino e o espírito que emanou Dele, e que o Paraíso e o Inferno são verdadeiros, será recebido no céu por Deus". (Hadith relatado por Bukhari).
Fonte:www.sbmrj.org.br