quinta-feira, outubro 25, 2012

MUHAMMAD O MENSAGEIRO DE DEUS 2ª PARTE

A Sociedade

A despeito da relativa, pobreza de recursos naturais, Makkah era o mais desenvolvido, dos três núcleos do triângulo, dos três, somente Makkah se constituíra em cidade-estado, sendo governada por um conselho de dez chefes hereditários, que desfrutavam de uma nítida divisão de poderes.

Gozando de boa reputação como caravaneiros os nativos de Makkah conseguiam obter permissão dos impérios vizinhos, bem como firmar tratados com as tribos que habitavam as rotas usadas por tais caravanas, para transitar por seus territórios e negociar, no comércio de importação e exportação. Eles também proporcionavam escolta para os estrangeiros que passassem pelo seu país, bem como pelos territórios das tribos que eram suas aliadas da Arábia.

Apesar de não estarem muito interessados em preservar idéias e registros escritos, cultivavam apaixonadamente as artes e as letras, como a poesia, a oratória e histórias folclóricas.

O Nascimento do Profeta Muhammad

Foi nesse meio ambiente e nessas condições de vida que no ano 570, nasceu o Profeta Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), seu pai, Abdullah, havia falecido algumas semanas antes, e foi seu avô que se encarregou de criá-lo, de acordo com os costumes da época, a criança foi confiada aos cuidados de uma ama de leite beduína, com quem passou alguns anos no deserto.

Todos os seus biógrafos afirmam que o Profeta Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), quando infante mamou somente de um seio da sua ama, deixando o outro para o sustento do seu meio-irmão, quando a criança foi trazida de volta ao lar, sua Amina, levou-a aos seus tios maternos, na cidade de Madina.

Durante a viagem de retorno, ele perdeu a mãe, que sucumbiu de morte repentina, em Makkah, outra desolação o aguardava, o falecimento do seu afetuoso avô, submetido a tais privações aos oito anos de idade, ele se viu finalmente entregue aos cuidados do seu tio, Abu Talib, um homem generoso por natureza, mas cujos recursos estavam sempre aquém até das necessidades da sua própria família.

O jovem Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), se viu portanto, diante da necessidade de procurar imediatamente um meio de ganhar a vida; serviu, inicialmente, como menino pastor para alguns vizinhos.

Com Dez anos, acompanhou o seu tio a Síria, quando este levou uma caravana para lá, não se mencionam quaisquer outras viagens de Abu Talib, mas existem referências de que ele teria aberto um negócio em Makkah, e é possível que Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), o tenha ajudado também nesse empreendimento.

Aos vinte e cinco anos de idade, Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), havia-se tornado bem conhecido na cidade, por sua integridade, disposição e honestidade de caráter, uma viúva rica, Khadija era seu nome, ela o contratou a seu serviço e determinou-lhe que levasse as suas mercadorias, para vendê-las na Síria.

Feliz com os lucros incomuns que ele obteve, bem como encantada com o carisma pessoal do seu agente, ela ofereceu-lhe a sua mão, diz-se que na época ela tinha quarenta anos de idade, a união foi feliz, mais tarde, vêmo-lo às vezes na feira de Hubacha (no Iêmen), e pelo menos uma vez no país dos Abd Al Kais (Bahrain e Omã), como foi mencionado por Ibn Hanbal.

Há motivos para acreditar que esta referência diz respeito ao grande mercado de Dabá (Omã) onde, de acordo com Ibn Al Kalbi, se reuniam, todos os anos, os mercadores da China, do Hindi e Sind (Índia e Paquistão), da Pérsia, do Oriente.

Um sócio comercial de Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), em Makkah, de nome Sa'ib relata: ''Revezávamos um ao outro; se Muhammad liderava a caravana, não ia para casa, ao retornar, sem antes acertar as contas comigo, e se era eu que liderava a caravana, quando voltava, ele perguntava sobre o meu bem estar, sem nada dizer do capital que me estava confiado.''

Início da Conscientização Religiosa

Pouco se sabe sobre os hábitos religiosos de Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), até seus trinta e cinco anos de idade, exceto que ele jamais adorou ídolos, está afirmação é consubstanciada pelos seu biógrafos, pode se afirmar que havia alguns outros poucos em Makkah que do mesmo modo, haviam se revoltado contra a prática insensata do paganismo apesar de manterem a sua fidelidade a Kaaba, como a casa dedicada ao Deus Único, por seu construtor Abraão (que a Paz esteja sobre ele).

Aproximadamente no 605 da era cristã, os panos que cobriam a parede externa da Kaaba se incendiaram, o edifício foi afetado e não suportou o peso das chuvas torrenciais, que se seguiram, a reconstrução da Kaaba foi então, empreendida, cada cidadão contribuiu, de acordo com as suas posses; e só era aceitas doações, provenientes de ganhos honestos.

Todos participaram do trabalho de reconstrução, e os ombros de Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), ficaram feridos, de tanto carregar pedras, para identificar o local onde se inicia o ritual de circungi-la, aonde foi colocada a pedra negra, na parede da Kaaba que datava da época do próprio Abraão.

Houve rivalidade entre os cidadãos pela honra de recolocar a pedra em seu lugar, ao surgir o de correr sangue, alguém sugeriu que se deixasse o assunto por conta da Providência, e assim, se aceitasse o arbítrio daquele que ali chegar primeiro.

Aconteceu que naquela Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) chegava para ajudar no trabalho, como era normal, ele era popularmente conhecido pela alcunha de al Amin (o honesto), e todos aceitaram o seu arbítrio. Sem hesitar, Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) ele pediu um manto e colocou no chão, colocou a pedra sobre ele e pediu aos chefes de todas as tribos da cidade para juntos levantarem o manto, feito isto ele próprio colocou a pedra no seu lugar certo, em um dos cantos do edifício, ficando assim todos satisfeitos, eliminando assim a disputa.

É desse momento em diante que encontramos Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), cada vez mais absorvido em meditações espirituais, como seu avô ele também costumava se retirar, durante o mês inteiro de Ramadan, para uma caverna em ''Jabal an Nur'' (a montanha da luz), essa caverna é chamada de Ghári Hirá, ali ele orava, meditava e compartilhava as suas parcas provisões com os viajantes, que por ali viessem a passar.

A Revelação

Estava ele com quarenta anos de idade, e era o quinto ano consecutivo que iniciará os seus retiros anuais, quando, certa noite, próximo ao final do mês de Ramadan, um anjo veio visitá-lo, e anunciar que Deus o havia escolhido, como seu Mensageiro para toda a humanidade, e comunicou-lhe a seguinte mensagem Divina:

'' Lê, em nome do teu Senhor Que criou; Criou o homem de algo que se agarra. Lê, que o teu Senhor é Generosíssimo, Que ensinou através do cálamo, Ensinou ao homem o que este não sabia.'' (Alcorão Sagrado 96:1 ao 5)

Profundamente comovido, ele voltou para casa e contou o acontecido à sua esposa, expressando o seu temor de que pudesse Ter sido algo diabólico, ou feito por ação de espíritos malignos, ela o consolou, dizendo que ele sempre fora um homem caridoso e generoso, que sempre ajudou os pobres, os órfãos, as viúvas e os necessitados, e assegurou-lhe que Deus o protegeria conte todo o mal.

Sobreveio, então, um lapso na revelação que duraria mais três anos, o Profeta Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), deve ter sentido inicialmente um choque seguido por uma calmaria, um desejo ardente, e após um certo tempo de expectativa, uma crescente impaciência, as novas da sua primeira visão haviam-se espalhado e, diante do lapso, os cépticos da cidade começaram a escarnecer dele e a contar piadas maldosas, chegaram ao ponto de dizer que Deus o havia abandonado.

Durante três anos de espera, o Profeta Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), se entregara mais e mais às orações e a outros hábitos espirituais, finalmente reiniciaram-se as revelações e Deus assegurou-lhe que de modo algum o havia abandonado; pelo contrário, fora Ele quem o guiara no caminho reto; que portanto ele deveria cuidar dos órfãos e dos desamparados, e proclamar a generosidade que Deus tivera para com ele.

'' Pelas horas da manhã, E pela noite, quando é serena, Que o teu Senhor não te abandonou, nem te odiou. E sem dúvida que a outra vida será melhor, para ti, do que a presente. Logo o teu Senhor te agraciará, de um modo que te satisfaça. Porventura, não te encontrou órgão e te amparou? Não te encontrou extraviado e te encaminhou? Não te achou necessitado e te enriqueceu? Portanto, não maltrates o órfão, Nem tampouco repudies o mendigo, Mas divulga a mercê do teu Senhor, em teu discurso.'' (Alcorão Sagrado 93:1 ao 11)

Na verdade esta foi uma ordem para pregar, outra revelação, mandou-o alertar as pessoas contra as práticas ilícitas, exortá-las a não louvar nenhuma outra divindade, além do Deus Único, e a abandonar tudo o que desagradasse a Deus.

'' Ó tu, emantado! Levante-te e admoesta! E enaltece o teu Senhor! E purifica as tuas vestimentas! E foge da abominação! E não esperes qualquer aumento (em teu interesse), Mas persevera, pela causa do teu Senhor.'' (Alcorão Sagrado 74:2 ao 7)

Ainda outra revelação ordenou-lhe avisar aos seus próprios parentes mais próximos.

'' E admoesta os teus parentes mais próximos. '' (Alcorão Sagrado 24:214)

'' Proclama, pois, o que te tem sido ordenado e afasta-te do idólatras.'' (Alcorão Sagrado 15:94)


MUHAMMAD O MENSAGEIRO DE DEUS 1ª PARTE

Nos anais da história dos homens, não tem faltado aqueles que notadamente devotaram as suas vidas à reforma sócio-religiosa de seus povos, encontramo-los em todas as épocas e em todas as partes.

Na Índia, viveram os que transmitiram ao mundo os Vedas, e também houve Gautama Buda; a China teve o seu Confúcio; Zoroastro deixou o Zend Avesta, no Irã, a Babilônia deu ao mundo um dos maiores reformadores, o Profeta Abraão (sem falar nos seus ancestrais), o povo Judeu também merece orgulhar-se de uma série de reformadores, como Moisés, Samuel, Davi, Salomão e Jesus entre outros.

Todos esse reformadores alegavam, ser portadores, cada um deles, de uma missão divina, deixaram livros sagrados, que incorporavam códigos de vida para orientação de seu povo.

Mas, a isto, sempre se seguiram guerras fratricidas, massacres e genocídios transformavam-se na ordem do dia, ocasionando, uns mais, outros menos, a perda quase total das suas mensagens.

Dos Livros de Abraão, restaram-nos somente os nomes; e quanto aos livros de Moisés, a história nos conta como foram repetidamente destruídos e só parcialmente restaurados.

O Conceito de Deus

A julgar pelas relíquias do passado, já trazido à luz, do conhecimento do ''homo sapiens'', descobrimos que o homem sempre esteve consciente da existência de um Ser Supremo, Senhor e Criador de tudo.

Os métodos e as abordagens podem Ter sido diferentes, mas todos os povos, de todas as épocas, deixaram provas das suas tentativas de obedecer a Deus, a comunicação com o Onipresente, porém invisível Deus, também foi reconhecida como possível, por uma reduzida porção de homens e por alguns espíritos nobres e exaltados.

Se essa comunicação assumia a forma de encarnação da Divindade, ou consistia, simplesmente, na resolução de um meio receptor das mensagens divinas, através da inspiração ou da revelação, o propósito sempre foi o de servir de orientação para o povo, era mais do que natural que certas interpretações e explicações viessem a se provar mais importantes e convincentes do que outras.

No final do 5º século, após o nascimento de Jesus, os homens já haviam alcançado grandes progressos, em diversos campos da vida, nessa época, algumas religiões, que apregoavam abertamente que se destinavam apenas a determinadas raças e grupos de homens, está claro que não ofereciam remédio para os males da humanidade em geral.

Havia, também, algumas, que proclamavam a universalidade, mas declaravam que a salvação do homem, residia na renúncia ao mundo, estas eram religiões para a elite, e atendiam a um número limitado de homens.

Não precisamos falar das regiões onde inexistia qualquer religião, onde o ateísmo e o materialismo reinavam absolutos, onde o pensamento se ocupava exclusivamente com os próprios prazeres, sem qualquer ressalva ou consideração pelos direitos alheios.

O exame do mapa do maior hemisfério, nos mostra a Península Arábica, situada no ponto de confluência dos três grandes continentes; Asia, África e a Europa, nesse período, esse extenso subcontinente arábico, composto, principalmente, Por regiões desérticas, era habitado por povos sedentários, tanto quanto por nômades.

Não raro, membros da mesma tribo dividiam-se entre ambos os modos de vida, e preservavam o seu relacionamento, apesar de seguirem tais caminhos diferentes, os meios de subsistência, na Arábia, eram escassos, o deserto oferecia inúmeras desvantagens, fazendo com que as caravanas comerciais tivessem uma importância maior do que a agricultura e a indústria.

Isto implicava em viagens constantes, fazendo com que homens ultrapassassem a península, para adentra a Síria, Egito, Abissínia, Iraque, Índia e outras terras.

Pouco sabemos a respeito dos Lihyanitas da Arábia Central, mas o Iêmen era justificadamente conhecido como Arábia Felix, tendo outrora sido a sede das civilizações florescente de Sabá e de Ma'in, antes mesmo da fundação de Roma, e tendo, posteriormente, conquistado algumas províncias de Bizâncio e dos persas, o grande Iêmen, que havia passado pelos melhores dias da sua existência, encontrava-se, nessa altura, repartido em inúmeros principados, e em parte até ocupado Por invasores estrangeiros.

Os Sassânidas do Irã, que haviam penetrado no Iêmen, já tinham se apossado da Arábia Oriental, na capital Madaín (Ctesiphone), reinava o caos sócio-político, que se refletia nos demais territórios, a Arábia do Norte havia sucumbido sob a influência Bizantina, e enfretava os seus problemas, somente a Arábia Central permanecia imune aos efeitos desmoralizantes da ocupação estrangeira.

Nesta área limitada, a existência do triângulo; Makkah, Ta'if, Madina, parecia algo providencial, Makkah desértica, carente de água e dos benefícios da agricultura, representava por suas características físicas, a África e o escaldante deserto.

A uns meros oitenta quilômetros de distância, Ta'if; apresentava um retrato da Europa, com suas geadas, Madina; situada mais ao norte, não era menos fértil do que os países mais temperados, como a Síria, se é que o clima exercia alguma influência na natureza do caráter humano, este triângulo, situado no centro do maior hemisfério, era, mais do que qualquer outra região da terra, uma reprodução miniaturizada do mundo todo.

E foi aí que nasceu um descendente de Abraão da Babilônia e da egípcia Hagar, Muhammad, o Profeta do Islam, natural de Makkah por nascimento, mas relacionado consanguinamente, tanto a Madina como a Ta'if.

A Religião

Do ponto de vista religioso, a Arábia era idólatra, somente uns poucos indivíduos haviam abraçado religiões como o cristianismo, o masdeísmo, entre outras, os nativos de Makkah possuíam uma noção do Deus Único, porém acreditavam, também, que os ídolos tinham poder de interceder junto a Deus.

Curiosamente, eles acreditavam na ressurreição e na outra vida, haviam preservado o ritual da peregrinação ao Deus Único, à Kaaba, um costume instituído por inspiração divina ao seu ancestral Abraão; entretanto, os dois mil anos que os separava, do tempo de Abraão haviam degenerado essa peregrinação, transformando-a num espetáculo de feira comercial e numa oportunidade para a idolatria insensata, o que, longe de produzir qualquer bem, servia tão somente para corromper o seu comportamento individual, tanto no contexto social, como no espiritual.

A CRENÇA EM MUHAMMAD COMO MENSAGEIRO DE ALLAH

Todos os louvores são para Allah e que a paz e as bênçãos estejam com seu servo e Mensageiro Muhammad e com seus familiares e Companheiros.

Muitos artigos tem sido publicados sobre o significado do testemunho de fé “Ash-hadu al-Laa ilaaha illallah Muhammadar Rasoolullah” [Eu testemunho que todo louvor é devido a Allah e que Muhammad é o Mensageiro de Allah]. Gostaríamos de explicar com maiores detalhes a segunda parte deste testemunho de fé, na esperança de colaborarmos para uma maior compreensão dos irmãos e irmãs. A declaração que Muhammad é o Mensageiro de Allah tem muitas implicações, algumas das quais estão expostas a seguir:
Muhammad foi enviado para toda a Humanidade.

A primeira implicação do testemunho que Muhammad é o Mensageiro de Allah é a crença que Allah enviou o Profeta Muhammad (sallallahu ‘alaihi wa sallam) para todos os seres humanos de djins até o Dia do julgamento. Allah afirma no Alcorão, na Surah 7 , al-‘Araaf, Aayah [versículo]151 : “Diga (para eles , oh Muhammad): Oh Humanidade! Eu sou o Mensageiro de Allah para todos vocês, (o Mensageiro) dAquele a quem pertence o domínio dos céus e da terra. Não existe deus além Dele. Ele dá a vida, e dá a morte. Acredite, pois, em Allah, e no Seu Mensageiro (Muhammad), o Profeta que não pode ler ou escrever, que acredita em Allah e em Suas Palavras (o Alcorão), e siga-o pra que assim sejas guiado.”

O Profeta (sallallahu ‘alaihi wa sallam) disse: “E os Profetas anteriores foram enviados apenas aos seus povos, enquanto eu fui enviado para toda a Humanidade. [Al-Bukhaari e Muslim]
A finalidade dos Profetas

A segunda implicação do testemunho é crer que o Profeta Muhammad (sallallahu ‘alaihi wa sallam) é o último profeta enviado à Humanidade. Allah afirma no Alcorão, na Surah 33, Al-Ahzab, Aayah 40, “Muhammad não é o pai de nenhum de seus homens, mas ele é o Mensageiro de Allah e o Selo dos Profetas.”

O Profeta (sallallahu ‘alaihi wa sallam) disse: “E a linhagem dos profetas está encerrada comigo” [Muslim] E: “Antes da Última Hora haverá grandes mentirosos, portanto tenham cuidado com eles.” [Muslim]

As provas acima são suficientes para refutar quaisquer grupos heréticos que seguem qualquer proclamado “profeta” ou “mensageiro” depois do Profeta Muhammad (sallallahu ‘alaihi wa sallam), como alguns grupos contemporâneos: a Nação do Islã que acredita que Elijah Muhammad (já falecido) foi o Mensageiro de Allah; os Qadianis e Ahmadiyyahs que afirmam que Ghulam Ahmed (já falecido) era o profeta; os assim chamados “Submissos” ou seguidores de Rashad Khalifah (assassinado) que o proclamavam profeta.
Duas Revelações

A terceira implicação do testemunho que “Muhammad é o Mensageiro de Allah” é crer que Allah enviou duas revelações com o Profeta Muhammad (sallallahu ‘alaihi wa sallam): o Alcorão e a Sunnah. Allah diz: “Allah foi muito bondoso com os crentes ao enviar-lhes um mensageiro dentre eles, para recitar-lhes Seus sinais, e purificar-lhes, e ensinar-lhes a escritura (o Alcorão) e a sabedoria (a Sunnah), e antes disso eles estavam em erro manifesto.” [Soorah 3, Al-Na’aam, Aayah164]

O Profeta Muhammad (sallallahu ‘alaihi wa sallam) disse: “Eu em verdade recebi o Alcorão e junto algo que se parece com ele.” [Abu Dawood]

O Mensageiro tem direitos

A quarta implicação do testemunho é que existem direitos devidos ao Profeta Muhammad (sallallahu ‘alaihi wa sallam) e que devem ser observados. Dentre eles temos: crer em tudo que o Profeta Muhammad (sallallahu ‘alaihi wa sallam) disse; obedecer ao Profeta Muhammad (sallallahu ‘alaihi wa sallam) naquilo que ele nos ordenou e evitar o que ele nos proibiu ou desencorajou; adorar a Allah de acordo com a shari’ah (lei) do Profeta Muhammad (sallallahu ‘alaihi wa sallam) e não segundo caprichos e inovações; a julgar segundo a shari’ah (lei) do Profeta Muhammad (sallallahu ‘alaihi wa sallam) e não segundo outras leis; a amar o Profeta Muhammad (sallallahu ‘alaihi wa sallam) mais que aos seus parentes, às suas crianças, à humanidade, mesmo mais que a si mesmo.

Allah, O Altíssimo afirma: “Diga [a eles, oh Muhammad]: Se vocês amam a Allah, me sigam, e Allah os amará, e perdoará seus pecados. Allah é Aquele que perdoa, o Todo-Misericordioso. Diga: Obedeça a Allah e ao Mensageiro. Mas se eles voltarem-lhe as costas, Allah não ama aos incrédulos (kaafireen).” [Soorah Aali’Imraan Aayatain 31-32] [Aayatain, plural de Aayah, significa “versículos”]

“E deixe que aqueles que se opõe aos seus (Muhammad) comandos fiquem atentos, pois uma tribulação pode atingi-los (que pode leva-los à incredulidade) ou um castigo doloroso ser-lhes infligido.” [Soorah An-Noor Ayyah 63]

“Vocês têm em verdade um bom exemplo no Mensageiro de Allah (Muhammad) para aqueles que têm esperança em Allah e no Último Dia, e relembram sempre a Allah.” [Soorah Al-Ahzaab, Aayah21]

“Não cabe a nenhum crente, homem ou mulher, que quando Allah e Seu Mensageiro tenham decretado sobre um assunto, terem uma escolha sobre esse assunto. E quem quer que desobedeça Allah e seu Mensageiro, ele se perde em erro manifesto.” [Soorah Al-Ahzaab, Aayah 36]

“Mas não, por seu Senhor (Rabb), eles não têm nenhuma fé até que façam de você o juiz em todas as disputas entre eles, e não encontrem em suas almas qualquer resistência contra suas decisões, mas aceitem-nas inteiramente, em submissão.” [Soorah An-Nisaa, Aayah 65]

O Profeta (sallallahu ‘alaihi wa sallam) disse: “Todo o meu povo entrará no Al-Jannah (Ojardim), exceto os que recusaram. (E ao ser perguntado sobre quem são os que recusam, ele respondeu) Aquele que me obedece adentrará Al-Jannah, aquele que me desobedece é quem recusa.” [Al-Bukhaari] 

“Se alguém introduz em nossa conduta algo que não lhe pertence (originalmente), tal coisa é rejeitada.” [Al-Bukhaari e Muslim]

“Nenhum de vós crê até que eu lhe seja mais querido que seu pai, seu filho, que toda a humanidade.” [Al-Bukhaari e Muslim]

“Há três qualidades que aquele que as possuir experimentará a doçura da fé: aquele para quem Allah e Seu Mensageiro são mais queridos do que tudo mais; aquele que ama a um ser humano somente por amor a Deus; e aquele que tem tanta repulsa por retornar à incredulidade depois de ser resgatado por Allah, quanto por ser designado para o Inferno.” [Al-Bukhaari e Muslim]

Muhammad (sallallahu ‘alaihi wa sallam) foi um homem, e não divino

A quinta implicação do testemunho “Muhammad é o Mensageiro de Allah” é crer que Muhammad (sallallahu ‘alaihi wa sallam) foi apenas um homem mandado para nós por Allah para ser obedecido e não para ser adorado. Allah diz: “Diga-lhes (Oh Muhammad) ‘Eu sou apenas um homem como você; foi-me revelado que seu Deus (ilaah) é o Deus Único; então deixe que aquele que espera encontrar-se com seu Rabb (Senhor) faça o que é correto e não associe nada à adoração ao seu Rabb’.” [Soorah Al-Kahf Aayah 111]

O Profeta (sallallahu ‘alaihi wa sallam) disse: “Não me louvem excessivamente como os cristãos fazem com o filho de Maria. Eu sou Seu servo, portanto digam ‘servo e mensageiro de Allah’” [Al-Bukhaari e Muslim]

Que cada e todo aquele que proclama a religião do Islã atente para as provas de sua fé e para os aspectos essenciais de seu testemunho. Isso é especialmente importante nesses tempos em que qualquer um pode proclamar qualquer coisa e conseguir apoio, não importa quão excêntrico e sem fundamentos seja, se baseando em provas não autênticas ou fora de contexto. Nós agradecemos a Allah por preservar Sua religião para aqueles que buscam conhecer a verdade e nós pedimos que Ele nos oriente e mantenha na Senda Reta, Ameen.


terça-feira, outubro 23, 2012

Os Califas Probos - 02 Omar Ibn Khattab

Bismillah!
Allah colocou a justiça na língua e no coração de Ômar 

Preparação: Dr. Ahmad Al Mazid
Dr. Ádel Ach Chadi

Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso

Louvado seja Allah, Senhor do Universo, e que a Sua paz e graça estejam com o derradeiro dos profetas e dos mensageiros, o nosso Profeta Mohammad, com seus familiares e com todos os seus companheiros.

Nessa segunda jornada estaremos em companhia do segundo homem do Islam, depois do Mensageiro de Allah (S) e de Abu Bakr Siddik. Esse homem que vinculou o seu nome à justiça e ao direito, ao poder e à coragem, ao ascetismo e à abstinência, à piedade e à auto-censura, ao temor a Allah e ao choro por receio, à sagacidade e inteligência, à visão e conhecimento, à consciência desperta e auto-domínio. 

É o Faruk Ômar Ibn Khattab, o coraixita, do clã Adawi(Bani Ady). O Mensageiro de Allah (S) o apelidou de Abu Hafs. 

Ibn Al Jauzi disse: “Fique sabendo que Ômar foi benevolente, quer seja na época pré-islâmica, quer seja durante o Islam” 1.

Ibn Kacir disse: “Ele era modesto, de vida simples, de comida simples, rigoroso nas questões de Allah, remendava sua roupa, carregava recipiente no ombro, apesar da sua posição, montava em burro sem sela, no camelo sobre esteira, ria pouco, não brincava com ninguém e tinha um anel em que estava gravado: a morte é suficiente admoestadora, ó Ômar. 

A sua Conversão

Ômar se converteu no ano seis do início da missão. Tinha vinte e sete anos de idade. Participou das batalhas de Badr e Uhud com o Profeta (S). Participou de várias expedições e foi nomeado comandante de algumas delas. Foi um dos que permaneceram firmes ao lado ao Mensageiro de Allah (S) em Uhud. Será uns dos primeiros na religião que receberá as dádivas de Allah. Um dos dez auspiciados com o Paraíso, um dos califas probos, um dos sogros do Profeta (S), um dos maiores sábios dentre os companheiros e os ascetas. 

A sua conversão foi considerada o início de uma nova etapa da proclamação da religião. A esse respeito Ibn Mass’ud (R) disse: “Adquirimos respeito a partir da conversão de Ômar.

A sua conversão aconteceu por causa da invocação do Profeta (S). Ibn Ômar relatou que o Rassulullah (S) disse: “Ó Allah fortalece o Islam daquele que mais gostas dentre esses dois homens: Abu Jahal ou Ômar Ibn Al Khattab”. Ômar foi o escolhido. (Ahmad e Tirmizi).

Sua Imigração

Foi corajoso no dia da sua imigração. Áli Ibn Abi Tálib (R) disse: “Não conheci outra pessoa que imigrou aos olhos das pessoas,todos os imigrantes viajaram às ocultas, menos Ômar Ibn Al Khattab, quando resolveu imigrar, pegou da espada, do arco e das flechas, foi até a Caaba, deu sete voltas ao seu redor, foi à estância de Abraão e cumpriu duas unidades de oração. Então, parou perante cada lider do grupo dos Coraxitas e disse: ‘Quem quiser ser pranteado pela mãe, deixar órfãos, deixar viúvas, que me encontre após esse vale’. Áli disse: ‘Ninguém o seguiu dos coraixitas, a não ser os enfraquecidos que ele ensinou e orientou, e seguiu viagem’”.

Ibn Al Jauzi disse: “Ômar tornou-se muito rigoroso na questão religiosa e o seu entusiasmo cresceu quando chegou a época da imigração. As pessoas saíram sorrateiramente. Ômar porém, saiu caminhando como um leão, dizendo: ‘Estou imigrando, quem quiser me encontrar que o faça no vale’” 2.

Seus Méritos e suas Virtudes
Um Homem do Paraíso

Abu Huraira (R) relatou que o Profeta (S) disse: “Enquanto dormia sonhei que estava no Paraíso. Vi uma mulher se abluindo ao lado de um palácio. Perguntei: ‘De quem é esse palácio?’ Disseram: “De Ômar”. Lembrei-me de seu ciúme e fugi do local.” Ômar chorou e disse: “Como posso ter ciúme de você, ó Mensageiro de Allah”? (Bukhári e Musslim).

O Conhecimento de Ômar Ibn Al Khattab

Ibn Ômar (R) relatou que o Mensageiro de Allah (S) disse: “Enquanto dormia, sonei que bebia leite até ver o líquido sair do meio das minhas unhas, então entreguei o frasco a Ômar”. Perguntaram: “Por que prioridade, ó Mensageiro de Allah”? Disse: “Pelo conhecimento”. (Bukhári e Musslim).

A Religiosidade e a Retidão de Ômar Ibn Al Khattab

Saad Ibn Abi Waccas relatou que o Profeta (S) disse: “Ó Ibn Al Khattab, por Aquele em Cujas mãos está a minha alma, se o Demônio o ver percorrendo um caminho, ele se desvia para outro.” (Bukhári e Musslim).

Abu Said Al Khudri relatou que ouviu o Profeta (S) dizer: “Enquanto dormia, vi pessoas que me foram apresentadas vestindo mantos, alguns só atingiam o peito, outros, menos que isso, Ômar me foi apresentado com um manto que tocava o chão”. Perguntaram: “Qual é a causa disso, ó Mensageiro de Allah”? Respondeu: “A sua religiosidade”.

A Sagacidade de Ômar 

Abu Huraira (R) relatou que o Profeta (S) disse: “Havia entre os povos anteriores a vocês pessoas tradicionalistas, sem serem profetas. Se há entre meu povo alguém assim, é Ômar(os anjos confirmaram sua palavra)”. (Bukhári e Musslim)

A Sublimidade de sua Posição

Ucba, Ibn Ámer (R) relatou que ouviu o Mensageiro de Allah (S) dizer: “Se houvesse profeta depois de mim, seria Ômar Ibn Al Khattab”. (Ahmad e Tirmizi)
Sua Veracidade
Ibn Ômar (R) relatou que o Profeta (S) disse: “Allah, o Altíssimo, colocou a verdade na língua e no coração de Ômar”. (Ahmad e Tirmizi).

O Rigor de Sua Religiosidade

Ibn Ômar (R) relatou que o Profeta (S) disse: “O mais misericordioso de minha comunidade é Abu Bakr e o mais rigoroso na sua religião é Ômar” (Abu Ya’la).
Huzafa relatou que o Profeta (S) disse:"Sigam os dois depois de mim, Abu Bakr e Ômar"(Tirmizi e Al Albani)

Sua Morte Como Mártir

Ánas Ibn Málik (R) relatou: “O Profeta (S) subiu no Monte Uhud acompanhado por Abu Bakr, Ômar e Osman. O monte tremeu com eles, o Profeta (S) bateu seu pé com força no monte e disse: ‘Fique firme Uhud, pois está sobre você um Profeta, um Siddik e dois mártires’”. (Bukhári). Os dois mártires são Ômar e Osman (Que Allah esteja satisfeito com eles). 

A sua Concordância com o Alcorão

O Siuti disse: “Alguns consideraram mais de vinte concordâncias”.
Mujahid disse: “Ômar dava sua opinião e o Alcorão revelava e confirmava com ele”.
Os dois cheiques (Bukhári e Musslim) compilaram o que Ômar disse: “Concordei com meu senhor em três coisas; pedi: ‘Ó Mensageiro de Allah, que acha em adotarmos a estância de Abraão como local de oração’? Por isso foi revelado o versículo: ‘...adotai a Estância de Abraão por oratório’. (2:125). Disse: ‘Ó Mensageiro de Allah, as suas esposas são vistas pelo piedoso e pelo impiedoso; por que não as ordena usarem hijab’? Por isso, o versículo do hijab foi revelado. As esposas do Profeta se rebelaram por causa de ciúme. Eu disse: ‘Talvez, se divorciasse delas Allah lhe daria esposas melhores. Por isso o versículo a respeito do caso foi revelado’”. 
Musslim compilou que Ômar disse: “Concordei com meu Senhor em três coisas: no hijab, nos prisioneiros de Badr e na estância de Abraão”. Nesse hadice há a quarta característica.

Elogios dos Companheiros, dos Familiares 

do Profeta (S) e dos Sucessores a Ômar 

Abu Bakr (R) disse: “Não há sobre a terra um homem que eu goste mais do que Ômar”(Ápos a morte do profeta).
Foi perguntado a Abu Bakr (R) quando estava doente: “O que irá dizer ao seu Senhor por ter nomeado Ômar seu sucessor”? Disse: “Vou dizer-lhe: Nomeei o melhor dentre eles”.
Áli (R) disse: “Quando os virtuosos eram citados, o primeiro era Ômar. Acreditávamos que a tranquilidade falava por intermédio da língua de Ômar”. 
Ibn Mass’ud (R) disse: “Ômar é quem mais conhece o livro de Allah entre nós e quem mais entende da religião de Allah”.
Ja’afar Assádik (R) disse: “Estou isento daquele que não fala bem de Abu Bakr e Ômar”. 
Sufian Açauri (R) disse: “Quem alegar que Áli tinha mais direito à sucessão do que Abu Bakr e Ômar, está errado por afirmar que Abu Bakr, Ômar, os muhajirin e os Ansar estão errados”.
Charik (R) disse: “Quem preferir Áli a Abu Bakr e Ômar não é uma pessoa de bem”.
Abu Ussama (R) disse: “Sabem quem são Abu Bakr e Ômar? São o pai e a mãe do Islam”(Depois da morte do profeta).

Sua Primazia

Foi o primeiro a ser denominado de Emir dos crentes.
Foi o primeiro a adotar o calendário islâmico.
Foi o primeiro a juntar as pessoas para a oração de Tarawih (orações noturnas durante as noites do mês de Ramadan).
Foi o primeiro a percorrer as casas de Madina durante a noite, para ver a situação dos crentes.
Foi o primeiro a conquistar a Síria, o Egito, alistar soldados, estabelecer impostos, compilar livros, estabelecer a distribuição de doações e a nomear juízes.
O primeiro a castigar o alcoólatra com oitenta açoites.
O primeiro que adotou a bastão e educou com ele, ao ponto de se dizer: o bastão de Ômar é temido mais do que as suas espadas.
Foi quem colocou lamparinas nas mesquitas durante o mês de Ramadan, ao ponto de Áli Ibn Abi Tálib (R) dizer: “Que Allah ilumine o túmulo de Ômar como ele iluminou as nossas mesquitas.
Ibn Saad (R) disse: “Ômar adotou a Casa da Farinha e de Alimentos e lá colocou farinha, cevada, tâmara e uva passa, com as quais ajudava o necessitado. No caminho entre Makka e Madina estabeleceu também uma Casa de Farinha e Alimento, para ser utilizada por quem não tivesse recursos”.
Ampliou a mesquita do Profeta e cobriu o seu chão com esteiras.
Foi ele quem mudou os judeus de Hijaz para a Síria e mudou os habitantes de Najran Para Kufa .

As Conquistas na sua Época

Conquistou da Síria: Damasco, Jordânia, Bissan, Tabaraiya, Jabiya, Ramla, Ascalan, Gháza, os litorais, Jerusalém, Ba’labak, Hamz, Khinsarin, Alepo e Antioquiya.
Conquistou do Egito: Alexandria, Trípoli Ocidental e Burqa.
Conquistou da Península do Eufrates: Harram, Roha, Raka, Nussaibin, Rasil ‘Ain, Chamchat, Ain Warda, Diar Bakr, Diar Rabi’a, terras de Mussel e arredores.
Conquistou do Iraque e do Oriente: Cadissiya, Rio Sir, Sabat, Mad ‘Ain Cosroé, Distrito de Eufrates, Dájla, Basra, Hawas, Fares, Nahawand, Hamzan, Rai, Caumas, Khorassan, Istahar, Asfahan, Sus, Maruh, Neissabur, Jurjan, Azerbaijan e outros. Seus exércitos atravessaram o rio Jihun várias vezes .

Elogios de Áli Ibn Abi Tálib a Ômar

Ibn Abbas (R) relatou: “Ômar foi colocado no seu leito depois de ser ferido. As pessoas se juntaram ao seu redor implorando e orando por ele, antes de seu falecimento. Quem chamou minha atenção foi alguém que segurou em meu braço, era Áli Ibn Abi Tálib (R). Ele pediu a misericórdia de Allah para Ômar e disse: ‘Nada é mais querido para mim do que encontrar Allah com os mesmos atos de Ômar. Nunca duvidei que Allah não fosse colocá-lo junto aos seus companheiros. Muitas vezes ouvi o Profeta (S) dizer: ‘Fui junto com Abu Bakr e Ômar, entrei junto com Abu Bakr e Ômar, sai junto com Abu Bakr e Ômar’” (Bukhári e Musslim).
O que indica o amor de Áli Ibn Abi Tálib (R) a Ômar é que lhe concedeu a mão de sua filha, Ummu Kulçum, filha de Fátima, filha do Mensageiro de Allah (S). Ômar pediu sua mão a Áli, que lha concedeu. Ômar deu-lhe um dote de quarenta mil. Ela lhe concebeu Zaid e Rucaia (que Allah esteja Satisfeito com todos eles).

Seu Ascetismo e Justiça

Ibn Al Jauzi disse: “Quando foi nomeado califa, dedicou-se totalmente a tarefa, deixando de lado, todos os seus desejos, suportando, por Allah, acima de sua capacidade, colocando o mundo por trás das costas, livrando-se dos pesos que pudessem desviar a sua atenção”.

Costumava fazer sermão tendo no manto doze remendos. Negligenciou a procura da riqueza ao ponto de deixar os familiares passando por necessidade.

Um dia, caminhando pelo mercado, viu uma moça sendo levada pelo vento, por causa da sua magreza. Perguntou: “Quem conhece essa moça”? O seu filho Abdullah lhe disse: “É uma de suas filhas”. Perguntou: “Que filha”? Seu filho respondeu: “Filha de Abdullah Ibn Ômar”. Ômar perguntou: “O que lhe aconteceu”? Respondeu: “É a sua continência”. Omar lhe disse: “Minha continência o proíbe de pedir para as suas filhas, o que as pessoas pedem? Por Allah, a sua cota para mim é igual a dos outros muçulmanos, seja grande ou pequena, e entre nós está o livro de Allah”5.

No ano da seca, comia apenas azeite, até o estômago reclamar. Disse: “Reclamando ou não, por Allah que não vou provar manteiga até que os filhos dos muçulmanos estejam satisfeitos”.

Quem viu ômar, coberto com seu manto,
Com azeite sendo-lhe alimento e a choça por casa,
Crusoé tremeu no seu trono, com medo
De seu vigor, e os reis romanos o temeram.

Seu Temor a Allah

Havia dois sulcos negros no seu rosto de tanto chorar.
Quando recitava algum versículo de admoestação, durante a noite, chorava até cair. Ficava em casa até ser visitado como se estivesse doente.
No leito da sua morte disse: “Ai de Ômar se não for perdoado”.
Anas Ibn Málik relatou que ouviu Ômar Ibn Al Khattab, atras de um muro, dizer a si mesmo: “Ômar Ibn Al Khattab!Amir dos crentes? E daí? Por Allah, se não temê-Lo, irá castigá-lo”!

Sua Piedade Pelo Rebanho 

Al Jauzi relatou: “Ômar (R) saiu durante a escuridão da noite e Tal-ha (R) o viu, ele entrou numa casa e depois em outra. Quando amanheceu Tal-ha foi àquela casa e encontrou uma senhora idosa cega, perguntou-lhe: “O que aquele homem veio fazer”? Respondeu: “Ele se encarrega de mim, faz tanto tempo, traz-me o que preciso e me limpa a casa”. Tal-ha disse a si mesmo: “Você está perdido, Tal-há, como duvida dos atos de Ômar” ?

Suas Adorações e Empenhos

Said Ibn Al Mussib relatou que Ômar gostava de orar no meio da noite.
Ibn Abbas (R) disse: “Quando Ômar morreu, estava pálido de tanto jejuar”.
Ele recitava, na oração da Alvorada, a surata de José. O seu choro era ouvido na última fileira, quando recitava: “Só exponho perante Allah o meu pesar e a minha angústia”.(12:86)

Morreu como Mártir

Ibn Kacir relatou que quando Ômar (R) terminou a peregrinação no ano 23 da Hégira acompanhado pelas mães dos crentes e acampou em Abtah, suplicou a Allah e se queixou que já estava idoso, enfraquecido e seu rebanho se espalhado. Temendo ser negligente, pediu a Allah que o levasse, agraciando-o com o martírio na cidade do Profeta (S). Foi confirmado no Sahih que ele disse: “Ó Allah, peço o martírio pela Sua causa e a morte na cidade de Seu Mensageiro”. Allah lhe atendeu a súplica juntando os dois acontecimentos, concedendo-lhe o martírio na cidade do Profeta.

Na alvorada de quarta-feira do mês do Zul Hijja foi apunhalado enquanto orava na mesquita. Foi golpeado por Abu Luluá, Feiruz, o persa, com um punhal de duas pontas. Apunhalou-o três vezes, alguém disse que foram seis punhaladas, uma das quais, abaixo do ventre, derrubando-o. O assassino saiu apunhalando a todos por quem passava, atingindo treze pessoas, seis das quais vieram a falecer. Abdullah Ibn ‘Auf jogou sobre o assassino uma capa, fazendo-o cometer suicídio. Que Deus o amaldiçoe.

Ômar foi transportado para casa, esvaindo-se em sangue, antes do nascer do sol. Ele desmaiava e acordava; quando o lembravam da oração, ele acordava e dizia: “Sim, não tem futuro no Islam, quem a deixar” .

Quando chegou a hora da morte, desmaiou, tendo a cabeça no chão. Seu filho Abdullah colocou-a no colo. Ao acordar, pediu-lhe para colocar-lhe a cabeça no chão e ele o fez. Ômar esfregou o rosto na terra e disse: “Ai de Ômar, ai de Ômar, se Allah não o perdoar”.

Quando morreu, Said Ibn Yazid chorou. Foi-lhe perguntado: “O que o fez chorar?” Respondeu: “Choro pelo Islam. Com a morte de Ômar, o Islam foi de tal maneira desonrado que não será aliviado até o Dia da Ressurreição.”9 

Que Allah esteja satisfeito com Ômar Ibn Al Khattab(R). Ó Senhor seja testemunha de que o amamos, a todos os califas probos e a todos os companheiros de Seu Profeta. Que Allah abençoe e dê paz ao nosso Profeta Mohammad, aos seus familiares e a todos os seus companheiros.


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"São aqueles aos quais foi dito: Os inimigos concentraram-se contra vós; temei-os! Isso aumentou-lhes a fé e disseram: Allah nos é suficiente. Que excelente Guardião! Pela mercê e pela graça de Deus, retornaram ilesos. Seguiram o que apraz a Deus; sabei que Allah é Agraciante por excelência." (03: 173-174)

يُرِيدُونَ أَن يطفئوا نُورَ اللّهِ بِأَفْوَاهِهِمْ وَيَأْبَى اللّهُ إِلاَّ أَن يُتِمَّ نُورَهُ وَلَوْ كَرِهَ الْكَافِرُونَ

......Desejam em vão extinguir a Luz de Deus com as suas bocas; porém, Deus nada permitirá, e aperfeiçoará a Sua Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos!

Mohamad ziad -محمد زياد

sexta-feira, outubro 19, 2012

As graças dos primeiros dez dias do mês DUL-HIJA,

Em nome de Allah , O Clemente, O Misericordioso. Louvado Seja Allah , criador do céu e da terra. Nos recordamos e nos voltamos humildes a Allah (SWT), pedimos o Seu perdão e suplicamos a Sua misericórdia.

Testemunho que não há Divindade a não ser Allah (SWT), e testemunho que o Profeta Mohamed (SAAW) é seu servo e Mensageiro, o escolhido entre as criaturas. Aquele que divulgou a mensagem, zelou pelo que lhe foi confiado, aconselhou o povo, aboliu a injustiça e serviu em nome de Allah (SWT).

Que Allah (SWT) abençõe e de paz ao Profeta (SAAW), bem como para a sua família, companheiros e seguidores até o Dia do Juízo Final.

Meus irmãos nosso assunto de hoje é as graças dos primeiros dez dias do mês DUL-HIJA, sabemos que nesses dias que estamos passaqndo agora, ou seja, os primeiros dias do mês de DUL-HIJA que antecede o HAJJ, os crentes desejam visitar o BAITUL AL HARAM(MECA), ou seja realizar o HAJJ. Mas com extema sabedoria, ALLAH(SWT), sabe que existem muitos muçulmanos que não tem condições financeiras ou físicas para realizar o HAJ. Portanto, ordenou que o HAJJ seja feito uma vez na vida e somente para aqueles que tenham meios para tal. E tambémm em sua Clemência, ALLAH(SWT), ordenou que as graças da realização das doutrinas da peregrinação durante os dez primeiros dias de DUL-HIJA, sejam divididas entre os peregrinos e os outros. Portanto, para quem não tem condições de realizar o HAJJ, ALLAH deu a oportunidade para que se esforcem nas outras doutrinas nesses dez dias. E esses rituais bem feitos, tornam-se melhores do que a luta pela causa de ALLAH(SWT), JIHAD e aquele (JIHAD) é melhor que o HAJJ.

Vejamos como atingir essas graças nos dez primeiros dias de DUL-HIJA :

1)ALLA(SWT), jurou pelos dez primeiros dias de DUL-HIJA, quando diz no Alcorão Sagrado : « Pela aurora e pelas dez noites. » nesse sentido também, referindo-se as dez primeiros dias do DUL-HIJA, disse ALLAH(SWT), no Alcorão Sagrado na Surat AL-HAJJ vers 28 : « Para presenciar certos beneficios seus e para mencionar, em dias determinado... » Portanto os dez primeiros dias de DUL-HIJA.

2)Al Bukhari e outros narram que o Profeta Muhammad(SAAW)disse : « Não há dias de trabalho abençoados melhores para ALLAH do que aqueles dias(os primeiros dez dias de DUL-HIJA). Então perguntaram : Ó Profeta, mesmo lutar no caminho de ALLAH ? O Profeta(SAAW), respondeu : « Nem o JIHAD a não ser se um homem sair sozinho e dispor de sua riqueza no caminho de ALLAH e quando voltar, sem nada. Neste caso, isto é melhor que todos os outros. Podemos entender que trabalhar para ALLAH durante os dez primeiros dias de DUL-HIJA, é melhor que adorá-lo a vida toda. Então em alguns livros dizem que as graças nesses dias se multiplicam em 700 vezes.

E nesse sentido Ibn Malik(RA) diz que cada dia dos dez dias equivale a 1000 dias. E o dia de Arafat equivale a 10.000. A razão de ter tanto privilégio é devido a função de todas as doutrinas, ou seja ; a oração, o jejum, a caridade e o HAJJ, enquanto que nos outros dias , elas não se juntam dessa forma. 

3) E dentro desses dez dias temos o dia de ARAFAT onde ALLAh(SWT), jura no Alcorão Sagrado e diz : « Pelo par e pelo impar. » Então pelo par segundo o Profeta Muhammad(SAAW) é o dia do testemunho ou seja, o dia de ARAFAT, então ARAFAT é o melhor dos dias para que o crente esteja perto de ALAH. O Profeta Muhammad(SAAW)disse : « não há dia melhor que o ia de ARAFAT para ALLAH livrar seus servos do fogo. »

Meus irmãos, a pergunta agora é a seguinte : Como devemos receber esse grande evento(o HAJJ) ? 

1)O arrependimento : pedir perdão com sinceridade e deixar de lado os pecados e atos que são contra a vontade de ALLAH(SWT).

2) Pedido de Perdão : o pedido de perdão é a razão de cair a chuva e a razão de aumentar o ganho das riquezas. Disse ALLAH no Alcorão Sagrado na Surat NUOR vers 10 ao 13 ; « E disse : Implorai perdão a vosso Senhor- por certo, Ele é Perdoador- Ele enviará do céu, sobre vós, chuva, em abundância, E vos estenderá riquezas e filhos, e vos fará jardins, e vos fará rios. Por que razão não dedicais magnanimidade a Allah. » 

3) Quem tem a intenção de fazer a doação do sacríficios(carneiro), para os necessitados, não deve cortar seus cabelos ou aparar as unhas no primeiro dia de DUL-HIJA , conforme diz o HADITH : quem de vós identificar a lua nova de DUL-HIJA e decide fazer a doação do sacríficio, deve preservar seus cabelos e suas unhas até o momento final da doação do sacríficio. 

Quais são as melhores coisas a serem praticadas durante os dez dias de DUL-HIJA ?

1) Oração : devemos faze-las em seus horários, praticar mais as orações voluntárias e as orações noturnas.

2) Jejum : O Profeta Muhammad(SAAW), conforme narrado por Hafsa(RA) narrou que o Profeta nunca deixou de jejuar no dia de Ashura(10 dia de Muharam) e os dez das de DUL-HIJA e 3 dias de cada mês. 

3) Recordação de ALLAH, aumentar a quantidade de recordação e glorificação a ALLAH. O Profeta Muhammad(SAAW)diz ; « Não há dias maiores e melhores para Ele para o sacríficio e a adoração do que esses dez dias. Portanto, devemos aumentar e praticar mais a recordação de ALLAH(SWT).

4) Jejuar o dia de ARAFAT ;conforme o Hadith, jejuar no dia de ARAFAT, ALLAH(SWT), perdoa todos os pecados do ano anterior e do ano seguinte.

5) Suplicar a ALLAH ; devemos pedir perdão e livramento do fogo, porque foi confirmado que todas as suplicas serão respondidas. Por isso o Profeta Muhammad(SAAW), falava em suas súplicas ; ALLAH liberta-me minha alma do fogo, aumenta-me suas graças e me protege dos seres humanos . disse ALLAH no Alcorão Sagrado ; « Supliquem-me e eu respondo. » o importante neste caso é a insistência do pedido nas suas súplicas, pois ALLAH gosta que seus servos sejam insistentes em suas súplicas, principalmente nos dia de hoje, onde aumentaram muito os pecados e a falta de termos ALLAH no coração.

Certamente, ALLAH, O Altíssimo, é quem concede o sucesso, e Ele é o quia para a senda reta. E que as bença de ALLAH(Louvado Seja), e a paz estejam com o Profeta Muhammad, seus familiares , seguidores e seus companheiros até o dia do Juízo Final.

Salamo Aleikom Khutub de 19 de outubro de 2012 - Centro Islâmico de Brasilia DF

quinta-feira, outubro 18, 2012

O DIA DE ARAFAH – O IDUL- ADHÁ.

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso) JUMA MUBARAK

Abdurrahman Bin Yamur Ad-Dail (Radiyalahu an-hu – Que Deus esteja satisfeito com ele), referiu que ouviu do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) dizer: “O Haj é Arafah, O Haj é Arafaf”. Relato de Baihaque. Ainda referiu o Profeta: O melhor dia, é o dia de Arafah.

O dia de Arafah é o dia 9 de Dhul-Hijja. Arafah está situado a cerca de 9 Kms de Miná, onde se encontra uma pequena montanha conhecida por “Jabalar-Rahmah – A montanha da misericórdia”, onde o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) proferiu a sua última mensagem para a humanidade.

Em Arafa, os muçulmanos que se encontram a cumprir o Haj, ouvem falar línguas que nunca tinham ouvido falar. É uma prova de que o Isslam é uma religião universal. Vemos irmãos e irmãs da mesma fé, de todas as raças e nacionalidades, trajando o mesmo tipo de vestuário (os homens embrulhados em panos brancos) e todos movidos pela mesma causa que é de obter o perdão de Deus, nosso Criador e Sustentador. Faz-nos pensar o dia da Ressurreição, em que todos seremos levantados das nossas sepulturas e reunidos para a derradeira prestação de contas.

Nesse dia em Arafah, o Haji (peregrino) deverá estar o mais tempo possível de pé, com as mãos levantadas fazendo duás (preces), com muita humildade e sinceridade, pedindo a Deus que lhe perdoe e que o encaminhe para o caminho daqueles que ganharam a Sua satisfação.

Deve também aproveitar o tempo fazendo o Zikre (recordando e louvando a Deus) e lendo o Alcorão.

Infelizmente, ainda não está incutida nos nossos corações, a importância do Dia de Arafa, que acontece na véspera do dia do Idul Adhá. A nossa preocupação concentra-se nos preparativos para o dia festa. Os sábios referem que os últimos 10 dias do mês de Ramadan, são os melhores para o crente, porque neles, existe uma noite importante, noite de LAILATUL KADR, melhor do que mil meses. Outros sábios referem que nos primeiros 10 dias do mês de Dhul Al Hijjah, são os melhores para o muçulmano, porque neles existe O DIA DE ARAFA, (dia 9) que é melhor do que qualquer dia do ano. Por outro lado, é referido em muitas passagens de que a sexta feira é o melhor dia da semana. A Noite de Lailatul Kadr, o Dia de Arafa e as Sextas- Feiras, são excelentes e abençoados por Deus. Os dias de Haj e o dia de Arafa não beneficiam só o peregrino que se encontra no Haj, mas também a todos aqueles que se encontram nas suas localidades. No dia de Arafa, incrementar as nossas preces e a recordação a Deus.. Aisha (Radiyalahu an-há) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Em nenhum outro dia, Allah livra tantos servos do inferno, como no dia de Arafa”. Musslim. Acerca do versículo do Cua’ane 5:3 “…Hoje completei a religião para vós…”, Umar Ibn Al-Khattab (Radiyalahu an-hu), referiu que o mesmo foi revelado ao Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam), numa sexta feira, no Dia de Arafa, quando efectuava o Haj. Bhukai 2:43.

Dada a importância do Dia de Arafa, o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) deixou a recomendação para que os muçulmanos que não se encontram em peregrinação (Haj), para jejuarem no dia de Arafah. Abu Catada (Radiyalahu an-hu), referiu que foi perguntado ao Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) acerca do jejum no dia de Arafah; respondeu: “Isso permite emendarem-se as faltas (cometidas) durante o ano anterior e o ano seguinte”. Muslim.

Depois do pôr do sol, os Hajis (peregrinos) deixam Arafah e seguem para Muzdalifa, situada a cerca de 5 Kms a leste de Arafaf , a fim de passarem a noite. Deus, nosso Senhor e Guia, refere no Cur’ane: “Quando regressardes de Arafah, invocai Deus junto do Macharil Haram (em Muzdalifa). Recordai-vos Dele de forma como Ele vos orientou....” Cap. 2 Vers. 198.

Os Muçulmanos têm dois dias festivos. O Idul Fitre, depois de terminado o mês de Ramadan e o Idul Adhá, no dia 10 de Dhul Hiija, em comemoração do final do período de Haj, em que todos os que não participaram nos rituais do Haj, celebram o dia, fazendo a oração e o Curbani (sacrifício). Abu Huraira (Radyiallahu an-hu) narra que o Profeta (Sallalahu Aleihi Wassalam) disse: “Quem tem capacidade financeira para fazer o curbani (sacrifício), mesmo assim não o faz, esse que fique longe e não se aproxime do nosso idegáh (local da oração de Ide).

Nas noites anteriores aos dias de Ide, devem ser aproveitadas para fazermos o máximo de ibádates possíveis (adoração a Deus), pois Abu Umamah (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Quem permanecer de pé nas duas noites que antecedem aos dias de Ide, na esperança de obter recompensa, o seu coração não morrerá no dia em que todos os corações estarão mortos. Relato de At- Targuib.

Deve ser recitado o Takbir, após cada oração farz, começando no dia 9 de Dhul-Hajja, na hora de Al Fajr, até ao dia 13 do mesmo mês, depois da oração de Assr.

ALLAHU AKBAR, ALLAHU AKBAR; LÁILAHA IL-LALLÁHU-WALLÁHU AKBAR.

ALLÁHU AKBAR WALIL-LÁHIL-HAMD.

Deus é o Maior. Deus é o Maior. Não há outra divindade excepto Deus. Deus é o Maior, Deus é o Maior e todos os louvores pertencem só a Deus.

Dar prendas no dia de Ide, aumenta ainda mais as nossas amizades. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Ofereçam prendas uns aos outros, porque a prenda remove o rancor do peito”. – Relato de Tirmizi. . As prendas devem ser úteis e não necessariamente dispendiosas. Devemos ter em atenção a utilidade das mesmas. Também é uma prenda o cumprimento, um abraço efusivo entre amigos, uma visita de cortesia, um sorriso, um telefonema para os familiares e amigos que se encontram distantes. Aicha (R.T.A.) disse que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) aceitava prendas e em troca também dava prendas. - Relato de Al-Bukhari.

Nos dias de Ide, devemos dar prendas, em especial às nossas crianças, de modo que não fiquem constrangidas ao verem as outras crianças a receberem prendas na altura do natal.

Assim compreenderão os motivos porque temos prendas nos nossos dias de festa. A orientação de dar prendas, surgiu há mais de 1.400 anos.....

Façam o favor de passar o dia de Ide na companhia da família e dos amigos. Visitem assepulturas dos vossos falecidos, eles estão sempre à espera das vossas preces. Um dia de Arafah com muitos benefícios espirituais e votos de um Eidul-Adhá muito feliz e que Deus  vos abençoe.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

18/10/2012

segunda-feira, outubro 15, 2012

ASPECTO GERAL DO MUNDO ANTES DO ISLAMISMO


O Mundo

Um pouco antes da profecia de Mohamad, todos os países, estavam totalmente degradados, política, religiosa e moralmente. Todos os aspectos da vida estavam corrompidos e necessitavam de uma reforma geral.

Aspecto Políticos

Os séculos seis e sete d.C. foram um período de ditaduras, perturbações e anarquias. Certas famílias ocupavam o poder das nações cujas constituições, em vez de estarem baseadas na justiça, assentavam na injustiça, exploração e corrupção. Os governos eram formados à base de força e a aniquilação total dos opositores era considerada perfeição política.Quase todo o mundo estava evolvido nisso, como por exemplo: Pérsia, Império Romano, China, Índia, etc., cuja consequência natural eram as guerras civis, as anarquia e a desordem.

Contexto Moral e Social

Neste aspecto também o mundo estava muito por baixo. A sociedade, ao dividirem-se em várias etnias, raças, castas, etc., perdeu a sua força conjunto. As doenças morais fizeram do homem um corpo sem alma; enquanto um grupo gozava a vida, desfrutando de todo tipo de privilégios, o segundo era alvo da opressão dos governos, e preso nas correntes da escravatura, forçada a passar uma vida pior que e de um animal. Enfim, a corrupção, a desorganização e a opressão estavam espalhadas por todo lado.

O REGIME GOVERNANTE: O grau mais importante da sociedade humana era a dos componentes do regime; os ricos e os príncipes. Podia-se depositar alguma confiança nesse nível de pessoas para utilizar a sua influência e poder, a fim de minimizar os males da sociedade. Mas, infelizmente eram eles mesmos os autores e cabeças desses males sociais.

Eles é que faziam as leis que lhe conviessem, achavam-se superiores às leis e só pensavam no luxo pessoal e na vida de burguesia. O sacrifício não era para eles. Por exemplo, o rei da Pérsia “Cosroés” tinha  muitas mulheres e muitos cavalos de raça pura, ouro jóias e todo o tipo de luxo, difícil de imaginar. O seu palácio era alguma coisa de extraordinário.

Os impostos eram insuportáveis e geraram a luta de classes; os privilegiados pensavam que todo bem era seu direito. Para isso faziam leis para privarem os outros; e, automaticamente, criaram-se classes que ainda hoje existem em certos países e, no caso particular da Índia, onde até os empregos já estão definidos. Ninguém podia mudar a sua profissão e para a sua conveniência até diziam que estas classes foram estabelecidas divinamente. Por exemplo, na Índia; “os bramanes” podem cometer qualquer tipo de crime, mas eles nunca podem ser condenados à morte.

Se alguém da classe superior cometer adultério com uma mulher da classe inferior, isso não é considerado crime; se alguém da classe baixa bater na da classe superior, devem ser cortados os seus órgãos; se insultar, deve ser cortado a sua língua. Dizem que algumas pessoas foram criadas a partir da boca de Deus, que são os “bramanes”, para ser autoridade religiosa; outros a partir dos braços de Deus, que são os “Wish” para serem agricultores; outros a partir dos pés de Deus, que são os “Shodar”, que não têm profissão definida. Estes são os ensinamentos dos hindus que se encontram no seu livro “Minu Shastar”.

Aspecto Moral

Moralmente estavam muito em baixo; na Pérsia, restrições nas relações sexuais, havia movimentos que consideravam o casamento proibido, deixavam as suas próprias filhas e irmãs em casa para relações sexuais, e achavam que todas as mulheres eram lícitas para o homem.

Bebiam até embriagaram-se ao máximo e depois não distinguiam a mãe, irmã, filho etc., tendo relações com todas

A Mulher

A mulher não era considerada na sociedade; não a tratava por igual, era só um objeto de prazer. Uns matavam as filhas; na Arábia enterravam-nas vivas; noutras partes queimavam viúvas vivas, as mulheres nem podiam ler livros religiosos. Os homens casavam quando queriam, divorciavam-se delas quando lhes apetecia e casavam com o número de mulheres que queriam. Na Grécia fechavam as mulheres em casa; nas igrejas cristãs tomavam as mulheres como irmãs, isolando-as da vida prática.

Na “Encyclopédia Britânica” existe o estatuto legal da mulher na civilização romana. “Na lei romana a mulher era completamente dependente; se casasse, a sua propriedade passava pelo marido; e como escrava, adquirida só para o seu benefício; a mulher não podia exercer nenhuma função pública ou civil, não podia adotar nem ser adotada, nem podia fazer testamento ou contrato”.

Mesmo na lei inglesa a situação da mulher não era nada confortável; ela era privada dos seus direitos básicos.

Só no ano 1870 a situação começou a melhorar relativamente; até hoje, a mulher no ocidente, ainda continua a lutar pelos seus direitos. No Islam o caso já não é assim. O Islam ensina que a origem do homem e da mulher é da mesma essência, possuem a mesma alma, e que foram equipados com capacidades iguais para os méritos intelectuais, espirituais e morais, e considera os direitos da mulher sagrados.

Aspecto Religioso

Antes da profecia do Mohammad (SAAS) as religiões que existem no mundo em geral eram o Cristianismo, o Judaísmo, o Budismo, o Hinduísmo, o Magismo, e o Zorostrianismo (adoradores de fogo).

Os persas adoravam o fogo e acreditavam que o mundo estava sob controle de dois deuses, deus do bem e deus do mal. A influência destes ia da Pérsia até as fronteiras da Índia. O cristianismo era praticado pelos romanos. Havia sempre guerras entre estes dois impérios que eram considerados as superpotências de então. A última das guerras entre eles foi a que está mencionada no Alcorão, capítulo “Ar-Rum” (os Romanos).

O Hinduísmo era praticado na Índia e à sua volta. O Budismo era praticado na Índia, Tibet e no sul da Ásia.

O Judaísmo não tinha um local concentrado.

O Cristianismo e o Judaísmo já estavam deturpados. Portanto, no século sete D.C. na superfície da terra não havia nenhum povo que podia ser considerado justo. Não havia governo cuja base fosse a justiça, não havia religião que fosse autêntica.

Os Árabes

Há várias razões a respeito da nomeação desse povo por árabes. Os linguístas são de opinião que arab e árabe quer dizer “ser elequonte”.  Como os árabes, com a sua eloquência, orgulhavam-se e inferiorizavam os outros, por isso chamavam a si “arab” e a outros povos do mundo “ajam” mundos.

Alguns são de opinião que arab era nome do filho de Qahtan, identificado com o Yoqtan Bíblico, descendente direto de Sam, filho de Noé. Depois quando Ismael e a sua mãe se radicaram en “Paran” e aparecer o poço de ZAMZAM, e os filhos de Jurham radicaram-se nessa região, então a descendência de Ismail foi conhecida por “arab”.

Outros são de opinião que a palavra Árabe era derivada de Arabah, que na língua semítica significa deserto, e, como a maior parte da Arábia é deserto, por isso chamam a todo o território de “árabe”. Há também outros motivos para esse povo ser chamado “Árabe”.

Aspecto Geral da Arábia

Um olhar para o mapa antiga convencerá o leitor que a península conhecida por Arábia – a maior península do planeta – ocupa uma posição única em relação aos outros continentes. Arábia está situada na Ásia, mas mesmo assim só o estreito mar vermelho separa-a da África, enquanto que pelo  canal de Suez se está no Mediterrâneo e na Europa, portanto está quase no centro dos três continentes.

Contudo está situado à parte destes. Está cercada de mar por todos os lados exceto uma faixa estreita de terra ao norte. No oeste tem o mar vermelho, o Oceano Índico ao sul e a sueste o golfo Pérsico, e o Eufrates ao noroeste. Os Árabes chamam-lhe “JAZEERA-TUL-ARAB” que significa literalmente “A Ilha Árabe”. Mas, esta terra cercada por todos os lados pela água exceto ao norte, não tem rio nenhum. A sua superfície é de um milhão e setecentos mil quilômetros quadrados, encontra-se atravessada no meio pelo trópico de câncer.

As civilizações e Impérios antigos prosperaram na Pérsia, Egito e em Roma ma, eles nunca pensavam em conquistar toda a Arábia; a causa do desinteresse pela Arábia estava no fato que, com exceção da província do Iaman e algumas aldeias situadas em Najed e Hijaz, que tinham terra fértil, serem desertos, montanhas e vales sem condições agrícolas, ou então, só cultiváveis quando havia água de chuva, e quando essa água secasse a população tinha que emigrar para outra zona. A maior parte das pessoas vivia nas tendas e eram nômades. Houve antigamente alguns reinos em Íaman como o reino de “SABA”, assim como consta no Alcorão capítulo “SABA” e na Bíblia capítulo 10 no “primeiro livro dos reis”, cujos vestígios ainda existem em “MARIB”; o principal vestígio é a grande barragem de “MARIB” que ruiu no Ano 543 de era critão; atualmente apenas subsistem os contrafortes de 18 metros de largura, e o reino de “HIMIAR”.

Mas naquela época o sistemo tribal predominava na Arábia toda.

O meio de transporte vulgar era o camelo. Mesmo assim nesse deserto Deus construiu, para sempre, a casa espiritual para toda a humanidade; - a “Caaba” em Macca – o centro de atração, o centro de abnegação, o centro de amor, o centro de união humana e de espíritos Divinos.

O clima da Arábia é extremamente seco, com exceção em algumas zonas costeiras e locais com água a tâmara é a fruta principal e a sua população dedica-se mais ao comércio.

A Língua

O que distingue a Arábia de todos os outros países do mundo é a língua árabe, uma das línguas do grupo semita. O latino e o grego por exemplo, são altamente inflexíveis, mas o árabe não só é flexível mas tem outra particularidade, que muitas línguas não possuem; no árabe todas palavras, exceto as partículas, os nomes próprios, os nomes dos pássaros, dos animais e das coisas para os quais só pode haver uma palavra, são derivadas de uma base que podem ser moldadas para expressarem todo o tipo de significado que pela base pode expressar.

Deste modo a língua árabe permite uma imensa expansão sem qualquer aumento na sua base e pode expressar-se numa palavra o que as outras expressam em duas, três ou quatros palavras. Parece que os árabes ao terem pouca agricultura e poucas construções, dedicaram toda a sua energia na construção e desenvolvimento da sua língua.

Poucos historiadores prestaram atenção para a enorme influência da língua arábica na vida dos povos da Arábia, fator de grande importância em todos os assuntos que dizem respeito aos árabes.

Religiões da Arábia Pré-Islâmica

Antes do Islamismo as pessoas na Arábia estavam totalmente perdidas. Uns eram ateus e sobre eles o Alcorão diz:

... E eles dizem: “Não há vida além da terrena, morremos como vivemos, só o tempo nos destrói”. Falam sem conhecimento certo, só conjecturam.
Cap. 45, vers. 24

Outros acreditavam na existência de Deus, mas, negavam a ressurreição. A respeito desses o Alcorão diz:

... “Quem fará viver os ossos depois que estejam esmigalhados?”
Responde ó Mohamad: “Revivê-los-á aquele que os criou da primeira vez”.
Cap. 36, vers. 78/79

Outros acreditavam em  Deus e na ressurreição, mas negavam a profecia e os profetas. Eles pensavam que profetas não podiam ser humanos, mas sim anjos. A respeito desses o Alcorão diz:
... E dizem; “que tipo de mensageiro é este que come como nós e anda pelas praças”
Cap. 25, vers. 7

... Nada impede os homens de crer, quando lhes chega a orientação, senão este reflexão: Enviaria Deus um homem como mensageiro?
Cap. 17, vers. 94

Mas em geral a maioria era idólatra, embora não acreditassem que as imagens e os Ídolos eram deuses, diziam que eles eram a via para chegaram a Deus, assim como acreditam os cristãos (católicos) de hoje:

... Quanto aqueles que adotam protetores além d’Ele (dizem), só os servimos porque nos levam (aproximam) para muito perto de Deus. Na verdade Deus julgará entre eles o que é o objetivo das suas divergências. Cap. 39, vers. 2

Eles tinham vários ídolos para várias ocasiões e para cada tribo. Por exemplo, o ídolo “Lat” estava em Taif e era adorado pela tribo Saquif; “Uzza” estava em Macca e era adorado pelas tribos coraixitas e Kinana; “Manát” estava em Madina e era adorado eplas tribos Aus, Khazraj e Ghassan. Assim havia outros como “Wudd”, “Suwaa”, “Iaghusa” e “Iaúqua”. O maior ídolo era o “HUBAL”. Estava colocado em cima do terraço da Caaba, e era invocado pelos craixitas na época da guerra. O fundador da idolatria na Arábia foi Amr Bin Luhai, cujo nome genuíno era Rabiah Bin Harissa. A conhecida tribo Khuzáa da Arábia é da sua descendência.
Uns historiadores acham que a idolatria começou antes, ele apenas foi a pessoa que introduziu ídolos na Kaaba. (Vide pormenores sobre idolatria no livro “Al-Milal Wan-Nihal”).

Crença em Deus

Apesar de serem idólatras, os árabes reconheciam, ao mesmo tempo, que Deus é o Criador.
... E se lhes perguntas: “Quem criou os céus e a terra e submeteu o sol e a lua (para benefício da humanidade)”? Decreto que eles responderão: Deus “
Cap. 29, vers. 61

... Quando embarcam nos navios invocam Deus sinceramente; Mas depois que Ele os traz em segurança até à terra, eis que idolatram.
Cap. 29, vers. 65

A Caaba que tinha sido construída para ser utilizada para adoração de um só Deus, tornou-se num centro de idolatria. Já tinham sido colocados nela 360 ídolos, um ídolo para cada dia do ano lunar e tinham feito também imagens de Jesus e Ismael para serem adorados. Além de ídolos também adoravam os astros, especialmente a lua.

Igualmente havia muitos adivinhos, bruxos, curandeiros, astrólogos, que reivindicavam saber o passado e o futuro das pessoas. Faziam sempre mau augúrio do corvo cuja presença pensava ser a causa de separação, por isso em árabe o corvo chama-se “gurab” e a partir daí chamam à viagem “gurbah” e ao viajante “gharib”. Achavam que por causa do corvo a pessoa separava-se e viajava; também faziam mau augúrio de coruja. Pensavam que a voz da coruja causava a morte e destruição. Quando morria alguém, os seus familiares batiam as suas próprias caras, puxavam e arrancavam os seus cabelos, as mulheres descobriam os cabelos, deitavam areia por cima deles e assim seguiam o funeral. Por exemplo, na Índia, em luto cortam os bigodes, a barba e o cabelo. 

Os árabes antes de Islamismo chamavam as mulheres e pagavam-nas para chorarem em voz alta. Depois de enterro punham a mesa e davam de comer a esses que participaram. Com o Islamismo acabou-se tudo isso, mas infelizmente os costumes resultantes da ignorância ainda continuam entre alguns muçulmanos.

Comemora-se o 3.°, 10.°, 40° dia, 6 meses e um ano com comidas. Também acreditavam muito nos demônios, gênios e espíritos; matança das filhas, jogos de azar. Estas coisas e a superstição não estavam só na Arábia mas em toda a parte, no Império Romano, Pérsia, china, etc. Em resume, quando o Profeta chegou, o mundo estava afogado na escuridão, não havia orientação nenhuma, e Deus para orientar o mundo escolheu o ponto de partida a Arábia e daí expandiu a orientação (luz) para todo o Mundo.

Porque a Arábia e não outro país para o último profeta?

A melhor resposta para esse pergunta é:

Em qualquer parte do globo em que aparecesse o último Profeta, essa pergunta subsistira. Porque tinha que aparecer só num local e numa região, então, outros automaticamente privavam-se da sua presença.

Quase todos os outros países conhecidos do mundo, pelo menos uma vez, tiveram a oportunidade de progredirem e chegarem ao topo e até colonizarem outros povos direta ou indiretamente à base da sua ciência, tecnologia e civilização. Portanto, se o último Profeta aparecesse num país além da Arábia, que já tivessem colonizado outros, então, a missão desse Profeta não teria tão grande sucesso, porque pensar-se-ia que isso também é uma manobra para se impor acima dos povos colonizados, pelo poderio da língua árabe.

Portanto para o Profeta ser uma orientação completa, teve de ser numa língua perfeita, e num país que nunca fora colonizado nem colonizara os outros, e isso tudo se aplica à Arábia. Por isso, Deus escolheu a Arábia, porque os árabes eram indiferentes e neutros; para eles, todos os países eram iguais. Quando saíram para difundir a religião da Espanha até à China todos para eles foram iguais; e como a civilização árabe nunca tinha evoluído nem demonstrado o seu valor verdadeiro, esta religião Universal tornou-os de repente na mais civilizada Nação – culta, servindo-se de guia dos povos em todos os aspectos da vida, e isso tudo, foi através da Religião Islâmica.

Outras Religiões na Arábia antes do Islam

Do Cristianismo, Judaísmo e Magismo, não se sabe ao certo quando é que entraram na Arábia, mas a verdade é que já estavam divulgados entre algumas tribos, mesmo na Meca. Por exemplo, “Waraca Bin Nawfal” já lia o evangelho em Hebraico e algumas tribos como Rabia já tinham convertido quase todo a Madina e Kheibar para a sua religião.

As narrações dos adeptos do livro já eram vulgares em Mecca, onde quando era revelada alguma parte do Alcorão ao Profeta Mohamad, uns diziam:

 “Na verdade, nós sabemos bem, o que eles dizem: Foi um ser humano que lhe (O Alcorão a Mohamad) ensinou.  Porém a língua daquele a quem aludem tê-lo ensinado é estrangeira, ao passo que o Alcorão está em árabe bem claro”.   Cap. 16, vers. 103

Mas o Alcorão repudiou esta suspeita deles. Havia também uns que eram “Hanifes” e que não adoravam os ídolos; acreditavam num só Deus, e reivindicavam seguir Abraão.

Apesar de existirem todas estas religiões – Cristianismo, Judaísmo, Magismo, e outra – nenhuma delas trouxeram qualquer reforma na sociedade árabe; as bebidas alcoólicas, os jogos de azar, o enterro de meninas vivas, o casamento com as próprias irmãs, a poligamia sem limite, o adultério, a imoralidade e todas as maldades estavam a ser praticadas, não só na Arábia, mas em quase em todo o mundo. Portanto, nesta situação, será que não havia necessidade duma iluminação da parte de Deus para tirá-los da escuridão?

Particularidades dos Árabes

Apesar destas corrupções existentes em todos os aspectos no seio do povo árabe, havia dentro deles certas qualidades boas também.

Generosidade

Generosidade não quer dizer dar alguma coisa de comer ao pobre depois de já estar satisfeito, mas, generosidade quer dizer, a pessoa própria ficar com fome e dar a outro de comer, e julgar que isso é um êxito para ele como se à tivess alcançado o seu objetivo.

Por exemplo, uma passagem de Hatim, chefe da tribo “TAI”, muito conhecido por sua generosidade, ele só guardava duas coisas: arma e cavalo, o resto oferecia aos outros.
Uma vez num inverno, aconteceu que havia fome na sua casa. Ao anoitecer, quando as crianças dormiam, apareceu uma senhora com seu filho e disse ao Hatim que ela e o seu filho estavam esfomeados e que, como já era meia-noite, nem ela, nem o filho conseguia dormir devido à fome.

Mal a mulher acabou de falar, Hatim levantou-se, foi degolar o seu querido cavalo, acendeu lume e deu a faca à mulher dizendo-lhe: come tu e teu filho. Ao mesmo tempo, chamou todos os pobres e disse-lhes que foi degolado um cavalo e, portante, que viessem comer.

A esposa de Hatim conta que, num instante toda a carne tinha acabado, restante apenas os ossos. Mas, Hatim, sua mulher e filhos continuaram com fome, conforme estavam antes, não chegando a tocar nem um bocado de carne.

Há muitas outras passagens da generosidade dos árabes. Orgulhavam-se e concorriam para essa generosidade. Eles não degolavam cabritos, ovelhas ou galimhas porque isso para eles não tinha valor nenhum, com e exceção dos camelos. Outra particularidade dos árabes era a valentia, homens de palavra, pois detestavam quebrá-la, eram guerreiros bravos.


Descendentes de Ismail

Os historiadores árabes dividem os árabes em três grupos: árabe Baida; árabe Ariba; árabe Mustáriba.

1.      Árabe Baida, era todo o grupo descendente de Laz, filho de Sam, filho do Noé; era dividido em tribos Ad, Samud (que o Alcorão mencionou), Tasm, Judais entre outros. Temos muito pouco conhecimento a respeito Árabe Baida.

2.      Árabe Ariba, eram considerados os árabes puros, descendentes de Qahtan. Era o povo de Iaman e os Ansar. Na altura do nascimento do profeta Mohamad, os filhos das tribos de Qahtan eram dos mais fortes. Ainda hoje a maior parte da população da Arábia é descendente de Qahtan.

3.      Árabe Mustáriba. Quando Ismail se radicou em Macca, à volta daquele Santuário vivia a tribo Banu Jurham que era árabe e Ismail casou-se nessa família. Por conseguinte, os filhos que nasceram daí foram conhecidos por Árabe Mustáriba (provoadores, colonos). Estes eram árabes da parte da mãe, não do pai, porque o pai Ismail não era árabe, aprendeu a língua árabe ao conviver com a família da mulher. Neste momento a maior parte dos árabes são descendentes deles. O Profeta do Islam e mesmo a história do Islam, está totalmente ligada a essa última corrente, pois o Profeta Mohamad é descendente de Ismail, filho do Abraão através de Quedar e a doutrina que o Profeta Mohamad divulgou é a mesma que divulgou Abraão conforme diz o Alcorão:
“Credo (religião) do vosso pai Abraão; foi ele chamou-vos muçulmanos”.  Cap. 22,78.

Fonte: www.islam.com.br