sexta-feira, dezembro 07, 2012

Maria a Mãe de Jesus no Islam (parte 1 de 3)‏

Bismillah Rahman Rahim!Em Nome de Deus o Clemente e Misericordioso

Maria, a Mãe de Jesus, detém uma posição muito especial no Islã, e Deus a proclama como a melhor mulher entre toda a humanidade, a quem Ele escolhe sobre todas as outras mulheres devido à sua religiosidade e devoção.

E lembra-lhes, Muhammad, de quando os anjos disseram, ‘Ó Maria! Por certo Deus te escolheu e te purificou, e te escolheu sobre todas as outras mulheres dos mundos. Ó Maria! Sê devota a teu Senhor e prostra-te e curva-te com os que se curvam (em oração).’” (Alcorão 3:42-43)

Ela também foi um exemplo de Deus, como Ele disse:

“E (Deus propõe o exemplo para aqueles que crêem) de Maria, a filha de Heli, que guardou sua castidade; então sopramos nela Nosso Espírito (ou seja, Gabriel), e ela acreditou nas palavras de seu Senhor e Seus Livros e foi devotadamente obediente.” (Alcorão 66:12)

De fato ela foi uma mulher adequada a trazer um milagre como o de Jesus, que nasceu sem pai. Ela era conhecida por sua religiosidade e castidade, e se fosse diferente, ninguém teria acreditado em sua alegação de ter dado à luz enquanto mantinha seu estado de virgindade, uma crença e fato que o Islã considera verdadeiros. Sua natureza especial foi um dos muitos milagres provados em sua tenra infância. Deixe-nos contar o que Deus revelou em relação à bela estória de Maria.

A Infância de Maria

“Por certo Deus escolheu Adão, Noé e a família de Abraão e a família de Heli sobre todas as outras da criação. São descendentes, uns dos outros, e Deus é Oniouvinte, Onisciente. Lembra quando a esposa de Heli (Hannah; também Ana) disse: ‘Ó meu Senhor! Eu consagro a Ti o que há em meu ventre para ser dedicado aos Teus serviços (servir Teu Lugar de adoração); então aceita-o de mim. Verdadeiramente, Tu és O Ouniouvinte, O Onisciente.” (Alcorão 3:35).

Maria nasceu para Heli e sua esposa Hannah, que era de descendência davídica vindo, portanto, de uma família de profetas, de Abraão a Noé, a Adão, que a Paz e as Bênçãos de Deus estejam sobre todos eles. Como mencionado no versículo, ela nasceu para a família escolhida de Heli, que nasceu na família escolhida de Abraão, que também nasceu em uma família escolhida. Hannah era uma mulher estéril que desejava uma criança, e ela prometeu a Deus que, se Ele a concedesse um filho, ela o consagraria a Seu serviço no Templo. Deus respondeu à sua invocação, e ela concebeu uma criança. Quando ela deu à luz, ela se entristeceu, porque sua criança era uma menina e geralmente eram os meninos que prestavam serviço no Bait-ul-Maqdis.

E quando deu à luz, ela disse, ‘Meu Senhor! Eu tive uma menina...e o menino não é igual à menina.”

Quando ela expressou sua tristeza, Deus a repreendeu dizendo:

“Deus sabe melhor o que ela deu à luz...” (Alcorão 3:36)

...porque Deus escolheu sua filha, Maria, para ser a mãe de um dos maiores milagres da criação: o nascimento virginal de Jesus, que Deus o exalte. Hannah chamou a sua filha de Maria (Mariam em árabe) e invocou a Deus que a protegesse e à sua criança de Satanás:

“E eu a chamei de Maria (Mariam), e a entrego e à sua descendência à Tua proteção, contra o maldito Satanás.” (Alcorão 3:36)

Deus de fato aceitou essa súplica, e Ele deu a Maria e seu filho que estava por vir, Jesus, um tratamento especial – que não foi dado a ninguém antes e nem a ninguém depois; nenhum dos dois foi afligido pelo toque de Satanás ao nascer. O Profeta Muhammad, que Deus o exalte, disse:

“Todos que nascem Satanás toca ao nascer, e a criança nasce chorando por causa de seu toque, exceto Maria e seu filho (Jesus).” (Ahmed)

Aqui, nós podemos ver imediatamente a similaridade entre essa narrativa e a teoria cristã da “Imaculada Conceição” de Maria e Jesus, embora aqui exista uma grande diferença entre as duas. O Islã não propaga a teoria do ‘pecado original’ e, portanto, não aceita essa interpretação de como eles eram livres do toque de Satanás, mas ao contrário essa foi uma graça dada por Deus à Maria e seu filho Jesus. Como outros profetas, Jesus foi protegido de cometer pecados graves. Quanto à Maria, mesmo se adotarmos a posição de que ela não era uma profetisa, ela todavia recebeu a proteção e orientação de Deus que Ele concede aos crentes piedosos.

“Então seu Senhor acolheu-a com bela acolhida, e fê-la crescer em pureza e beleza, e a confiou aos cuidados de Zacarias.” (Alcorão 3:37)

No nascimento de Maria, sua mãe Hannah a levou a Bait-ul-Maqdis e a ofereceu àqueles no templo para crescer sob sua tutela. Conhecendo a nobreza e religiosidade de sua família, eles discutiram sobre quem teria a honra de educá-la. Eles concordaram em tirar a sorte, e não foi ninguém menos que o profeta Zacarias o escolhido. Foi sob o seu cuidado e tutela que ela foi educada.
Milagres em sua Presença e Visitação dos Anjos

Enquanto Maria crescia, até mesmo o profeta Zacarias notou as suas características especiais, devido aos vários milagres que ocorreram na presença dela. Maria, durante o seu crescimento, recebeu um quarto recluso dentro do templo onde ela devia se devotar à adoração de Deus. Toda vez que Zacarias entrava na câmara para ver o que ela precisava, ele encontrava frutas abundantes, e fora da estação, na presença dela.

“Cada vez que Zacarias entrava na câmara, ele a encontrava provida com sustento. Ele disse, ‘Ó Maria! De onde te provém isso?’ Ela respondia, ‘De Deus.’ Certamente Deus concede sustento sem medida a quem Ele quer.” (Alcorão 3:37)

Ela foi visitada pelos anjos em mais de uma ocasião. Deus nos diz que os anjos a visitaram e a informaram de sua condição louvável entre a humanidade:

“Quando os anjos disseram, ‘Ó Maria! Deus te escolheu e te purificou (devido à tua adoração e devoção), e te escolheu (fazendo-te mãe do profeta Jesus) sobre todas as mulheres dos mundos. Ó Maria! Ore a teu Senhor devotadamente, e te prostra e te curva com aqueles que se curvam.’” (Alcorão 3:42-43)

Devido a essas visitações dos anjos e por ela ter sido escolhida sobre as outras mulheres, alguns consideram que Maria foi uma profetisa. Mesmo se ela não foi, o que é matéria de debate, o Islã a considera detentora da posição mais alta entre todas as mulheres da criação devido à sua piedade e devoção, e devido ao fato dela ter sido escolhida para o nascimento milagroso de Jesus.... continua
*********************************************************

"São aqueles aos quais foi dito: Os inimigos concentraram-se contra vós; temei-os! Isso aumentou-lhes a fé e disseram: Allah nos é suficiente. Que excelente Guardião! Pela mercê e pela graça de Deus, retornaram ilesos. Seguiram o que apraz a Deus; sabei que Allah é Agraciante por excelência." (03: 173-174)

يُرِيدُونَ أَن يطفئوا نُورَ اللّهِ بِأَفْوَاهِهِمْ وَيَأْبَى اللّهُ إِلاَّ أَن يُتِمَّ نُورَهُ وَلَوْ كَرِهَ الْكَافِرُونَ

......Desejam em vão extinguir a Luz de Deus com as suas bocas; porém, Deus nada permitirá, e aperfeiçoará a Sua Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos!

Mohamad ziad -محمد زياد


Islamismo Online: www.islamismo.org
duvidas/ informações: info@islamismo.org

quinta-feira, dezembro 06, 2012

TEMA DA SEMANA: A MORAL E O CARÁCTER

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

Os verdadeiros servos de Deus, são aqueles que andam pacificamente pela terra e quando os insolentes lhes falam, eles dizem “Salam – Paz”. Cur’ane 25:63 “Certamente que a razão pela qual muitas pessoas entrarão no Paraíso, será a piedade e o bom comportamento”. Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam).
 
A moral e o carácter, são os princípios fundamentais do Islão. Deus e os Seus Profetas exortam os crentes para a boa conduta. Seguindo os referidos ensinamentos, a Umah seguirá o bom caminho e viverá em paz e em harmonia. As leis emanadas por cada país, refletem, em parte, o desejo dos seus povos, procurando a caminhos para a prosperidade. Algumas leis terrenas, vão ao encontro das recomendações divinas e outras fariam corar de vergonha, a qualquer um dos Profetas se novamente descesse à terra. São célebres as palavras proferidas pelo Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) e referidas pelo Imam Malik (Rahmatulah Aleihi), no seu livro de hadices: “Eu fui enviado para um perfeito e bom carácter”. Ainda sobre o assunto, Imam Malik refere o último conselho que Muadh Ibn Jabal (Radiyalahu an-hu) recebeu do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam): “Faça bom o teu carácter, para as pessoas”. Numa outra passagem, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Os melhores dentre vós, são aqueles que são melhores na moral”. Muslim 30:5740.

A importância da moral na sociedade, fez com que muitos piedosos se preocupassem com esta matéria, compilando livros contendo regras de conduta, com ênfase na moral e no carácter, com vista à convivência pacífica entre as pessoas. É o caso do Imam Bukhari, que para além de compilar milhares de ditos do Profeta e dos seus companheiros, deixou-nos um importante livro denominado: “Al-Adab Al-Mufrad” – O Código para a vida cotidiana – O exemplo dos primeiros muçulmanos. Dada a importância da moral e do carácter para a conduta do ser humano, outros nossos antepassados que se dedicaram à transmissão escrita de hadices, também tiveram o cuidado de compilar estes temas em livros separados.

A principal característica dos crentes, é o de se preocuparem com a moral e com o carácter.

Consideram o mundo como um lugar de passagem, onde são “construídos os alicerces do paraíso” que os irão acompanhar eternamente. É um lugar de teste, muitas vezes difícil de se resistir às tentações. É como um aluno que está a ser examinado: uma distração, um erro, poderão ser fatais e colocar em causa um longo período de preparação. A cada momento da vida dos crentes, é um exame para os seus corpos e para as suas almas. Porque o tempo de vida é limitado, utilizam-no de uma forma rentável e produtiva. Como o Zakat purifica as suas riquezas, a moral e a boa conduta purificam os seus corpos, as suas almas e o relacionamento com todos os que o rodeiam. Sabem controlar-se, não proferem palavras obscenas e não se metem na vida dos outros. Porque sabem que as bebidas alcoólicas são proibidas e prejudiciais, não as consomem e não se atrevem a oferecer, mesmos para os não muçulmanos. Têm muito cuidado com a língua e com as suas partes íntimas, porque constantemente se lembram do dito do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam): “Uma pessoa que salvaguarda o que tem entre as suas mandíbulas (a língua) e o que tem entre as pernas, garante-lhe a entrada no paraíso”. Bukhari e Muslim.

Os muçulmanos vivem espalhados pelo mundo onde existem diversas religiões e diversas formas de estar na vida. O crente procura viver em paz e em harmonia com os seus vizinhos e colegas de trabalho. Porque não vive só neste mundo, procura saber os principais fundamentos das religiões que eles professam. Aproveita a oportunidade para esclarecer que o islam é uma religião de Paz, contrariamente ao que muitos pensam. É a sua boa conduta que facilita essa interação. Ao utilizar os novos meios de comunicação, rejeita todos os emails e as mensagens de carácter imoral. Apaga as referidas mensagens e alerta o remetente para se abster deste tipo de mensagens. Não utiliza palavras injuriosas, porque sabe que o retorno delas são mais agressivas. O Profeta Muhammad, que a Paz e as Bênçãos de Deus estejam com ele, referiu: “Um dos pecados mais graves, é quando um homem insulta os seus próprios pais. Alguém perguntou: “ Acaso iria alguém insultar os seus próprios pais?”

Respondeu: “ Sim, é quando um homem maldiz ao pai de alguém e este replica com o mesmo; é quando um homem maldiz a mãe de alguém e este replica com o mesmo.”

Nas sociedades ditas modernas, alguns chefes de família, pouco se importam com os comportamentos dos seus filhos e dos que estão à sua responsabilidade. Muitas vezes, mesmo importando-se, não têm voz ativa e são acusados de atrasados historicamente. “O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) recomendou-nos para termos cuidado, porque cada um de nós é o pastor e responsável no que diz respeito ao seu rebanho. Um homem é responsável e guardião sobre os membros da sua família. Será questionado da maneira como os cuidou, na saúde, na educação e na conduta moral”. Muslim.

Outra característica dos crentes, é o de se preocuparem com a fé dos seus entes queridos. Nas suas preces pedem a Deus para manter os seus no caminho da verdade, da moral e da boa conduta. Por isso pedem a Deus: “Rabbaná hab laná min az wá jiná wa zurriátiná kurrata ã-iu-ninn waj-ãlná lil mutaquína imama” Cur’ane 25:74. ”Ó Senhor nosso, abençoa-nos com esposas e filhos, que possam ser o conforto para os nossos olhos e faze de nós líderes dos justos”. “conforto dos nossos olhos” significa que os seus olhos possam vê-los envolvidos no cumprimento dos mandamentos de Deus. Que também os possam vê-los com saúde e bem estar. O melhor consolo para seus olhos, é vê-los obedientes a Deus e ao Seu Mensageiro. Assim eles são os verdadeiros líderes para as suas famílias, porque se preocupam com a salvação dos seus e os aconselham o bem. “Ó vós que credes! Afastai-vos vós mesmos e as vossas famílias do fogo, cujo combustível são os homens e as pedras.” Cur’ane 66:6

Eles terão alegrias neste e no próximo mundo, conforme referiu o Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam): “Quando um ser humano morre, suas ações findam, com excepção de três coisas: sadaqah Jaariyah (por exemplo, uma obra que perdure e que beneficie os muçulmanos); O ilm (saber) cujo benefício continua a ser obtido pelas pessoas (por ex. livro religioso escrito); e um filho crente que faz a prece para ele.” – Bukhari e Muslim.

Os crente são pacientes. Quando um espinho se atravessa nas suas vidas, ou quando perdem um ente querido, conformam-se e recitam : “Inna Lilahi Wa Inna Ileihi Rájiuna – Proviemos de Deus e para Ele retornaremos” Cur’ane 2.156, porque tudo o que existe na terra e nos céus pertence a Deus. Tudo que temos, o nosso próprio corpo com o qual vivemos, os nossos bens, os nossos filhos, a nossa família, na substância, nada nos pertence. Inclusivamente as nossas almas, que um dia se separarão dos nossos corpos, ao nosso Criador pertencem e para Ele retornarão.

“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. 14:41.

"Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 3:17.

“Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

sexta-feira, novembro 30, 2012

TEMA DA SEMANA – DEUS E O PERDÃO.

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

E quem cometer uma má ação ou se condenar e então (se arrepender) e implorar perdão a Deus, sem dúvidas que O encontrará Indulgente, Misericordiosíssimo”. Cur’ane 4.110.

Nos primeiro anos da profecia, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) preocupou-se em incutir na mente das pessoas de que LA ILAHA – ILLA LLAH- Não há outra divindade, senão Deus, a única Divindade. Advertiu os residentes de Maka da gravidade de três pecados graves que prevaleciam na sociedade árabe da altura: O Shirk, assassinato e o adultério. E explicou estes três grandes pecados:
1) o shirk, associar alguém a Deus que nos criou;
2) matar o seu próprio filho, com receio do seu sustento e 
3) cometer adultério com a esposa do próximo. Bhukari e Muslim. 
Somos responsáveis pelos nossos atos e pelos nossos pecados cometidos. Para cada pecado, uma punição. Os que abraçaram o Islam, antes idólatras e pecadores, ficaram preocupados quando foram revelados os seguintes versículos: “Aqueles que não invocam, com Deus, outra divindade, nem matam ser que Deus proibiu matar, senão legitimamente, nem cometem adultério; (pois sabem que) quem assim proceder, receberá a sua punição”. “No Dia da Ressurreição ser-lhe-á duplicado o castigo; então aviltados, se eternizarão (nesse estado)” Cur’ane 25:68 e 69.

Mas ficaram aliviados após a revelação do seguinte versículo “Salvo aqueles que se arrependem crerem e praticarem o bem; a estes Deus computará as más ações como boas, porque Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo”. Cur’ane 25:70.

Ficaram agradecidos com a oportunidade que lhes era concedida para redimirem os seus grandes pecados, com um arrependimento sincero (desde que os não voltassem a praticar). Este versículo tranquilizou os seus corações e foi considerado como uma grande bênção do Criador, já que muito poucos os que abraçaram o Islão, estavam isentos deste tipo de pecados.

Deus perdoa os Seus servos, que se voltam para Ele arrependidos e reformulam o seu modo de vida. Nos hadices do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) constam várias passagens de pessoas que cometeram graves pecados e que Deus aceitou os seus arrependimentos. Um dos exemplos foi do homem que matou uma centena de pessoas, cuja passagem foi referida numa das minhas mensagens anteriores. Seguem mais alguns exemplos:

1 Tabarani referiu um incidente ocorrido com Abu Huraira (Radiyalahu an-hu): “Um dia depois da última oração da noite (ishá), quando Abu Huraira voltava para casa, viu uma mulher que se encontrava à porta da casa. Saúdo-a e entrou. Fechou a porta e ocupou-se nas orações voluntárias. Depois de algum tempo, a mulher bateu a porta.

Depois de abrir a porta, ele perguntou o que ela pretendia. Respondeu de que tinha um problema: ela havia cometido adultério, engravidou, deu á luz e matou o filho. Ela pretendia saber se havia alguma oportunidade do seu grave pecado ser perdoado, Abu Huraira respondeu que não. Agoniada, ela voltou-se para ele e disse: “este belo corpo foi criado para o fogo!”.

Na manhã seguinte, depois da primeira oração, Abu Huraira relatou o sucedido ao Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), que lhe disse que a resposta dele foi incorrcta e lhe perguntou se não tem lido os seguintes versículos do Cur’ane : “Aqueles que não invocam, com Deus, outra divindade……. Salvo aqueles que se arrependerem” . (Ver os versículos 25:68 a 70 atrás referidos). Depois de ouvir esta palavras, Abu Huraira foi à procura da mulher e a encontrou na hora de ishá. Ele deu-lhe a notícia da resposta do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam). Quando acabou de ouvir, ela prostrou-se no chão e agradeceu a Deus, pois tinha sido aberto um caminho para o arrependimento, para o perdão e para a prática das boas ações.

2 Outro incidente semelhante foi referido acerca de homem velho que foi ter com o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) e lhe perguntou: “Ó Mensageiro de Deus, toda a minha vida foi passada em pecado. Não há pecado que eu não tenha cometido, tanto assim que os meus pecados se fossem distribuídos a todo o povo do mundo, todos eles seriam condenados. Existe alguma maneira de obter o perdão?”. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) perguntou: “Você abraçou o isslam?” Ele confirmou recitando: “Eu testemunho de que não há nenhum deus senão Allah e que Muhammad é o mensageiro de Deus”. O Profeta disse: “Volte, Deus perdoa tudo e tem poder de mudar suas más obras em boas acções”. Ele perguntou: “É sobre todos os meus crimes e erros?” O Profeta respondeu: “Sim, é sobre todos os seus crimes e erros” O homem retirou-se dizendo: “La ilaha illa llah - Allahu Akbar- Não outra divindade excepto Deus – Deus é o Maior”. Ibn Khatir.

3 Alguns idólatras que mataram inocentes e praticaram adultério, foram ter com o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) e disseram: “O que estás a dizer e a chamar as pessoas é bom, mas só se nos disser se há maneira de nós expiarmos as maldades que praticamos  Então foram revelados os versículos 25:68 a 70, acima referidos “Aqueles que não invocam, com Deus, outra divindade……. Salvo aqueles que se arrependerem”, e também o seguinte versículo: “E dize (Ó Muhammad); “Ó meus servos que se excederam contra si próprios, não desespereis da misericórdia de Deus; certamente Ele perdoa todos os pecados, porque Ele é o Indulgente, o Misericordiosíssimo”. Cur’ane 39.53. Quem se arrepender com sinceridade, não associar ninguém a Deus, iniciar uma nova vida de fé, de obediência a Deus e ao Seu Mensageiro, praticando boas ações, no dia da Ressurreição encontrará Deus, o Perdoador e o Misericordioso, que lhe substituirá os pecados cometidos pelas boas ações.

Dos exemplos atrás referidos, não se podem tirar ilações de intencionar pecar, para depois obter o perdão de Deus. Se alguém tiver intenção de cometer um grave pecado, por exemplo o adultério, pensando que se arrependerá depois e por isso Deus o perdoará, estará lançando fogo sobre si próprio. Todos os nossos actos serão julgados de acordo com as nossas intenções.

“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. 14:41. "Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10.
Cumprimentos
Abdul Rehman Mangá
29/11/2012

segunda-feira, novembro 26, 2012

Pequena descrição sobre a Crença nos Anjos Segundo o Islam

Bismi Lahi, Arhamani , Rahim,

Allah SW criou os anjos através da luz e incumbiu-lhes várias funções para serem executadas. 
Características dos Anjos:
1) Os anjos são invisíveis;
2) Não cometem nenhum pecado e não desobedecem às ordens de Allah SW;
3) Cumprem as ordens de Allah SW;
4)Ninguém, exceto Allah SW sabe por certo o número deles;
5) De todos eles destacam-se quatro:
a) Sayyduna Jibrail (AS);
b) Sayyduna Mikáil (AS);
c) Sayyduna Izráil (AS);
d) Sayyduna Issráfil (AS).
6) Sayydyna Jibrail foi o anjo que trouxe as revelações, Livros e Mensagens de Allah SW aos Profetas. Também fora enviado a fim de ajudar na luta contra os inimigos dos Profeta;
7) Sayyduna Mikáil é o responsável pela alimentação e a chuva. Outros anjos trabalham sob seu comando nas nuvens, no mares, rios e nos ventos. Ele, após receber a ordem da parte de Allah, incumbe aos anjos a tarefa ordenada.
8) Sayyduna Izráil é encarregado de tirar as almas, ou seja, é o anjo da morte. Inúmeros anjos trabalham sob seu comando. Alguns tiram as almas dos piedosos enquanto outros tiram muito duramente as almas dos pecadores e malfeitores.
9)Sayyduna Issráfil soprará as trombetas no Dia do Juízo Final. O som da trombeta destruirá todas as coisas existentes no mundo e, ao , assoprar pela segunda vez, todas as almas ressuscitarão com a ordem de Allah SW;
10) Dois anjos permanecem com os humano. Um deles anota as boas ações e o outro as más. Eles são conhecidos por Kiráman - Kátibin;
11) Há ainda dois que questionam a alma do ser humano após a morte. Eles são conhecidos por Munkar - Nakir;
12) Existem ainda anjos encarregados do Inferno e outros do Paraíso. Alguns encarregam-se de cuidar das crianças, das pessoas idosas, dos fracos etc.;
13) Através do Qur'An e Ahadith, fica-se a saber que existem outros anjos que têm igualmente outras funções.

Fonte: Taleemul HAQ - páginas 33 e 34 - Traduzido por Moulana Ridwan D. Ismael

quinta-feira, novembro 22, 2012

10 OU MAIS RECOMPENSAS E UM SÓ CASTIGO

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) JUMA MUBARAK 

“Quem tiver praticado o bem, receberá recompensas, DEZ VEZES mais pelo mesmo; quem tiver cometido um pecado, receberá um castigo equivalente. Nem um nem outro, serão tratados injustamente”. Cur’ane 6:160 A Misericórdia de Deus é imensa. Quem intencionar praticar uma boa acção e não a praticar, será escrito para ele, uma boa acção. Se acabar por praticar a boa acção, serão registadas 10 BOAS OBRAS, que podem ser 700 ou ainda multiplicadas.

Deus é Generoso. Quem praticou uma má acção, será registado somente um pecado. Se Deus assim o entender, poderá apagar este registo e só os merecedores do castigo é que serão castigados. Se ele não praticar a má acção que tinha em mente, então será registada uma boa acção, porque ele deixou de praticar essa má acção, por temer a Deus. Mas se ele deixou de praticar essa má acção porque a sua atenção se desviou para outras tarefas, ou se esqueceu, Deus não mandará registar nem uma boa nem uma má acção. No entanto se essa intenção de praticar o mal, não foi concretizada por preguiça ou por falta de meios para a praticar e que o coração mantém a intenção, então será registada uma má acção. “…Temos castigado, acaso, alguém, além do ingrato?” Cur’ane 34:17. Deus é Conhecedor de tudo e é Equitativo na Sua justiça.

Deus promete o perdão a todos os crentes que se arrependem e que não O associem a ninguém. Se os pecadores se apresentarem arrependidos a Deus, mesmo com pecados que eles próprios consideram imperdoáveis, Deus, com a sua infinita Misericórdia, os perdoará. “Todos os filhos de Adão são pecadores. Mas o melhor dos pecadores, é aquele que se arrepende e pede perdão”. Tirmidi.

São inúmeros os exemplos da multiplicação das recompensas, pela prática das boas acções. Abu Said (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Na verdade, quem jejua por um dia para a satisfação de Deus, o Criador irá manter longe, o rosto do fogo (do inferno), o equivalente a uma distância percorrida por um viajante, de SETENTA ANOS. Bukhari. Porque o Ramadan, é um mês de sacrifícios, onde o crente alia o jejum às diversas actividades religiosas, a recompensa de Deus nesse mês é incontável. Uma oração obrigatória efectuada nesse mês, é recompensada como se tivesse efectuado 70 ORAÇÔES obrigatórias fora do Ramadan. Porque Deus é conhecedor da fraqueza do ser humano, concedeu-nos anualmente a noite de Lailatul Qadr, a Noite do Poder, melhor do que MIL MESES. Quem passar essa noite, fazendo as orações e preces, com a intenção de obter o perdão de Deus, serão todos os seus pecados perdoados.

No dia de Juma, o crente que fizer a sua ablução e dirigir-se à Mesquita para fazer a oração e escuta com toda a atenção o khutbá (sermão), Deus lhe perdoará as faltas até o próximo dia de Juma e mais 3 dias. Muslim. As recompensas pela realização de orações em congregação, são também multiplicadas. São superiores a 25 OU 27 VEZES em relação às orações praticadas individualmente. Bukhari. 

Para facilitar a estadia do crente na sua sepultura, depois ser levantado e responder às perguntas dos dois anjos, Deus manda expandir a sua sepultura em mais de SETENTA VEZES e enche-o com verduras, até ao dia da Ressurreição. Muslim.

A compaixão, a misericórdia e a cordialidade, devem também ser incentivadas e multiplicadas entre os crentes. Abdullah Ibn Umar referiu que um homem veio ter com o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) e perguntou: “Ó apóstolo de Deus! Quantas vezes devo perdoar o empregado? O Profeta não respondeu. Voltou o homem a perguntar e novamente o Profeta manteve-se em silêncio. Quando ele perguntou pela terceira vez, o Profeta respondeu: “Perdoa-lhe SETENTA VEZES ao dia!”. Muslim.

“...Nenhuma alma receberá outra recompensa que não for a merecida; e nenhum pecador arcará em culpas alheias…”. Cur’ane 6:164. Nenhuma pessoa será prejudicada, carregando o fardo alheio. Cada um responderá pelos seus pecados e ninguém será defraudado. O bem para quem praticou o bem e o mal para quem se desviou da verdade. “Quem praticar o bem, será em benefício próprio; quem praticar o mal, o fará em seu detrimento. Logo retornareis ao Vosso Senhor”.Cur’ane 45:15. 

Esta será a justiça de Deus, que ocorrerá no Dia da Ressurreição. Não nos devemos mortificar, praticando actos fora das nossas possibilidades físicas.

O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) desaprovou a atitude exagerada duma mulher que passava as noites envolvida em orações e aconselhou: “As boas acções devem ser efectuadas de acordo com as nossas capacidades. Deus não se cansa de dar recompensas até você ficar cansado de fazer boas acções.” Bukhari. O Profeta aconselhou aos seus companheiros de que o mais amado por Deus, são as obras feitas regularmente ao longo da vida, mesmo que sejam consideradas poucas.

“Na realidade, Allah e os Seus anjos, derramam bênçãos sobre o Profeta: Ó vós que credes, pedi bênçãos para ele e saudai-o com respeitosa saudação”. Cur’ane 23:56. Quando cumprirmos com esta exortação do nosso Criador, também somos beneficiados com a multiplicação das recompensas, segundo o relato de Abdullah b. Amr b. al-As: “O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Quando ouvirem o muazin (chamamento para a oração), repitam o que ele diz e invoquem uma bênção para mim. Quem invocar uma bênção para mim, receberá de Allah, DEZ BÊNÇÂOS. Depois peçam a Allah al-wasila para mim, que é o grau mais elevado do paraíso, somente destinado a um dos servos de Deus e eu espero que possa ser eu. Quem solicitar al-wasila para mim, terá a garantia da minha intercessão”. Muslim.

Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41.

"Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 3:17.

“Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. “E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10. 

Um bom dia de Juma -Cumprimentos -Abdul Rehman Mangá -22/11/2012

O comportamento com os irmãos muçulmanos- Parte II

O muçulmano deve cumprir as suas obrigações para com seus irmãos muçulmanos, considerando esses deveres uma devoção a Deus, uma vez que foi Ele quem estabeleceu tais obrigações e entre as atitudes que o muçulmano terá que cumprir em relação aos seus irmãos são:

1- cumprimenta-lo pela saudação da paz e com as mãos, e a resposta deverá ser igual ou melhor, sendo que a ordem será da seguinte forma como disse profeta (SAS): “cumprimente quem está na sua montaria ao pedestre, ao pedestre ao sentado, e os que estão em pouco número aos que estão em número maior, o cumprimento se estende àqueles que você conhece e àqueles que você não conhece, sendo muçulmanos ou não muçulmanos”. 

2- fazer súplicas a ele quando espirrar e fazer louvores a Deus, dizendo: “Deus tenha misericórdia de ti- e quem espirrou diz: – que Deus me perdoe e te perdoe, ou: que Deus lhes guie e acerte todos os seus passos.”

3- visita-lo se este ficar doente e suplicar a Deus para que proporcione a sua cura.

4- que acompanhe seu funeral.

5- fazer cumprir seu juramento, se não implicar no pecado.

6- dar-lhe conselho quando for solicitado.

7- que deseje ao seu irmão o que deseja para si mesmo, disse o profeta (SAS): “não é crente aquele que não deseja para seu irmão o que deseja para si mesmo, e completou, o exemplo dos crentes no seu carinho, piedade e compaixão como se fosse um só corpo, se um órgão adoecer o restante do corpo fica febril e passa a noite em claro”.

8- deve apoiá-lo e não decepciona-lo se ele estiver sendo injustiçado e se ele está praticando injustiça deve impedi-lo, disse o profeta (SAS): “o muçulmano é o irmão do muçulmano, não deve injustiça-lo, decepciona-lo e nem despreza-lo”.

9- não deverá causar nenhum dano a ele, disse o Profeta (SAS): “tudo o que um muçulmano tem é vedado a outro muçulmano, sua vida, seus bens, sua dignidade e honra” e disse também: “não é permitido ao muçulmano aterrorizar outro muçulmano” e completou “não é permitido ao muçulmano olhar de um modo que prejudique seu irmão” e disse “o verdadeiro muçulmano é aquele que os outros muçulmanos são salvos de sua língua e de suas mãos”.

10- que seja humilde para com seus irmãos, não arrogante e não deve fazê-lo levantar para se sentar em seu lugar.

11- não deve abandoná-lo porque o Profeta (SAS) disse: “não é permitido ao muçulmano abandonar seu irmão acima de três dias, e quando ambos se encontram o melhor entre ambos é aquele que começa cumprimentando o outro”.

12- não deve falar mal dele na sua ausência, despreza-lo, apontar seus defeitos ou debochar dele, também não deve apelidá-lo de modo pejorativo, nem fazer intriga contra ele, disse o profeta(SAS): “não existe um sujeito pior que aquele que despreza seu irmão muçulmano” e completou “não entrará no paraíso aquele que faz intrigas”, disse também: “a maledicência apaga os méritos como o fogo se alastra no capim seco”.

13- não deve insultá-lo vivo ou morto, disse o Profeta (SAS): “se um homem alegar que o outro é incrédulo ou transgressor e este não o é, o mesmo será taxado de estes dois atributos” disse também: “um dos maiores pecado é que o homem insulte seus próprios pais disseram (seus companheiros) alguém ousa insultar seu próprios pais? Respondeu: sim, ele insulta o pai do outro, o outro responde insultando seu próprio pai e mãe”.

14- não deverá ter inveja, má suspeita, ódio ou espiar seu irmão, disse o profeta(SAS): “não se invejem, não se odeiem, não se espiem, e não divirjam e sejam servos de Deus irmãos”.

15- não deverá enganá-lo, disse o Profeta (SAS): “quem nos engana não faz parte de nós”.

16- não devera traí- lo, mentir para ele, nem protelar no pagamento das dividas para ele, disse o profeta(SAS): “quatro características, quem as tiver é considerado um puro hipócrita e quem tiver uma delas terá uma característica da hipocrisia até deixa-la, são elas: quanto lhe confiado algo, trai; quando fala, mente; quando promete, não cumpre; e quando diverge, transgride os limites”.

17- deverá ter bom comportamento para com ele, fazer bem a ele e não causar danos, encontrá-lo com expressão facial aberta, aceite suas boas obras e perdoe suas falhas, não deverá sobrecarrega-lo.

18- respeita-lo se for maior de idade e trata-lo com piedade se for menor, disse o Profeta (SAS): “não faz parte da nossa nação quem não respeita os nossos idosos e não tem piedade dos nossos menores”.

19- deverá ser justo e equitativo com ele, mesmo que seja contra si próprio.

20- deverá perdoar as suas falhas e não espalhar seus segredos, não deve permitir que falem mal dele em sua presença.

21- que ajude-o quando necessitar e interceda para que ele possa resolver seus problemas, disse o profeta(SAS): “quem alivia uma aflição das aflições desta vida a um crente, Deus aliviará uma aflição no dia do julgamento, e quem facilita as coisas para quem esta com dificuldades Deus facilitará para ele nesta vida e na outra; e quem não espalha os segredos alheios de um muçulmano, Deus não o escandalizará nesta vida nem na outra; e Deus esta no auxilio de seu servo enquanto este esta no auxilio de seus irmãos”.

22- devera dar proteção e auxilio quando solicitado, recompensa-lo pelos favores e fazer suplicas a Deus por ele.

Considerações finais:
É importante dizer que esses comportamentos são válidos para irmãos muçulmanos e não muçulmanos.

Orientado pro Shekh Abdu Osman

Fonte:http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_canal=54&cod_noticia=17158

terça-feira, novembro 20, 2012

SAHABA(Companheiro do Profeta) - Nuaim B Massud

Bismillah!

Nuaim b. Massud

O Nuaim b. Massud foi o protótipo do que o leitor imagina quando pensa num filho do deserto. Era um jovem perspicaz, sempre alerta, que jamais achava qualquer problema difícil de resolver  ou situação complicada demais para ser contornada. Sempre achava uma solução ou uma maneira de se sair bem, dum modo que jamais ocorreria a qualquer outro, e isso devido à intuição rápida e brilhante com a qual Deus o havia dotado.

O único porém, é que ele era dado aos prazeres e à dissolução, coisas que ele procurava em Yaçrib, entre os judeus. Sempre que ansiava por um entretenimento amoroso ou por ouvir música, selava seus animais de montaria, saía da sua terra tribal, em Najd, e tocava para Yaçrib. Aí, ele gastava o seu dinheiro nas tavernas dos judeus, que o entretinham prodigamente. Por causa das suas freqüentes viagens a Yaçrib, o Nuaim b. Massud se pôs em bons termos com os judeus que ali viviam, especialmente com os de Banu Curaiza.

Quando Deus abençoou toda a humanidade, enviando o Seu Profeta (SAAS) com a religião da verdade e diretriz, a começar por Makka – que foi a primeira cidade a ouvir a mensagem da retidão –, o Nuaim b. Massud não se encontrava muito longe. Em espírito, contudo, ele estava num outro mundo, num mundo de devaneio e dissipação. Ele rejeitava a mensagem da verdade, por temer que ela se fosse colocar entre ele e os seus prazeres. Não demorou muito para que ele fosse atraído para as fileiras dos mais hostis inimigos do Islam, e portasse uma espada nas guerras contra os muçulmanos.

Na Batalha dos Confederados, entretanto, o Nuaim b. Massud instituiu um novo começo para si, que proporcionou, com suas ações, um novo capítulo para a história da missão do Islam. Esse capítulo iria tornar-se um dos mais assombrosos exemplos de estratégia guerreira, e continua sendo, até hoje, o favorito, por causa do seu planejamento fascinante e do seu astuto herói.

Para entender a estória do Nuaim b. Massud, a pessoa precisa estar a par dos antecedentes dos eventos que se desenrolaram quanto à Batalha dos Confederados. Essa batalha recebeu esse nome por causa dos aliados que foram arrebanhados pelos homens de Banu Nadir, uma tribo de judeus que estavam vivendo em Madina. Os líderes de Banu Nadir deram início a uma campanha secreta, na qual se engajaram, tentando aliciar aliadados, e procurando apoio para uma guerra ao Profeta (SAAS) e à religião deste.

Eles foram para Makka, onde incitaram os coraixitas a se prepararem para uma nova campanha contra os muçulmanos, e prometeram que juntariam suas forças às deles, tão logo os coraixitas chegassem a Madina. Todos concuíram o plano, estabelecendo uma data em que os dois exércitos ir-se-iam encontrar.

Então os de Banu Nadir foram a Najd, onde incitaram os de Ghatafan(Ghatafan – uma grande confederação de árabes que viviam em Najd) a se juntarem a eles numa guerra contra o Islam e o seu profeta. O plano deles era sobrepujarem os muçulmanos, e porem um completo fim àquela nova religião. Eles afirmaram que já haviam concluído um tratado com os coraixitas, conseguiram chegar a um mesmo acordo com os de Ghatafan e os informaram acerca do encontro.

Então os coraixitas saíram de Mkka com o seu enorme exército de cavalaria e infantaria, liderado por Abu Sufyan b. Háris, e se puseram a marchar em direção a Madina. Do mesmo modo, os de Ghatafan saíram de Najd com toda a sua força combatente, liderada por Uyayna b. Hisn. Na vanguarda das forças dos de Ghatafan estava o herói da nossa estória, o Nuaim b. Massud.

As notícias das forças que avançavam chegaram ao Profeta (SAAS); então ele chamou os Companheiros, e estabeleceu um conselho com eles. Debateram as possíveis corentes de ações em aberto para eles, e decidiram-se por cavarem uma trincheira ao redor da cidade, para estancar o assalto dos Confederados, que eram muito numerosos para que os muçulmanos os encarassem em batalha. Até hoje aquela batalha é conhecida como a Batalha da Trincheira, trincheira essa que foi cavada para retardar o exército invasor.

Logo que os exércitos se aproximaram de Madina, os líderes dos Banu Nadir se encontraram com os líderes dos Banu Curaiza, outra tribo judaica que vivia em Madina. Aqueles encorajaram a estes a se unirem às forças que convergiam sobre o Profeta (SAAS), vindas de Nadj e de Makka. A resposta dos de Banu Curaiza foi como se segue:

“Nós achamos o vosso plano muito atraente, e gostaríamos de nos juntar a vós. No entanto, vós sabeis que nós assinamos um tratado de paz com Mohammad com a cláusula de que mantenhamos relações amigáveis e pacíficas com os muçulmanos, em troca de vivermos em Madina em completa segurança e com liberdade religiosa. A tinta, no documento, ainda não secou. Também tememos que se Mohammad vier a vencer esta guerra, ele nos irá pegar pra valer, e nos extirpará de Madina, em retaliação à nossa traição!”

O líderes dos Banu Nadir não iriam desistir tão facilmente, e persistiram em convencer os de Banu Curaiza a se juntarem ao plano, e quebrarem sua promessa feita a Mohammad (SAAS). Eles fizeram 

Então os coraixitas saíram de Mkka com o seu enorme exército de cavalaria e infantaria, liderado por Abu Sufyan b. Háris, e se puseram a marchar em direção a Madina. Do mesmo modo, os de Ghatafan saíram de Najd com toda a sua força combatente, liderada por Uyayna b. Hisn. Na vanguarda das forças dos de Ghatafan estava o herói da nossa estória, o Nuaim b. Massud.

As notícias das forças que avançavam chegaram ao Profeta (SAAS); então ele chamou os Companheiros, e estabeleceu um conselho com eles. Debateram as possíveis corentes de ações em aberto para eles, e decidiram-se por cavarem uma trincheira ao redor da cidade, para estancar o assalto dos Confederados, que eram muito numerosos para que os muçulmanos os encarassem em batalha. Até hoje aquela batalha é conhecida como a Batalha da Trincheira, trincheira essa que foi cavada para retardar o exército invasor.

Logo que os exércitos se proximaram de Madina, os líderes dos Banu Nadir se encontraram com os líderes dos Banu Curaiza, outra tribo judaica que vivia em Madina. Aqueles encorajaram a estes a se unirem às forças que convergiam sobre o Profeta (SAAS), vindas de Nadj e de Makka. A resposta dos de Banu Curaiza foi como se segue:

“Nós achamos o vosso plano muito atraente, e gostaríamos de nos juntar a vós. No entanto, vós sabeis que nós assinamos um tratado de paz com Mohammad com a cláusula de que mantenhamos relações amigáveis e pacíficas com os muçulmanos, em troca de vivermos em Madina em completa segurança e com liberdade religiosa. A tinta, no documento, ainda não secou. Também tememos que se Mohammad vier a vencer esta guerra, ele nos irá pegar pra valer, e nos extirpará de Madina, em retaliação à nossa traição!”

O líderes dos Banu Nadir não iriam desistir tão facilmente, e persistiram em convencer os de Banu Curaiza a se juntarem ao plano, e quebrarem sua promessa feita a Mohammad (SAAS). Eles fizeram 

Então os coraixitas saíram de Mkka com o seu enorme exército de cavalaria e infantaria, liderado por Abu Sufyan b. Háris, e se puseram a marchar em direção a Madina. Do mesmo modo, os de Ghatafan saíram de Najd com toda a sua força combatente, liderada por Uyayna b. Hisn. Na vanguarda das forças dos de Ghatafan estava o herói da nossa estória, o Nuaim b. Massud.

As notícias das forças que avançavam chegaram ao Profeta (SAAS); então ele chamou os Companheiros, e estabeleceu um conselho com eles. Debateram as possíveis corentes de ações em aberto para eles, e decidiram-se por cavarem uma trincheira ao redor da cidade, para estancar o assalto dos Confederados, que eram muito numerosos para que os muçulmanos os encarassem em batalha. Até hoje aquela batalha é conhecida como a Batalha da Trincheira, trincheira essa que foi cavada para retardar o exército invasor.

Logo que os exércitos se proximaram de Madina, os líderes dos Banu Nadir se encontraram com os líderes dos Banu Curaiza, outra tribo judaica que vivia em Madina. Aqueles encorajaram a estes a se unirem às forças que convergiam sobre o Profeta (SAAS), vindas de Nadj e de Makka. A resposta dos de Banu Curaiza foi como se segue:

“Nós achamos o vosso plano muito atraente, e gostaríamos de nos juntar a vós. No entanto, vós sabeis que nós assinamos um tratado de paz com Mohammad com a cláusula de que mantenhamos relações amigáveis e pacíficas com os muçulmanos, em troca de vivermos em Madina em completa segurança e com liberdade religiosa. A tinta, no documento, ainda não secou. Também tememos que se Mohammad vier a vencer esta guerra, ele nos irá pegar pra valer, e nos extirpará de Madina, em retaliação à nossa traição!”

O líderes dos Banu Nadir não iriam desistir tão facilmente, e persistiram em convencer os de Banu Curaiza a se juntarem ao plano, e quebrarem sua promessa feita a Mohammad (SAAS). Eles fizeram 

Então os coraixitas saíram de Mkka com o seu enorme exército de cavalaria e infantaria, liderado por Abu Sufyan b. Háris, e se puseram a marchar em direção a Madina. Do mesmo modo, os de Ghatafan saíram de Najd com toda a sua força combatente, liderada por Uyayna b. Hisn. Na vanguarda das forças dos de Ghatafan estava o herói da nossa estória, o Nuaim b. Massud.

As notícias das forças que avançavam chegaram ao Profeta (SAAS); então ele chamou os Companheiros, e estabeleceu um conselho com eles. Debateram as possíveis corentes de ações em aberto para eles, e decidiram-se por cavarem uma trincheira ao redor da cidade, para estancar o assalto dos Confederados, que eram muito numerosos para que os muçulmanos os encarassem em batalha. Até hoje aquela batalha é conhecida como a Batalha da Trincheira, trincheira essa que foi cavada para retardar o exército invasor.

Logo que os exércitos se aproximaram de Madina, os líderes dos Banu Nadir se encontraram com os líderes dos Banu Curaiza, outra tribo judaica que vivia em Madina. Aqueles encorajaram a estes a se unirem às forças que convergiam sobre o Profeta (SAAS), vindas de Nadj e de Makka. A resposta dos de Banu Curaiza foi como se segue:

“Nós achamos o vosso plano muito atraente, e gostaríamos de nos juntar a vós. No entanto, vós sabeis que nós assinamos um tratado de paz com Mohammad com a cláusula de que mantenhamos relações amigáveis e pacíficas com os muçulmanos, em troca de vivermos em Madina em completa segurança e com liberdade religiosa. A tinta, no documento, ainda não secou. Também tememos que se Mohammad vier a vencer esta guerra, ele nos irá pegar pra valer, e nos extirpará de Madina, em retaliação à nossa traição!”

O líderes dos Banu Nadir não iriam desistir tão facilmente, e persistiram em convencer os de Banu Curaiza a se juntarem ao plano, e quebrarem sua promessa feita a Mohammad (SAAS). Eles fizeram 

Então os coraixitas saíram de Mkka com o seu enorme exército de cavalaria e infantaria, liderado por Abu Sufyan b. Háris, e se puseram a marchar em direção a Madina. Do mesmo modo, os de Ghatafan saíram de Najd com toda a sua força combatente, liderada por Uyayna b. Hisn. Na vanguarda das forças dos de Ghatafan estava o herói da nossa estória, o Nuaim b. Massud.

As notícias das forças que avançavam chegaram ao Profeta (SAAS); então ele chamou os Companheiros, e estabeleceu um conselho com eles. Debateram as possíveis corentes de ações em aberto para eles, e decidiram-se por cavarem uma trincheira ao redor da cidade, para estancar o assalto dos Confederados, que eram muito numerosos para que os muçulmanos os encarassem em batalha. Até hoje aquela batalha é conhecida como a Batalha da Trincheira, trincheira essa que foi cavada para retardar o exército invasor.

Logo que os exércitos se proximaram de Madina, os líderes dos Banu Nadir se encontraram com os líderes dos Banu Curaiza, outra tribo judaica que vivia em Madina. Aqueles encorajaram a estes a se unirem às forças que convergiam sobre o Profeta (SAAS), vindas de Nadj e de Makka. A resposta dos de Banu Curaiza foi como se segue:

“Nós achamos o vosso plano muito atraente, e gostaríamos de nos juntar a vós. No entanto, vós sabeis que nós assinamos um tratado de paz com Mohammad com a cláusula de que mantenhamos relações amigáveis e pacíficas com os muçulmanos, em troca de vivermos em Madina em completa segurança e com liberdade religiosa. A tinta, no documento, ainda não secou. Também tememos que se Mohammad vier a vencer esta guerra, ele nos irá pegar pra valer, e nos extirpará de Madina, em retaliação à nossa traição!”

O líderes dos Banu Nadir não iriam desistir tão facilmente, e persistiram em convencer os de Banu Curaiza a se juntarem ao plano, e quebrarem sua promessa feita a Mohammad (SAAS). Eles fizeram com que aquele ato de traição parecesse coisa certa, e lhes garantiu que a derrota de Mohammad (SAAS) era inevitável, com dois enormes exércitos a caminho, para lhes darem assistência.

Depois de um curto tempo, os de Banu Curaiza enfraqueceram-se em sua postura e, por fim, consentiram em romper o tratado com o Mensageiro de Deus (SAAS). Rasgaram sua cópia do tratado, e anunciaram sua aliança com os Confederados, na sua guerra contra o Profeta (SAAS). Os muçulmanos ficaram atônitos com a notícia.

As forças dos Confederados circundaram a cidade de Madina de tal modo, que nenhum suprimento podia chegar aos citadinos. O Profeta (SAAS) sentia que a sua comunidade havia caído diretamente nas mandíbulas do inimigo. Os coraixitas e os de Ghatafan estavam acampados fora da cidade, e os de Banu Curaiza estavam dentro dela, esperando a oportunidade para atacar. Entre os muçulmanos, uma porção deles revelavam-se formar uma quinta-coluna. Eram os munaficun(Munaficun – os hipócritas. Um Munaficun é um “duplo agente”, um indivíduo que pretende ser um muçulmano, para que possa causar danos ao Islam, estando do lado de dentro) que começaram a dizer entre eles:

“Mohammad estava a nos prometer posses dos tesouros da Pérsia e de Bizâncio, mas olha para nós! estamos num perigo tal, que se um de nós precisar ir fora para fazer suas necessidades, estará arriscando sua vida!”

Em pequenos grupos, começaram a ir ter com o Profeta com a desculpa de que seus filhos estavam em perigo de serem atacados pelos de Banu Curaiza quando a batalha começasse. Com aquela desculpa, muitos abandonaram suas posições de encararem o inimigo, até que umas poucas centenas dos mais sinceros crédulos permaneceram com o Mensageiro de Deus (SAAS).

O cerco já se arrastava por quase vinte dias. A situação era tão desesperadora, que uma noite o Profeta passou em claro, em oração, implorando incessantemente:

“Ó Deus, imploro-Te pelo que nos prometeste!”

Naquela mesma noite, o Nuaim b. Massud estava-se debatendo na cama, como se as suas pálpebras estivessem pregadas, abertas. Sem poder dormir, ele olhava para o céu como se estivesse tentando ver além das estrelas, a meditar. De súbito, ele se viu a cismar:

“Que tolo és, ó Nuaim! Que coisa te trouxe, por todo o caminho desde Najd, a fazer guerra contra esse homem e o seu povo? Tu não o estás combatendo para reaver um direito que te foi usurpado, nem tampouco em defesa da honra de algém. Tu vieste lutar, e nem sequer sabes a razão por quê. Será que faz sentido um homem da tua inteligência encetar uma batalha e ser morto, sem nenhuma razão?

“Quão tolo és! Que te faz levantares tuas armas contra esse homem de retidão, que ordena seus seguidores a praticarem a justiça, a caridade e a generosidade para com os seus parentes? Por que deverias derramar o sangue dos seus companheiros que estão apenas a seguir a diretriz e a verdade que lhes foi apresentada?”

Aquele debate continuou dentro do Nuaim b. Massud, até que chegou a uma conclusão: decidiu-se por uma corrente de ação, determinado a agir de acordo com ela, imediatamente.

Na escuridão, o Nuaim b. Massud saiu sorrateiramente do acampamento do seu povo, e apressou-se em direção ao campo muçulmano, à procura do Mensageiro de Deus (SAAS). Quando o Profeta (SAAS) o viu, exclamou:

“És o Nuaim bin Massud?”

“Sim, sou eu, ó Mensageiro de Deus”, ele respondeu.

“O que te trouxe aqui a esta hora da noite?” perguntou o Profeta (SAAS).

“Eu vim para dizer que presto testemunho de que não há outra divindade além de Deus, e que tu és o servo de Deus e o Seu Mensageiro, e que a revelação que trouxeste é verdadeira”, ele disse. “Eu aceitei o Islam, ó Mensageiro de Deus, mas o meu povo ainda não sabe disso. Dize-me o que queres que eu faça.”

“Se ficares conosco agora”, disse o Profeta (SAAS), “irás ser apenas mais um homem, e nada poderás fazer de bom. Volta para o teu povo, e vê se podes encontrar um meio de os desencorajar quanto ao desfecharem a batalha. Guerra é estratégia.”

“Concordo, ó Mensageiro de Deus”, respondeu o Nuaim, “e acho que obterei algo que te irá agradar, assim queira Deus.”

Nuaim foi primeiramente ter com os de Banu Curaiza, que eram velhos associados a ele nos seus dias de devaneio e frivolidade. Disse-lhes:

“Ouvi-me, ó vós dos Banu Curaiza! Vós sabeis que sou amigo de vós, e o quanto me preocupo com o vosso bem-estar.”

“Não temos dúvidas quanto a isso”, responderam.

“Os coraixitas e os de Ghatafan não estão na mesma situação que vós nesta guerra”, ele disse.

“Que queres tu dizer com isso?” perguntaram.

“Esta é a vossa cidade,” respondeu o Nuaim. “Vossas propriedades, vossas esposas e vossos filhos estão aqui. Não podeis simplesmente ir embora e deixar a cidade. Mas os coraixitas e os de Ghatafan têm suas casas, propriedades e famílias em outro lugar. Eles vieram aqui para fazer guerra contra Mohammad, incitaram-vos a violardes o vosso tratado com ele, e concordastes. Se eles tiverem sucesso na batalha contra ele, sair-se-ão beneficiados, mas se fracassarem em derrotá-lo, voltarão a salvos para os seus lares, deixando-vos aqui a sofrerdes a pior espécie de retaliação. Vós sabeis que não tendes força contra os muçulmanos, caso tenhais que os enfrentar a sós, sem ajuda externa.”

“Que achas que devamos fazer?” perguntaram.

“Vós deveis concordar em lutar, apenas se tomardes um punhado dos seus líderes e retê-los como reféns. Desse modo podereis assegurar-vos de que eles irão lutar até que obtenham a vitória, ou morrer, até ao último homem”, aconselhou o Nuaim.

“Tua idéia é um conselho salutar!”, responderam.

Depois o Nuaim foi ter com os coraixitas, procurou pelo Abu Sufyan b. Háris e seus associados, e se dirigiu a eles, dizendo:

“Ouvi-me, povo do Coraix! Vós sabeis o quanto eu sou afeiçoado a vós, e o quão inimigo eu sou de Mohammad. Eu tenho ouvido algumas informações, e acho melhor que as compartilhe convosco. Estou a fazer isto no vosso melhor interesse, mas com a condição de que o mantenhais em segredo, e não divulgueis o fato de que fui eu quem vô-lo contou.”

“Podes confiar em nós quanto a isso”, responderam.

“Os de Banu Curaiza se arrependeram da sua hostilidade contra Mohammad, e lhe enviaram uma mensagem, dizendo:

“‘Nós lamentamos o que fizemos, e decidimos voltar ao nosso tratado de paz e amizade contigo. Será que irás ficar satisfeito se seguirmos este plano? É o seguinte: nós podemos pegar um grande número de nobres do Coraix e dos de Ghatafan, e entregá-los a ti para que tu possas executá-los. Depois poderemos juntar-nos a ti, na batalha, para que possas pôr um fim a eles.’

“E Mohammad concordou com o plano. Portanto, se os judeus vos enviarem uma petição para que lhes estregueis um punhado dos vossos homens como reféns, não lhes entregueis nenhum.”

“Que excelente aliado és, ó Nuaim!” exclamou o Abu Sufyan. “Que te seja concedida a melhor das recompensas!”

Depois Nuaim deixou o Abu Sufyan e foi ter com os de Ghatafan. Ele lhes contou a mesma coisa que tinha contado ao Abu Sufyan, e lhes deu o mesmo conselho e aviso.

O Abu sufyan queria testar a lealdade dos de Banu Curaiza, então enviou seu filho a eles, e o instruiu a dizer:

“Meu pai vos envia suas saudações, e diz:

“‘Nosso cerco a Mohammad já se está alongando demasiadamente  e estamos entediados. Nós decidimos atacar Mohammad amanhã, e acabar com ele em batalha’. Então meu pai me está enviando para pedir que vos junteis a ele no assalto, amanhã.

“Hoje é sabbath (sábado), e não nos é permitido fazermos nada neste dia. Além disso, não iremos lutar até que nos dêem setenta dos vossos nobres e dos de Ghatafan como reféns. Nós tememos que se a batalha se tornar muito áspera para vós, ireis fugir para as vossas terras, dixando que lidemos com Mohammad por nós mesmos, e vós sabeis que não podemos com ele”, foi a resposta que os judeus deram.

Então o filho do Abu Sufyan voltou para o Coraix e lhes contou o que havia conspirado entre ele e os de Banu Curaiza. Os coraixitas explodiram:

“Filhos de macacos e de porcos! Juramos que se eles pedissem apenas uma ovelha como refém, não a entregaríamos a eles!”

A estratégia do Nuyam conseguiu semear a desunião e a discórdia entre os confederados. Em adição, Deus enviou um vento feroz sobre os de Banu Coraix e seus aliados. Foi um vento tão destruidor, que levou embora as tendas deles, entornou suas panelas de comida, apagou suas fogueiras, enchendo-lhes os olhos de areia. Viram-se forçados a evacuar seus acampamentos, e seguiram viagem na escuridão da noite.

Quando chegou a manhã e os muçulmanos acordaram vendo que os inimigos haviam abandonado o cerco, saíram pela cidade, gritando, de júbilo:

“Louvado seja Deus Que ajudou os Seus servos! Deu fortidão ao Seu exército, e derrotou, Sozinho, os confederados!”

Daquele dia em diante, o Nuaim b. Massud ficou sendo um amigo de confiança do Profeta (SAAS), que lhe designou compromissos de responsabilidade. Nuaim era confiável para aceitar aqueles compromissos, e era um dos portadores de estandartes.

No dia em que Makka foi pacificamente retomada pelos muçulmanos, o Abu Sufyan estava a observar as forças que chegavam. Quando viu um homem carregando o estandarte dos de Ghatafan, perguntou quem era, e lhe foi dito que se tratava do Nuaim b. Massud, ao que ele exclamou:

“Que golpe maléfico ele nos aplicou na Batalha da Trincheira! Ele costumava ser um dos mais hostis inimigos de Mohammad, e ei-lo agora, na frente dele, portando o estandarte do seu povo, e lutando contra nós, como um dos aliados dele!” 

"São aqueles aos quais foi dito: Os inimigos concentraram-se contra vós; temei-os! Isso aumentou-lhes a fé e disseram: Allah nos é suficiente. Que excelente Guardião! Pela mercê e pela graça de Deus, retornaram ilesos. Seguiram o que apraz a Deus; sabei que Allah é Agraciante por excelência." (03: 173-174)

يُرِيدُونَ أَن يطفئوا نُورَ اللّهِ بِأَفْوَاهِهِمْ وَيَأْبَى اللّهُ إِلاَّ أَن يُتِمَّ نُورَهُ وَلَوْ كَرِهَ الْكَافِرُونَ
......Desejam em vão extinguir a Luz de Deus com as suas bocas; porém, Deus nada permitirá, e aperfeiçoará a Sua Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos!
Mohamad ziad -محمد زياد
Bismillah!
Nuaim b. Massud

segunda-feira, novembro 19, 2012

O mês de Muharram – o Dia de Ashuurá

O calendário Islâmico segue o ciclo lunar e é composto por 12 meses de 29 ou 30 dias. Por consequência, o ano tem cerca de 11 dias a menos, em relação ao calendário gregoriano, o que origina por exemplo, que o Ramadan, ao longo dos anos, aconteça em estações diferentes. Assim, o jejum do mês de Ramadan, “circula” por todas as estações do ano, de modo a treinar os crentes para obedecerem os mandamentos de Deus, nos momentos favoráveis e também nos momentos adversos, que requerem maiores sacrifícios.

A Hégira marca o primeiro dia do ano do Calendário Islâmico, quando o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) foi obrigado a emigrar de Maka para Medina no ano de 622 depois da era de Issa-Jesus (Aleihi Salam). Foi uma época muito difícil sofrida pelo Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi wassalam), perseguido e maltratado quando começou a proclamar para os idólatras de Maka de que “Não há outra divindade senão Deus” – “Lá ILAHA ILA LLAHA”. Lembrando este acontecimento, os muçulmanos devem incrementar neste mês sagrado, as acções meritórias para satisfação do Criador, Misericordioso e Sustentador.

O primeiro mês do calendário islâmico é o Muharram. É um mês importante e abençoado por Deus. Abu Bakr (Radiyalahu an-hu), relatou que o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “O ano tem 12 meses, dos quais 4 são sagrados; os 3 meses consecutivos de Dhul-al-Qidah, Dhul.al- Hijjah e Muharram; e também o Rajab, que está entre Jumaada Akhir e Sha’aban.” (Bukhari).

Refere o Cur’ane: “Por Deus, o número de meses é de 12, como foi ordenado por Deus no dia em que Ele criou os céus e a terra; Quatro deles são sagrados. Este é o computo certo, portanto não vos condeneis…(At-Taubah 9:36). Ibn Abbass e Qatada (Radiyalahu an-huma) referiram que esta frase “portanto não vos condeneis…” refere-se a todos os meses. No entanto, as más acções e os pecados cometidos naqueles 4 meses são mais sérios e em contrapartida, as boas acções trazem maiores recompensas.

O Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), nunca jejuou por inteiro em qualquer outro mês, a não ser no mês de Ramadan. O mês que mais jejuava era o de Sha’aban, que antecede o mês de Ramadan. No entanto, recomendou-nos para também jejuarmos noutras ocasiões, como por exemplo no dia de Arafa e no mês de Muharram.

Dos 4 meses sagrados, Muharram foi abençoado com algumas virtudes específicas. Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) relatou que o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “O melhor jejum depois do mês de Ramadan, é o jejum no mês de Allah, de Muharram.” (Musslim).


Segundo o relato de Ibn Abbass (Radiyalahu an- hu), quando o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) chegou à cidade de Madina, viu os judeus jejuando no dia de Ashuura e perguntou os motivos. Foi-lhe respondido.

“Este é o dia em que Deus salvou dos seus inimigos, o Profeta Mussa, Aleihi Salam (Moisés) – Que a Paz de Deus esteja com ele – e os seus seguidores. Então Mussa, como agradecimento a Deus, jejuou neste dia.

O Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Nós temos mais direitos sobre Mussa (Que a Paz de Deus esteja com ele) do que vós e somos mais próximos dele do que vós.” Então o Profeta jejuou neste dia e ordenou os seus Sahábas – Companheiros (Radiyalahu an-huma – Que Deus esteja satisfeito com eles) para fazerem o mesmo. (Musslim).

O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) referiu: “Ao jejuar no dia de Ashuura, eu espero que Deus aceite o meu jejum como uma expiação pelo ano que passou.” (Musslim).

Ibn Abbas (Radyialahu an-hu), referiu: Quando o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) jejuou no dia de Ashura e recomendou para que os seus companheiros assim o fizessem, eles lhe disseram: Ó Mensageiro de Deus, este é o dia em que os Judeus e os Cristãos o consideram muito importante. Então o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “No próximo ano, se Deus quiser, nós observaremos o jejum no dia 9”. Mas, o Mensageiro de Deus, acabou por falecer antes do referido advento. – Muslim Livro 6 – Hadice 2.528.

Ashuurá é derivado de Ashará, que significa 10. Assim, Ashuurá é o décimo dia de Muharram e o Tashuurá, é o nono dia do mesmo mês.

Antes do advento do Islão, era habitual as pessoas jejuarem no dia 10 de Muharram. No entanto, quando o jejum do mês de Ramadan foi instituído como obrigatório, o jejum de Ashuura deixou de ser obrigatório, passando a ser recomendado (mustahab).

Assim, é virtuoso para os muçulmanos jejuarem nos dias 9 e 10 de Muharram, não só porque o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) assim o recomendou, mas também para sermos diferentes dos Judeus, que só jejuam no 10º. dia.
Cumprimentos
Abdul Rehman Mangá

quinta-feira, novembro 15, 2012

ALDEIA DAS RELIGIÕES- ENCONTRO DE DIVERSAS RELIGIÕES EM PORTUGAL

Em nome de Deus o Clemente e Misericordioso!

Queridos irmãos e caros leitores, hoje, eu quero dividir com vocês uma experiência maravilhosa vivida por irmãos portugueses ou mesmos de outras nacionalidades, mas, que vivem naquele país. Enquanto em alguns lugares do mundo pessoas de diferentes credos de procuram nisso um motivo para discórdia, naquele mais milenar a proposta é aproximar os credos, conhecer suas bases religiosas, compreenderem suas crenças e por fim, conviverem harmoniosamente com as diferenças.

Centro Cultural Islâmico do Porto, em representação dos muçulmanos residentes em Portugal, participou na “Aldeia das Religiões”, que se realizou em Priscos – Braga, nos dias 25 a 28 de Outubro de 2012, no âmbito da Capital Europeia da Juventude. É a segunda vez que, a nível mundial, se realiza este tipo de encontros. A primeira experiência teve lugar no Brasil em 1992, apenas por uma noite. Em Priscos, uma aldeia pacata à entrada de Braga, os visitantes puderam visitar e dialogar com as diferentes confissões religiosas durante 4 dias, entre as 10 horas e às 22 horas.

Foram construídas de raiz 13 casas todas iguais, que albergaram as diversas confissões religiosas, entre elas, a Igreja Católica e a Comunidade islâmica, bem como outras minoritárias, como por exemplo a Comunidade Portuguesa de Candomblé Yorúbá.

Hesitamos em aceitar o convite, porque o evento teve lugar na altura da comemoração do Idul Adha (festa religiosa dos muçulmanos relativa ao final da Peregrinação à Maka). Mas o Padre João Torres, da paróquia de Priscos e responsável pelo evento, insistiu na nossa presença, considerando que era importante, por dois motivos: a primeira, para os visitantes obterem esclarecimentos sobre os verdadeiros fundamentos do Islão, em contraste ao que se ouve e se lê; em segundo lugar porque ele guarda boas recordações do convívio com os muçulmanos, quando esteve em Moçambique, em missão de serviço. Com estes argumentos, acabámos por aceitar. 

Para decorar e apetrechar a “nossa casa” com motivos islâmicos, tive o apoio de um vizinho e amigo, que sendo temente a Deus, não professa a nossa religião. Este é um exemplo de entre ajuda, da harmonia e da convivência pacífica, independentemente da raça e da confissão religiosa de cada um. Em caso de emergência, é o vizinho que está mais próximo para nos acudir. Quem acredita em Deus, e no Último dia, deve tratar o seu vizinho generosamente. Aicha e Ibn Omar referiram que o Profeta (Que a Paz e as Bênçãos de Deus estejam com ele), lhes transmitiu a seguinte preocupação: “O anjo Gabriel recomendou-me frequentemente no que se refere aos direitos dos vizinhos, que receei que estes também seriam declarados como herdeiros)”. Bukhari 73:43,44

Nos primeiros dois dias do certame não foi possível a nossa presença, por motivos profissionais e por causa do Idul Adha, dia de orações e de festa. Nos referidos dias, o Padre João Torres, responsável pelo evento, ficou a tomar conta da “nossa casa”.

Nesses dias, os visitantes tiveram acesso às informações acerca do islão que se encontravam afixadas nas paredes, bem como às fotocópias que foram distribuídas gratuitamente. Ao longo destes anos, nas diversas reuniões de esclarecimento e de divulgação da Religião islâmica, tenho convivido com responsáveis das várias igrejas cristãs, em especial com os padres católicos, com os quais mantenho uma relação de cordialidade e de proximidade. Refere o Alcorão: “….E encontrarás os mais próximos dos crentes aqueles que dizem “somos cristãos”. Isso porque entre eles há sacerdotes e monges e eles não são orgulhosos”. 5:82.

Nos dias seguintes, sábado e domingo, a “Aldeia da Religiões”, foi “invadida” por milhares de visitantes. Este evento foi pensado nos jovens, a fim de perceberem os fundamentos e os rituais de cada confissão. Organizados em grupos, vieram acompanhados pelos professores e outros na companhia dos pais. Os mais idosos também marcaram presença. Movidos pela curiosidade, quiseram saber as manifestações espirituais de cada uma das confissões e como Deus é representado.

Não esperávamos ver tanta gente, porque normalmente este tipo de eventos não tem suscitado grandes concentrações de pessoas. Foram distribuídas mais de 2.500 fotocópias referenciando diversos temas, nomeadamente: Princípios Gerais do islão,

Os Pilares da Fé, a Importância da Água no Islão, a Esposa, versículos do Alcorão,Jesus também um Profeta do islão e a Espiritualidade no Islão.

Com o apoio da Al Furqan, editora de livros islâmicos de Portugal, foi possível colocar à disposição dos visitantes, livros diversos focando temas da história do Islão, bem como de assuntos da actualidade. Nestas terras do Norte de Portugal, muito conservadora, os pilares da fé islâmica são desconhecidos. Conhecem o Islão pelas informações deturpadas que são transmitidas através da comunicação social, a qual muitas vezes associa a violência à Religião. Ao entrarem na “nossa casa”, os visitantes deparavam-se com um grande quadro representando a Mesquita Sagrada de Maka e no centro a Caba. Entre outras exclamações o que mais ouvi foi: “É esta a pedra negra que vocês adoram?”; “Que quadro bonito! Ficaria muito bem na minha sala!”. Estavam assim lançados os temas para o diálogo. O quadro representa o período de Haj – a Peregrinação a Meca, que estava a decorrer. A peregrinação a Meca é obrigatória, pelo menos uma vez na vida, para os muçulmanos que tenham possibilidades financeiras. Foi assim possível falar do Profeta Abraão – Que a Paz de Deus esteja com ele, tronco comum das 3 religiões monoteístas, Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Ele e o seu filho primogénito Ismael, também Profeta do Islão, reconstruiram a Caba, a Casa de Deus.

Depois de concluídos os trabalhos, pai e filho circundaram a casa por 7 vezes, louvando e pedindo a Deus: “Senhor Nosso, aceita (este serviço) de nós. Tu és o Exorável, o Sapientíssimo”. 2:127. “Senhor Nosso! Faz de nós submissos a Ti, e que surja da nossa descendência, um povo submisso à Tua vontade…” 2:128.

“Senhor Nosso! Faz surgir no seu meio, um Mensageiro saído entre eles, que lhes recite os Teus Versículos e lhes ensine a Escritura e a Sabedoria, e os purifique; Tu és o Poderoso, o Sábio.” 2:129.

A peregrinação consiste em lembrar as principais tribulações sofridas pelo Profeta Abraão e sua família, nomeadamente quando Deus testou Abraão, que recebeu instruções através do sono para sacrificar o seu filho Ismael. Quando se dirigia para cumprir as ordens de Deus, Abraão foi tentando pelo diabo por três vezes, persuadindo-o para que não o fizesse. Abrão afugentou o diabo, atirando 7 pedras.

Por 3 vezes o Profeta Abraão foi tentado e por três vezes atirou pedras para afugentar o diabo. Deus com a sua infinita misericórdia, entregou a Abraão um carneiro para ser sacrificado. Também os muçulmanos quando vão fazer a peregrinação, vão atirar as pedras para 3 grandes pilares, representando os diabos. Não os que tentaram Abraão, mas os que nos atormentam dia a dia e nos desviam do caminho da verdade. Os muçulmanos que estão em peregrinação e os que estão em todo o mundo, sacrificam carneiros, camelos ou vacas, lembrando o sacrifício que Abraão. Com esta explicação, muitos interrompiam: ”É só o prazer de matar animais?. Por ser um dia de festa, a carne é dividida em 3 partes iguais, uma para nosso consumo próprio, outra para os vizinhos e familiares e outra para os pobres. Assim, todos têm o suficiente para passarem o dia de festa. A carne era e continua a ser um bem escasso para os mais necessitados. Depois deste esclarecimento, exclamavam e continuavam com as perguntas: “Ah, assim tem lógica! E já agora, vocês adoram a pedra negra?”. Não adoramos a Caba, só adoramos unicamente a Deus, e não necessitamos de nenhuns intermediários, para nos dirigirmos a Ele. Nas nossas Mesquitas não temos figuras de Santos ou de Profetas. A representação em imagens não é permitida, porque isso conduziria à adoração dos mesmos. A Caba é um lugar sagrado e serve de orientação para todos os muçulmanos para se virarem na sua direcção para efectuarem as orações. Se a Caba desaparecesse, o local em si, continuaria sagrado.

A condição da mulher muçulmana foi tema de conversas e de pedidos de esclarecimentos. Em qualquer parte do mundo, onde os empregos são escassos, os melhores lugares são ocupados pelos homens e as mulheres ficam a tomarem conta da casa e dos filhos. Elas ficam assim mais disponíveis para educarem os filhos. Com a evolução dos tempos, com o aumento da oferta de trabalho e com a necessidade de aumentar os rendimentos do lar, a mulher começou a exercer diversas profissões. Era assim também em Portugal, se recuarmos para os anos 40 e 50. Hoje em dia, muitas mulheres muçulmanas já estudam, trabalham e ocupam lugares de destaque e de responsabilidade. É uma evolução gradual, dependente das condições económicas e financeiras dos países ondem vivem. Infelizmente algumas mulheres, em qualquer parte do mundo, sofrem violências por parte dos maridos desprovidos de carácter, como é o exemplo, em Portugal, dos 28.980 casos de violência doméstica participados às autoridades em 2011 e das mais de 30 mulheres que são mortas anualmente. O Islão recomenda o tratamento condigno à mulher. Repetidamente o Profeta e a Palavra de Deus, alertam-nos para o bom carácter em relação a todos, em especial para com a mulher. O homem encontrará o paraíso nos pés da mãe. A melhor descrição acerca do relacionamento entre marido e mulher, é referida no Cur’ane: “Elas são as suas vestimentas e vós sois as vestimentas delas”. 2:187.

Protecção, apoio e conforto mútuo.

À pergunta “Nas mesquitas, porquê que as mulheres fazem as orações  separadas dos homens?”, esclarecemos: Nas orações em congregação, os crentes ficam muito juntos uns dos outros, ombro a ombro. E uma das partes da oração, é de nos prostrarmos a Deus. Por estarmos “colados” uns aos outros, os homens e as mulheres oram em salas separadas. Assim, Desligamo-nos de tudo e mantemo-nos concentrados nas orações. Referi também que nas Igrejas do interior, onde já fui várias vezes assistir a casamentos ou acompanhar funerais, os homens ficam numa ala e as mulheres noutra e isto não corresponde a nenhuma descriminação, mas sim respeito pelo lugar onde nos encontramos.

Nós acreditamos em Deus e vocês acreditam em Allah? De que matéria é Ele representado? Eram outras perguntas frequentes. Outros afirmaram que Allah é Deus dos Árabes. Ficaram espantados quando lhes disse que os Cristãos Coptas que estão no Egipto, também dizem Allah quando se referem a Deus. Deus é único para toda a humanidade e cada povo O denomina na sua própria língua. Assim, Allah é o termo arábico, que significa Deus, God, Dieu, Kulukumba (um dos dialectos moçambicanos).

Deus não é feito de ouro, de prata ou de qualquer outra matéria. Ele é o Único e não tem nenhuma representação, porque ninguém O conhece como Ele é. “Adorai a Deus e não lhe atribuais parceiros…”.

Muitos ficaram surpreendidos quando falámos de Issa – Jesus e de sua mãe Mariam – Maria, que a Paz de Deus esteja com eles; do nascimento milagroso de Jesus, masnão como filho de Deus; dos milagres feitos com a permissão de Deus; de ser um dos Mensageiros / Profetas mais importantes do islão; e que descerá à terra, quando se encontrar próximo o final do mundo. Quando lhes falámos de outros Profetas,

nomeadamente Abraão, Moisés, David, Salomão, João Baptista, compreenderam de que o Islão é uma religião monoteísta, sendo o Profeta Abraão o tronco comum das três religiões, o Judaísmo, Cristianismo e o islamismo. “Porque entram descalços nas mesquitas?” As Mesquitas são lugares sagrados, como as Igrejas e as Sinagogas. São Casas de Deus e devemos permanecer nelas de forma humilde e com trajes adequados. Entramos descalços para não transportarmos os detritos das ruas e porque são lugares onde nos prostramos a Deus. Por outro lado Deus refere na Bíblia – Êxodo 3:4,5: “Deus chamou Moisés no meio da sarça:

“Moisés! Moisés!” – Ele respondeu: “Aqui estou”. Deus disse-lhe; Não te aproximes daqui. Tira as sandálias dos teus pés porque o lugar onde te encontras é terra sagrada”. E Deus diz no Cur’ane: “Tira as tuas sandálias porque estás no vale sagrado de Tuwa”. 20:12

O tema quente muito debatido, foi a questão das guerras. Perguntaram os motivos “da Jihad, das guerras santas”, que actualmente são noticiadas com muita frequência nas televisões. A questão da Palestina e a invasão do Iraque, foram os principais temas de conversa. Um dos visitantes, ao pretender justificar a invasão do Iraque, afirmou: ”a América fez bem em invadir o Iraque, para derrubar o ditador”.

Imediatamente se ouviram vozes discordantes e curiosamente o “debate” teve lugar  entre os visitantes. Para acalmar os ânimos, pedi a palavra para referir que já é mais do que conhecido de que a invasão ocorreu sob um falso pretexto de existência de “armas de destruição massiva” e que a guerra só veio trazer a destruição de um país, a desestabilização política e militar da região, a morte de milhares de civis e de militares e o aumento da desconfiança e do ódio em relação aos invasores. O dinheiro despendido nesta invasão, poderia ter sido utilizado para ajudar a combater o flagelo da fome e da pobreza, que continuam a afligir milhões de seres humanos.

A Jihad não é guerra santa. É o esforço no caminho de Deus. A Jihad pode ser o esforço de um crente, na procura de conhecimentos escolares, com vista à obtenção de melhores condições de vida para si e para os seus. Neste caso particular, a melhor jihad é não ter medo de, cara a cara, proferir uma palavra justa, perante um governante injusto.

A questão da Palestina foi explicada recorrendo a exemplos concretos do que se passa em Portugal. Os diferendos relativos à posse da terra, geram conflitos entre vizinhos e herdeiros. Se alguém verificar que o seu quintal foi ocupado, ele ficará muito aborrecido com a situação. Pior ainda se a ocupação se estender a uma divisão da casa. Ele fará todos os possíveis para retirar os invasores, recorrendo aos tribunais. Com processos “apinhados”, as instâncias judiciais vão arrastando as decisões por muitos anos. Entretanto a paciência vai-se esgotando e os protagonistas continuarão a acusar-se mutuamente, recorrendo à força. Muitas vezes os diferendos acabam em mortes. Em Portugal, onde vivemos em paz, é frequente ouvirmos que um irmão matou o outro por causa dum pedaço de terreno.

A maior parte das querelas que vemos neste mundo conturbado, são derivadas por questões políticas, económicas e territoriais. Alguns muçulmanos, não respeitando os ensinamentos religiosos, em resposta às provocações, manifestam-se duma forma violenta, utilizando o nome da religião, acendendo ainda mais a fogueira da discórdia.

“….Quem matar uma pessoa que não tenha cometido homicídio ou semeado corrupção na terra, será julgado como se tivesse assassinado toda a humanidade.” Cur’ane 5:32.

Durante os dias em que decorreram as actividades, a afluência dos visitantes obrigou os responsáveis a permanecerem nas “suas casas”. As pausas eram aproveitadas para tomarmos em conjunto as refeições, num refeitório construído para o efeito. Os responsáveis das casas aproveitaram a oportunidade para conversarem acerca de diversos temas e pontos de vista religiosos. A curiosidade era imensa, mesmo entre as confissões cristãs. As voluntárias que se ofereceram para a cozinha, muito amáveis, serviram-nos refeições quentes, compostas por comida vegetariana e com opção de peixe e de carne. Por uma questão de respeito e de tolerância, nas ementas não constavam as carnes de porco e de vaca.

A nossa participação na “Aldeia das Religiões” teve como objectivo principal, esclarecer os visitantes dos verdadeiros princípios da fé islâmica. “Convoca (os humanos) à senda do teu Senhor com sabedoria e uma bela exortação; dialoga com eles de maneira benevolente.” Cur’ane 16:125. Não vivemos sozinhos neste mundo, cada vez mais global. Também aprendemos convivendo com outras confissões, conhecendo outras formas espirituais de estar na vida. Conhecer os “outros”, mesmo que oceanos e montanhas nos separem, ajuda-nos a compreender e a perspectivar um mundo melhor, onde possamos viver em paz e em harmonia.

Participámos nesta concentração de confissões religiosas, com muito entusiamo e com muito empenho, mas sem qualquer intenção de converter alguém ao Islão. “Não há compulsão na religião”. Cur’ane 2:256. Deus deu a todos os seres humanos a faculdade da livre escolha. Os seguintes versículos são bem elucidativos: “ó descrentes (da minha religião). Eu não adoro o que vós adorais, nem vós adorais o que adoro……… Para vós a vossa religião e para mim a minha religião”.Cur’ane 109, 1 a 6.

“Quando é que a religião foi única? Sempre houve duas ou três…. Elas tornarse-ão uma no Dia do Julgamento, mas aqui em baixo é impossível, pois cada um tem finalidade e desejos diferentes… no Dia do Julgamento, todos se tornarão um, se voltarão para uma só direcção e terão a mesma língua e o mesmo ouvido....” Djalal Ud-Din-Rumi.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

15/11/2012